(N.14) ESTUDO E COMENTATIO LIVRO DE
HEBREUS
Hebreus
13.1-4,7,17,20-22.
O escritor sagrado adiciona no texto em estudo uma
variedade de breves declarações que contêm agudas exortações práticas para que
o crente viva a vida cristã de modo digno. Ele sabia que seus leitores se
tinham mostrado ativos no passado, em simpatia e bondade para com seus irmãos
na fé (6.10). Por esta razão, exorta-os aqui sobre a importância de manter tal
amor prático entre os membros da fraternidade cristã: eles deveriam lembra-se
particularmente dos encarcerados, dos que estivessem sofrendo enfermidades ou
maus tratos, pois os crentes deveriam
I. VIRTUDES RELEVANTES A VIDA CRISTÃ
1. O amor fraternal (v.1). Essa virtude é tão
importante que representa a marca, ou distintivo, do verdadeiro discípulo (cf.
Jo 13.34,35). Sem o amor fraternal de nada servem os dons ou a realização de
boas obras (1 Co 13). Visto que nossos irmãos fazem parte da família de Deus,
devemos amá-los incondicionalmente; desprezá-los é o primeiro passo para quem
desconsidera a Cristo, nosso irmão mais velho.
2. A hospitalidade (v.2). A hospitalidade deve ser
prestada não somente aos estranhos (v.2), mas também aos pobres (Lc 14.13), e
até mesmo aos inimigos (Rm 12.20).
Na época em que foi escrita a Epístola aos Hebreus,
muitos cristãos haviam perdido todos os seus bens em consequência da
perseguição que lhes movia as autoridades constituídas. Neste aspecto, a
hospitalidade trazia alento a esses servos de Deus, e demonstrava que outros
crentes poderiam servir ao Senhor abrindo suas casas para lhes servirem de
abrigo. Entretanto, essa simpática atitude, principalmente em nossos dias, não
deve ser confundida com a de hospedar qualquer pessoa sem conhecê-la ou saber
de suas reais intenções.
3. O valor do matrimônio (v.4). A expressão “venerado
seja” nesse texto, denota elevado grau de respeito e consideração para com o
matrimônio. Muitos desprezam o casamento para viverem uma vida desregrada,
dissoluta e descompromissada. A vida cristã exige compromisso sério não apenas
com Deus e a igreja, mas também com a sociedade e a família; e esta última
começa com o nosso cônjuge. Quaisquer comprometimentos sexuais ilícitos — a
prostituição, o adultério — são duramente condenados por Deus, e quem pratica
tais coisas receberá dEle o justo juízo. Deus quer que seus filhos tenham vida
sexual ilibada, não apenas por causa do testemunho, mas também por sermos o
templo do seu Espírito.
4. O valor da beneficência (vv.3,6). O escritor não se
esqueceu da importância da beneficência cristã. Exortou aqueles crentes a que
se lembrassem dos que estavam presos e dos maltratados como se estivessem no
lugar deles. Um crente perseguido facilmente seria lembrado por seus irmãos,
mas os que permaneciam presos por muito tempo poderiam ser esquecidos. Há
muitas pessoas que são perseguidas e presas por causa de sua fé em Cristo, como
há também aquelas que cumprem pena por terem transgredido a lei dos homens. Mas
tanto um como o outro não podem ser desprezados pela igreja do Senhor.
II. EXPRESSÕES DA FÉ: SUBMISSÃO E OBEDIÊNCIA
1. Submissão à liderança (vv.7,17). O escritor adverte
a seus leitores sobre a maneira correta de tratar os que pastoreiam o rebanho
do Senhor:
a) Lembrando-se deles e imitando-lhes a fé (13.7). É
dever dos membros da igreja lembrarem-se de seus pastores em suas orações
diárias e não apenas em épocas especiais como a data reservada à comemoração do
“dia do pastor”.
Os pastores são modelos que precisam ser imitados,
pois homens de fé servem de exemplo e impulsionam outros homens a terem fé.
b) Atentando para a sua maneira de viver (13.7). A
vida de um pastor sempre será observada: sua integridade, piedade, amor a Deus
e a sua obra servirão de exemplo principalmente para os novos obreiros. Daí a
grande responsabilidade do pastor.
c) Obedecendo-lhes (13.17a). A lembrança e a atenção
dadas aos pastores de nada valerão se não forem acompanhadas pela obediência
aos mesmos. Eles são responsáveis por trazer mensagens, orar por nós,
administrar a igreja, aconselhar, visitar, ter a família como exemplo e prestar
contas a Deus do rebanho que lhe foi confiado. Será que, com tantas
responsabilidades, eles não merecem a obediência de suas ovelhas?
“A obediência e a fidelidade aos líderes cristãos, aos
pastores e mestres, deve basear-se numa superior lealdade a Deus” (Bíblia de
Estudo Pentecostal, CPAD).
Hoje em dia, muitos obreiros são desrespeitados. E
essa é a estratégia de Satanás para enfraquecer a liderança eclesiástica. Que
possamos ter em alta estima aqueles a quem Deus escolheu para zelar por nós.
2. Obediência a Cristo. “... Jesus Cristo, grande
pastor das ovelhas, vos aperfeiçoe em toda a boa obra, para fazerdes a sua
vontade...” (vv.20,21). (Grifo nosso.) Isso significa que aquele que nos salvou
continua a realizar sua obra em nós, tornando-nos sensíveis à sua vontade para
que tudo quanto fizermos seja agradável aos seus olhos. A obediência ao Senhor
Jesus deve ocupar o primeiro lugar na vida cristã.
3. Obediência à Palavra (v.22). O escritor exorta-nos
a “suportar a presente palavra”. “Tenham paciência comigo”, pede ele, “quanto
partilho a Palavra com vocês. Aceitem-na com paciência e digiram-na, porque a
carta não é muito comprida” Quando Deus fala, como o fez por meio desta
epístola, devemos ouvir e aplicar o que ouvimos.
O escritor conclui sua Epístola, desejando que o
Senhor Jesus Cristo, “o grande pastor das ovelhas” aperfeiçoe os crentes em
toda a boa obra, operando o que lhe é agradável, e roga que aqueles crentes
suportem a exortação“ (vv.20-25). Que o Senhor nos ajude a entender e guardar
os preciosos e santos ensinos que estudamos durante este trimestre.
“O amor entre os irmãos pode ser comparado à ‘vara’
que segurava as tábuas recobertas de ouro do antigo Tabernáculo, servindo para
dar unidade ao recinto em que se manifestava a divina presença. O amor do
cristão para com o seu próximo é universal. Que esse amor continue sempre entre
nós (v.1).
Nesse tempo era uma necessidade que houvesse
hospitalidade particular, devido à falta de hotéis. A hospitalidade não é
necessariamente uma virtude cristã, mas de qualquer maneira, a sociedade cristã
deve provê-la (v.2).
De modo prático, o cristão deve procurar socorrer quem
precisa dele, seja tal necessidade resultado de perseguição ou decorrente das
circunstâncias adversas da vida (v.3).
Os avisos sobre o caráter sagrado do matrimônio eram
especialmente oportunos, devido à facilidade do divórcio entre os judeus, uma
vez sancionados pelos mestres da escola do grande rabino Hillel (Westcott).
Deus julgará e condenará as violações dos laços matrimoniais, quer dos
solteiros que vivem em fornicação, quer dos casados que praticam o adultério,
independente de qual seja a opinião tolerante da sociedade da época. Como é
necessária essa mesma exortação para os dias atuais (v.4).
Esta seção inicia com uma referência aos líderes da
igreja (v.7) e assim também se encerra (v.17). Da primeira vez, o autor
ordenara aos crentes reconhecerem com gratidão os seus pais na fé, os
fundadores da igreja, que possivelmente já haviam falecido, procurando
seguir-lhes o exemplo. Agora ele manda que obedeçam àqueles que estão atualmente
na direção, seus pastores. Tais homens não eram aventureiros inescrupulosos,
mas homens de Deus, cônscios de sua responsabilidade pastoral perante Deus e a
igreja. Portanto, que não lhes causassem tristeza, comportando-se como ovelhas
desgarradas, pois isso não lhes seria proveitoso” (Comentário Bíblico —
Hebreus, CPAD, págs.170-174).FONTE CPAD
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