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terça-feira, 1 de março de 2016

Estudo e comentario de HEBREUS (12)

        


          (N.12) ESTUDO E COMENTARIO BIBLICO DE

                                  HEBREUS 11.1-6.



Querendo apresentar uma parte da história antiga para demonstrar a eficiência da fé, o escritor aos hebreus principia seu relato dizendo que a própria criação do universo é uma ilustração da fé. “Pela fé entendemos que os mundos, pela palavra de Deus, foram criados” (v.3). A fé se baseia na Palavra de Deus. Esta palavra consiste num poder invisível que produziu do invisível o universo, de maneira que o visível veio a existir das coisas que não aparecem.

A fé, conforme a Palavra de Deus, é a condição básica para ser salvo e receber de Deus auxílio em todos os aspectos. É a base — “firme fundamento” — , a esperança — “das coisas que se esperam” — e a convicção — “prova das coisas que não se veem”. O escritor, recorrendo à história judaica, mostra diversas personagens que, pela fé, e não por seus próprios méritos, puderam obter da parte de Deus vitórias marcantes. Tais personagens viram de longe as promessas de Deus, e morreram crendo no cumprimento delas. Deus considera esses heróis como pessoas “dos quais o mundo não era digno”, exemplos de fé a serem seguidos por todos nós.
Trace uma linha no quadro de giz, dividindo seu espaço em duas partes. De um lado relacione as principais características dos heróis da fé descritas no cap. 11 da epístola em estudo (sem citar o nome do personagem). Do outro relacione os nomes das personagens, porém, fora da ordem especificada no texto.
Esta atividade consiste em fazer os alunos identificarem as personagens tendo em vista suas características relacionadas à fé.


Fé Esta palavra tão pequena encerra em si grande conteúdo para os que de Deus se aproximam. Sem ela não existiria a Igreja, não haveria salvos, esperança de vida futura, não poderíamos esperar um mundo melhor nem creríamos na Segunda Vinda de Cristo. É por meio da fé que recebemos as bênçãos de Deus. Esta preciosa e santíssima fé vem-nos através de Cristo, para que ninguém tenha de que se gloriar (Hb 12.2).

I. CONCEITO DE FÉ

O escritor sacro não pretendeu simplesmente definir a fé, mas sim descrevê-la como elemento fundamental da vida cristã.
1. O firme fundamento. Fundamento aqui significa muito mais que a mera certeza humana, fruto da lógica, ou do exercício da futurologia. Na visão cristã, tem o sentido de certeza inabalável, ou seja, temos convicção de que servimos a um Deus onipotente, onisciente e onipresente, que vela por sua Palavra para a cumprir (cf. Jr 1.12; Is 43.13). Significa também certeza absoluta a respeito da nossa salvação. Ver 1 Jo 3.2. Assim, a certeza é o primeiro elemento essencial da verdadeira fé, isto é, “a fé que é por Ele” (At 3.16).
2. Das coisas que se esperam. “A fé é o firme fundamento das coisas que se esperam...”. O segundo elemento essencial da fé é a esperança. Esta é consubstanciada na forte convicção de que aquilo que se espera da parte de Deus há de acontecer sempre, independente das circunstâncias. Abraão creu que teria um filho segundo a promessa divina, fruto de sua união com Sara, mesmo quando a lógica humana dissesse o contrário.
3. A prova das coisas que não se veem. A “prova” tem o significado de “convicção”, que é o terceiro elemento da fé. Aqui temos um ponto muito importante a considerar. Pessoas há que manipulam este texto para justificar a prática mística do que eles chamam de visualização mental para obtenção do que se deseja. Nesse meio estão certas ramificações da Confissão Positiva. Tal prática não tem apoio nas Escrituras Sagradas. No contexto do capítulo 11 de Hebreus, “as coisas que não se veem” são as coisas de Deus, “os bens futuros” (Hb 9.11), “as melhores promessas” (Hb 8.6). Isso porque tais “coisas” foram prometidas por Deus em sua Palavra, e esta não pode falhar em nenhuma hipótese. Há “crentes” que, iludidos pelo seu próprio coração, asseveram que podem aplicar esse texto (v.1) a qualquer coisa. Por exemplo: “eu creio que Deus vai me dar um carro novo, e uma bela casa”. Ora, isso é um desejo, mas não uma promessa de Deus. Pode tornar-se real ou não. É algo condicional e circunstancial.

II. EXEMPLOS MARCANTES DE FÉ

1. Abel. Foi exemplo de fé sacrificial. A Bíblia não diz em Gênesis 4 por que Deus aceitou seu sacrifício e não o de seu irmão, o homicida Caim. Mas em Hebreus 11.4 podemos constatar o final da história: enquanto a oferta de Abel foi movida pela fé em Deus (ver Jd v.11), Caim trilhou seu “caminho” sem fé.
A ideia de que a oferta de Abel foi aceita por tratar-se de oferta com sangue (apontava para o sacrifício de Cristo) apesar de correta, é parcial, uma vez que a oblação de Caim, mesmo sendo de vegetais, também seria aceita por ser produto do seu trabalho como lavrador (Gn 4.3; ver v.7).
Caim tinha má índole; era iracundo e “suas obras eram más” (1 Jo 3.12), por essas razões suas ofertas não foram aceitas pelo Senhor.
2. Enoque. Exemplo de fé agradável. O pouco que a Bíblia fala sobre esse homem de Deus encerra a grandeza de seu caráter e de sua fé: “E andou Enoque com Deus; e não se viu mais, porquanto Deus para si o tomou” (Gn 5.24). Se ele “andou com Deus”, ou seja, viveu em íntima comunhão com o Eterno e no centro da sua vontade, diante da extrema incredulidade de seu tempo, foi porque tinha uma fé viva, que via o mundo melhor. Por isso, ainda na terra, antes da sua trasladação, “alcançou testemunho de que agradara a Deus”. Sem fé não agradamos a Deus (Hb 11.6).
3. Noé. Exemplo de fé obediente e justa. Nunca ouvira falar de dilúvio, todavia, “divinamente avisado das coisas que não se viam, temeu” e obedeceu, preparando uma arca “para salvação da sua família”. Noé foi o primeiro homem na Bíblia a ser chamado justo. Isso nos traz uma lição de extremo valor: o homem de fé precisa ser justo diante de Deus e dos homens.
4. Abraão. É considerado o pai da fé provada. Quando foi chamado por Deus, sequer imaginava para onde iria (v.8). Passou anos habitando em tendas, peregrinando “como em terra alheia” (v.9) e recebeu a promessa de que seria “uma grande nação” (Gn 12.2). O Todo-Poderoso mandou que ele olhasse para os céus e contasse as estrelas, se pudesse, dizendo que assim seria sua semente: “e creu ele no Senhor e foi-lhe imputado isto por justiça”. Mais tarde Deus pediu-lhe em sacrifício seu único filho, Isaque. Sem relutar, o grande patriarca obedeceu piamente à voz do Altíssimo, crendo “que Deus era poderoso para até dos mortos o ressuscitar” (vv.17,18). O Deus de Abraão é o nosso Deus. Ele é fiel em cumprir sua palavra (cf. Jr 1.12).

III. VIRAM AS PROMESSAS DE LONGE

1. Todos estes morreram na fé. Após destacar os quatro primeiros heróis da fé, o escritor declara que eles morreram na fé, “sem terem recebido as promessas, mas, vendo-as de longe...”. Como Paulo, combateram o bom combate, acabaram a carreira e guardaram a fé (2 Tm 4.7).
2. Viram as promessas de longe. Era a fé fazendo-os olhar para o horizonte ao longe, sem chegar lá, porém contemplando o cumprimento das promessas. Certamente eles usufruíam a salvação em Cristo porque criam na vida eterna, na entrada nos céus, na vitória sobre o mal e, sobretudo, no reinado eterno de Deus.
3. Crendo nas promessas, abraçando-as e confessando-as (v.13). A fé daqueles homens era tão forte e poderosa que, mesmo sem verem o cumprimento das promessas de Deus, nelas creram e as abraçaram (cf. v.1). Eles consideravam-se “estrangeiros e peregrinos na terra”, porque esperavam uma pátria melhor, definitiva, no futuro, sendo aclamados por Deus, “porque já lhes preparou uma cidade” (vv.13-16).

IV. HOMENS DOS QUAIS O MUNDO NÃO ERA DIGNO

Na última parte do texto em estudo, a Palavra de Deus fala de forma comovente sobre dois tipos de heróis da fé. São eles:
1. Os lutadores. As Escrituras apresentam vários exemplos de lutadores. Eles “venceram reinos, praticaram a justiça, alcançaram promessas, fecharam as bocas dos leões, neutralizaram a força do fogo, escaparam do fio da espada”, tudo isso pela fé no Todo-Poderoso.
2. Os martirizados. Foram os que, na luta pela fé, foram açoitados, apedrejados, presos, aflitos, torturados e mortos: “não aceitando o seu livramento, para alcançarem uma melhor ressurreição” (vv.35-37). A história da Igreja registra outros grandiosos exemplos de fé e coragem entre os mártires do cristianismo.
3. Foram homens “dos quais o mundo não era digno”. O “mundo” que não é digno dos homens de Deus é aquele que se opõe ao bem, e que dificulta a inquirição espiritual. Foi para esse mundo que Jesus apontou ao falar sobre a inevitabilidade das perseguições: “Se o mundo vos aborrece, sabei que, primeiro do que a vós, me aborreceu a mim” (Jo 15.18).
Os homens dos quais o mundo não era digno viram de longe as promessas, mas não as alcançaram, “provendo Deus alguma coisa melhor a nosso respeito, para que eles, sem nós, não fossem aperfeiçoados” (vv.39,40).
Hoje para muitos, principalmente crianças e adolescentes que não conhecem a Deus, os heróis são os ídolos humanos ou virtuais da TV e do cinema. Esses não passam de falsos ídolos e heróis que desencaminham seus admiradores para o mal. Contudo, a Bíblia nos inspira fé e perseverança, necessárias para que confiemos nas promessas de Deus. Ela nos mostra em suas páginas a vida de homens e mulheres, crianças e adolescentes, jovens e adultos, que nos legaram exemplos extraordinários da verdadeira fé em Deus.

“Encorajamento palas vitórias da fé (Cap.11). O autor, neste capítulo, destaca a fé como sendo a grande característica e o denominador comum do verdadeiro povo de Deus em todos os tempos (cf. 10.38,39). Ele menciona detalhadamente os heróis da fé que viviam sob a antiga aliança e cujos exemplos nos incentivam a sermos leais a Deus, hoje.
O versículo 1 é muitas vezes citado como uma definição de fé, porém, na realidade é mais uma explicação das características da fé. Em poucas palavras, a fé é simplesmente confiança em Deus e sua palavra (cf. Rm 10.17). Parafraseando o versículo, poderíamos dizer: ‘A fé significa que somos confiantes; temos a certeza (algo que serve de base ou apoio a qualquer coisa, como um alicerce, um fundamento, uma promessa ou um contrato) daquilo quer esperamos receber, a convicção da realidade das coisas invisíveis’.
Foi com essa atitude de fé que, naquele tempo, os heróis enfrentaram o futuro e aprenderam as coisas invisíveis. Os antigos alcançaram testemunho e o próprio Deus também testificou da fé que possuíam, a qual superou todos os obstáculos, sendo seus feitos registrados na Bíblia como homens de fé (v.2).
A crença em Deus como Criador de todas as coisas do universo é imprescindível para a vida de fé, qualquer que seja sua manifestação (v.3). ‘Por isso, em primeiro lugar, o autor declara essa ação primária da fé, pela qual chegamos à plena certeza de que o mundo - a História e as eras - não resultou do acaso; é uma resposta à expressão da vontade de Deus’ (Westcott)” (Comentário Bíblico - Hebreus, CPAD, pág.158).

“Creia que ele existe (Hb 11.6). Este versículo descreve as convicções integrantes da fé salvífica. (1) devemos crer na existência de um Deus pessoal, infinito e santo, que tem cuidado de nós. (2) Devemos crer que Ele nos galardoará quando o buscarmos com sinceridade, sabendo que nosso maior galardão é a alegria e a presença do próprio Deus. Ele é nosso escudo e nossa grande recompensa (Gn 15.1; Dt 4.29; Mt 7.7,8 nota; Jo 14.21 nota). (3) Devemos buscar a Deus com diligência e desejar ansiosamente a sua presença e graça” (Bíblia de Estudo Pentecostal, CPAD, pág.1916.).FONTE CPAD


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