5. Protestantismo missionário
(1835-1889)
As primeiras organizações
protestantes que atuaram junto aos brasileiros foram as sociedades bíblicas:
Britânica e Estrangeira (1804) e Americana (1816). Havia duas traduções da
Bíblia em português, uma protestante, feita pelo Rev. João Ferreira de Almeida
(1628-1691), e outra católica, do padre Antônio Pereira de Figueiredo
(1725-1797). Os primeiros agentes oficiais das sociedades bíblicas foram: da SBA,
James C. Fletcher (1855); da SBBE, Richard Corfield (1856). Nesse período
pioneiro, foi muito importante o trabalho dos colportores, isto é, vendedores
de Bíblias e literatura religiosa.
A Igreja Metodista Episcopal foi a
primeira denominação a iniciar atividades missionárias junto aos brasileiros
(1835-1841). Seus obreiros iniciais foram Fountain E. Pitts, Justin Spaulding e
Daniel Parish Kidder. Eles fundaram no Rio de Janeiro a primeira escola
dominical do Brasil. Também atuaram como capelães da Sociedade Americana dos
Amigos dos Marinheiros, fundada em 1828.
Daniel P. Kidder foi uma figura
importante dos primórdios do protestantismo brasileiro. Ele viajou por todo o
país, vendeu Bíblias e manteve contactos com intelectuais e políticos
destacados, como o padre Diogo Antônio Feijó, regente do império (1835-1837).
Kidder escreveu o livro Reminiscências de viagens e permanência no
Brasil, publicado em 1845, um clássico que despertou grande interesse pelo
Brasil.
James Cooley Fletcher (1823-1901) era
pastor presbiteriano. Estudou no Seminário de Princeton e na Europa, e se casou
com uma filha de César Malan, teólogo calvinista de Genebra. Chegou ao Brasil
em 1851 como o novo capelão da Sociedade dos Amigos dos Marinheiros e como
missionário da União Cristã Americana e Estrangeira. Atuou como secretário
interino da legação americana no Rio de Janeiro e foi o primeiro agente oficial
da Sociedade Bíblica Americana. Foi um promotor entusiasta do protestantismo e
do “progresso”. Escreveu O Brasil e os brasileiros, publicado em
1857, uma versão atualizada da obra de Kidder.
Robert Reid Kalley (1809-1888) era
natural da Escócia. Estudou medicina e foi trabalhar como missionário na Ilha
da Madeira (1838). Oito anos depois, escapou de uma violenta perseguição e foi
com seus paroquianos para os Estados Unidos. Fletcher sugeriu que ele fosse
para o Brasil, onde Kalley e sua esposa Sarah Poulton Kalley (1825-1907)
chegaram em maio de 1855. No mesmo ano, fundaram em Petrópolis a primeira
escola dominical permanente do país (19 de agosto). Em 11 de julho de 1858,
Kalley fundou a Igreja Evangélica, depois Igreja Evangélica Fluminense (1863),
cujo primeiro membro brasileiro foi Pedro Nolasco de Andrade. Kalley teve
importante atuação na defesa da liberdade religiosa (1859). Sua esposa foi
autora do famoso hinário Salmos e hinos(1861). A Igreja Fluminense
aprovou sua base doutrinária, elaborada por Kalley, em 2 de julho de 1876. No
mesmo ano, o missionário voltou em definitivo para a Escócia. Os estatutos da
igreja foram aprovados pelo governo imperial em 22 de novembro de 1880.
Os missionários pioneiros da Igreja
Presbiteriana foram Ashbel Green Simonton (1859), Alexander Latimer Blackford
(1860) e Francis Joseph Christopher Schneider (1861). As primeiras igrejas
organizadas foram as do Rio de Janeiro (1862), São Paulo (1865) e Brotas
(1865). Duas importantes realizações iniciais foram o jornal Imprensa
Evangélica(1864-1892) e o Seminário do Rio de Janeiro (1867-1870). O
primeiro pastor evangélico brasileiro foi o ex-sacerdote José Manoel da
Conceição, ordenado em 17 de dezembro de 1865. Em 1870, os presbiterianos
fundaram em São Paulo a Escola Americana (atual Universidade Mackenzie). Em
1888, foi organizado o Sínodo do Brasil, que marcou a autonomia eclesiástica da
Igreja Presbiteriana do Brasil.
Após a Guerra Civil americana
(1861-1865), muitos imigrantes norte-americanos se estabeleceram no interior da
Província de São Paulo. Eles foram seguidos por missionários presbiterianos,
metodistas e batistas. Os pioneiros enviados pela Igreja Presbiteriana do Sul
dos Estados Unidos (PCUS) foram George Nash Morton e Edward Lane (1869). Eles
fundaram o Colégio Internacional, instalado oficialmente em 1873.
A Igreja Metodista Episcopal (do sul dos
Estados Unidos) enviou Junius E. Newman para trabalhar junto aos imigrantes
(1876). O primeiro missionário aos brasileiros foi John James Ransom, que
chegou em 1876 e dois anos depois organizou a primeira igreja no Rio de
Janeiro. A professora Martha Hite Watts iniciou uma escola para moças em
Piracicaba (1881). A partir de 1880, a I.M.E. do norte dos EUA enviou obreiros
ao norte do Brasil (William Taylor, Justus H. Nelson) e ao Rio Grande do Sul. A
Conferência Anual Metodista foi organizada em 1886 pelo bispo John C. Granbery,
com a presença de apenas três missionários.
Os primeiros missionários da Igreja
Batista, Thomas Jefferson Bowen e sua esposa (1859-1861), não foram bem
sucedidos. Em 1871, os imigrantes batistas de Santa Bárbara organizaram duas igrejas.
Os primeiros missionários junto aos brasileiros foram William Buck Bagby,
Zachary Clay Taylor e suas esposas (chegados em 1881-1882). O primeiro membro e
pastor batista brasileiro foi o ex-padre Antônio Teixeira de Albuquerque, que
já estivera ligado aos metodistas. Em 1882 o grupo fundou a primeira igreja
brasileira em Salvador, na Bahia. A Convenção Batista Brasileira foi criada em
1907.
A Igreja Protestante Episcopal foi a
última das denominações históricas a iniciar trabalho missionário no Brasil. Um
importante e controvertido precursor havia sido Richard Holden (1828-1886), que
durante três anos atuou com poucos resultados no Pará e na Bahia (1861-1864). O
trabalho permanente teve início em 1890 com James Watson Morris e Lucien Lee
Kinsolving. Inspirados pela obra de Simonton e por um folheto sobre o Brasil,
eles se estabeleceram em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, um estado até
então pouco ocupado por outras missões. Em 1899, Kinsolving tornou-se o
primeiro bispo residente da Igreja Episcopal do Brasil.
6. Igreja e estado: período
republicano
A separação entre a igreja e o estado
foi efetivada pelo Decreto nº 119-A, de 7 de janeiro de 1890, que consagrou a
plena liberdade de culto. Em fevereiro de 1891, a primeira Constituição
republicana confirmou a separação entre a igreja e o estado, bem como proclamou
outras medidas liberais como a plena liberdade de culto, o casamento civil
obrigatório e a secularização dos cemitérios. Sob influências liberais e
positivistas, a Constituição omitiu o nome de Deus, afirmando assim a caráter
não religioso do novo regime, e a Igreja Católica foi colocada em pé de
igualdade com todos os outros grupos religiosos; a educação foi secularizada,
sendo a religião omitida do novo currículo. Em uma carta pastoral de março de
1890, os bispos deram as boas-vindas à República, mas também repudiaram a
separação entre a igreja e o estado.
A partir de então, a Igreja teve duas
grandes preocupações: obter o apoio do Estado e aumentar a sua influência na
sociedade. Um dos primeiros passos foi fortalecer a estrutura interna da
igreja: criaram-se novas estruturas eclesiásticas (dioceses, arquidioceses, etc.)
e fundaram-se novos seminários. Foi incentivada a vinda de muitos religiosos
estrangeiros para o Brasil (capuchinhos, beneditinos, carmelitas,
franciscanos). A igreja também manteve sua firme oposição contra a modernidade,
o protestantismo, a maçonaria e outros movimentos.
Dois grandes líderes foram
especialmente influentes nesse esforço renovador: primeiro, o padre Júlio
Maria, que desde 1890 até sua morte em 1916 foi muito ativo como pregador e
escritor, visando mobilizar a igreja e tornar o Brasil verdadeiramente
católico. Ainda mais notável foi D. Sebastião Leme da Silveira Cintra
(1882-1942), o líder responsável pela orientação e mobilização da Igreja
Católica brasileira na primeira metade do século 20, como arcebispo de Olinda e
Recife (1916-21), coadjutor no Rio de Janeiro (1921-30) e cardeal arcebispo do
Rio até a sua morte.
Em 1925, D. Leme propôs emendas à
constituição que dariam reconhecimento oficial à Igreja Católica como a
religião dos brasileiros e permitiriam a educação religiosa nas escolas
públicas. As chamadas “emendas Plínio Marques” enfrentaram a vigorosa oposição
dos protestantes, maçons, espíritas e da imprensa, sendo eventualmente
rejeitadas. Todavia, mediante um decreto de abril de 1930, Getúlio Vargas
permitiu o ensino religioso nas escolas. Por fim, a Constituição de 1934
incluiu todas as exigências católicas, sem oficializar o catolicismo. O Centro
Dom Vital, cujos líderes iniciais foram Jackson de Figueiredo e Alceu de
Amoroso Lima, deu continuidade à luta pela ascendência católica. A agenda da
Liga Eleitoral Católica incluía tópicos como a oficialização do catolicismo, o
casamento religioso, o ensino religioso nas escolas públicas, capelanias
católicas nas forças armadas e sindicatos católicos. Também foram realizadas
campanhas contra as missões estrangeiras protestantes.
7. Católicos e protestantes
Nas primeiras décadas do período
republicano, os protestantes tiveram diferentes atitudes diante da reação
católica. Uma delas foi a criação de uma frente unida contra o catolicismo. A
entidade conhecida como Aliança Evangélica havia sido criada inicialmente na
Inglaterra (1846) e nos Estados Unidos (1867). A congênere brasileira surgiu em
São Paulo, em julho de 1903, tendo como presidente Hugh C. Tucker (metodista) e
como secretário F. P. Soren (batista). Todavia, o Congresso do Panamá e a
subsequente Conferência do Rio de Janeiro, em 1916, revelaram atitudes
divergentes em relação ao catolicismo, sendo alguns elementos, principalmente
norte-americanos, favoráveis a uma aproximação e mesmo colaboração com a igreja
católica. Uma das questões discutidas foi o rebatismo ou não de católicos
convertidos à fé evangélica. Esse período também viu o recrudescimento de
perseguições contra os protestantes em muitos lugares do Brasil.
Na década de 1920, a Comissão
Brasileira de Cooperação, liderada pelo Rev. Erasmo de Carvalho Braga
(1877-1932) procurou unir as igrejas evangélicas na luta pela preservação dos
seus direitos e no exercício de um testemunho profético junto à sociedade
brasileira. Esse esforço teve prosseguimento até os anos 60 na Confederação
Evangélica do Brasil. Após 1964, as relações das igrejas evangélicas e da
Igreja Católica com o estado brasileiro tomaram rumos por vezes diametralmente
opostos, cujas conseqüências se fazem sentir até os dias de hoje.
8. Progressistas x conservadores
Nas primeiras décadas do século 20, o
protestantismo brasileiro sofreu a influência de algumas correntes teológicas
norte-americanas, como o evangelho social, o movimento ecumênico e o
fundamentalismo. Inspirado em parte pelos dois primeiros, surgiu um notável
esforço cooperativo entre as igrejas históricas, sob a liderança do Rev. Erasmo
Braga, secretário da Comissão Brasileira de Cooperação (1917). Essa entidade se
uniu em 1934 à Federação das Igrejas Evangélicas do Brasil e ao Conselho
Nacional de Educação Religiosa para formar a Confederação Evangélica do Brasil
(CEB). Nos anos 50 e início da década de 60, a CEB criou a Comissão de Igreja e
Sociedade (1955), depois Setor de Responsabilidade Social da Igreja. Sua quarta
reunião, conhecida como Conferência do Nordeste, realizada em Recife em 1962,
teve como tema “Cristo e o Processo Revolucionário Brasileiro”. Seus líderes
foram Carlos Cunha, Almir dos Santos e Waldo César, sendo preletores Sebastião
G. Moreira, Joaquim Beato, João Dias de Araújo e o bispo Edmundo K. Sherill.
O movimento ecumênico havia surgido
com a Conferência Missionária Mundial (1910), em Edimburgo, na Escócia, que deu
origem ao Concílio Missionário Internacional (1921). Outros dois movimentos,
“Vida e Trabalho” e “Fé e Ordem” se uniram para formar o Conselho Mundial de
Igrejas (Utrecht, 1938; Amsterdã, 1948). Algumas das primeiras igrejas
brasileiras a se filiarem a essa organização foram a metodista (1942), a
luterana (1950), a episcopal (1965) e a Igreja Evangélica Pentecostal O Brasil
Para Cristo (1968).
Por fim, o espírito denominacional
suplantou o ecumenismo. Duncan Reily observa: “O ecumenismo no Brasil foi muito
mais um projeto dos missionários e das sociedades missionárias do que dos
brasileiros” (História Documental, 233). Além de algumas igrejas
históricas, também se opuseram ao ecumenismo os grupos pentecostais, as
“missões de fé” e “missões indenominacionais”, e o movimento fundamentalista de
Carl McIntire.
9. Denominações históricas
(1889-1964)
9.1 Igreja Congregacional
Essa foi a primeira denominação
brasileira inteiramente nacional (não sujeita a nenhuma junta missionária). Até
1913, foram organizadas somente treze igrejas congregacionais no Brasil, todas
autônomas. Oito eram filhas da Igreja Fluminense: Pernambucana (1873), Passa
Três (1897), Niterói (1899), Encantado (1903), Paranaguá, Paracambi e Santista
(1912), Paulistana (1913), e três da Igreja Pernambucana: Vitória (1905),
Jaboatão (1905) e Monte Alegre (1912). Em julho de 1913, essas igrejas se
reuniram em 1ª Convenção Geral, no Rio de Janeiro. Daí até 1942, a denominação
mudou de nome dez vezes.
Os ingleses fundaram missões para
atuar na América do Sul: Help for Brazil (criada em 1892
por iniciativa de Sarah Kalley e outros), South American
Evangelical Mission(Argentina) e Regions Beyond Missionary
Union (Peru). Após a Conferência de Edimburgo (1910), essas missões
vieram a constituir a União Evangélica Sul-Americana – UESA (1911). Dos seus
esforços, surgiu no Brasil a Igreja Cristã Evangélica.
Os congregacionais uniram-se à Igreja
Cristã Evangélica em 1942, formando a União das Igrejas Congregacionais e
Cristãs do Brasil. Separaram-se em 1969, tomando o nome de União das Igrejas
Evangélicas Congregacionais do Brasil. A outra ala dividiu-se em duas: Igreja
Cristã Evangélica no Brasil (Anápolis) e Igreja Cristã Evangélica do Brasil
(São Paulo).
9.2 Igreja Presbiteriana
A Igreja Presbiteriana do Brasil
alcançou sua autonomia formal em 1888, com a criação do Sínodo Presbiteriano.
Surgiu então uma crise no período 1892-1903 em torno das questões missionária,
educativa e maçônica que resultou em divisão, surgindo a Igreja Presbiteriana
Independente. Dois eventos significativos no início do século 20 foram a
criação da Assembléia Geral (1910) e o estabelecimento de um plano de cooperação
entre a igreja e as missões americanas, conhecido como Modus Operandi ou
“Brazil Plan” (1917). Com a Constituição de 1937, a Assembléia Geral foi
transformada em Supremo Concílio. Em 1955 surgiu o Conselho Interpresbiteriano,
criado para gerir as relações da igreja com as missões americanas e com as
juntas missionárias nos Estados Unidos.
Em 1948, Samuel Rizzo representou a
IPB na Assembléia do Conselho Mundial de Igrejas em Amsterdã. No ano seguinte,
a igreja optou pela “eqüidistância” entre o CMI e o CIIC de Carl McIntire. Em
1962, o Supremo Concílio aprovou o “Pronunciamento Social da IPB”.
Entre a juventude surgiu um crescente
questionamento da posição conservadora da igreja. Um importante canal de
expressão foi o controvertido Jornal Mocidade (1944). Billy
Gammon, filha do Rev. Samuel Gammon, foi nomeada secretária da mocidade a
partir de 1946. Até 1958 o número de sociedades locais cresceu de 150 para 600,
com 17 mil membros. O Rev. M. Richard Shaull veio ao Brasil para trabalhar
entre universitários. Em 1953 tornou-se professor do Seminário Presbiteriano de
Campinas e começou a cooperar com o Departamento de Mocidade e a União Cristã
de Estudantes do Brasil (UCEB). Tornou-se uma voz influente na mocidade
evangélica em geral. Em 1962, o Supremo Concílio reestruturou o Departamento de
Mocidade, tirando sua autonomia.
Igreja Presbiteriana Fundamentalista: Israel Gueiros,
pastor da 1ª Igreja Presbiteriana de Recife e ligado ao Concílio Internacional
de Igrejas Cristãs (Carl McIntire) liderou uma campanha contra o Seminário do
Norte sob a acusação de modernismo. Fundou outro seminário e foi deposto pelo
Presbitério de Pernambuco em julho de 1956. Em 21 de setembro do mesmo ano foi
organizada a IPFB com quatro igrejas locais (inclusive elementos batistas e
congregacionais), que formaram um presbitério com 1800 membros.
9.3 Igreja Presbiteriana Independente
Essa igreja surgiu em 1903 como uma
denominação totalmente nacional, sem qualquer vinculação com igrejas
estrangeiras. Resultou do projeto nacionalista de Eduardo Carlos Pereira
(1856-1923). Em 1907 tinha 56 igrejas e 4.200 membros comungantes. Fundou um
seminário em São Paulo. Em 1908 foi instalado o Sínodo, inicialmente com três
presbitérios. Mais tarde, em 1957, foi criado o Supremo Concílio, com três
sínodos, dez presbitérios, 189 igrejas locais e 105 pastores. Seu jornal
oficial era O Estandarte, fundado em 1893. Após o Congresso do
Panamá (1916), a IPI aproximou-se da IPB e das outras igrejas evangélicas. A
partir de 1930, surgiu um movimento de intelectuais (entre eles o Rev. Eduardo
Pereira de Magalhães, neto de Eduardo Carlos Pereira) que pretendia reformar a
liturgia, certos costumes eclesiásticos e até mesmo a Confissão de Fé. A
questão eclodiu no Sínodo de 1938. Um grupo organizou a Liga Conservadora,
liderada pelo Rev. Bento Ferraz. A elite liberal retirou-se da IPI em 1942 e
formou a Igreja Cristã de São Paulo.
A Igreja Presbiteriana
Conservadora foi fundada pelos membros da Liga Conservadora em 1940.
Em 1957, contava com mais de vinte igrejas, em quatro estados, e tinha um
seminário. Seu órgão oficial é O Presbiteriano Conservador.
Filiou-se à Aliança Latino-Americana de Igrejas Cristãs e à Confederação de
Igreja Evangélicas Fundamentalistas do Brasil.
9.4 Igreja Metodista
A Conferência Anual Metodista foi
organizada no Rio de Janeiro em 15 de setembro de 1886 pelo bispo John C.
Granbery, enviado ao Brasil pela Igreja Metodista Episcopal do Sul. Tinha
apenas três missionários, James L. Kennedy, John W. Tarboux e Hugh C. Tucker,
sendo a menor conferência anual já criada na história do metodismo. Em 1899, a
IME do Norte transferiu seu trabalho no Rio Grande do Sul para a Conferência
Anual. Em 1910 e 1919 surgiram outras duas conferências (norte, sul e centro).
A Junta de Nashville continuou a
interferir na vida da igreja de modo indevido, culminando com a insistência em
nomear o presidente do Colégio Granbery (1917). Cresceu o movimento pelo
sustento próprio, liderado por Guaracy Silveira. Em 1930 a IMES cedeu a
autonomia desejada. No dia 2 de setembro de 1930, na Igreja Metodista Central
de São Paulo, foi organizada a Igreja Metodista do Brasil. O primeiro bispo
eleito foi o velho missionário John William Tarboux. O primeiro bispo
brasileiro foi César Dacorso Filho (1891-1966), eleito em 1934, que por doze
anos (1936-1948) foi o único bispo da igreja. A Igreja Metodista foi a primeira
denominação brasileira a filiar-se ao Concílio Mundial de Igrejas (1942).
9.5 Igreja Batista
A Convenção Batista Brasileira foi organizada
no dia 24 de junho de 1907 na Primeira Igreja Batista da Bahia (Salvador),
quando 43 delegados, representando 39 igrejas, aprovaram a “Constituição
Provisória das Igrejas Batistas do Brasil”.
Na chamada “questão radical”, líderes
batistas do nordeste apresentaram um memorial aos missionários em 1922 e um
manifesto à Convenção em 1925 reivindicando maior participação nas decisões,
principalmente na área financeira. Não atendidos, mais tarde organizaram-se
como um facção separada da Convenção e da Junta. As bases de cooperação entre a
igreja brasileira e a Junta de Richmond voltaram a ser discutidas em 1936 e
1957.
9.6 Igreja Luterana
O Sínodo Rio-Grandense surgiu em
1886. Posteriormente, surgiram outros sínodos autônomos: Sínodo da Caixa de
Deus ou “Igreja Luterana” (1905), com forte ênfase confessional; Sínodo
Evangélico de Santa Catarina e Paraná (1911) e Sínodo Brasil Central (1912). O
Sínodo Rio-Grandense, ligado à Igreja Territorial da Prússia, filiou-se à
Federação Alemã das Igrejas Evangélicas em 1929. Em 1932, o Sínodo Luterano
também se filiou à federação e começou a se aproximar dos outros sínodos. Em
1939 o Estado Novo exigiu que toda a pregação pública fosse feita em português.
Em 1949 os quatro sínodos se
organizaram em Federação Sinodal, a Igreja Luterana propriamente dita. No ano
seguinte a igreja solicitou admissão ao Conselho Mundial de Igrejas e em 1954
adotou o nome de Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB). A
Igreja Luterana filiou-se à Confederação Evangélica do Brasil em 1959.
9.7 Igreja Episcopal
Uma Convocação especial reunida em
Porto Alegre em 30 de maio de 1898 definiu a relação formal entre a missão e a
Igreja Episcopal dos Estados Unidos e elegeu Lucien Lee Kinsolving como o
primeiro bispo residente da igreja brasileira. Ele foi sagrado bispo em Nova
York em 6 de janeiro de 1899) e foi o único bispo episcopal no Brasil até 1925.
O primeiro bispo brasileiro foi Athalício Theodoro Pithan, sagrado em 21 de
abril de 1940.
Em abril de 1952, foi instalado o
Sínodo da Igreja Episcopal Brasileira, contando com três bispos: Athalício T.
Pithan, Luís Chester Melcher e Egmont Machado Krischke. Em 25 de abril de 1965
a Igreja Episcopal do Brasil obteve da igreja-mãe sua plena emancipação
administrativa e passou a ser uma província autônoma da Comunhão Anglicana.
Logo em seguida, filiou-se ao CMI.(notas Portal Mkenzie SâoPaulo)
Primórdios Pentecostais
As igrejas pentecostais de maior expressão da América Latina, tiveram um começo comum: os avivamentos que varreram regiões da América do Norte e da Europa.A Igreja Assembléia de Deus, que forma hoje a maior denominação evangélica da América Latina, atribui as suas origens ao monumental reavivamento da rua Azuza, em 1906, na cidade de Los Angeles, da Califórnia. Gaxiola Lopes, escreve a história pentecostal do México, dizendo que essa igreja tem suas origens também no reavivamento da rua Azuza.
A Congregação Cristã no Brasil também deve seus primórdios ao avivamento da rua Azuza. Segundo a história dessa igreja, foi em Chicago que Luís Francescon recebeu a experiência pentecostal do batismo com o Espírito Santo, e então ele e um companheiro partiram para o Brasil em 1909. O resultado dessa viagem foi o estabelecimento da Congregação Cristã no Brasil, destinada a tornar-se a segunda maior igreja evangélica do Brasil.Na Argentina, a Igreja Assembléia de Deus começou mais ou menos no mesmo tempo, e embora muito menor que a Assembléia de Deus no Brasil, é hoje uma das maiores denominações pentecostais naquele país.
As notícias do avivamento ocorrido na rua Azuza, em 1906, sem demora atingiram diferentes regiões do mundo, estendendo-se até a Índia. O pastor William C. Hoover, ministro da Igreja Metodista que trabalhava no Chile, recebeu uma carta de um conhecido seu que trabalhava na Índia, através da qual explicava os efeitos da experiência pentecostal na vida de muitos conhecidos seus num posto missionário na Índia. Por essa razão, Hoover assistiu um culto numa igreja em Chicago, onde teve a experiência do batismo com o Espírito Santo. Através dele as chamas do fogo do Espírito Santo foram lançadas nos campos do Chile.
Outros exemplos revelam começos semelhantes entre
igrejas pentecostais da América Latina, o que resultou numa nova dimensão da
expansão da Igreja. Estas igrejas têm se antecipado ao tempo e ao progresso, de
sorte que hoje, onde chega o progresso através de estradas, escolas e
comunicações, aí há sempre uma igreja pentecostal saudando-os bem vindos.(Notas
protestantismo)
A FORMAÇÃO DAS ASSEMBLEIA DE DEUS NO BRASIL
DO
dia para noite denominações inteiras iam se tornando pentecostais .E também
centenas de grupos pentecostais estavam crescendo rapidamente .A maior
parte destes grupos reuniram-se em littie rock,arkansas em 1914 e formaram as
ASSEMBLEIA DE DEUS ,reconhecida como a denominação de mais crescimento nos
ESTADOS UNIDOS.
A EXPANSÃO DO MOVIMENTO PENTECOSTAL
O avivamento
pentecostal teve incio em TOPEKA ,na escola bíblia ,mas foi em LOS ANGELES ,NA
rua AZUZA que ele alcançou notoriedade mundial.jornalistas ,ministros e leigos
cristãos de varias denominações e de diversas partes do mundo ,iam até a rua
azuza para se inteirar dos fatos que ocorriam e boa parte
deles tornavam-se pentecostais .Da rua azuza o fogo pentecostal
alastrou-se rapidamente por todo mundo. (notas reflexão teológica do
movimento pentecostal ad campinas/sp pp.17-18).
notas Portal Makenzie, e historia da rua Azuza, CPAD 2016)
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