SUBSIDIO CPAD JOVENS O ESTADO
Romanos 8.17; Hebreus 11.13; Provérbios
28.12,28.
Converse
com a turma sobre o conceito de política e suas implicações no dia-a-dia. Até
que ponto somos afetados por ela? O que o desempenho do Presidente da República
tem a ver com a minha saúde? Com a educação de meus filhos? Com o meu salário?
Como a política se desdobra afetando, ou beneficiando, o cidadão tanto
individual como coletivamente? De que forma a política pode atingir ou
influenciar a comunidade cristã?
É
importante saber que a política exerce influência em todas as áreas da vida,
portanto, não faz sentido o crente dizer que não quer envolver-se com ela.
Ainda que não seja militante nesta área, ele deve procurar estar informado
sobre o desempenho de seus governantes, orar por eles, e saber que eles são
eleitos para trabalhar a seu favor. Para exercer cidadania é necessário estar
consciente de seus direitos e deveres, e isto demanda uma compreensão do que
vem a ser o verdadeiro exercício político.
ORIENTAÇÃO
O
método de discussão, sem dúvida alguma, é o mais indicado para o estudo de
temas mais complexos como a ética cristã estudada durante este trimestre. Este
método oferece oportunidade para troca de ideias e opiniões entre os membros do
grupo. Se usado com seriedade todos tomarão parte dele. O curioso é que ninguém
pode imaginar o que virá em seguida, quando todo o grupo está pensando no que
vai falar. Para que este método tenha êxito devemos levar em conta os seguintes
pontos:
a)
A pergunta para iniciar a discussão deve despertar o interesse dos alunos e
levá-los a pensar. Por exemplo: Deve o cristão envolver-se em política
partidária? O cristão deve sempre votar em candidato cristão?
b)
O professor deve fazer com que a discussão permaneça presa ao assunto principal
e guiá-la com sabedoria para conclusões definidas. As perguntas e os problemas
suscitados podem ser transformados em tarefas para o domingo seguinte e usados
como temas de discussão. Isto capacita o aluno a dar opiniões corretas,
baseadas na informação conseguida durante a semana.
De
todas as áreas da vida do cidadão, a política tem sido uma em que muitos
cristãos não têm sido bem sucedidos, por não se conduzirem de modo digno diante
de Deus, diante da pátria, da consciência e de seus pares, como o fizeram
Daniel e seus companheiros no reino babilônico. Na realidade, porém, a política
é atividade necessária ao bom ordenamento e desenvolvimento da vida de uma
nação, na qual a Igreja está inserida.
I.
CONCEITO DE POLÍTICA
1.
Política. O vocábulo política vem do grego, polis, “cidade”. A política, pois,
procura determinar a conduta ideal do Estado, pelo que seria uma ética social.
II.
O CRISTÃO COMO CIDADÃO DOS CÉUS
1.
Nascidos de novo. Quando nos convertemos a Cristo, imediatamente somos
registrados no “cartório do céu”. Nos registros divinos, nosso nome passa a
fazer parte do Livro da Vida (Fp 4.3; Ap 13.8). Tornamo-nos seus filhos e
cidadãos do céu “Mas a todos quantos o receberam deu-lhes o poder de serem
feitos filhos de Deus: aos que creem em seu nome” (Jo 1.12). Já somos eleitos e
temos um representante divino que é o Espírito Santo: “Bendito o Deus e Pai de
nosso Senhor Jesus Cristo, o qual nos abençoou com todas as bênçãos espirituais
nos lugares celestiais em Cristo, em quem também vós estais, depois que
ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação; e, tendo nele
também crido, fostes selados com o Espírito Santo da promessa” (Ef 1.3,13).
2.
Nossa pátria está nos céus. A filiação divina nos dá o direito de sermos
herdeiros de Deus, como diz a Bíblia em Romanos 8.17. Por isso, nossa pátria
(ou cidade), é celestial: “Mas a nossa cidade está nos céus, donde também
esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo” (Fp 3.20).
3.
Não temos permanência aqui. “Porque não temos aqui cidade permanente, mas
buscamos a futura” (Hb 13.14). Essa é uma realidade da qual muitos crentes não
têm consciência. Vivem neste mundo, tão arraigados com ele, que perdem a visão
da cidadania celestial. Na verdade, nem somos deste mundo! (cf. Jo 15.18,19).
Somos peregrinos e forasteiros (Hb 11.13). Aqui, a corrupção “destrói
grandemente” (Mq 2.10). Se há uma atividade em que há corrupção, esta é a
política aqui na terra.
III.
O CRISTÃO COMO CIDADÃO NA TERRA
1.
Os direitos políticos. O cristão, como cidadão brasileiro, tanto pode votar,
como candidatar-se a cargos eletivos.
2.
O cristão como eleitor. É de grande importância que o servo ou serva de Deus
saiba exercer o seu direito, quando do momento das eleições municipais,
estaduais ou federais. É hora de mostrar que é cidadão do céu, exercendo um
direito de cidadão da terra. Como tal, lembrar-se de que é sal da terra e luz
do mundo (Mt 5.13,14).
a)
Antes de votar. Antes de qualquer decisão, o crente em Jesus deve orar a Deus,
pedindo sua direção pois um voto errado pode ser motivo de tristeza, frustração
e arrependimento tardio. É votar por fé, pois “tudo o que não é de fé é pecado”
(Rm 14.23). Conheço casos de crentes que votaram em alguém, e depois choraram de
amargura pelos prejuízos que sofreram.
b)
Jamais vender seu voto. Ele é arma de grande valor. Diante dos candidatos, o
cristão jamais deve aceitar vender seu voto. Isso é anti-ético para um cidadão
do céu e revela um profundo subdesenvolvimento cultural.
c)
Preferência por candidato cristão. Havendo um cristão que tenha um perfil
claramente identificado com Cristo, sério, comprometido com o Reino de Deus, de
bom testemunho na igreja, que seja honesto, cumpridor de seus deveres como pai
e esposo, que tenha vocação para a vida pública, o eleitor crente deve dar
preferência à sua candidatura, em lugar de eleger um descrente, que não tem
qualquer compromisso com a igreja do Senhor. A Palavra de Deus recomenda:
“Então, enquanto temos tempo, façamos o bem a todos, mas principalmente aos
domésticos da fé” (Gl 6.10). Não convém (1Co 6.12; 10.23), o envolvimento de
pastores na política, se têm chamada divina para o ministério. Que isso fique
para os membros que têm vocação terrena para tal.
d)
Exemplos de políticos sábios. É bom lembrar o que diz a Bíblia: “Não havendo
sábia direção, o povo cai, mas, na multidão de conselheiros, há segurança” (Pv
11.14). Ninguém melhor que um servo de Deus, para ter “sábia direção” na
condução de cargos públicos, administrativos ou políticos. Exemplo disso, temos
na Bíblia, com José, que foi governador do Egito (Gn 41.14-44); no reinado de
Artaxerxes, rei da Pérsia, Esdras destacou-se como líder sobre seu povo (Ed 7 a
10); Neemias, um copeiro de confiança do rei, foi designado para reconstruir
Jerusalém, tornando-se governador exemplar (Ler Neemias); Daniel, na Babilônia,
foi o principal dos príncipes, nomeado pelo rei Dario, e trabalhou tão bem que
estava cotado para ser o governante sobre todo o reino (Dn 6.1-3).
e)
Quando os justos são eleitos. “Quando os justos triunfam, há grande alegria;
mas, quando os ímpios sobem, os homens escondem-se” (Pv 28.12). Os cidadãos
cristãos precisam orar a Deus para que levante candidatos que honrem seu nome
ao serem eleitos, pois “quando os justos triunfam, há grande alegria”.
f)
Quando os ímpios são eleitos. A Bíblia é realista: “Quando os ímpios sobem, os
homens se escondem, mas, quando eles perecem, os justos se multiplicam” (Pv
28.28). É verdade. Quando são eleitos ímpios, homens carnais, materialistas,
muitos ateus, macumbeiros, adoradores de demônios, infiéis aos compromissos,
soberbos, corruptos, ingratos, insolentes e insensíveis, os quais, se eleitos,
não querem servir e sim serem servidos. Não temem a Deus, nem respeitam o
próximo (Lc 18.2). Quando os tais são eleitos, os verdadeiros homens de bem
desaparecem de cena. É bom os crentes pensarem bem, em oração, e não usarem
seus votos para elegerem ímpios. Aqui, cabe um esclarecimento. Nem todo
descrente é ímpio no sentido em que estamos usando o termo. Todo ímpio é
incrédulo, mas nem todo incrédulo é ímpio. Há não evangélicos que são homens de
bem. E há evangélicos que não são honestos. Se não houver um candidato com
perfil cristão, o crente pode sufragar o nome de um cidadão de boa reputação. A
Bíblia diz que devemos examinar tudo e ficar com o bem (1Ts 5.21).
g)
O que a igreja pode sofrer com os maus políticos. No novo milênio, a Igreja
poderá sofrer grandemente, com a ação de homens ímpios. Já há, no Congresso,
projeto de lei, propondo a “união civil entre pessoas do mesmo sexo”, que nada
mais é que a legalização pura e simples do homossexualismo, que é na Bíblia, um
pecado gravíssimo, “uma abominação ao Senhor” (cf. Lv 18.22,23; Rm 2.24-28).
Projeto, legalizando o aborto já foi apresentado. Em breve, poderão vir
projetos, legalizando a eutanásia, a clonagem de seres vivos (inclusive
humanos), o jogo do bicho, os cassinos, e a maconha, além de outros, que
destroem a dignidade da raça humana, conforme os princípios do Criador. A Nova
Era já está nas ruas e na mídia apregoando “a paz”, iludente e absurda. Em
muitas escolas, é utilizada “meditação transcendental”. Quem faz as leis? Os
pastores? Evangelistas? Missionários? Não! São aqueles que são eleitos,
inclusive com o voto dos cristãos. Portanto, é tempo de despertar; de agir com
santidade mas sem ingenuidade.
h)
O perigo do envolvimento da igreja local. Os crentes, como cidadãos, podem
votar e ser votados. Mas a igreja, como instituição de Cristo, não deve ser
envolvida com a política, mediante a troca de favores de quaisquer espécie. O
prejuízo pode ser irreparável. É de bom alvitre que os pastores não declarem
sua preferência. Estes foram chamados para unir o rebanho. A política divide as
pessoas, pela própria natureza partidária (Ler 1Co 1.10). O púlpito, de igual
modo, não é lugar para os políticos. A eles, deve ser dada honra, mas o uso do
púlpito é para os homens santos, consagrados a Deus.
O
cristão não pode ser contrário a uma atividade que busca a “conduta ideal do
Estado”. Como cidadãos da terra, precisamos viver num determinado local físico
e social, que faz parte de um Estado, que faz parte de um País. Esses precisam
ser administrados por homens de bem. Melhor seria que fossem cristãos. Que Deus
nos dé sabedoria e visão.
“A
vida social envolve, por um lado, harmonia e cooperação e, por outro, conflito
e colisão de interesses. O modo como trabalhamos por harmonia e resolvemos os
conflitos políticos implica em política. No centro da política está o poder
(...).
Os
cristãos hesitam em admitir que usam o poder, mas todas as relações humanas
envolvem questões de poder. Os cristãos podem se sentir mais à vontade falando
sobre virtude e justiça, mas mesmo que evitemos discutir sobre o poder, não
podemos fugir dele. Nem devemos, porque o poder é usado para o mal ou para o
bem. O poder é a capacidade de usar ou influenciar outros a comportarem-se como
você deseja (...). Precisamos de poder defensivo para nos proteger daqueles que
nos fariam mal. Usamos o poder interveniente até para proteger alguém do
prejuízo ou da injustiça. Necessitamos de poder econômico para cuidar de nossas
famílias e nos preparar para a velhice. As nações têm necessidade de poder
militar para se protegerem de agressores. Todos nadamos num mar de poder. Não
chamar poder por seu verdadeiro nome e não reconhecer sua importância nas
relações humanas é estar cego à realidade do poder usado contra nós e como o
usamos nos outros” (Panorama do Pensamento Cristão. CPAD, pp.443,444).
Nenhum comentário:
Postar um comentário
PAZ DO SENHOR
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.