SUBSIDIO ADOLESCENTES
A
ORAÇÃO NO NOVO TESTAMENTO
Lucas 24.46,49,52,53; Atos 1.4,5,12,14.
Lucas
24
46
- E disse-lhes: Assim está escrito, e assim convinha que o Cristo padecesse e,
ao terceiro dia, ressuscitasse dos mortos;
49
- E eis que sobre vós envio a promessa de meu Pai; ficai, porém, na cidade de
Jerusalém, até que do alto sejais revestidos de poder.
52
- E, adorando-o eles, tornaram com grande júbilo para Jerusalém.
53
- E estavam sempre no templo, louvando e bendizendo a Deus. Amém!
Atos
1
4
- E, estando com eles, determinou-lhes que não se ausentassem de Jerusalém, mas
que esperassem a promessa do Pai, que (disse ele) de mim ouvistes.
5
- Porque, na verdade, João batizou com água, mas vós sereis batizados com o
Espírito Santo, não muito depois destes dias.
12
- Então voltaram para Jerusalém, do monte chamado das Oliveiras, o qual está
perto de Jerusalém, à distância do caminho de um sábado.
14
- Todos estes perseveravam unanimemente em oração e súplicas, com as mulheres,
e Maria, mãe de Jesus, e com seus irmãos.
Caro
professor, o livro de Atos registra as ações inspiradas de um grupo especial de
crentes. Nele estão incluídos os atos da Igreja, levantada no Pentecostes, por
meio do Espírito Santo. As orações da Igreja Primitiva foram cruciais para os
eventos sobrenaturais que marcaram os primeiros dias desse novo movimento do
Espírito. Em diferentes épocas da Igreja surge a necessidade do estabelecimento
de movimentos profundamente espirituais. Foi assim na Igreja Primitiva, na
igreja medieval, e é assim na igreja contemporânea. Precisamos olhar para o
passado a fim de corrigir o presente e aperfeiçoar o futuro.
ORIENTAÇÃO
Professor,
na lição de hoje analisaremos a oração num período histórico da Igreja. O
objetivo é fazer uma exposição, ainda que resumida, entre os períodos
históricos da Igreja (Antigo, Medieval e Moderno). Reproduza o subsídio
histórico eclesiológico, presente na seção Auxílio Bibliográfico II, e
distribua cópias para os alunos. A partir do exemplo de Charles G. Finney,
explique que ao longo da história da igreja cristã houve momentos em que
surgiram movimentos de despertamento para mudar as suas ações. O exemplo da
comunidade cristã primitiva influenciou Charles Finney a não se conformar com a
mornidão espiritual da vida eclesiástica. Ele influenciou profundamente a
sociedade de seu tempo a partir da sua vida de oração. Mostre aos alunos que os
exemplos do passado forjam a esperança para o futuro. Boa Aula!
introdução
Novo
Testamento: Nome dado à segunda pane da Bíblia que compreende 27 documentos
escritos por testemunhas oculares de Cristo ou pelos seus contemporâneos
através de inspiração divina.
Estudar
a respeito da oração em o Novo Testamento é conhecer o princípio de uma nova
fase no relacionamento de Deus com o homem. Uma fase iniciada na cruz de Cristo
e consolidada com a descida do Espírito Santo sobre a igreja. Através da
mediação de Jesus, o homem tem acesso direto a Deus, em qualquer lugar. Mais do
que acesso; o crente em Jesus torna-se habitação do Santo Espírito.
I.
A ORAÇÃO NO INÍCIO DA IGREJA
1.
Jesus volta ao céu. Antes de ascender aos céus, Jesus reuniu-se com os seus
discípulos no monte das Oliveiras. Jesus deu as últimas orientações e
ordenou-lhes que “não se ausentassem de Jerusalém, mas que esperassem a
promessa do Pai, que (disse ele) de mim ouvistes. Porque, na verdade, João
batizou com água, mas vós sereis batizados com o Espírito Santo, não muito
depois destes dias” (At 1.4,12-14; 2.1-3). Deus também tem um trabalho glorioso
para realizarmos, porém, não podemos fazer a obra dEle de qualquer maneira;
precisamos do poder do Espírito Santo. Necessitamos do revestimento de poder do
alto (Lc 24.49).
2.
A primeira reunião de oração. Após a ascensão de Jesus, os discípulos se
reuniram no cenáculo m oração (At 1.13,14). Podemos dizer que esta foi a
primeira reunião de oração da igreja. Os discípulos aguardaram, em oração, a
promessa de Jesus até que do alto todos foram revestidos de poder; ninguém foi
excluído. Aprendemos com isso que as bênçãos de Deus, assim como a oração, são
para todos. O resultado deste derramamento do Espírito Santo, que era aguardado
com oração, foi a conversão de várias pessoas, a multiplicação dos milagres, a
unidade da igreja e a comunhão entre os irmãos (At 2.40-43).
3.
Oração ante a perseguição. Os discípulos diariamente se reuniam no Templo, e
muitas pessoas criam em Cristo a cada dia. Não demorou para que a perseguição
surgisse. Pedro e João foram presos, e as autoridades determinaram que não mais
pregassem, nem ensinassem, no nome de Jesus. Porém, os cristãos não se
abateram, “unânimes levantaram a voz a Deus” (At 4.24). Por conseguinte, “todos
foram cheios do Espírito Santo e anunciavam com ousadia a palavra de Deus.
[...] E os apóstolos davam, com grande poder, testemunho da ressurreição do
Senhor Jesus, e em todos eles havia abundante graça” (At 4.31,33).A oração na
Igreja Primitiva era diária; nem mesmo a perseguição impediu os crentes de
orar.
II.
PRINCÍPIOS DA ORAÇÃO CONGREGACIONAL
1.
O crescimento da obra de Deus. É imprescindível que o crente ore neste sentido.
O próprio Jesus incentivou seus discípulos a ver a dimensão do trabalho a ser
feito e a orar pela propagação do evangelho (Lc 10.2). Quando Jesus convocou
seus discípulos, os chamou para “pescar” (Mt 4.19; Mc 1.17). O trabalho
primordial da igreja foi resumido nas seguintes palavras do Mestre: “Portanto,
ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do
Espírito Santo; ensinando-as a guardar todas as coisas que eu vos tenho
mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até à consumação dos
séculos. Amém!” (Mt 28.19,20).
2.
Outras necessidades. A oração em favor da igreja local e universal não pode
permanecer focada exclusivamente no seu crescimento quantitativo, pois existem
outras necessidades pelas quais precisamos interceder, por exemplo: orar pelos
enfermos, desempregados, pelos que estão presos, etc. Muitas são as
necessidades da igreja, e todas elas devem ser apresentadas a Deus por intermédio
da oração.
3.
A oração dos líderes. A Igreja do Senhor, por meio de seus dirigentes, sempre
se dedicou à oração. Todo crente se sente confortado e confiante, tendo a
certeza das orações intercessórias de seus dirigentes, inclusive nas reuniões
congregacionais, dedicadas à oração. Paulo recomendou ao pastor Timóteo:
“Admoesto-te, pois, antes de tudo, que se façam deprecações, orações,
intercessões e ações de graças por todos os homens” (1 Tm 2.1).
No
livro de Atos, encontramos vários outros exemplos de líderes que oravam: Pedro
e João (At 3.1; 8.14-17); os Doze (At 6.2,4); Pedro (At 9.40; 10.9-11); Paulo e
Barnabé (At 14.23); Paulo e Silas (At 16.16,25); Paulo (At 20.36; 21.5; 22.17).Os
princípios da oração congregacional passam pelo crescimento da igreja,
apresentação de necessidades específicas e a dedicação integral à vida de
oração de seus líderes.
III.
O APÓSTOLO PAULO E A ORAÇÃO
1.
As revelações do Senhor. Paulo foi o apóstolo que mais recebeu revelações
acerca das doutrinas cristãs. Isso com certeza se deve ao fato de que ele
orava. Seu amor, dedicação e zelo pela obra de Deus são incontestáveis e
admiráveis. O desprendimento desse incansável homem de Deus pela evangelização
resultou no acelerado crescimento da Igreja Primitiva. Paulo é um exemplo de
como Deus pode transformar o caráter daquele que se entrega a Ele sem reservas
(Cl 1.14; Fp 3.4-7).
2.
O zelo de Paulo pela ordem na igreja. Paulo deixara Tito na igreja em Creta
para que cuidasse das questões éticas e administrativas da comunidade. A
situação era tão grave que o apóstolo precisou escrever uma carta àquele jovem
pastor, expondo a urgente necessidade de se manter a ordem na igreja. Se os
conselhos de Paulo a Tito fossem observados por todas as igrejas, não haveria
tantos problemas na condução do rebanho do Senhor.
Paulo
nos apresenta uma relação de qualidades indispensáveis aos obreiros da Igreja
de Cristo: “Irrepreensível, marido de uma mulher, que tenha filhos fiéis, que
não possam ser acusados de dissolução nem são desobedientes [...],
irrepreensível como despenseiro da casa de Deus, não soberbo, nem iracundo, nem
dado ao vinho, nem espancador, nem cobiçoso de torpe ganância; mas dado à
hospitalidade, amigo do bem, moderado, justo, santo, temperante, retendo firme
a fiel palavra, que é conforme a doutrina” (Tt 1.5-9).
Tais
obreiros são disciplinados e, portanto, procuram estar sempre em constante
oração.
3.
Paulo e a oração. Paulo era um líder que estava em contínua e constante oração,
dia e noite (1 Ts 3.10). Ele exortou os crentes de Tessalônica a “orar sem
cessar” (1 Ts 5.17). Paulo gostava de estar com os irmãos em oração: Ele orou
com as irmãs (At 16.13); com os anciãos (At 20.36) e com um grupo de discípulos
em Tiro (At 21.5). Não temos dúvidas de que Paulo foi um grande intercessor!
Todavia, ele não somente orava, mas também rogava que outros irmãos orassem por
ele. Repetidas vezes ele rogava as orações: “Ajudando-nos também vós, com
orações, por nós...” (2 Co 1.11); “Orando também juntamente por nós...” (Cl
4.3).Paulo era um líder que cultivava a prática da oração. Por meio da oração
ele obteve revelações do Senhor e desenvolveu um piedoso zelo pela ordem na
igreja.
A
igreja nasceu e cresceu mediante a oração. Aos pés do Senhor, encontrou direção
e disposição para o trabalho, bem como forças para não sucumbir diante das
dificuldades e problemas que surgem no caminho, inclusive oposição e
perseguições. As circunstâncias, pelas quais a igreja passa, podem mudar de
diferentes maneiras ao longo do tempo, mas a necessidade de buscar a Deus em
oração permanecerá até a volta do Senhor Jesus.
A oração no livro de Atos e no
ministério de Paulo
“Atos.
Se Lucas é o evangelho da oração, o livro que o acompanha, Atos mostra a Igreja
Primitiva como uma comunidade de oração. Os discípulos oram enquanto esperam
pelo Espírito Santo (Lc 24.53; At 1.14) e depois de sua vinda as principais
práticas da jovem igreja podem ser resumidas entre ‘ensinar’, ‘dividir os
bens’, ‘distribuir o pão’ e ‘orar’ (2.42-45). Lucas descreve essa vida inicial
de oração como perseverante e dotada de uma concordância (por exemplo, 1.14;
2.42,46). Como no Evangelho de Lucas, a oração acompanha as crises de decisão (At
1.24), de libertação (4.24ss.; 12.5; 16.25) ou de confiança (7.60). Ela também
está permanentemente associada à prática da imposição de mãos, e à vinda do
Espírito Santo sobre indivíduos ou grupos (6.6; 8.14-17).
Paulo.
A contribuição paulina à teologia da oração do NT é a sua grande ênfase na ação
de graças. O fato de todas as suas epístolas, exceto Gálatas e Tito, terem uma
expressão de ação de graças ou bênção de Deus logo de início, ou pouco depois
da saudação, não pode ser explicada apenas como uma mera forma epistolar, pois
está enraizada na teologia paulina. Paulo acreditava que toda oração deve
incluir ação de graças (Fp 4.6; Cl 4.2), pois as ações de graças (eucharistia)
faziam com que a glória ascendesse a Deus pela graça (charis) que havia descido
sobre nós em Jesus Cristo (cf. 2 Co 1.11).O ensino geral de Paulo sobre a
oração foi muito bem resumido em 1 Timóteo 2.1-9”.
“Charles
C. Finney foi um dos principais evangelistas da América do Norte. Nasceu em
1792, num lar sem qualquer influência evangélica. A princípio, tornou-se
professor de escola primária e, mais tarde, aprendiz num escritório de
advocacia no Estado de Nova Iorque. Enquanto estudava para prestar exames na
faculdade de Direito, descobriu que a Bíblia era o alicerce das leis
norte-americanas. [...] Com idade de vinte e nove anos, Finney rendeu sua vida
a Cristo e abandonou seus planos de se tornar advogado para pregar o Evangelho,
imediatamente, o reavivamento acompanhou a prédica de Finney. Pessoas eram
arrebanhadas para o Reino de Deus em reavivamento após reavivamento.
A
oração era o principal ingrediente no sucesso de Finney. Tudo quanto fazia era
precedido pela oração.
A
clássica obra de autoria de Finney, Lectures on Revivais of Religion [Palestras
sobre Reavivamento da Religião], [...]. Do capítulo ‘The Spirit of Prayer’,
temos este impressionante trecho:
‘Oh,
quem nos dera uma igreja que orasse! Certa feita, conheci um ministro que teve
um reavivamento por catorze anos seguidos. Não sabia como explicar a razão
disso, até que presenciei um de seus membros se levantar numa reunião de oração
e fazer uma confissão, ‘irmãos’, disse ele. ‘Há muito que tenho o hábito de
orar todos os sábados à noite até depois da meia-noite, pela descida do
Espírito Santo entre nós. E agora, irmãos’ — e ele começou a chorar — ‘confesso
que tenho negligenciado isso por duas ou três semanas...’. Aquele ministro
tinha uma igreja dedicada a oração” (Finney, Lectures on Revivais, pp.99,100).
(BRANDT, R. L.; BICKET, Z. J. Teologia Bíblica da Oração. 4.ed. RJ: CPAD, 2007,
pp.459-61).“Contudo, Finney também acreditava na reforma social, em que
indivíduos convertidos fariam uma grande diferença na cultura como um todo.
Quando as pessoas vêm para Cristo não podem simplesmente aquecer-se em sua
salvação recém-encontrada. Elas precisam investir sua energia na transformação
da cultura, fazendo cessar as coisas que violam os princípios bíblicos. Foi
exatamente neste ponto que a segunda carreira de Finney teve uma influência
impressionante. Ele envolveu-se fortemente nos movimentos antiescravagista, de
direitos da mulher e de abstinência (de alcoolismo). Donald Dayton escreve:
O
próprio Finney fez conversões fundamentais e nunca quis substituir o avivamento
pela reforma, mas ele fez as reformas com um ‘complemento’ ao avivamento. Por
exemplo, ao discutir a questão do escravagismo, o evangelista desejava fazer da
‘abolição um complemento, exatamente como, em Rochester, fez a abstinência um
complemento ao avivamento’. Com esta conexão, Finney preservou a centralidade
dos avivamentos, ao mesmo tempo em que promovia as reformas e impelia seus
convertidos a assumirem novas posições sobre questões sociais”.(GARLOW, J. L.
Deus e seu Povo. A História da igreja como Reino de Deus. 1.ed. RJ: CPAD, 2007,
pp.212-13).
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PAZ DO SENHOR
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