SUBSDIO (2) BETEL ADULTOS SUPERANDO CONFLITOS
Efésios 5.25,28: Tito 2.3-5.
É bastante
difícil definir a palavra amor, entretanto podemos compreender um pouco melhor
seu significado quando atentamos para as direções para as quais ele se volta.
Phileo, o amor fraternal, relacionado à amizade; storge, sentir afeição, amor
dos pais pelos filhos; eros, o amor desejo, trata-se do amor entre pessoas do
sexo oposto e ágape, o amor caridade, originado em Deus. Discuta com seus
alunos sobre o significado da palavra amor. De que forma podemos demonstrá-lo?
Há limites para o amor?
Para que
o homem entendesse a dimensão do amor que ele deveria ter pela sua esposa, a
Bíblia o compara ao amor de Cristo pela Igreja. Entretanto, a fim de facilitar
a compreensão humana sobre como deveria se dar isto, o apóstolo Paulo faz uma
analogia entre o amor do marido pela esposa e pelo próprio corpo. Quem ama ao
seu corpo, respeita-o, honra-o, valoriza-o, protege-o e cuida dele com muito
zelo. Para o homem, não é difícil amar o próprio corpo, isto é um problema
tipicamente feminino, por isso que Deus lhe ordenou. O lar, os filhos e o
marido necessitam da atenção da mulher, pois a sua obrigação, como esposa e
mãe, é dedicar-se à família; nisto, é observado o amor. Ela deve interessar-se
pelas aspirações dos filhos e do marido, encorajá-los e ser afetuosa para com
eles. Somente com amor uma família pode alcançar os propósitos divinos e ser
feliz, de outra maneira, será apenas mais um lugar onde as pessoas moram
juntas.
Deus
estabeleceu o casamento para o bem-estar e felicidade dos cônjuges, o que
somente será possível pelo vínculo do amor. Sem este, tal união passa a ser uma
caricatura sem vida, sem conteúdo, sem realidade. Uma vez que diante de Deus é
vitalícia, pela sua natureza e finalidade, essa união depende do amor para
persistir por toda a vida. Duas de suas finalidades são: perpetuar a família e
ser figura da união entre Cristo e sua Igreja. A lição é evidente: sem amor, a
família se degrada e se embrutece, e só o amor realiza a comunhão entre Cristo
e a Igreja.
I. O
AMOR NAS NECESSIDADES DA FAMÍLIA
1.
Necessidades relativas à sobrevivência. São necessidades concentradas na área
física: alimentação, descanso, lazer, proteção e auxílio mútuo entre os membros
da família, a partir do casal. 0 atendimento dessas necessidades motivado pelo
amor pode ser simples e corriqueiro, mas o seu efeito e influência perduram e
aumentam a felicidade da família. Por isso, a Bíblia assevera: “Todas as vossas
coisas sejam feitas com caridade” (1Co 16.14). Ou seja, se não pusermos amor em
tudo o que fazemos, a vida perde o sentido e torna-se um vazio. Na vida do
casal, que é o pilar da família, a realidade do amor viabiliza o suprimento
dessas necessidades.
2.
Necessidades psicológicas. Em Gênesis 1.27, está escrito que o homem foi criado
à imagem de Deus; então, de certa forma, ele reflete Deus. Deus é uma Pessoa
que ama, pensa, sente, tem objetivos e toma decisões; tudo de maneira perfeita,
mesmo que não pareça aos homens. Tomando a referência acima e outras
semelhantes, o homem também tem personalidade. A Bíblia utiliza vários termos
para designar os componentes da personalidade no homem: alma, espírito, mente,
memória, coração, sentimento, vontade, conhecimento, etc.
A
necessidade primordial dessa personalidade é a de amar e ser amado. É evidente
que não estamos falando de amor no sentido popular, mas como atributo e virtude
que refletem o Criador, pois “Deus é caridade e quem está em caridade está em
Deus, e Deus, nele” (1Jo 4.16). Os cônjuges são os líderes da família e,
portanto, com necessidades mútuas profundas, originadas em si mesmos, e
oriundas também das grandes responsabilidades dos seus encargos domésticos.
A
mulher, como esposa, quer ser valorizada pelo que é e por aquilo que ela
proporciona ao marido como sua “adjutora” (Gn 2.18). Seu amor pelo marido
manifesta-se através do respeito, da dedicação, da solicitude, das tarefas e
dos cuidados no dia-a-dia; tudo pela motivação do amor, da sabedoria mencionada
em Provérbios 14.1 e das responsabilidades assumidas (1Co 7.34b).
II. O
AMOR DO MARIDO PELA ESPOSA
A Bíblia
enfatiza este amor de forma imperativa, e sem quaisquer rodeios, para que o
marido não tenha desculpa nem invente uma alternativa ou evasiva. “Vós,
maridos, amai vossa mulher” (Ef 5.25). Este dever do marido está na forma
imperativa. Deus sabe que só o amor puro, total, sincero e leal garante a
perpetuidade e felicidade real do casamento. É até possível — por interesses,
condições e situações incomuns — um casamento ser estável sem tal amor, mas
neste caso é impossível que seja feliz e perpétuo. Se os dois casaram-se de
fato por amor, este deverá nortear a vida do casal enquanto viver.
1. Amar
como Cristo amou a Igreja. Este confronto requer do homem uma reflexão profunda
diante de Deus, tendo em vista o seu alcance e responsabilidade, pois o amor de
Jesus pela Igreja é supremo, sacrificial, providente, protetor e permanente.
Este amor deve ser o objetivo de todo homem casado para com sua esposa.
Trata-se de um amor sacrificial, que não busca seus próprios interesses (1Co
13.5). Desta forma, Deus deseja que o marido ame a sua mulher e por isso esteja
sempre comprometido e disposto a dar-se por ela, em toda e qualquer
circunstância.
Outrossim,
a Bíblia ensina que além de amar a esposa, o marido deve também agradá-la (1Co
7.33). Agrado não depende de normas prescritas; é algo espontâneo que flui da
vontade inspirada por amizade, afeto, amor, fraternidade, retribuição. De igual
modo, a mulher, além de amar o marido e obedecer-lhe, também deve agradá-lo
(1Co 7.34). Amor e obediência são deveres (Rm 13.8). O agrado é um fruto que
brota espontaneamente do amor, da gratidão e do contentamento.
2.
Características do amor do marido:
a) Puro.
Assim sendo, ele é uma demonstração de respeito e honra à esposa. Deve ser
desprovido de impureza, e não ser apenas baseado na sensualidade e no erotismo.
b)
Sincero. Isto é, amor não fingido, não de aparência, não de conversa, como está
escrito em Romanos 12.9a.
c)
Constante. O marido não deve permitir que as contrariedades e situações
irritantes do dia-a-dia, seja onde for e com quem for, venham influir e
interferir na continuidade do amor conjugal. No caso da esposa, mesmo que ela
cometa falhas sem querer, o marido deve perdoá-la, em virtude deste amor. É
assim que Cristo ama a Igreja.
d)
Perpétuo. O amor não tem data de validade para expirar. A Bíblia nada ensina
sobre o casal entediar-se um do outro e providenciar o término do casamento. Se
voltarmos o pensamento para Cristo e sua Igreja, Ele jamais a renunciará para
originar outro povo seu (Ef 5.31,32).
e)
Protetor (sacerdotal). A mulher é mais dependente de segurança do que o homem.
No casal, essa segurança da mulher está no marido. Por isso ele deve
esforçar-se em promover o bem-estar físico e espiritual dela.
f)
Provedor. Este amor deve prover à esposa tudo o que lhe é necessário, conforme
as posses do casal, a provisão de necessidades da família, a previdência de
situações futuras e de imprevistos, e o bom senso dos dois.
3. Amar
como a seu próprio corpo. Nenhum homem normal (a menos que esteja psicológica
ou espiritualmente enfermo) odeia a si próprio; seu corpo é o primeiro objeto
de seu amor, para dele cuidar, alimentar, tratar e proteger. É assim que o
marido deve considerar e amar sua esposa. Se alguém muito entusiasmado deseja
se sacrificar pela igreja a ponto de morrer por ela, em detrimento do seu
casamento, não o faça. Faça sempre o melhor e o máximo que puder por sua esposa
(Gn 29.18,20). Quem tinha que sacrificar-se pela Igreja até a morte, já o fez —
o Senhor Jesus (Ef 5.25).
III.
QUANDO O AMOR CONJUGAL REGRIDE
1. No
marido. A mulher que não se sente amada pode ter o seu comportamento no lar
distorcido, trazendo danos para si mesma e para toda a família.
a) Ela
pode, por decepção, se isolar e tornar-se inútil.
b) Pode,
também, tornar-se uma mãe dominadora, controlando ilogicamente os filhos e
tornando-os objetos de sua satisfação pessoal, uma vez que não a encontrou em
seu marido. Esses filhos podem crescer com problemas psicológicos, bloqueios e
serem incapazes de enfrentar a vida.
c) Um
outro mecanismo seu de compensação, quando frustrada e desnorteada, é buscar
afeto fora do lar.
2. Na
esposa. Quando a mulher se casa por fama, dinheiro, sensualidade, ou
necessidade de sobrevivência, esta crise pode instalar-se, partindo dela para o
seu marido. Neste caso, os papéis se invertem. O marido vai compensar suas
frustrações investindo nos filhos, em segmentos sociais, onde sinta-se
valorizado, e às vezes em relacionamentos pecaminosos.
A falta
de amor na mulher normalmente se manifesta pela falta de respeito à autoridade
do marido. A Bíblia exige dela este respeito (Ef 5.22; Cl 3.18).
A falta
de amor tanto do marido quanto da esposa, se não administrada em tempo hábil,
pode levar à desintegração do lar, com prejuízos espirituais, morais e sociais.
IV. COMO
MANTER O AMOR
1.
Auto-avaliação. É dever de todo o cônjuge avaliar diariamente a sua conduta
dentro do casamento.
2.
Humildade. É indispensável que ambos tenham a humildade para corrigirem seus
equívocos, exageros e omissões no relacionamento.
3.
Diligência. É imprescindível a iniciativa de um procurar o outro para retomada
de posições quando qualquer problema surgir, para não incorrer no
distanciamento emocional, manifesto em silêncio e/ou agressões verbais.
4.
Presença no altar. É necessário que o casal reserve um bom período no altar da
oração, apresentando-se quebrantado diante do Senhor, a fim de receber dEle a
graça necessária à harmonia no casamento.
O que se
espera do leitor é que após esta lição o seu amor conjugal desenvolva-se sobremaneira.
Assim, o seu casamento e sua família estarão salvos.
“O
mandamento do amor é: ‘Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de
toda a tua alma, e de todo o teu entendimento. Este é o grande e primeiro
mandamento. O segundo semelhante a este é: Amarás o teu próximo como a ti
mesmo’ (Mt 22.37,38).
Aqui
está a plataforma de toda a ética cristã. A verticalidade e a horizontalidade
do amor que tem como marco zero o próprio indivíduo: ‘como a si mesmo’. Jesus
não está pressupondo com isso um terceiro mandamento. O amor a si mesmo é um
fato, e não um caminho a mais a ser seguido, como sugerem alguns. Isto seria,
aliás, a negação da fé cristã, que nos instrui a deixarmos de lado todo o tipo
de egoísmo, como: ‘Não tenha cada um em vista o que é propriamente seu, senão
também cada qual o que é dos outros’ (Fp 2.4). Ser cristão é agir como João
Batista: ‘Importa que ele cresça e eu diminua...’.
... O
amor a si mesmo não é uma exigência escriturística. Jesus parte do pressuposto
natural como verdade absoluta em cada ser humano. Usa-o como ponto de partida e
também como parâmetro de amor ao próximo. Mais que isto, Jesus impõe um
redirecionamento para o amor. Trata-se de uma mudança em que as intenções mais
egoístas da vontade são vencidas pelo rompimento desse círculo que faz coabitar
o amor sempre em torno de si mesmo.
O amor é
centrífugo e não centrípeto, isto é, vai sem a pretensão de voltar. Parte do
‘eu’ para o ‘próximo’. Doa, e não espera recompensa.
Jesus
vincula o amor ao próximo ao primeiro mandamento porque sabe da incapacidade
humana de praticar a horizontalidade deste amor na independência da sua
verticalidade. Não há como amar verdadeiramente o próximo sem amar a Deus
primeiro.
Para o
homem natural, as formas de amor são inevitavelmente dominadas pelos interesses
do ‘eu’. Para praticar um amor altruísta, ele precisa primeiro exercer domínio
sobre o amor egoísta.
A
prática do ágape se dá numa ética teocêntrica. Este amor só será verdadeiro se
for centralizado em Deus.
O amor
ágape nos capacita a fazer uma leitura da vida com beleza e esperança. Anula as
picuinhas, ignora as mesquinharias e descortina as coisas que estão diante de
nós. Ágape é o amor que nos levará mais ao sacrifício do que ao bem-estar; mais
a dar do que a receber. Não promete vantagens, mas o poder de um espírito rico
e de um caráter marcado pelas insígnias do bem!” (Conhecidos pelo Amor. CPAD,
pp.34,35).
fonte CPAD
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