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domingo, 11 de setembro de 2016

Subsidio (2) adolescentes pentecostalismo n.12


                     SUBSIDIO CPAD ADOLESCENTESN.12




                 MOVIMENTO PENTECOSTAL NO BRASIL

Quando falamos em Pentecostalismo,
referimo-nos a um fenômeno característico
do século XX: o avivamento que aflorou
em Los Angeles, USA, em 1906

                                     Escritor Mauricio Berwald

Analisando a História da Igreja, podemos observar nitidamente que Deus sempre avivou ou reavivou sua Igreja em várias ocasiões diferentes. Esses períodos da Era Cristã foram marcados por reavivamentos maravilhosos, onde Deus se manifestou aos seus servos de forma sobrenatural.

No período da Reforma Protestante, no século XVI, Deus levantou homens como Martinho Lutero, João Calvino e John Knox. No século XVIII, ocorreu o Avivamento Morávio com o Conde Zinzendorf, o Grande Reavivamento na Inglaterra com John Wesley, Charles Wesley e George Whitefield e o Reavivamento Americano com Jonathan Edwards. Nenhum destes avivamentos foi conhecido como Pentecostal, pois o termo é do início do século XX, quando houve o derramamento do Espírito Santo nos Estados Unidos da América, semelhante à manifestação de Atos dois.¹


Conceito de avivamento espiritual

A palavra “Avivamento” vem do verbo “avivar” que significa: tornar mais vivo, despertar, reanimar-se e vivificar-se. John Stott conceitua avivamento como: “... uma visitação inteiramente sobrenatural do Espírito soberano de Deus, pela qual uma comunidade inteira toma consciência de Sua santa presença e é surpreendida por ela”.2 Devemos compreender que Avivamento é o cumprimento da Promessa de Deus em Joel 2 e a resposta da oração, inspirada pelo Espírito Santo, do profeta Habacuque que dizia: “Aviva a tua obra, ó Senhor, no decorrer dos anos”.3

Avivamento é, acima de tudo, a manifestação de Deus no meio do povo, através do Espírito Santo, com a finalidade de renovar, reavivar e despertar a Igreja sonolenta e acomodada. O movimento Pentecostal é fruto de um Avivamento genuíno que ocorreu na América do Norte, no início do século passado, e que se espalhou por todo mundo, inclusive no Brasil.


Origens do Pentecostalismo

Tradicionalmente, reconhece-se o começo do movimento Pentecostal com o Avivamento ocorrido em 1906, em Los Angeles (EUA), na Rua Azusa, caracterizado pelo batismo com o Espírito Santo, evidenciado pelos dons do Espírito: línguas estranhas, curas, profecias, interpretação de línguas, etc. O Avivamento na Rua Azusa, rapidamente cresceu alcançando outros lugares e pessoas de várias partes do mundo que foram até lá para conhecer, de perto, o movimento.4

Algum tempo depois, vários grupos semelhantes foram formados em muitos lugares dos USA, mas com o rápido crescimento do movimento, o nível de organização também cresceu até o grupo denominar-se Missão da Fé Apostólica da Rua Azusa. A partir desse movimento, houve um despertamento espiritual e nasceu um fervor missionário por parte daqueles que iam sendo avivados.


Pentecostalismo no Brasil

No Brasil, o Pentecostalismo chegou em 1910 e 1911 com a vinda de missionários que tinham sido avivados na América do Norte. O primeiro deles foi o presbiteriano Louis Francescon,5 que dedicou seu trabalho entre as colônias italianas no Sul e Sudeste do Brasil6 e resultou no nascimento da Congregação Cristã no Brasil. Logo depois, chegaram os batistas Daniel Berg e Gunnar Vingren7 que vieram como missionários para Belém, PA,8 e, ali, iniciaram a Igreja Assembleia de Deus, em 1911.9

Devemos entender que o Pentecostalismo brasileiro nunca foi homogêneo em razão de suas diferenças internas. O sociólogo Ricardo Mariano10 classifica-o em três vertentes:

Pentecostalismo Clássico

Deuteropentecostalismo e

Neopentecostalismo.11

Vejamos cada uma delas.


Pentecostalismo clássico

A primeira vertente do Pentecostalismo reproduziu no Brasil uma tipologia Norte-Americana e é chamada de “Pentecostalismo Clássico”, que abrange o período de 1910 a 1950. Esse é o período de fundação e “domínio” Pentecostal dessas duas denominações: a Congregação Cristã no Brasil e a Igreja Assembleia de Deus, que se difundiram em todo território nacional. Ambas caracterizavam-se pelo anticatolicismo, ênfase na crença no Espírito Santo, sectarismo radical, principalmente a primeira, e por um ascetismo que rejeitava os valores do mundo e defendia a plenitude da vida moral. Essa vertente constitui a maior Igreja Evangélica brasileira representada pela Assembleia de Deus atualmente.

Deuteropentecostalismo
A segunda vertente é chamada de “Deuteropentecostalismo” 12 vindo através da Igreja do Evangelho Quadrangular, 13 em 1951, com o missionário Harold Willians.14 Na capital paulista, ele criou a Cruzada Nacional de Evangelização e percorreu quase todos estados brasileiros. Seu trabalho era centrado na cura divina e na evangelização das massas, principalmente pelo rádio, contribuindo bastante para a expansão do Pentecostalismo no Brasil.15 Paralelamente, surgem duas Igrejas Pentecostais16 autônomas: “O Brasil para Cristo” (1955) e a “Igreja Deus é Amor” (1962), fundadas pelos missionários Manoel de Melo e David Miranda, respectivamente.
Nas décadas de 60 e 70, houve um movimento de avivamento com manifestações carismáticas, ou seja, pentecostais, nas Igrejas tradicionais, tendo como resultado o surgimento de vários grupos denominados “Renovados”. Há, a partir desse período, uma proliferação de novas Igrejas pentecostais, como por exemplo, a Igreja Presbiteriana Renovada do Brasil,17 a Convenção Batista Nacional, a Igreja do Avivamento Bíblico, a Igreja Metodista Wesleyana, a Igreja Cristã Maranata, entre outras.

Neopentecostalismo
 A terceira vertente é a Neopentecostal.18 O neopentecostalismo tem início na segunda metade dos anos 70. São igrejas fundadas por brasileiros que, influenciados por movimentos norte-americanos, começaram suas denominações com características diferentes das duas vertentes anteriores. A Igreja Universal do Reino de Deus, a Internacional da Graça de Deus, a Comunidade Sara Nossa Terra e a Renascer em Cristo estão entre as principais. As igrejas neopentecostais utilizam intensamente a mídia eletrônica para propagar seu movimento, funcionam como empresas e pregam a Teologia da Prosperidade. O Neopentecostalismo constitui a vertente pentecostal mais influente e a que mais cresce hoje no Brasil.19

O Pentecostalismo iniciado na Rua Azusa, em 1906, está completando um século. E, como resultado de sua consistência e seriedade, tem-se mantido por todo esse tempo e com certeza continuará até a volta do Senhor. Os desvios e abusos que eventualmente têm surgido não podem descaracterizar aquilo que nasceu no coração de Deus, que é reavivar o seu povo para uma obra do fim.

Pentecostalismo brasileiro
O movimento pentecostal pode ser dividido em três ondas delineadas por suas características sócio-religiosas e contexto cronológico. Além das grandes denominações pentecostais, existem hoje centenas de "ministérios independentes" ou novas denominações surgindo anualmente no Brasil e no mundo.
Primeira onda pentecostal
A primeira onda, conhecida como pentecostalismo clássico, abrangeu o período de 1910 a 1950 e iniciou-se com sua implantação no país, decorrente da fundação da Congregação Cristã no Brasil e da Assembleias de Deus até sua difusão pelo território nacional. Desde o início, ambas igrejas caracterizam-se pelo anticatolicismo, pela ênfase na crença no batismo no Espírito Santo e por um ascetismo que rejeita os valores do mundo e defende a plenitude da vida moral e espiritual. Francescon, Berg e Vingren tiveram matriz pentecostal comum, ao receberem as novas doutrinas na Missão de Fé Apostólica conduzida pelo Pastor William H. Durham, ex-pastor batista, em Chicago, Illinois.
A primeira denominação desse movimento organizada no Brasil em 1910 com a vinda do missionário Louis Francescon, que atuou em colônias italianas no Sul e Sudeste do Brasil. Francescon realizou em 1910, o primeiro batismo de orientação pentecostal em solo brasileiro com a conversão de onze almas, originando a Congregação Cristã no Brasil em Santo Antônio da Platina - Paraná, e no mesmo ano inicia esta igreja no Bairro do Brás em São Paulo.
Em 1911, Daniel Berg e Gunnar Vingren, iniciaram suas missões no Pará e Nordeste, dando origem a Assembleias de Deus. O movimento das Assembleias de Deus cresceu do norte-nordeste para o sul, com apoio inicial do movimento pentecostal escandinavo e posteriormente transferência de aliança com as Assemblies of God americanas. Com os anos surgiram ministérios e convenções, dos quais muitos são independentes, ou seja, não afiliados à Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil.
Além da Congregação Cristã no Brasil e da Assembleia de Deus surgiram outras denominações pentecostais menores nos primeiros quarenta anos do pentecostalismo brasileiro. Na década de 1930, nasceu a Igreja Adventista da Promessa à qual se referiu Duncan A. Reilyl, mencionando que no Recife do ano de 1932, ao lado do pentecostalismo proveniente dos Estados Unidos, nascia a Igreja Adventista da Promessa [113]. Em dezembro daquele mesmo ano, foi organizada a Igreja de Cristo no Brasil em Mossoró (Rio Grande do Norte). A Igreja de Cristo divergiu das demais igrejas pentecostais da primeira onda ao seguir o dogma da "eterna segurança" mais conhecida como Perseverança dos santos. Esta também defende que o cristão recebe o batismo do Espírito Santo no momento da conversão e não como segunda bênção seguida de dons de línguas. Em Catalão, GO em 1935 foi fundada a Igreja Evangélica do Calvário Pentecostal. Esta igreja uniu-se à Igreja de Deus de Cleveland, EUA, e se tornou a Igreja de Deus no Brasil, hoje presente em todos os estados brasileiros. A Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo foi fundada em São Paulo em 1936 por Marcos Batista. A Missão Evangélica Pentecostal do Brasil, fundada em Manaus em 1939, de origem americana, mas que atualmente atua de forma independente, com direção nacional e credo baseado no pentecostalismo clássico, de característica moderada quanto à questão de usos e costumes.
Uma das denominações derradeiras da primeira onda pentecostal no Brasil é a Igreja Evangélica Avivamento Bíblico, fundada em 7 de setembro de 1946 por Mário Roberto Lindströn, Oswaldo Fuentes e Alídio Flora Agostinho oriundos da Igreja Metodista. A Igreja Evangélica Avivamento Bíblico conta hoje com mais de 60.000 pessoas.[carece de fontes]
Segunda Onda Pentecostal
A segunda onda começou a surgir na década de 1950, quando chegaram a São Paulo dois missionários norte-americanos da International Church of The Foursquare Gospel. Na capital paulista, eles criaram a Cruzada Nacional de Evangelização e, centrados na cura divina, iniciaram a evangelização das massas, principalmente pelo rádio, contribuindo bastante para a expansão do pentecostalismo no Brasil. Em seguida, fundaram a Igreja do Evangelho Quadrangular. No seu rastro, surgiram o Ministério Cristo Vive, O Brasil para Cristo, Igreja União Evangélica Pentecostal, Igreja Pentecostal Deus é Amor, Casa da Bênção, Igreja Luz do Calvário, Igreja Unida, Igreja de Nova Vida e diversas outras igrejas pentecostais menores como a Igreja Cristã Maranata, a Igreja Presbiteriana Pentecostal dentre outras.
Terceira Onda Pentecostal
A terceira onda, chamada de neopentecostalismo, teve início na segunda metade dos anos 1970. Fundadas por brasileiros, as mais antigas são a Igreja Universal do Reino de Deus (Rio de Janeiro, 1977), liderada pelo bispo Edir Macedo, e a Igreja Internacional da Graça de Deus (Rio de Janeiro, 1980), liderada e fundada pelo missionário R. R. Soares, ambas presentes na área televisiva com seus televangelistas. Posteriormente, temos o surgimento da Renascer em Cristo (São Paulo, 1986), da Comunidade Evangélica Sara Nossa Terra (Brasília, 1992), do Ministério Internacional da Restauração (1992), e da Igreja Mundial do Poder de Deus (1998). De um modo geral, utilizam intensamente a mídia eletrônica, impressa e editorial, algumas aplicam técnicas de administração empresarial, com uso de marketing, planejamento estatístico, análise de resultados etc. Algumas pregam a Teologia da Prosperidade, pela qual o cristão está destinado à prosperidade terrena, rejeitando os tradicionais usos e costumes austeros dos pentecostais. O neopentecostalismo constitui a vertente pentecostal mais influente, a que mais cresce e também a mais liberal em questões de costumes.
Templo da Igreja Cristã Maranata, fundada em 1968 no município de Vila Velha.
Renovados & Carismáticos
Paralelamente ao pentecostalismo, várias denominações protestantes que eram tradicionais experimentaram movimentos internos, com manifestações pentecostais. Assim foram denominados "renovados", como a Igreja Cristã Maranata (originária da Igreja Presbiteriana do Brasil), Igreja Presbiteriana Renovada (originária também da IPB), Convenção Batista Nacional (originária da Convenção Batista Brasileira), Igreja do Avivamento Bíblico (originária da Igreja Metodista do Brasil) e a Igreja Adventista da Promessa (originária da Igreja Adventista do Sétimo Dia). Esta, entretanto, é classificada por Duncan A. Reilyl como denominação pentecostal da primeira onda e não como "renovada" [114].
Alguns movimentos renovados ou carismáticos permaneceram como organizações internas de suas denominações, como é o caso do Movimento Encontrão na Igreja Evangélica de Confissão Luterana do Brasil.
Nos anos mais recentes a doutrina de renovação do pentecostalismo ultrapassou até mesmo as fronteiras do protestantismo, surgindo movimentos de renovação pentecostal Católica Romana e Ortodoxa Oriental, como a Renovação Carismática Católica que teve sua origem por padres influenciados por pastores e literaturas pentecostais. 
Fonte: Artigo publicado no Jornal Aleluia de setembro de 2006.


           

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