AS MANIFESTAÇÕES DO ESPÍRITO SANTO NA
HISTÓRIA
Emílio Conde justificou a escolha do título do seu livro lançado em 1951,
O testemunho dos séculos, asseverando que na história da Igreja encontramos os
séculos dando testemunho de que esta obra não sofreu solução de continuidade.
Mas, aqui e ali – escreveu Conde – onde quer que o espírito religioso fosse
real e sincero, sempre houve cenas mais ou menos iguais às do dia de
Pentecostes. Quando e onde houve um ou mais crentes rendidos ao Senhor e
desejosos de se submeter inteiramente a Ele, foi-lhes e é propício o
recebimento do batismo e os dons do Espírito Santo. O historiador Lucas
registrou que o apóstolo Pedro pregou para a multidão atônita no dia de
Pentecostes: “Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus
Cristo para perdão dos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo” (At
2.38). Mais adiante em seu livro Atos dos Apóstolos, Lucas descreveu que os
crentes que acompanharam Pedro na casa de Cornélio, em Cesaréia,
“maravilharam-se de que o dom do Espírito Santo se derramasse também sobre os
gentios” (At 10.45). O Espírito Santo e todas as suas obras maravilhosas são um
dom, uma dádiva dos céus aos que crêem.
Pastor Antonio Gilberto, em um dos seus comentários das Lições Bíblicas da
Escola Dominical, afirmou: “Através dos séculos, o Senhor nunca deixou de
derramar o Espírito Santo sobre o seu povo, ora mais, ora menos”.
Na verdade, há fatos históricos que são verdadeiros elos que ligam o
movimento pentecostal atual com os anteriores.
Esses fenômenos seguem uma linha reta sob a liderança do Espírito Santo,
não sendo obra humana. Jesus disse: “O vento assopra onde quer, e ouves a sua
voz, mas não sabes donde vem, nem para onde vai; assim é todo aquele que é
nascido do Espírito” (Jo 3.8).
Assim como o vento, embora invisível, é identificado por sua atividade e
pelo seu sonido, assim também o Espírito Santo é observado pela sua atividade
sobre os nascidos de novo e pelo seu efeito sobre eles.
Mas por que os historiadores não foram pródigos nos relatos dos
avivamentos que se manifestaram no cristianismo a partir do segundo século?
Emílio Conde apontou algumas razões: “Eles foram muitas vezes mal-informados a
respeito do caráter espiritual desses despertamentos periódicos, e deixaram de
registrar o que realmente aconteceu, para informarem de forma diversa. Havia
interesse em esconder a verdade sobre esses avivamentos, por parte dos que
desejavam esmagar manifestações assim, apontadas como fanatismo e heresia.
Muitos informam coisas torpes a respeito. Os detentores do poder não viam com
bons olhos as manifestações do Espírito Santo. Pois nelas havia sempre uma
repreensão para os maus governantes. Os clérigos, igualmente, temiam essas
manifestações, porque elas falavam de um caminho mais excelente, condenavam
inovações que começavam a entrar na igreja, causticavam sem piedade os que se
desviavam, e os que abusavam de suas funções dentro da igreja”. Conde concluiu:
“Ora, é claro que diante de tanta pressão, poucos historiadores se atreviam a
contar os fatos tal qual aconteciam: não estavam dispostos a contrariar os
poderosos, publicando coisas pelas quais pudessem ser tachados de ‘hereges’.
Eis porque a história não registra muitas cenas de avivamentos que ocorreram.
Mas algumas dessas manifestações ficaram registradas aqui e ali, providencialmente,
a fim de sabermos algo a respeito dos avivamentos do Espírito Santo nos
primeiros séculos. Entretanto, o pouco que encontramos é mais que sufi ciente
para provar que o Pentecostes se tem repetido e se está repetindo ainda”.
Portanto, o Pentecostes foi o prelúdio, o início de outros Pentecostes que
a história registra.
Século 1 d.C.
•No Dia de Pentecostes (33 d.C.), quando o Espírito Santo veio sobre os
discípulos dez dias após Jesus ter subido aos céus –, eles começaram a
demonstrar manifestações miraculosas, incluindo línguas estranhas,
discernimento de espíritos, profecias e dons de curar. O evento se repetiu em
Samaria, Damasco, Cesaréia e Éfeso (At 2.1-13; 8.14-17; 9.17,18; 10.44-46;
19.1-7). Imediatamente depois do Dia de Pentecostes, os discípulos começaram a
espalhar o evangelho por todo o mundo conhecido.
•Por volta de 96 d.C., Clemente, bispo de Roma, e Inácio, bispo de
Antioquia, documentaram a continuidade da operação dos dons proféticos.
•Policarpo de Esmirna (70-160 d.C.) teve uma revelação de Deus de como
morreria.
•Escritores do Didaquê e Pastor de Hermas testemunharam tantas atividades
carismáticas, que eles acharam necessário fazer distinção entre verdadeiros e
falsos profetas. Por volta daquele mesmo tempo, o escritor do Pseudo-Barnabé
sugeriu que o ministério profético é normativo na igreja.
Século 2
Temos os registros e testemunhos de Justino, o Mártir (100-165); Ireneu de
Lyon (França) (115-202); Hipólito de Roma (160-235); montanismo na Frígia
(150); Teófilo de Antioquia (181) e Tertuliano (160-220). Manifestações
espirituais registradas: profecias, revelações, discernimento de espíritos,
libertação de endemoninhados, línguas estranhas, curas, milagres, ressurreição
de mortos e outros dons espirituais.
Século 3
Há os registros e testemunhos de Novaciano (230); Orígenes (180-254);
Gregório Taumaturgo (213-270); Eusébio de Cesaréia (260-340); Atanásio
(251?-356); Pacômio (292-348); e numerosos Pais da Igreja orientais que
praticaram dons de curar. Manifestações espirituais registradas: revelações,
visões, profecias, curas, sinais e maravilhas, milagres, libertação de
endemoninhados, discernimentos de espíritos, dom de línguas (glossolalia) e a
xenolalia como no caso de Pacômio que falou, pelo Espírito, o grego e o latim,
línguas que nunca estudara. Século 4 Temos os registros e testemunhos de João
Crisóstomo (307-407); Hilário de Poitiers (c. 340); Ambrósio (c. de 350);
Agostinho (354-430); e os messalianos (c. 360-800). Manifestações espirituais
registradas: dons espirituais, dom de línguas, curas divinas, milagres,
libertação de endemoninhados.
Século 5
Na Ásia, onde teve origem, o montanismo floresceu, estendeu-se e alcançou
a África, onde foi encontrado no tempo de Agostinho, cerca do ano 400. Nessa
época, ele declarou: “Nós faremos o que os apóstolos fi zeram quando impuseram
as mãos sobre os samaritanos, pedindo que o Espírito Santo caísse sobre eles:
esperamos que os convertidos falem novas línguas”.
Século 6
Gregório, o Grande (540-604), em suas biografias dos santos contemporâneos
(Benedito de Núrsia), tentou oferecer documentação, por meio de relatos
oculares, de uma ampla variedade de milagres, incluindo a cura de várias
doenças, ressurreição de mortos, expulsão de espíritos maus, profecia sobre o
futuro e livramento de perigos. Ele fazia correlação direta dos milagres que
acompanhavam o empreendimento missionário de Agostinho da Cantuária e de seus
companheiros com a conversão dos anglo-saxões.
Séculos 10 e 11
Simeão, o Novo Teólogo (949-1022), talvez o mais famoso cristão
carismático do Oriente, relatou suas mais profundas experiências espirituais,
as quais incluíam o “batismo no Espírito Santo”, acompanhado de choro,
arrependimento e visão de Deus como luz.
Séculos 12 a 15
Temos os registros e testemunhos de Hildegard de Bingen (1098-1179),
Gregório Palamas (1296-1359), Bernard de Clairvaux, Bonaventura e Tomás de
Aquino, Rubert de Deutz (c. 1075- 1129/30), Joaquim de Fiore (c. 1132-1202),
Antanásio (patriarca de Constantinopla no início do 14º século), Vicente Ferrer
(1350-1419), movimentos no Sul da Europa: valdenses (seguidores de Pedro Valdo)
e albigenses (movimento centrado em Albi, em Languedoque). Manifestações
espirituais registradas: visões, profecias, curas, milagres, dom de línguas,
interpretação de línguas, libertação de endemoninhados, ressurreição de mortos.
Século 16
Há registros e testemunhos de Souer, Martinho Lutero, o nobre Gaspar
Schwenckfeld von Ossig , os anabatistas da Holanda e Alemanha com Menno Simons,
Obbe e Dirk Philips, Thomas Müntzer, Inácio de Loyola (1491-1556) e Francisco
Xavier (1552). Manifestações espirituais registradas: visões, dom de línguas,
interpretação de línguas, discernimento de espíritos e cânticos em línguas.
Século 17
Encontramos os registros e testemunhos dos jansenitas (1640-1801) com suas
expressões em Blaise Pascal e seus adeptos em Port Royal, os Quacres (Amigos ou
Tremedores) na Inglaterra a partir de 1646 com Guilherme Pen e nos Estados
Unidos a partir de 1656; os Pietistas na Alemanha a partir de 1666, com Johann
Arndt, Philipp Jakob Spener, Auguste Hermann Francke, Johann Albrecht Bengel e
Gottfried Arnold (o movimento alcançou a Holanda, Inglaterra, Índia,
Groelândia, Estados Unidos, África do Sul e Canadá); e os Camisardes ou
Profetas dos Cevenes na França em 1686. Manifestações espirituais registradas:
sinais e prodígios, dança espiritual, curas, profecias, línguas estranhas e
outros dons espirituais.
Século 18
Temos os testemunhos e registros do movimento Awakened (Avivados) ou
heränneet na Finlândia entre os luteranos a partir de 1796 até o século 20; os
Moravianos no leste da República Tcheca com o conde Nikolaus Ludwig von
Zinzendorf (1700-1752); o Primeiro Grande Despertamento nos Estados Unidos com
o congregacional Jonathan Edwards (1703-1758); João Wesley na Inglaterra com o
metodismo (1703-1791); grande despertamento na Escócia em 1742; Thomas Walsh
(1750); o ortodoxo russo Serafim de Sarov (1759-1833); e os Shakers
(Sacudidores ) nos Estados Unidos em 1787 com Ann Lee Stanley. Manifestações
espirituais registradas: visões, dom de línguas, curas, revelações, dons de
curar e profecias.
Século 19
Conhecemos os registros e testemunhos do Segundo Grande Despertamento nos
Estados Unidos por volta de 1800 entre batistas e metodistas com o
presbiteriano Charles G. Finney (1792-1875); despertamento entre 3.000
presbiterianos em Cane Ridge, no Kentucky, EUA, em 1801; avivamento espiritual
na Inglaterra e Escócia por volta de 1825, com o pastor presbiteriano Edward
Irving (1792-1834); os Gift People (grupo de crentes da Nova Inglaterra) nos
EUA a partir de 1824; despertamento espiritual nos Estados de Travancore e
Madras, Índia, nos anos de 1860 e 1870; comunidade cristã na Indonésia a partir
de 1860; Theodore Christlieb (teólogo alemão e historiador de missões) e Thomas
Erskine (escocês e teólogo leigo); Phoebe Palmer (1830) nos Estados Unidos; o
avivamento entre os presbiterianos de Alton, Illinois, EUA, em 1844; John
Morgan (1845); William Doughty no Maine, em 1855, e em Providence, Rhode
Island, em 1873, EUA; William Arthur (1856); avivamentos pentecostais nos
Estados Unidos nos anos 1850 e 1857, especialmente na Nova Inglaterra, conforme
registros de C. H. Morris, Horace Bushnell e V. P. Simmons; avivamento no
extremo sul da Índia a partir de 1860 com J. C. Aroolappen; avivamento entre os
Quacres nos Estados Unidos a partir de 1864 com a pregadora Mary
Woodworth-Etter; as pregações pentecostais de George Watson entre os metodistas
em 1867; as Convenções de Keswick na Inglaterra a partir de 1875 ganhando maior
ênfase com o testemunho pentecostal do anglicano A. A. Boddy em 1908, e nos
Estados Unidos o keswickianismo em Chicago no Moddy Bible Institute e com
William H. Durham (1873-1912), E. N. Bell (1866-1923) e Andrew Urshan
(1884-1967); pastor congregacional John Alexander Dowie (1847-1907) na
Austrália e nos Estados Unidos; R. B. Swan, em Providence, Rhode Island, EUA;
Asa Mahan (1870), nos Estados Unidos; Dwight L. Moody (1871), Chicago, EUA;
pastor presbiteriano A. B. Simpson, em 1874, no Kentucky e a Aliança
Missionária Cristã em 1897, no Maine, EUA; pastores batistas da Santidade e W.
Jethro Walthal, em 1879, EUA; Fritz Machullat, no Rio Grande do Sul, Brasil,
por volta de 1880; avivamento na Armênia, em 1880, destacando-se a família de
Demos Shakarian, fundador da Adhonep; pastor batista Adoniran Judson Gordon,
Boston, em 1882, EUA; vários avivamentos pentecostais nos Estados Unidos, nos
anos de 1890, com campanhas de Maria Woodworth-Etter, em Illinois, e o batismo
no Espírito de Daniel Awrey, no Tennessee; camponeses da igreja ortodoxa na
Rússia, em 1890; avivamento em Kara Kala, Armênia, por volta de 1890; Robert R.
Singleton, Geórgia, EUA, em 1894; Jennie Glassey, S. Louis, EUA, em 1895; o
congregacional R. A. Torrey, em 1895; a Igreja Católica Apostólica fundada em
1896 por John Alexander Dowie, estabelecida na localidade de Zion, em 1900;
Charles C. Cullis e Carrie Judd Montgomery, nos EUA; pastor metodista da
Santidade, Frank W. Sandford, em 1893, com a Escola Bíblica Espírito Santo e
Nós, em Shiloh, Maine, EUA; A. J. Tomlinson, entre 1896 e 1897, EUA;
missionário presbiteriano Arthur E. Street, na China; Mary Campbell, Escócia;
avivamentos pentecostais na Alemanha com R. Pearsal Smith e Hamah Whital Smith,
W. E. Boardman, Asa Mahan, Stockmayer, Girkom, Modersohn, Jacob Vetter e Emil
Humburg, a Liga Alemã de Comunhão Religiosa (Liga de Gnadau), as pregações de
R. A. Torrey em Berlim, e o avivamento pentecostal de Mulheim; o Movimento
Sarça Ardente (os saltadores) em 1894 nos EUA com Edwin L. Harvey, Marmaduke M.
Farson e Seth C. Rees; avivamento de Dakota do Norte (EUA) em 1895 com Carl M.
Hanson; avivamento de Cherokee County (Carolina do Norte, EUA) em 1896 com os
evangelistas William Martin (metodista), Joe M. Tipton e Milton McNabb
(batistas) e o batismo no Espírito Santo de 130 pessoas, dando surgimento a
Church of God (Igreja de Deus) em Cleveland, Tennessee; pastor luterano Johann
Christoph Blumhardt, em 1896, na cidade de Bad Boll, Alemanha; avivamento de
Oslo, Noruega, em 1899; as experiências tidas como pentecostais de
aproximadamente 900 mil cristãos na África no fi m do século 19, segundo o
renomado pesquisador David Barrett; o avivamento na Estônia com o barão Uxhall,
batista, especialmente em Reval; avivamento de Dakota do Sul (EUA) em 1900; e o
avivamento pentecostal entre cristãos suecos em Minnesota (EUA) em 1900.
Manifestações espirituais registradas: dom de línguas, variedades de dons
espirituais, profecias, curas, interpretação de línguas, arrebatamentos em
espíritos, milagres, sinais e maravilhas. Em 1900, chegava a 981.400 pessoas o
total mundial de pentecostais, carismáticos e neocarismáticos.
Século 20
Iniciam os testemunhos e registros do batismo no Espírito Santo da
evangelista da Santidade, Agnes Ozman, em 1º de janeiro de 1901, aluna do
pastor metodista, Charles Fox Parham, em Topeka, Kansas, EUA (Charles Fox
Parham, que seguia os ensinos pentecostais de Frank Sandford, cria no batismo
com o falar em línguas estranhas como nos dias da Igreja primitiva e, por isso,
iniciou o Movimento da Fé Apostólica [Apostolic Faith Movement]); avivamento de
Galena, Kansas (EUA), por volta de 1902-1903, com Charles Fox Parham; pastor
batista Lewi Pethrus, Suécia (1902, 1905); avivamento espiritual em Bengtsfors,
Suécia, em 1903, com Lewi Pethrus; missionário metodista R. A. Hardie em
Wonsan, Coréia do Sul, em 1903; avivamento de Dakota do Sul (EUA) em 1903;
avivamento de Baxter Springs, Kansas (EUA), em 1903, com Charles Fox Parham;
avivamento de Houston, Texas (EUA), por volta de 1903-1904, com Charles Fox
Parham; avivamento espiritual em Värmland, Suécia, em 1904, com Lewi Pethrus;
avivamento do País de Gales com os pregadores Seth Joshua, Joseph Jenkins e
Evan Roberts, em 1904-5 (estão relacionados com este avivamento: Jessie Penn-
Lewis, F. B. Meyer e A. A. Boddy); avivamento no Seminário Betel em Estocolmo,
Suécia, com John Dahlberg, em 1905; avivamento no Seminário e na Igreja Batista
de Örebro, em 1905, com John Ongman e Albert Wickman; avivamento na Igreja
Batista Tabernaklet em Estocolmo, Suécia, em 1905, com John Dahlberg;
avivamento na Índia em 1905; avivamento espiritual em Kristianstad e Hässleholm
(Suécia), em 1905-1906, com Lewi Pethrus; avivamento da Rua Azusa 312, Los
Angeles, EUA, a partir de 1906 até 1909, começando na residência de crentes
batistas na Rua Bonnie Brae, sob direção do pastor negro metodista da
Santidade, William Joseph Seymour, aluno da Escola Bíblica de Charles Fox
Parham em Houston, Texas; avivamento na Igreja Episcopal de Sunderland,
Inglaterra, em 1906, com o pastor A. A. Boddy; avivamento em Zurique, por volta
de 1906, com os seguidores de John Alexander Dowie junto crentes metodistas,
batistas, reformados e outros, sob direção de A. A. Boddy, G. R. Polman, Smith
Wigglesworth, Arthur Booth-Clibborn, Thomas B. Barratt, Jonathan Paul e C. E.
D. Delabilière; Andrew Gustaf Johnson, em Göteborg e Skövde (Suécia), em 1906;
avivamento de Dunn (EUA) a partir de 1906 sob a direção do evangelista da
Santidade, Gaston Barnabas Cashwell, da Igreja Pentecostal da Santidade (PHC),
com cultos realizados até 1907 semelhantes aos da Rua Azusa; pastor batista
Charles Price Jones, em 1907, EUA; avivamento em Oslo, Noruega, com o pastor
metodista Thomas Ball Barratt, a partir de 1907; avivamento pentecostal em
Lidköping (Suécia), em 1907, com Lewi Pethrus; avivamento pentecostal em Skövde
(Suécia), a partir de janeiro de 1907; avivamento pentecostal em Estocolmo,
Suécia, a partir de fevereiro de 1907 entre os batistas, com Carl Hedeen, Olov
Leonard Björk, E. W. Olsson, culminando com a organização da Sétima Igreja
Batista de Estocolmo (pentecostal), em 1910, que se tornou, em 1913, na Igreja
Filadélfi a de Estocolmo, sob a direção de Lewi Pethrus; avivamento no
Tabernáculo da Aliança Missionária Cristã, em Newscastle, Pensilvânia (EUA), em
1907, com o ancião John Coxe; avivamento nas cidades desde Alexandria a
Assiout, Egito, em 1907, com Alexander Paul, G. S. Brelsford e Lilian Trasher;
avivamentos na China em 1907 com a missionária Nettie Norrmam, e com A. G. Garr
em Hong Kong, Macau e Cantão; avivamentos em 1907 na índia, nas missões de S.
C. Easton e Mukti, de Pandita Ramabai, com as pregações de A. G. Garr e mais
dois pregadores da Califórnia; avivamento em Copenhague, Dinamarca, em 1907,
com pregações de Thomas B. Barratt; os avivamentos em 1907 nas Convenções,
Instituto Bíblico e Escolas Bíblicas em Rochester, Nova Iorque (EUA);
avivamentos na Aliança Missionária Cristã em Ohio, em 1907 e 1908, com William
Cranner e John Salmon; avivamentos em Chicago (EUA), em 1907, em quase todas as
denominações protestantes da época, incluindo batistas suecos, com William H.
Durham (Missão da Avenida Norte), E. N. Bell, A. H. Argue , William H. Piper
(Stone Church) e F. A. Sandgren; presbiteriano Luigi Francescon, Chicago (EUA),
em 1907; avivamento pentecostal em Winnipeg, Manitoba, Canadá, em 1907, com A.
H. Argue, H. S. Horton, Franklin Small e R. H. McAlister; pastor batista negro
Charles Mason, em Memphis, EUA, em 1907, com a Igreja de Deus em Cristo
(COGIC); avivamentos na Holanda em 1907 e 1908, com o pastor G. R. Polman e sua
esposa; avivamentos na Finlândia, em 1908 e 1911, com J. A. Lindqvist e Thomas
B. Barratt; avivamento na África do Sul, em 1908, com John G. Lake; pregação de
G. B. Cashwell na Igreja de Deus em Cleveland, em 1908, e a experiência de
Tomlinson caindo ao chão falando em línguas; pastor batista Paulo Malaquias, em
1908, Ramada, Ijuí, Rio Grande do Sul (Brasil); pastor leto-batista Pedro
Graudin, em 1909, em Guaramirim (Bananal), Santa Catarina (Brasil); batista
sueco Daniel Berg, em 1909, no navio entre Suécia e EUA; pastor batista sueco
Gunnar Vingren, em 1909, na cidade de Chicago; Karlis Andermanis, pastor da
Igreja Leto-Batista de Rio Novo (Santa Catarina), recebe o batismo no Espírito
Santo com o falar em línguas estranhas, em 1909; pastor metodista Collins
Hoover, Valparaíso, Chile, em 1909; avivamento pentecostal na Argentina em
1910; batismos no Espírito Santo em Santo Antonio da Platina (PR), em 20 de
abril de 1910, e São Paulo, em 20 de junho de 1910, com Luigi Francescon;
crente batista, Celina Albuquerque, recebe o batismo no Espírito Santo em 10 de
junho de 1911, na cidade de Belém do Pará, em confirmação à pregação
pentecostal de Gunnar Vingren e Daniel Berg, dando início à Missão da Fé
Apostólica, posteriormente, Assembléia de Deus; avivamento pentecostal no Peru,
em 1911; avivamento pentecostal na Nicarágua, em 1912; avivamento pentecostal
no México, em 1914; avivamento pentecostal em Mwanza, no Congo (antigo Zaire),
em 1915, com William Burton e James Salter; avivamento pentecostal na
Guatemala, em 1916; avivamento pentecostal em Porto Rico, em 1916; avivamento
pentecostal na Bulgária com V. E. Varoneff; avivamento pentecostal na Rússia,
por volta de 1926 e 1927, com os pastores V. E. Varoneff e Kosloskoff;
avivamento na Ucrânia com o pastor V. E. Varoneff; avivamento entre adventistas
brasileiros resultando, em 24 de janeiro de 1932, na Igreja Adventista da
Promessa com o batismo no Espírito Santo de João Augusto da Silveira, em
Paulista (PE), quando orava em sua casa; nos Estados Unidos, começaram os
movimentos de cura divina, milagres, libertação, voz de cura e o
pentecostalismo no rádio e na televisão, com os evangelistas-pregadores William
Branham, Kathryn Kuhlman, Oral Roberts, Gordon Lindsay, Jack Coe, Tommy Hicks,
R. W. Culpepper, David Nunn, Morris Cerullo e Paul Finkenbinder; movimento de
renovação espiritual entre os batistas tradicionais brasileiros, a partir de
1941, com a missionária Rosalee Mills Appleby, em Minas Gerais, e os pastores
José Rego do Nascimento, Enéas Tognini e Rosivaldo de Araújo, resultando na
Convenção Batista Nacional, criada na década de 60; avivamento pentecostal
entre metodistas no Rio de Janeiro surgindo a Missão Evangélica do Brasil em 25
de agosto de 1945 com o reverendo Nelson Arcanjo Duarte Rocha, pastor
metodista, junto com um grupo de crentes que receberam o batismo no Espírito
Santo; avivamento pentecostal entre metodistas em São Paulo dando origem à
Igreja Avivamento Bíblico, por Mário Roberto Lindstron, em 1946; Epaminondas
Silveira Lima, presbítero da Igreja Presbiteriana Independente do Cambuci,
juntamente com sua esposa, Ada Endrigo, que havia recebido o batismo no
Espírito Santo, começa no fim dos anos 40 e início dos anos 50, em São Paulo, a
Cruzada Brasileira de Evangelização, que deu início à Igreja Cristã Pentecostal
da Bíblia do Brasil; Cruzada Nacional de Evangelização, departamento de
evangelismo em massa da Igreja Evangélica do Brasil, em 1951, com campanhas de
cura divina, milagres e libertação em grandes tendas, dirigidas por Harold
Edwin Willians, Raymond Boatright, Virgil Smith e pregadores brasileiros, como
Manoel de Mello, posteriormente, líder da Igreja O Brasil Para Cristo; nos
Estados Unidos, começou o Movimento Carismático entre as igrejas protestantes
evangélicas tradicionais. Seu principal expoente foi Dennis Bennett, da Igreja
Episcospal em Van Nuys (Califórnia), em 1959, considerado o iniciador do
Movimento; nos Estados Unidos, o “cair no poder do Espírito” particularmente
associado aos ministérios de Kathryn Kuhlman , Kenneth Hagin, Charles e Frances
Hunter e Benny Hinn; movimento entre batistas no Rio de Janeiro que dá início
em 1961 às igrejas da Obra da Restauração; avivamento pentecostal na Igreja
Presbiteriana de Goiânia (GO), com a missionária Ana Maria Avelar de Carvalho,
resulta no Presbitério Brasil Central, em 1962; renovação espiritual, em 1963,
no Rio de Janeiro, na residência do casal presbiteriano Acyoli e Zenilda Brito,
dá origem à Igreja Missionária Evangélica Maranata; cruzadas evangelísticas de
curas e milagres, em São Paulo, com o pregador de cruzadas Luiz Schiliró, que,
em 1963, deu origem à Igreja Evangélica Pentecostal Unida (atual Igreja Unida);
nos Estados Unidos e na Colômbia, em 1967, começou o Movimento de Renovação
Carismática Católica, com Ralph Keifer, Patrick Bourgeois e outros integrantes
do corpo docente da Duquesne University, em Pittsburgh (Pensilvânia);
avivamento pentecostal entre ministros e leigos na Igreja Metodista do Brasil
dá origem à Igreja Metodista Wesleyana, em 5 de janeiro de 1967, no Rio de
Janeiro; avivamento pentecostal entre presbiterianos em Vila Velha (ES) deu
origem, em 1968, à Igreja Cristã Maranata; movimento de renovação na Igreja
Presbiteriana do Brasil dá origem à Igreja Presbiteriana Cristã, em Cianorte
(PR), em 1968; Renovação Carismática Católica no Brasil, em 1969-1970, com dois
missionários jesuítas americanos residentes em Campinas (SP), Harold J. Rahm,
de 51 anos, e Edward J. Dougherty, de 29; Cruzada Profética Mundial Sinais e
Prodígios, com a missionária Lenir Brandão, no Rio de Janeiro, em 1970;
avivamento espiritual entre presbiterianos dá origem, em 8 de julho de 1972, à
Igreja Presbiteriana Independente Renovada, em Assis (SP); nos Estados Unidos,
surgiu o Movimento da Terceira Onda (termo usado pela primeira vez em 1983, por
Peter C. Wagner), com grupos pentecostais que não se identifi cam com os
pentecostais clássicos nem com o Movimento Carismático (segunda onda), mas
desejam experimentar o poder do Espírito Santo na cura de doentes, expulsão de
demônios, recebimento do dom da profecia e a participação em outros tipos de
manifestações carismáticas sem incomodar a filosofia de governo ministerial
prevalecente em suas igrejas; nos Estados Unidos, surgiram os chamados Profetas
de Kansas City (Missouri), com vários pregadores com ministérios proféticos
itinerantes, como Mike Bickle, Paul Cain e Bob Jones; nos Estados Unidos, em
1994, começou o Movimento Bênção de Toronto (neocarismático), com John Arnott,
Randy Clark e Howard-Browne, havendo um derramamento semelhante em Pensacola,
Flórida (pentecostalismo clássico), em 1995, com John Kilpatrick e Steve Hill;
nos Estados Unidos, ganhou força a Teologia do Reino Agora, ou Teologia do Domínio,
com Pat Robertson, Bill Hamon, Larry Lea, Thomas Reid, Earl Paulk e muitos
outros destacados líderes e mestres de movimentos de renovação; nos Estados
Unidos, grupos de igrejas, líderes e crentes consideraram-se “os novos
carismáticos”, com ênfases relacionadas à Teologia do Reino Agora e Teologia do
Domínio, entre elas: estabelecimento do Reino de Deus na terra, os cinco
ministérios (apóstolos, profetas, evangelistas, pastores e doutores),
dominionismo e restauracionismo. Quadro mundial de crentes pentecostais,
carismáticos e neocarismáticos: Em 1970, chegou a 72.223.000 pessoas. Em 1995,
chegou a 477.378.000 pessoas. Em 2000, chegou a 523.767.390 pessoas. Quadro
brasileiro de crentes pentecostais, neopentecostais e carismáticos:
1980
Segundo o Censo Demográfico do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE), as igrejas evangélicas de origem pentecostal somavam
3.808.086, ou 3,2% da população brasileira naquele ano, 119.002.706 pessoas.
Representavam 48,2% dos 7.900.000 evangélicos da época. Os protestantes
históricos, com 51%, eram a maioria.
1991
Segundo o Censo do IBGE, os pentecostais representavam 65,1% do
protestantismo nacional (8.179.706 de fiéis).
2000
Segundo o Censo do IBGE, os pentecostais totalizavam 17.617.307, ou 67,2%
dos 26.184.941 evangélicos brasileiros.
2002
Identificadas outras correntes dentro do pentecostalismo, chamadas de
isopentecostalismo (embora possuam outra natureza, afirmam estar em sintonia
com o pentecostalismo) e novos movimentos religiosos (NRMs).
2006
Segundo pesquisa realizada pelo Pew Fórum on Religion an Public Life,
instituição norte-americana especializada em assuntos religiosos, por volta de
15% da população brasileira era formada por pentecostais. Considerando o número
de brasileiros em 187 milhões, isso significa dizer que havia, pelo menos, 28
milhões de pentecostais em todo o país.
Fonte: Texto escrito para o Encontro de Reflexão Teológica do Movimento
Pentecostal - Assembleia de Deus em Campinas - SP
A INFLUÊNCIA DAS IGREJAS
NEOPENTECOSTAIS NO MOVIMENTO PENTECOSTAL NO BRASIL
Pr. Esequias Soares
Pr. Esequias Soares
INTRODUÇÃO
Os neopentecostais são grupos religiosos dissidentes das igrejas
pentecostais que surgiram a partir da década de 70. Eles se multiplicaram
rapidamente e trouxeram, em seu bojo, inovações teológica e litúrgica que
destoam dos pentecostais históricos, e alguns dentre os nossos estão imitando
suas práticas.
I. PRÁTICAS NEOPENTECOSTAIS
1. Pentecostais x neopentecostais. A característica básica das igrejas
pentecostais é o batismo no Espírito Santo, com seus dons e manifestações, como
a glossolalia (o falar em línguas), as profecias, curas e outras operações de
maravilhas. Isso vem desde o avivamento da rua Azuza. Porém, esse perfi l não é
visto nesses movimentos atuais, alguns líderes chegam até a chamar, em tom
sarcástico, o dom de profecias de “horóscopo evangélico”. Seria mais apropriado
designá-los como “carismáticos”, como são chamados nos Estados Unidos, e não
“neopentecostais”, pois não sobrou praticamente nada dos pentecostais nesses
movimentos, sequer chamam suas reuniões de culto ou adoração, usam expressões
como “Show da Fé, Sessão do Descarrego”, etc.. Seus ensinos e práticas chamam a
atenção porque eles desprezam os princípios básicos da hermenêutica e da
exegese bíblica, aplicam de forma errônea os textos bíblicos em benefício
próprio.
2. Os neopentecostais e seus artifícios. Seus líderes transformaram os
cultos em festivais de ofertas e em reuniões de exibições de atos aparentemente
sobrenaturais para manipular os presentes. Eles já inventaram diversas
campanhas, tentando realçá-las com textos e personagens do Antigo Testamento,
empregando figuras e símbolos, completamente fora do contexto bíblico, como
ponto de contato para estimular a fé e, também, apelam para práticas de origem
ocultistas, animistas e supersticiosas, para arrecadar fundos, no entanto, a
mensagem de salvação é esquecida. São pessoas habilidosas que ousam associar as
bênçãos de Deus a certas crendices populares e supersticiosas, sem
fundamentação bíblica, e que destoam de todos os ramos do cristianismo
evangélico.
3. Os aproveitadores. Desde muito cedo na história do cristianismo, já
havia aproveitadores, que usavam a Palavra de Deus visando lucros pessoais. A
Bíblia faz menção de homens que “por avareza, farão de vós negócio com palavras
fingidas” (2 Pe 2.3), cujo objetivo é, basicamente, mercadológico, por isso
usam os mesmos recursos de marketing para persuadir o povo a receber suas
crenças e práticas. Muitos deles, sequer, foram ordenados por uma instituição
religiosa, mas se auto-ordenaram pastores, isso sem contar aqueles que se
intitularam “apóstolos”, todavia, seu testemunho pessoal envergonha o nome de
Jesus.
II. UMA PRÁTICA ENGANOSA
1. Qual a metodologia para a cura? Ninguém deve estabelecer métodos para
Deus abençoar cada um dos seus filhos. Há na Bíblia registros de sinais,
prodígios e maravilhas para socorrer o seu povo, como a abertura do mar
Vermelho, e, também, para atender necessidades pessoais, como a cura de Naamã e
a ressurreição do filho da viúva de Naim, entre tantos milagres operados pelo
Senhor Jesus, mas nenhum método foi estabelecido como meio para Deus agir.
2. Como agiram os profetas e apóstolos bíblicos? É verdade que o profeta
Eliseu sarou as águas ao jogar nelas sal (2 Rs 2.19-22), que ele usou o pouco
de azeite e de farinha da viúva para multiplicar esses víveres (2 Rs 4.2-7),
que lançou um pedaço de pau no rio Jordão para fazer flutuar o machado (2 Rs
6.4, 5), dentre outros milagres. Da mesma forma, o Senhor Jesus usou os cinco
pães e os dois peixinhos para a multiplicação dos pães (Jo 6.9-13). Nem por
isso você encontrará no Antigo a Campanha do Sal, para sarar as águas más, nem
a Campanha da Multiplicação do Azeite e da Farinha, nem a Campanha do Machado
Flutuante e nem a Campanha da Multiplicação dos Pães e dos Peixes. Nenhum
profeta ou apóstolo jamais estabeleceu métodos com base nesses milagres para Deus
realizar outros sinais similares.
3. A perversão do evangelho. É assustador ouvir pregadores que ousam
apelar para o uso do sal grosso, do galho de arruda, água sobre o aparelho de
rádio ou de televisão durante a oração, colocar a mão sobre o local da
enfermidade, e coisas similares como meios para Deus operar, fazendo disso
doutrina, até, como base de sua religião. Eles estão pervertendo o verdadeiro
significado do evangelho, dando ênfase às crendices populares, trazendo para o
seio da igreja heresias e práticas supersticiosas reprovadas pela Bíblia
Sagrada.
III. O MINISTÉRIO DE CRISTO
1. A missão de Jesus. A Bíblia nos ensina que o propósito principal da
vinda de Jesus ao mundo foi para a redenção humana: “Esta é uma palavra fiel e
digna de toda a aceitação: que Cristo Jesus veio ao mundo, para salvar os
pecadores, dos quais eu sou o principal” (1 Tm 1.15). Apesar disso o Senhor
Jesus jamais deixou de socorrer os necessitados e aflitos, pois se compadecia
deles: “e Jesus, saindo, viu uma grande multidão e, possuído de íntima
compaixão para com ela, curou os seus enfermos” (Mt 14.14). Ele veio para
salvar os pecadores, no entanto, por causa da miséria humana Jesus operou
milagres, prodígios e maravilhas.
2. A trilogia do seu ministério. Jesus percorria “toda a Galileia,
ensinando nas suas sinagogas, e pregando o evangelho do Reino, e curando todas
as enfermidades e moléstias entre o povo” (Mt 4.23). Esse princípio deve ser
seguido por todos os cristãos, vamos aos cultos com o propósito de adorar a Deus
na beleza da sua santidade, para oferecer a ele a nossa adoração, e não para
negociar com ele, pois adoração não é transação comercial com Deus. Somos
abençoados porque ele ouve as nossas petições e “é poderoso para fazer tudo
muito mais abundantemente além daquilo que pedimos ou pensamos, segundo o poder
que em nós opera” (Ef 3.20). Entendemos que religião sem sobrenatural é mera
filosofia, mas nem por isso devemos forçar a situação como se Deus precisasse
de “uma forcinha” para operar maravilhas, pois essa é a ideia desses mercadores
da fé.
3. A fonte dos milagres. As manifestações vêm do Espírito Santo, Deus age
como quer e como lhe apraz, pois ele é soberano e não precisa de amuletos para
operar maravilhas. O Espírito Santo reparte essa operação “particularmente a
cada um como quer” (1 Co 12.11). É Deus que decide como, quando e em quem opera
os milagres, o Senhor Jesus é “o autor e consumador da fé” (Hb 12.2). Porém,
esses líderes estão incutindo no povo uma fé artifi cial e uma espiritualidade
falsa, ao tentar substituir essas crendices pela fé viva no Cristo
ressuscitado.
IV. UM MODELO QUE NÃO NOS INTERESSA
1. Um cristianismo estranho. A mídia mostra, com frequência, muitos desses
grupos como empresários da fé, mercadores da Palavra de Deus. A sociedade está
estarrecida com tudo que os líderes esses movimentos estão fazendo, há até,
entre eles, envolvidos com crimes financeiros e respondendo a processo por
“calote”. Que espécie de cristianismo é esse? Por causa disso, os evangélicos
são, às vezes, postos numa vala comum e o nome de Jesus ultrajado. Você, que é
crente em Jesus e temente a Deus, pode por si mesmo, conferir o método e a
maneira de agir dessa gente e comparar com os ensinos bíblicos e verá o grande
disparate.
2. Usando a igreja como propriedade particular. Esses líderes são donos de
suas igrejas, eles não prestam conta a ninguém dos seus atos, agem sem
escrúpulos e modificam a liturgia de suas reuniões conforme a conveniência
deles. Quem tem autoridade para aplicar sobre eles sanções em casos de pecados?
É um sistema contrário a Palavra de Deus, pois na hierarquia bíblica, todos os
que exercem autoridade estão, também, sob autoridade. O próprio Senhor Jesus
Cristo deixou o exemplo: “Porque eu desci do céu não para fazer a minha vontade,
mas a vontade daquele que me enviou” (Jo 6.38). Por não se submeterem a nenhuma
autoridade, eles abusam da autoridade e introduzem no seio da igreja as mais
exóticas das crenças. Eles são conhecidos como neopentecostais.
3. Eles não são exemplos para a sociedade. O Senhor Jesus preparou seus
discípulos sobre as perseguições, e, na verdade, nada de bom devemos esperar do
mundo “se o mundo vos aborrece” declarou o Mestre, “sabei que, primeiro do que
a vós, me aborreceu a mim” (Jo 15.18). Porém, isso não deve ser aplicado aos
que violam as leis do Estado. Padecer pela causa do mestre não é a mesma coisa
que receber punição por cometer crimes, o ensino bíblico é “que nenhum de vós
padeça como homicida, ou ladrão, ou malfeitor, ou como o que se intromete em negócios
alheios” (1 Pe 4.15). Isso é diferente de padecer pelo bom testemunho (1 Pe 15,
16).
CONCLUSÃO
O pentecostalismo da nossa denominação é histórico e clássico isso
significa que devemos ensinar aos outros e não copiar práticas exóticas e
excêntricas dos neopentecostais, nem mesmo copiar sua nomenclatura. Eles são
habilidosos e são treinados para impressionar o povo com milagres simulados,
mas a nossa escola é outra. A Bíblia nos ensina que é maldito que faz a obra de
Deus fraudulentamente (Jr 48.10).
Fonte: Texto escrito para o Encontro de Reflexão Teológica do Movimento
Pentecostal - Assembleia de Deus em Campinas - SP
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PAZ DO SENHOR
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