As origens batistas da Assembleia de Deus (AD) no
Brasil e as diferenças com a coirmã Assemblies of God (AG)
A Assembleia de Deus no Brasil possui mais de cem
anos de existência, o que vem chamado a atenção de historiadores e sociólogos
brasileiros. Dentre as obras publicadas merece destaque o livro de Gedeon de
Alencar Assembleias
de Deus: Origem, Implantação e Militância, publicada pela
Arte Editorial em 2010. A obra de Alencar possui excelente material histórico
acerca das origens da maior denominação pentecostal do Brasil. Um dos pontos
altos da obra é quando o autor discute as diferenças entre a Assembleia de Deus
norte-americana e a brasileira, assim demonstrando o pouco que estas
denominações têm em comum. Todavia, como qualquer obra dessa natureza, o livro
possui certas limitações em suas análises sociológicas (algo que nunca fui de
apreciar). Dentre as quais noto a quase ausência acerca da mentalidade
teológica que cercou a origem das Assembleias de Deus, e que a meu ver vale a
pena atentar [1].
Infelizmente, a
visão eclesiástica do
missionário Nils Kastberg prevaleceu |
Venho estudando há quase quatro anos em uma
instituição teológica batista em Belém do Pará, assim também com tenho pregado
em algumas igrejas. É notável observar várias semelhanças entre o “estilo
batista de ser” com as Assembleias de Deus, em especial em Belém. Há um
compartilhamento das ideias, das virtudes e vicissitudes ainda que já tenham se
passado um século e obviamente as diferenças tendem a ficar mais evidentes.
Ainda dentro desse contexto, se entende mais a
grande diferença entre a Assembleia de Deus (AD) brasileira e a americana
(Assemblies of God- AG). Algo flagrante, mas aparantemente pouco notado
ou enfatizado: são duas denominações diferentes, ainda que semelhantes
(essa semelhança será explicada mais a frente). A história da formação da
AD americana, como relatada na Teologia
Sistemática editada
por Stanley Horton [2] é uma junção de várias denominações com forte
influência metodista e do Movimento de Santidade (além dos batistas). A
igreja brasileira, por usa vez, é quase que puramente de origem
batista. Em outras palavras, a linha de continuidade da AD Brasileira em sua
origem se encontra na história batista, em especial da Igreja Batista Sueca (no
que tange a cultura e influência teológica geral). Na época o próprio pastor da
1° Igreja Batista em Belém, Erik Nilsson (conhecido como Eurico Nelson), era um
batista sueco [3].
O próprio Vingren relata em seu diário, ao chegar
em Belém, ainda se apresentava como um batista e não necessariamente como
um “pentecostal” [4]. As igrejas em que Vingren e Berg interagiam nos
Estados Unidos eram de origem escandinávia, ou seja, eram batistas que haviam
abraçado o movimento pentecostal que irrompera a partir de do avivamento em
Azuza, que também deu
origem a AD americana. Ou seja, a única coisa que liga as duas AD são o
movimento pneumatológico - compartilhadas por ambas em sua origem- e só.
Enquanto que o pentecostalismo norte-americano sofria a controvérsia do
racismo, Berg e Vingren, pobres e simples, batizavam os mais variados
indivíduos, muitos sendo pardos e da classe média baixa. Na mentalidade
pentecostal americana não há problemas no ministério pastoral ser exercido por
mulheres, algo que fora veementemente rejeitado por Samuel Nyström, o sucessor
de Vingren. Em sua formação, a AD brasileira inicia-se com
uma membresia essencialmente batista que houvera abraçado o
pentecostalismo.
Como notado por meu amigo Gutierres Siqueira em
artigo anterior [5], as diferenças entre assembleianos americanos e
brasileiros, além da visão sobre o ministério feminino, há também outra
questão: a interação com o catolicismo romano, muito mais forte na América do
Norte do que aqui. A erudição da Assembleia de Deus americana , tanto na
sistematização e no biblicismo da teologia pentecostal, muito rapidamente
foi estabelecida, enquanto que no Brasil, apesar de alguns grandes eruditos
como Nyström, o destaque maior era a pregação popular e evangelismo pessoal, o
que deixou as gerações subsequentes com uma parca herança literária. Esse
processo pouco afeito ao estudo sistemático só começou a ser revertido na
interação entre as duas AD's em meados dos anos 1950-1960, especialmente a
partir da fundação de colégios como o IBAD (Instituto Bíblico da Assembleia de
Deus). Essa interação entre as duas igrejas foi um processo bem positivo para a
congregação nativa.
Porém, diante do quadro em que as Assembleias de
Deus se encontram atualmente, levando em consideração sua origem batista, como
explicar o sistema eclesiástico atual, intimamente com as controvérsias
doutrinárias que cercam a AD? Creio que todas essas questões devem ser
analisadas e ponderadas tendo a história batista como auxílio, e partindo dela
igualmente na busca de uma solução. É importante notar no aspecto eclesiológico
e da Teologia Sistemática.
1. A diferente eclesiologia assembleiana:
As igrejas batistas em Belém possuem, em geral, o
mesmo principio que norteia os batistas desde a sua origem: a liberdade das
igrejas locais e o modelo congregacional, sendo um pastor que direciona a
igreja e cada congregação é guiada pela membresia. Como então surgiu esse
sistema eclesiástico onde as “igrejas-sedes” ou “mães” dominam as congregações
ou “igrejas filhas”, e estas, por suas vez, estão totalmente sujeitas
administravelmente à vontade do templo-sede? De onde surgiu a hierarquia-
com semelhanças do modelo episcopal- todavia secularizado e, até mesmo,
opressor em certos momentos? De onde surge a ideia de um “pastor-presidente”, o
ser superior aos demais e rodeados pelos asseclas?
Ainda que certos problemas e politicagem possam ser
vistos nas congregações batistas, é impressionante como isto está acentuado na
figura do pastor assembleiano! Um ponto que originou tal realidade é a forte
influência militar oriunda dos grades líderes da denominação no decorrer dos anos,
como mostrado aqui neste blog em um artigo anterior [6]. Hoje, as
Assembleias de Deus sofrem com um forte modelo hierárquico, sendo que nesse
caso, quanto maior a hierarquia, maior é a politicagem e a busca pelo poder.
Nesse esquema, o diaconato muitas vezes não é visto como um ministério distinto
e honroso, mas apenas um degrau na busca pelo pastorado. Cria-se, também, as
castas familiares, gerando clãs distintos e até rivais. Porém, a questão é que
isso não urge exatamente do nada e é provável que o modelo existente
inicialmente tenha surgido com boas intenções, porém o grande desastre na
eclesiologia assembleiana se dá na Convenção Geral de 1937. Ali, fora levantada
a questão acerca das funções ancião/ presbítero. Esses poderiam serem
considerados pastores? As decisões foram tratadas como se segue:
A Criação Geral de 1937 compreendeu, citando textos
como 1 Pe 5.1, Atos 20.28 e 1 Tm 5.17, que em alguns casos parece haver
diferença entre anciãos e anciãos com chamada ao ministério, estabelecendo assim,a
hierarquia eclesiástica que até hoje existe na Assembleia de Deus:
diáconos, presbíteros e ministros do Evangelho (pastores e evangelistas)”.
[7]
Aqui, devido a uma interpretação equivocada dos
textos bíblicos citados, faz uma divisão inexistente entre os presbíteros que
são chamados de pastores e os presbíteros que não são, sendo que os presbíteros
como “chamados” estariam, assim, hierarquicamente acima dos demais. Tal
interpretação, que ao que tudo indica tem origem no missionário Nils Kastberg,
quando publicou um artigo no Mensageiro
da Paz que
influenciou as deliberações da convenção de 1937 [8]. Ora, por mais que tenha
gerado resultados positivos para a igreja no início, mas ainda assim há
um grande problema: não encontra um respaldo bíblico consistente. Esse modelo
gerou um estilo eclesiástico que é praticamente paralelo ao sistema episcopal
básico: há o pastor-presidente (arcebispo), que por sua vez, comanda uma
diocese, ou seja, igrejas que são dirigidas por bispos (pastores que governam determinados
bairros). Que por sua vez comandam os reitores, que são os sacerdotes da
igrejas (os pastores locais, que possuem por vezes o título de evangelista). Tal sistema
claramente entra em choque com uma visão batista de um governo congregacional,
pelo menos no que tange a centralidade de poderes. Tal estilo de modelo
não encontra respaldo suficiente no Novo Testamento, tende a ser regido pelo
secularismo, prejudica a vida da igreja e favorece a centralização de poder.
Esse modelo deve ser extirpado!
Há uma necessidade de voltarmos a uma estrutura
congregacional que ainda reside de maneira enfraquecidas em muitas igreja
locais. As igrejas locais devem ser guiadas por um grupo de presbíteros, que
cuidem do trabalho pastoral de pregação e ensino (talvez orientada por alguns
dentre eles como pastores regulares). A igreja local precisa respirar certa
independência. Em meu entendimento, o modelo presbiteriano é o mais bíblico e
recomendável. Caso essa mudança seja ainda para um futuro mais distante, uma congregação
local, com multiplicidade de presbíteros é um bálsamo bem-vindo [9].
1.1 A questão do ministério feminino.
A história das Assembleias de Deus no Brasil é
marcada por mulheres valorosas, de oração e do Evangelho. Tal atuação não pode
ser menosprezada. Cada vez mais vêm se destacando a esquecida obra de Frida
Vingren nos primeiros anos da Assembleia de Deus, sendo que é louvável
destacar a importância dessa mulher na obra de Cristo.
Todavia, junto com a homenagem, vem o pacote
ideológico: havendo a Assembleia de Deus cercada por tão grandes mulheres, logo
não deveria legitimar o pastorado feminino? Minha resposta é simplesmente um
franco não. E a razão é bem simples: Nesses momentos, costuma-se usar em prol
de um ministério feminino as mais variadas formas de argumentos, menos a
Bíblia. Posso certamente discordar do tratamento dado a Frida em certas
ocasiões, mas isso não me dá a justificativa para apoiar os seus equívocos.
Como escrevi a alguns atrás [10], não encontrando o mínimo respaldo bíblico
para mulheres no pastorado. Os que encontram simplesmente solapam a Bíblia
nesta questão. Creio ter sido acertada a firmeza doutrinária de Nyström a quase
um século atrás nesta questão [11]. A meu ver, não estamos somente sendo
fiéis as nossas raízes, mas a Palavra de Deus.
2. A teologia dogmática assembleiana.
O distintivo teológico assembleiano sem dúvida se
dá no âmbito da pneumatologia, por isso, é mais do que urgente que nossas
Assembleias de Deus tenham uma doutrina sólida e sadia à respeito dos dons do
Espírito. Nisso, os teólogos assembleianos da América do Norte já produziram
material vastíssimo e extremamente útil nos tempos em que vemos as doutrinas
pseudopentecostais invadido nossa denominação e solapando o pentecostalismo
clássico. A interação que houve entre as duas AD's e a influência positiva no
âmbito de uma pneumatologia pentecostal e o aprofundamento em uma teologia
saudável, fiel às Escrituras, deve permanecer. A CPAD (Casa Publicadora das
Assembleias de Deus) vem publicando excelentes obras, porém, muito ainda pode
ser feito. Das obras de Donald Gee, célebre líder pentecostal, o único livro
que continua a ser publicado pela editora é “Pentecoste”, que recebeu um novo
título: “Como receber o Batismo com o Espírito Santo”. Creio que uma nova
edição, com a volta do título original, seria de grande valia, assim também com
outros livros de Gee, que foram publicados por outras editoras como, por
exemplo, os livretos Acerca
dos Dons espirituais e os Dons do Ministério de Cristo,
hoje encontrados apenas em sebos, assim também como o comentário ao livro de
Atos feito por Stanley Horton.
Porém, o fator continuidade não pode ser
menosprezado. Haja vista o fato de que a Assembleia de Deus no Brasil possui
uma íntima ligação batista, é de extrema importância que mais e mais haja
interação com a tradição batista. É essencial que o obreiro assembleiano
conheça nomes como Charles Spurgeon, Benjamim Keach, John Gill, John Smyth e
vários nomes da tradição teológica de onde viemos. Negar tal herança é presunção
e adquirir uma visão ex-nihilo do surgimento da denominação,
Há outro importante que vem se destacando no
cenário assembleiano: a crescente influência da Teologia Reformada, também
conhecida como Teologia Calvinista.
2.1 Assembleianos calvinistas.
Ao contrário do que se pensa, a questões envolvendo
o calvinismo e o Movimento Pentecostal no Brasil estão mais próximos do que o
comumente pensado. Isso vale em especial para a Assembleia de Deus. Logo no
início, destaca-se as figuras de Adriano Nobre e Manuel Higino como um exemplo
disso. Adriano, o presbiteriano que simpatizou com Berg e Vingren, e que mais
tarde se tornou assembleiano, obviamente trouxe à igreja um toque de sua
bagagem teológica. A primeira igreja da Assembleia de Deus no Ceará foi uma
Igreja Presbiteriana independente que aceitou a doutrina pentecostal (e logo
foi orientada espiritualmente por Nobre). Porém, o caso mais latente foi o
ocorrido pelos irmão Manoel e João Higino, que resultou em sua excomunhão da
Assembleia de Deus e a formação da igreja Assembleia de Cristo (mais tarde
Igreja de Cristo).
A saída dos irmãos Higino e companheiros é pouco
explorada ou citada nos livros de história assembleianos. Em sua História da Convenção,
Silas Daniel nem mesmo cita o motivo da exclusão. Alencar afirma que Manoel
Higino era um “calvinista ortodoxo”. As informações não são de fácil acesso. A
mais confiável é encontrada no site da Igreja de Cristo em Parque Genibaú, na
seção História [12]. Dentre os separatistas junto a Higino estava João Vicente
de Queirós. Segundo ele, as controvérsias envolvendo Gunnar Vingren e Samuel
Nystrom, com a formação dos dois periódicos e hinários distintos
(respectivamente, o Som
Alegre e Boa
Semente, e o Saltério e a
Harpa Cristã) não havia chegado ao conhecimento de Queiroz e outros, que
fundariam a Igreja de Cristo.
Quando o Mensageiro
da Paz foi oficializado (na
Convenção de 1930) [13], o missionário Nils Kastberg foi um dos mais conhecidos
articulistas. Em uma das edições do Mensageiro
da Paz surge um problema
doutrinário: em uma mesma edição saíram dois artigos bem diferentes na
essência. Em uma, José Bezerra de Menezes falava acerca da justificação pela fé
e (segundo Queiroz) a salvação eterna do crente justificado. Em contrapartida,
na mesma edição, havia um escrito de Kastberg acerca do dízimo, onde este
afirma: “Que os irmãos trouxessem os dízimos ao tesouro da Igreja, porque é um
dever de cada crente, e tomassem cuidado, porque muitos crentes já estavam no
inferno, por não pagarem os dízimos do Senhor”. A salvação condicionada pelo
dízimo de Kastberg transtornou os calvinistas assembleianos, defensores da
salvação eterna. Outro problema surgido esteve na 4° edição da Harpa
Cristã de 1932, onde o hino 138 de José Felinto aludia à segurança da salvação
eterna na 1° estrofe, ao passo que o hino 418 de Jahn Sorheim, na última
estrofe, se admitia-se a possibilidade de perder a salvação [14]. Então, a
partir daí, os calvinistas assembleianos elegem Manoel Higino como o representante
para levar uma carta endereçada a Nils Kastberg para reunir uma Convenção
a fim de debater a questão. A resposta de Kastberg fora incisiva. Ele afirmou
“estar de acordo com os ensinos da salvação condicional, e quem estivesse
aborrecido que saíssem para onde quisessem...”. A partir daí, os
calvinistas entregaram suas credenciais de obreiros e foram oficialmente
excomungados da denominação na convenção de 1933. Uma tentativa de aproximação
foi feita em 1933, porém ,com a firmeza de Higino nesta questão, a separação
foi total. A partir daí, formou-se a Assembleia de Cristo (futura Igreja de
Cristo), com uma soteriologia da certeza da salvação e um governo
congregacional. Logo, uma fórmula popular de arminianismo (que depois se
solidificou) espalhou-se no meio assembleiano, até tempos recentes, onde se vê
cada vez mais um ressurgimento do calvinismo na denominação.
2.2 Assembleianos Calvinistas hoje.
Cada vez mais evidencia-se grupos que aderem ao
calvinismo ou são simpatizantes deste nas fileiras assembleianas. A própria
CPAD vem publicando obras teor reformado nos últimos anos, com a publicação de
obras escritas por autores como Jonathan Edwards, Matthew Henry, D. A.
Carson, John Piper, R. C. Sproul, todos de orientação reformada [15]. Tal concepção
teológica é boa e salutar, tendo em muito para contribuir para a AD americana,
apesar de várias objeções já feitas, tanto por outros reformados quanto pelos
assembleianos de uma linha mais arminiana. As doutrinas pentecostais não entram
em choque com relação às doutrinas reformadas [16]. Hoje, inclusive , nomes
como Wayne Grudem, John Piper e até mesmo Lloyd-Jones possuem uma pneumatologia
que se assemelha a uma vertente pentecostal, sendo que todos eram (ou são)
firmemente reformados. Diante disso, deve ser assegurado aos obreiros
calvinistas que estão nas fileiras ministeriais da Assembleia de Deus a
liberdade teológica no exercício de seu ministério. Um ponto importante porém,
é ressaltar o conhecimento destes com relação ao diferencial da pneumatologia pentecostal,
o que nos distingue como movimento e denominação.
Conclusão
Ao analisar a historia assembleiana brasileira
vemos que as Assembleia de Deus no Brasil segue uma linha bastante distinta da
americana (AG). A sua origem e influência está atrelada a Igreja Batista no
Brasil, assim como a influência sueca. A primeira congregação assembleiana no
Brasil era uma igreja batista que adotara uma pneumatologia pentecostal. Tanto
Berg, Erik Nelson e Vingren tinham uma origem nas igreja batistas da Suécia. É
essencial que o pentecostal assembleiano saiba as suas origens e a explore
positivamente, recebendo a herança batista disponível também a ele, o que o
fortalecerá em sua teologia. Os assembleianos devem retomar um modelo que
garanta a auto-suficiência da igreja local em todos os aspectos
possíveis. Deve aprender (ou reaprender) também com a tradição batista a
liberdade aos que seguem a doutrina reformada. Atitudes como as tomadas na
convenção de 1937 não caberiam no contexto atual. A liberdade a obreiros de
linha reformada deve ser mantida, sempre também mantendo os princípios
assembleianos como uma elevada visão da Sagrada Escritura e a manifestação dos
dons espirituais e um revestimento de poder pós-conversão. Certamente que,
com resoluções mais bíblicas, toda a família assembleiana será abençoada.
Soli Deo Gloria
Notas:
[1] Outra falha vista na obra de Alencar (para um
assembleiano paraense é quase um pecado imperdoável) é a visão apresentada por
ele acerca de Daniel Berg. Em sua perspetiva, Berg não contribuiu para a
formação da denominção, sendo que enquanto este dirigiu-se para a “periferia”,
tornar-se inexistente Vingren é que fomentou o desenvolvimento da igreja.
É óbvio que Vingren fez bastante, porém o trabalho de Berg foi pioneiro e
excepcional. Primeiramente, fora ele quem arrumou um trabalho secular
para bancar as aulas de português de Vingren, sendo inicialmente criticado por
este, que não queria vê-lo envolvido com um trabalho secular (Enviado de
Deus, p. 50-51). Foi ele
quem praticamente fundou as primeiras congregações de crentes na Ilha de
Marajó, Bragança e outros interiores, sendo uma espécia de desbravador
evangélico do Pará mais habitável. A grande questão é que, em termo
missiológicos, o trabalho de Berg foi mais amplo e em certo sentido, ainda mais
empreendedor do que o de Vingren. A memória e influência de Berg ainda é
sentida até hoje nessas igrejas paraenses. Por isso, a afirmação de Alencar que
nos primeiros 20 anos quem lidera a igreja é Gunnar e Frida Vingren (ou quem
sabe, apenas Frida) é simplesmente uma interpretação ideológica insustentável
diante da evidência histórica.
[2] Horton, Stanley (ed). Teologia Sistemática: uma perspectiva pentecostal.
Rio de Janeiro: CPAD,1996. p. 11-41.
[3] Erik Nilsson, conhecido como Eric Nelson pelos
americanos e Eurico Nelson pelos brasileiros, e, também, conhecido
no meio batista como o “apóstolo da Amazônia”, foi um missionário pioneiro na
região do Pará. Sua história, incrivelmente, tem certos paralelos com a de
Vingren e Berg, em especial deste último. Quando chegou ao Brasil, Erik
não era um pastor ordenado, nem tampouco fora enviado por alguma junta
missionária (duas coisas que aconteceriam posteriormente). Assim como Berg, foi
um colportor e vendia bíblias, o que lhe dava oportunidade de evangelismo e
meio de sustento. Depois de amargar grandes dificuldades iniciais, conseguiu
através da pregação formar um bom número de membros em Belém do Pará,
associando-se com o célebre Salomão Ginsburg, missionário judeu da Junta de
Richmmond. Sua vida é marcada por lutas e sofrimentos, além de várias
perseguições. Segundo John Landers, em sua tese de doutorado em filosofia pela
Texas Christian University, afirma que apesar de certa apreensão com Vingren e
Berg, Nelson (nas palavras de Landers) “apreciava seu entusiasmo”(LANDERS, The First Baptist Missionary on the Amazon,1891-1939,p.88).
Quando Berg e Vingren foram excomungados da igreja, Nelson não estava presente.
[4] Quando chegaram em Belém, Vingren e Berg
se encontraram com Justus Nelson, pastor metodista, identificaram-se ainda como
batistas, motivo pelo qual Nelson os encaminhou para a Primeira Igreja Batista
(VINGREN, Diário
do Pioneiro, p.36). Após a saída
dos dois missionários pentecostais, Eurico Nelson escreveu uma carta
justificando que aceitara os dois missionários escandinavos por eles terem se
identificado como batistas. Acerca disso, Laners firma: “Devido ao Movimento
Pentecostal estava ainda em processo de desenvolver-se em uma denominação
separada, é possível que Vingren e Berg tivessem esperança de permanecer dentro
da denominação batista no Brasil e levar todo o grupo para os
ensinamentos pentecostais” (LANDERS, Op. Cit. p.90).
100 ANOS DAS ASSEMBLEIAS DE DEUS NO
BRASIL
A origem da denominação está no fogo do
reavivamento que varreu o mundo no século 20
"Pouco tempo depois, Gunnar
Vingren participou de uma convenção de igrejas batistas, em Chicago. Essas igrejas
aceitaram o Movimento Pentecostal. Ali ele conheceu outro jovem sueco que se
chamava Daniel Berg. Esse jovem também fora batizado com o Espírito Santo.
Após uma ampla troca de informações, experiências e idéias, Daniel Berg e Gunnar Vingren descobriram que Deus os estava guiando numa mesma direção, isto é: o Senhor desejava enviá-los com a mensagem do Evangelho a terras distantes, mas nenhum dos dois sabia exatamente para onde seriam enviados.
Algum tempo depois, Daniel Berg foi visitar o pastor Vingren em South Bend. Durante aquela visita, quando participavam de uma reunião de oração, o Senhor lhes falou, através de uma mensagem profética, que eles deveriam partir para pregar o evangelho e as bênçãos do avivamento pentecostal. O lugar tinha sido mencionado na profecia: Pará. Nenhum dos presentes conhecia aquela localidade. Após a oração, os dois jovens foram a uma biblioteca à procura de um mapa que lhes indicasse onde o Pará estava localizado. Foi quando descobriram que se tratava de um estado do Norte do Brasil".
História das Assembléias de Deus no Brasil, Emílio Conde - CPAD
No início do século XX, apesar da presença de imigrantes alemães e suíços de origem protestante e do valoroso trabalho de missionários de igrejas evangélicas tradicionais, nosso país era ainda quase que totalmente católico.
A origem das Assembléias de Deus no Brasil está no fogo do reavivamento que varreu o mundo por volta de 1900, início do século 20, especialmente na América do Norte.
Os participantes desse reavivamento foram cheios do Espírito Santo da mesma forma que os discípulos e os seguidores de Jesus durante a Festa Judaica do Pentecostes, no início da Igreja Primitiva (Atos cap. 2). Assim, eles foram chamados de "pentecostais".
Exatamente como os crentes que estavam no Cenáculo, os precursores do reavivamento do século 20 falaram em outras línguas que não as suas originais quando receberam o batismo no Espírito Santo. Outras manifestações sobrenaturais tais como profecia, interpretação de línguas, conversões e curas também aconteceram (Atos cap. 2).
Em 19 de novoembro de 1910, os jovens suecos Gunnar Vingren e Daniel Berg aportaram em Belém, capital do estado do Pará, vindos dos EUA. A princípio, freqüentaram a Igreja Batista, denominação a que ambos pertenciam nos Estados Unidos. Eles traziam a doutrina do batismo no Espírito Santo, com a glossolalia - o falar em línguas estranhas - como a evidência inicial. A manifestação do fenômeno já vinha ocorrendo em várias reuniões de oração nos EUA (e também de forma isolada em outros países), principalmente naquelas que eram conduzidas por Charles Fox Parham, mas teve seu apogeu inicial através de um de seus principais discípulos, um pastor negro leigo, chamado William Joseph Seymour, na Rua Azusa, Los Angeles, em 1906.
Quando Daniel Berg e Gunnar Vingren, chegaram ao Brasil, ninguém poderia imaginar que aqueles dois jovens suecos estavam para iniciar um movimento que alteraria profundamente o perfil religioso e até social do Brasil por meio da pregação de Jesus Cristo como o único e suficiente Salvador da Humanidade e a atualidade do batismo no Espírito Santo e dos dons espirituais. As denominações evangélicas existentes na época ficaram bastante incomodadas com a nova doutrina dos missionários, principalmente por causa de alguns irmãos que se mostravam abertos ao ensino pentecostal. Celina de Albuquerque, na madrugada do dia 18 de junho de 1911 foi a primeira crente da igreja Batista de Belém a receber o batismo no Espírito Santo, o que não demorou a ocorrer também com outros irmãos.
Após uma ampla troca de informações, experiências e idéias, Daniel Berg e Gunnar Vingren descobriram que Deus os estava guiando numa mesma direção, isto é: o Senhor desejava enviá-los com a mensagem do Evangelho a terras distantes, mas nenhum dos dois sabia exatamente para onde seriam enviados.
Algum tempo depois, Daniel Berg foi visitar o pastor Vingren em South Bend. Durante aquela visita, quando participavam de uma reunião de oração, o Senhor lhes falou, através de uma mensagem profética, que eles deveriam partir para pregar o evangelho e as bênçãos do avivamento pentecostal. O lugar tinha sido mencionado na profecia: Pará. Nenhum dos presentes conhecia aquela localidade. Após a oração, os dois jovens foram a uma biblioteca à procura de um mapa que lhes indicasse onde o Pará estava localizado. Foi quando descobriram que se tratava de um estado do Norte do Brasil".
História das Assembléias de Deus no Brasil, Emílio Conde - CPAD
No início do século XX, apesar da presença de imigrantes alemães e suíços de origem protestante e do valoroso trabalho de missionários de igrejas evangélicas tradicionais, nosso país era ainda quase que totalmente católico.
A origem das Assembléias de Deus no Brasil está no fogo do reavivamento que varreu o mundo por volta de 1900, início do século 20, especialmente na América do Norte.
Os participantes desse reavivamento foram cheios do Espírito Santo da mesma forma que os discípulos e os seguidores de Jesus durante a Festa Judaica do Pentecostes, no início da Igreja Primitiva (Atos cap. 2). Assim, eles foram chamados de "pentecostais".
Exatamente como os crentes que estavam no Cenáculo, os precursores do reavivamento do século 20 falaram em outras línguas que não as suas originais quando receberam o batismo no Espírito Santo. Outras manifestações sobrenaturais tais como profecia, interpretação de línguas, conversões e curas também aconteceram (Atos cap. 2).
Em 19 de novoembro de 1910, os jovens suecos Gunnar Vingren e Daniel Berg aportaram em Belém, capital do estado do Pará, vindos dos EUA. A princípio, freqüentaram a Igreja Batista, denominação a que ambos pertenciam nos Estados Unidos. Eles traziam a doutrina do batismo no Espírito Santo, com a glossolalia - o falar em línguas estranhas - como a evidência inicial. A manifestação do fenômeno já vinha ocorrendo em várias reuniões de oração nos EUA (e também de forma isolada em outros países), principalmente naquelas que eram conduzidas por Charles Fox Parham, mas teve seu apogeu inicial através de um de seus principais discípulos, um pastor negro leigo, chamado William Joseph Seymour, na Rua Azusa, Los Angeles, em 1906.
Quando Daniel Berg e Gunnar Vingren, chegaram ao Brasil, ninguém poderia imaginar que aqueles dois jovens suecos estavam para iniciar um movimento que alteraria profundamente o perfil religioso e até social do Brasil por meio da pregação de Jesus Cristo como o único e suficiente Salvador da Humanidade e a atualidade do batismo no Espírito Santo e dos dons espirituais. As denominações evangélicas existentes na época ficaram bastante incomodadas com a nova doutrina dos missionários, principalmente por causa de alguns irmãos que se mostravam abertos ao ensino pentecostal. Celina de Albuquerque, na madrugada do dia 18 de junho de 1911 foi a primeira crente da igreja Batista de Belém a receber o batismo no Espírito Santo, o que não demorou a ocorrer também com outros irmãos.
A nova doutrina trouxe muita
divergência naquela comunidade, pois um número cada vez maior de membros
curiosos visitava a residência de Berg e Vingren, onde realizavam reuniões de
oração. Enquanto um grupo aderiu, outro rejeitou. Assim, em duas assembléias
distintas, conforme relatam as atas das sessões, os dezenove adeptos do
pentecostalismo foram desligados. Convictos e resolvidos a se organizar, em 18
de junho de 1911, juntamente com os missionários estrangeiros, fundaram uma
nova igreja e adotaram o nome de Missão da Fé Apostólica.
Este foi o primeiro nome
dado ao Movimento Pentecostal nos Estados Unidos a partir de 1901 e era também
empregado pelo movimento de Los Angeles, mas sem qualquer vínculo
administrativo da nova igreja brasileira com William Joseph Seymour. A partir
de então, passaram a reunir-se na casa de Celina de Albuquerque. Mais tarde, em
18 de janeiro de 1918 a nova igreja, por sugestão de Gunnar Vingren, foi
registrada como Assembléia de Deus, em virtude da fundação das Assembléias de
Deus nos Estados Unidos, em 1914, em Hot Springs, Arkansas, mas, outra vez, sem
qualquer ligação institucional entre ambas as igrejas.
Em poucas décadas, a Assembléia de Deus, a partir de Belém do Pará, onde nasceu, começou a penetrar em todas as vilas e cidades até alcançar os grandes centros urbanos como São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Porto Alegre. As Assembléia de Deus se expandiram pelo Estado do Pará, alcançaram o Amazonas, propagaram-se para o Nordeste, principalmente entre as camadas mais pobres da população. Chegaram ao Sudeste pelos idos de 1922, através de famílias de retirantes do Pará, que se portavam como instrumentos voluntários para estabelecer a nova denominação aonde quer que chegassem. Nesse ano, a igreja teve início no Rio de Janeiro, no bairro de São Cristóvão, e ganhou impulso com a transferência de Gunnar Vingren, de Belém, PA, em 1924, para a então capital da República. Um fato que marcou a igreja naquele período foi a conversão de Paulo Leivas Macalão, filho de um general, através de um folheto evangelístico. Foi ele o precursor do assim conhecido Ministério de Madureira, como veremos adiante.
A influência sueca teve forte peso no início da formação assembleiana brasileira, em razão da nacionalidade de seus fundadores, e graças à igreja pentecostal escandinava, principalmente a Igreja Filadélfia de Estocolmo, que, além de ter assumido nos anos seguintes o sustento de Gunnar Vingren e Daniel Berg, enviou outros missionários para dar suporte aos novos membros em seu papel de fazer crescer a nova Igreja.
Em poucas décadas, a Assembléia de Deus, a partir de Belém do Pará, onde nasceu, começou a penetrar em todas as vilas e cidades até alcançar os grandes centros urbanos como São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Porto Alegre. As Assembléia de Deus se expandiram pelo Estado do Pará, alcançaram o Amazonas, propagaram-se para o Nordeste, principalmente entre as camadas mais pobres da população. Chegaram ao Sudeste pelos idos de 1922, através de famílias de retirantes do Pará, que se portavam como instrumentos voluntários para estabelecer a nova denominação aonde quer que chegassem. Nesse ano, a igreja teve início no Rio de Janeiro, no bairro de São Cristóvão, e ganhou impulso com a transferência de Gunnar Vingren, de Belém, PA, em 1924, para a então capital da República. Um fato que marcou a igreja naquele período foi a conversão de Paulo Leivas Macalão, filho de um general, através de um folheto evangelístico. Foi ele o precursor do assim conhecido Ministério de Madureira, como veremos adiante.
A influência sueca teve forte peso no início da formação assembleiana brasileira, em razão da nacionalidade de seus fundadores, e graças à igreja pentecostal escandinava, principalmente a Igreja Filadélfia de Estocolmo, que, além de ter assumido nos anos seguintes o sustento de Gunnar Vingren e Daniel Berg, enviou outros missionários para dar suporte aos novos membros em seu papel de fazer crescer a nova Igreja.
Desde 1930, quando se realizou a
primeira Convenção Geral dos pastores na cidade de Natal, RN, as Assembléias de
Deus no Brasil passaram a ter autonomia interna, sendo administrada
exclusivamente pelos pastores residentes no Brasil, sem contudo perder os
vínculos fraternais com a igreja na Suécia. A partir de 1936 a igreja passou a
ter maior colaboração das Assembléias de Deus dos EUA através dos missionários
enviados ao país, os quais se envolveram de forma mais direta com a
estruturação teológica da denominação.
Em virtude de seu fenomenal crescimento, os pentecostais começaram a fazer diferença no cenário religioso brasileiro. De repente, o clero católico despertou para uma possibilidade jamais imaginada: o Brasil poderia vir a tornar-se, no futuro, uma nação protestante. Tal possibilidade se tornou ainda mais real com a divulgação entre o final de 2006 e início de 2007 por um instituto de pesquisa de que, com vinte milhões de fiéis, o Brasil é o maior país pentecostal do mundo.
Em virtude de seu fenomenal crescimento, os pentecostais começaram a fazer diferença no cenário religioso brasileiro. De repente, o clero católico despertou para uma possibilidade jamais imaginada: o Brasil poderia vir a tornar-se, no futuro, uma nação protestante. Tal possibilidade se tornou ainda mais real com a divulgação entre o final de 2006 e início de 2007 por um instituto de pesquisa de que, com vinte milhões de fiéis, o Brasil é o maior país pentecostal do mundo.
O que são as Assembléias de Deus
As Assembléias de Deus são uma comunidade protestante, segundo os princípios da Reformada Protestante pregada por Martinho Lutero, no século 16, contra a Igreja Católica. Cremos que qualquer pessoa pode se dirigir diretamente a Deus baseada na morte de Jesus na cruz. Este é um relacionamento pessoal e significativo com Jesus. Embora sejamos menos formais em nossa adoração a Deus do que muitas denominações protestantes, a Assembléia de Deus se identifica com eles na fundamentação bíblica-doutrinária, com exceção da doutrina pentecostal (Hebreus 4.14-16; 6.20; Efésios 2.18).
As Assembléias de Deus são uma igreja evangélica pentecostal que prima pela ortodoxia doutrinária. Tendo a Bíblia como a sua única regra de fé e prática, acha-se comprometida com a evangelização do Brasil e do mundo, conformando-se plenamente com as reivindicações da Grande Comissão.
A doutrina que distingue as Assembléias de Deus de outras igrejas diz respeito ao batismo no Espírito Santo. As Assembléias de Deus crêem que o batismo no Espírito Santo concede aos crentes vários benefícios como estão registrados no Novo Testamento. Estes incluem poder para testemunhar e servir aos outros; uma dedicação à obra de Deus; um amor mais intenso por Cristo, sua Palavra, e pelos perdidos; e o recebimento de dons espirituais (Atos 1.4,8; 8.15-17).
As Assembléias de Deus crêem que quando o Espírito Santo é derramado, ele enche o crente e fala em línguas estranhas como aconteceu com os 120 crentes no Cenáculo, no Dia de Pentecoste. Embora esta convicção pentecostal seja distintiva, as Assembléias de Deus não a têm como mais importante do que as outras doutrinas (Atos 2.4).
O seu Credo de Fé realça a salvação pela fé no sacrifício vicário de Cristo, a atualidade do batismo no Espírito Santo e dos dons espirituais e a bendita esperança na segunda vinda do Senhor Jesus. Consciente de sua missão, as Assembléias de Deus não prevalecem do fato de ter, segundo dados do IBGE (Censo 2000), mais de oito milhões de membros. Apesar de sua força e penetração social, optou por agir profética e sacerdotalmente. Se por um lado, protesta contra as iniqüidades sociais, por outro, não pode descuidar de suas responsabilidades intercessórias.
Sua estrutura Administrativa
As Assembléias de Deus estão organizadas em forma de árvore, onde cada Ministério é constituído pela Igreja-Sede com suas respectivas igrejas filiadas, congregações e pontos de pregação.
As igrejas Assembléias de Deus atuam em cada lugar sem estarem ligadas administrativamente à uma instituição nacional. A ligação nacional entre as igrejas é feita através dos seus pastores que são filiados a convenções estaduais que, por sua vez, se vinculam a uma Convenção de caráter nacional.
Em cada estado os pastores estão ligados a convenções regionais e a ministérios. Essas convenções, em geral, credenciam evangelistas e pastores, cuidam de assuntos da liderança e de direção das igrejas. Essas convenções operam um tipo de liderança regional entre a igreja local e a Convenção Geral.
A Convenção Geral das Assembléias de Deus no Brasil (CGADB) é dirigida por uma Mesa Diretora, eleita a cada dois anos numa Assembléia Geral. Para várias áreas de atividades das Assembléias de Deus a CGADB tem um conselho ou uma comissão. Desta forma, existem o Conselho Administrativo da Casa Publicadora (CPAD), o Conselho de Educação e Cultura Religiosa, o Conselho de Doutrinas, o Conselho Fiscal, o Conselho de Missões, a Secretaria Nacional de Missões (SENAMI), a Escola de Missões das Assembléias de Deus (EMAD) e a Faculdade Evangélica de Tecnologia, Ciências e Biotecnologia da CGADB (FAECAD).
A CGADB possui sede no Rio de Janeiro e pode ser considerada o tronco da denominação por ser a entidade que desde o princípio deu corpo organizacional à Igreja, e a quem pertence a patente do nome no país.
As Assembléias de Deus brasileira tem passado por várias cisões que deram origem a diversas convenções e ministérios, com administração autônoma, em várias regiões do país. O mais expressivo dos ministérios é o Ministério de Madureira, cuja igreja já existia desde os idos da década de 1930, fundada pelo pastor Paulo Leivas Macalão e que, em 1958, serviu de base para a estruturação nacional do Ministério por ele presidido, até a sua morte, no final de 1982. Ela deu origem à seguinte entidade:
Convenção Nacional das Assembléias de Deus no Brasil - Ministério de Madureira
À medida que os anos se passavam,
os pastores do Ministério de Madureira (assim conhecido por ter sua sede no
bairro de mesmo nome, no Rio de Janeiro), sob a liderança do pastor (hoje
bispo) Manoel Ferreira, se distanciavam das normas eclesiásticas da CGADB,
segundo a liderança da época, que, por isso mesmo, realizou uma Assembléia
Geral Extraordinária em Salvador, BA, em setembro de 1989, onde esses pastores
foram suspensos até que aceitassem as decisões aprovadas. Por não concordarem
com as exigências que lhes eram feitas, se organizaram numa nova entidade, hoje
com cerca de 2 milhões de membros, no Brasil e exterior. Dessa forma surgiu a
Convenção Nacional das Assembléias de Deus no Brasil - Ministério de Madureira
- CONAMAD, fundada em 1988.
Outros ramos
Há, ainda, vários ministérios e um
grande número de igrejas independentes que usam a nomenclatura Assembléia de
Deus, em diversas regiões do país, que atuam sem vinculação com a CGADB ou com
a CONAMAD.
O Compromisso com a Proclamação da Palavra de Deus
Sendo uma comunidade de fé, serviço e adoração, as Assembléias de Deus não podem furtar-se às suas obrigações - proclamar o evangelho de Cristo e promover espiritual, moral e socialmente o povo de Deus. Somente assim, estaremos nos firmando, definitivamente, como agência do Reino de Deus.
As Assembléias de Deus não são a única igreja. Deus está usando muitos outros para alcançar o mundo para Ele. Nos cenários brasileiro e mundial somos uma das muitas denominações comprometidas em conduzir crianças, adolescentes, jovens e adultos a Cristo.
Nossa oração nas Assembléias de Deus é que sejamos usados por Deus para ajudar os perdidos e propiciar um ambiente onde o Espírito Santo possa realizar sua obra especial na vida dos que crêem.
Para mais informações, visite o site da CGADB: www.cgadb.com.br
Fonte: CPAD, Wikipedia e
Dicionário do Movimento Pentecostal
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