SUBSIDIO
CPAD JUVENIS MOISES O LIDER
A EDUCAÇÃO DE MOISÉS
“Não importa se você não tem formação, pois DEUS pode usar você assim
mesmo”— algumas pessoas dizem. E verdade, DEUS pode usar qualquer um, tenha a
pessoa recebido uma boa formação ou não. Entretanto, a educação de Moisés em
toda a ciência dos egípcios (At 7.22) provou ser um valioso recurso quando DEUS
o chamou para conduzir Israel da escravidão para a liberdade.
Durante um terço da vida de Moisés, 40 anos, ele esteve no Egito. Membro
da realeza, ele foi instruído na impressionante cultura dos faraós. O currículo
educacional dos faraós incluía ciência política, administração pública e,
provavelmente, religião, história, literatura, geometria, e ainda engenharia e
hidráulica.
Mas esse não foi o fim da formação educacional de Moisés. Ele gastou
outros 40 anos na faculdade do deserto, estudando agronomia e veterinária
enquanto esteve dedicado às atividades pastoris. Ele também aprendeu sobre
saúde pública e sobre comunidades primitivas. Portanto, dois terços da vida de
Moisés foram dedicados à preparação para a obra mais desafiadora a ser entregue
em suas mãos — liderar Israel através do deserto.
Inteligência e educação por si só não tornam ninguém pronto para servir a
DEUS. Na verdade, é possível que uma pessoa de boa formação se esconda atrás de
sua erudição ou cultura para evitar um relacionamento com DEUS. O jovem Saulo
caiu nessa armadilha (At 22.3-5), assim como fizeram antes dele os fariseus que
tinham a mesma condição que ele. Assim também fizeram os filósofos em Atenas
(At 17.16-34). Mas, como Estêvão demonstrou que o problema não está no
intelecto, mas na vontade; o perigo não está em abraçar o conhecimento, mas em
resistir a DEUS (At 7.51).
EarI D. Radmacher: Ronald B. Allen: H. Wayne
House. O Novo Comentário Bíblico Novo Testamento com
recursos adicionais. Editora Central Gospel. pag. 309.
I - O TRABALHO DO SENHOR E OS SEUS OBREIROS
1. Despenseiro e não dono (Êx 18.13-27).
Uma das características essenciais à liderança na obra de DEUS é saber
que o líder é despenseiro ou administrador dos recursos e das pessoas, e não
dono de todas essas coisas. Nenhum ministro é ordenado para pensar que a igreja
que DEUS depositou em suas mãos é dele. Quando escreveu sua carta à igreja em
Éfeso, Paulo disse que ele mesmo [o Senhor] concedeu uns para apóstolos, outros
para profetas, outros para evangelistas e outros para pastores e mestres, com vistas
ao aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do seu serviço, para a
edificação do corpo de CRISTO. (Ef 4.11,12, ARA)
Essa passagem fala que DEUS escolheu algumas pessoas para determinadas
vocações no corpo de CRISTO, com o objetivo de fazer com que os santos sejam
aperfeiçoados no serviço cristão e para que o corpo de CRISTO seja edificado.
Portanto, podemos entender que DEUS deu pastores às igrejas, e não igrejas a
pastores. O pastor é um presente de DEUS à congregação, e não o contrário. Como
líder, deve ser respeitado e ouvido, mas não deve se esquecer de que a obra é
do Senhor, e que Ele vai cobrar a administração de seus ministros.
Um dos desafios da liderança cristã é ter esse alvo em mente. DEUS
deposita em nossas mãos o cuidado para com a sua Igreja, e espera que nos
lembremos de que a Igreja é dEle. Por isso, deve o ministro cuidar com zelo da
obra do Senhor, a quem prestará contas por suas atitudes.
COELHO, Alexandre; DANIEL, Silas. Uma Jornada de Fé. Moisés, o Êxodo e o
Caminho a Terra Prometida. Editora CPAD. pag. 78-79.
CHEFES PARA A ADMINISTRAÇÃO
Desde o versículo 13 até ao fim do capítulo fala-se da nomeação de chefes
para ajudarem Moisés na administração dos negócios da congregação. Isto foi
feito por sugestão de Jetro, que temia que Moisés desfalecesse totalmente em
conseqüência do seu trabalho. Em relação com este fato, pode ser útil
considerar a nomeação dos setenta anciãos em Números, Capítulo 11. Vemos ali o
espírito de Moisés esmagado sob o peso da responsabilidade que pesava sobre si,
e dá lugar à angústia do seu coração nas seguintes palavras: "Por que
fizeste mal a teu servo, e por que não achei graça aos teus olhos, que pusesses
sobre mim a carga de todo este povo? Concebi eu, porventura, todo este povo?
Gerei-o eu, para que me dissesses que o levasse ao colo, como o aio leva o que
cria, à terra que juraste a seus pais?.. .Eu sozinho não posso levar a todo
este povo, por que muito pesado é para mim. E, se assim fazes comigo, mata-me,
eu te peço, se tenho achado graça aos teus olhos; e não me deixes ver o meu
mal" (Nm 11:11-15).
Em todo este caso vemos como Moisés se retira de um lugar de honra. Se
aprouve a DEUS fazer dele o único instrumento da administração da Assembleia,
deveria ele ter reconhecido que DEUS era amplamente suficiente para tudo.
Todavia, Moisés perde o ânimo (servo abençoado como era) e diz, "eu
sozinho não posso levar todo este povo, porque muito pesado é para mim. Mas ele
não fora incumbido de levar todo o povo sozinho, porque DEUS estava consigo. O
povo não era demasiado pesado para DEUS; era Ele que os suportava.
Moisés era apenas o instrumento. Da mesma forma poderia ter dito que a
sua vara levava o povo, porque o que era ele senão um simples instrumento nas
mãos de DEUS, da mesma forma que a vara o era nas suas? E neste ponto que os
servos de CRISTO falham constantemente; e a sua falta é tanto mais perigosa
quanto é certo que se reveste da aparência de humildade. Fugir de uma grande
responsabilidade dá a impressão de falta de confiança pessoal e de uma profunda
humildade de espírito; porém, tudo que nos interessa saber é se DEUS tem
imposto essa responsabilidade. Sendo assim, Ele estará incontestavelmente
conosco no seu desempenho; e, com a Sua companhia, podemos suportar todas as
coisas. Com o Senhor o peso de uma montanha não é nada; sem Ele o peso de uma
simples pena é esmagador. É uma coisa muito diferente se um homem, na vaidade
do seu espírito, se apressa em tomar um fardo sobre os seus ombros, um fardo
que DEUS nunca teve intenção de ele levar, e, portanto, nunca o dotara para o
conduzir; podemos, portanto, esperar vê-lo esmagado sob o peso. Porém, se é
DEUS que põe sobre ele esse fardo, Ele torna-o não só apto a conduzi-lo como
lhe dá as forças necessárias.
C. H. MACKINTOSH. Estudos Sobre O Livro De Êxodo. Editora Associação
Religiosa Imprensa da Fé.
Êx 18.13 A Nomeação de Juízes.
Fica claro no texto que Jetro (descendente de Quetura, esposa de Abraão)
tinha algumas boas ideias sobre como delegar autoridade, e que compartilhava
com Israel da adoração a Yahweh.
Moisés estava sobrecarregado de trabalho, o que era óbvio para todos, menos
para ele mesmo. Sua função era comparável ao de um xeque beduíno que se assenta
para julgar e resolver os problemas de todos os membros de sua tribo. Ver II
Sam. 15.1-6. E a carga de trabalho de Moisés ia aumentando cada vez mais,
conforme Israel enfrentava problemas no deserto. Ele era a única autoridade,
uma espécie de combinação de funções seculares e religiosas. Naqueles tempos
antigos, em Israel, não se fazia distinção entre autoridades civis e
autoridades religiosas. “Escravos não podem ser transformados em santos da
noite para o dia” (J. Coert Rylaarsdam, in loc.). Portanto, não se passava um
dia sem que Moisés tivesse de ouvir a muitas queixas e causas.
CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por
versículo. Editora Hagnos. pag. 381.
A indicação de juízes. A límpida tradição bíblica é que esta instituição
israelita seguia as linhas da prática midianita, como resultado da sugestão
feita por Jetro. A função dos oficiais é clara, embora o termo técnico não seja
usado aqui. No período patriarcal, a justiça no círculo familiar era
administrada pelo chefe do clã. Em sua condição de escravos no Egito, os
israelitas dificilmente possuiriam um sistema judiciário próprio. É verdade que
tinham “superintendentes” egípcios e “capatazes” israelitas a eles
subordinados, mas esta era uma organização puramente “trabalhista”. Quando
Moisés tentou agir como líder ou “juiz” os israelitas se ressentiram do fato
(2:14). Além do mais, Israel parecia ter preservado até certo ponto a estrutura
tribal: havia ainda um “chefe” para cada tribo, e em tempos primitivos estes
também parecem ter tido funções judiciárias. Deuteronômio 1:15 oferece uma
informação adicional interessante neste episódio.
Os anciãos, que já foram mencionados pela sua participação no
oferecimento de sacrifícios (18:12) e pela sua provável função representativa,
possivelmente também exerciam deveres judiciários. O título e posição de
“juiz”, já era de uso antigo entre os cananeus (os fenícios preservavam o
título até mesmo em suas colônias do Mediterrâneo), embora aparentemente com o
sentido de “ campeão, líder” , como no livro de Juízes, e não em sentido legal.
A organização esboçada abaixo é primeiramente militar, baseada no sãr, ou
comandante de um certo número de homens (cf v. 21). Tal estrutura é muito
apropriada para um grupo nômade no deserto. Como qualquer nação antiga, Israel
é sempre considerado primeiramente como uma força de combate, e então
organizado com base nisso. Entender este episódio como uma separação de casos
“sagrados” , julgados por Moisés, e casos “civis”, julgados pelos anciãos,
parece errado: toda a justiça era sagrada em Israel.
A administração da justiça, de qualquer espécie, se encontra aqui no
contexto do sacrifício e da refeição sagrada. A distinção, portanto, não é
entre o sacro e o secular, mas entre problemas fáceis e problemas difíceis, os
primeiros já cobertos pela tradição ou por revelação em contraste com os
últimos que exigiam uma nova revelação da parte de DEUS, através de Seu agente,
Moisés.
R. Alan Cole, Ph. D. ÊXODO Introdução e Comentário. Editora Vida Nova.
pag. 135.
Em III Jo 9. O presbítero apresenta agora o problema criado por
Diótrefes. No caráter e na conduta ele era inteiramente diferente de Gaio. Gaio
é retratado como alguém que anda na verdade, ama os irmãos, hospeda os
estrangeiros. Diótrefes, por outro lado, é visto como alguém que se ama a si
próprio mais que os outros, e que recusa acolhida aos evangelistas em viagem,
ou permitir que outros o façam. Contudo, Gaio e Diótrefes eram provavelmente
membros da mesma igreja local, pois, “na igreja visível, os maus estarão sempre
misturados com os bons”, apesar de C.H. Dodd achar que eram membros de igrejas
vizinhas. A questão chegara a um ponto crítico, diz João. Escrevi alguma cousa
à igreja; mas Diótrefes... não nos dá acolhida. Que carta era essa, não está
claro.
Tenha ou não destruído a carta, ou recusado lê-la à igreja, Diótrefes
certamente rejeitou a instrução escrita do presbítero {ti, alguma cousa, RA e
VPR) para receber hospitaleiramente os evangelistas itinerantes. É digno de
nota que o presbítero tinha uma autoridade geralmente aceita. Ele dava ordens e
as expedia para serem obedecidas (cf. 2 Ts 3, quanto às ordens apostólicas que
requerem obediência). Diótrefes foi uma exceção. Ele não ia ser mandado por
João. Evidentemente se arrogava autoridade própria, ao ponto de excomungar
membros da igreja que lhe desobedecessem (10).
Que motivos teriam incitado Diótrefes a afirmar-se assim contra João?
Têm-se feito várias tentativas para reconstruir a situação. Não há prova de que
a divergência deles fosse teológica. Se a verdade do Evangelho estivesse em
jogo, seguramente o presbítero não teria hesitado em expor o erro na mesma
linguagem intransigente que empregara na primeira e na segunda epístolas. Não
heresia doutrinária, mas ambição pessoal, era a causa do aborrecimento. Findlay
demonstra que talvez Diótrefes “pertencia à aristocracia grega da velha cidade
real” (de Pérgamo, à qual Findlay acredita que esta epístola foi dirigida).
Neste caso, era o prestígio social que estava por trás do seu vergonhoso
comportamento. Outros escritores tentaram encontrar vestígios da rivalidade
entre João e Diótrefes nas mudanças do padrão de ordem da igreja no final do
primeiro século A.D. A era dos apóstolos estava chegando ao fim. Na verdade, de
acordo com aqueles que negam que o presbítero João era o apóstolo, essa era já
tinha terminado. Sabe-se que por volta do ano 115 A.D., quando o bispo Inácio
de Antioquia escreveu as suas cartas às igrejas da Ásia, o “episcopado
monárquico” (a aceitação de um só bispo com autoridade sobre um grupo de
presbíteros) estava estabelecida entre elas. Assim, esta epístola foi escrita
no final da era apostólica, ou entre este e a aceitação universal do episcopado
— um período de transição e tensão que C. fi. Dodd compara com a transferência
de responsabilidade dos missionários estrangeiros à igreja nativa.
João William Barclay sugere que a epístola reflete a tensão entre o
ministério universal dos apóstolos e profetas e o ministério local dos
presbíteros. Ele entende que Diótrefes pode ter sido um presbítero que estava
determinado a ser o defensor da autonomia da igreja local e daí ficava
ressentido com o “controle remoto” de João e com “a interferência de
estrangeiros errantes”. É claro, porém, que o próprio João tinha opinião
diferente sobre Diótrefes e, se reconhecemos a sua autoridade de escritor
bíblico, naturalmente devemos aceitar o seu ponto de vista.
Para João, os motivos que governavam a conduta de Diótrefes não eram nem
teológicos nem sociais nem eclesiásticos, mas morais. A raiz do problema era o
pecado. David Smith comenta que “proagein (2 João 9) e indicam dois
temperamentos que perturbaram a vida cristã da Ásia Menor — a arrogância
intelectual e o engrandecimento pessoal.
3 Jo 10. João declara que, se vier em pessoa à igreja em questão, fará
lembradas (ou RSV, NEB, “fará aparecer”, isto é, numa reprovação pública) as
obras e palavras de Diótrefes. Será obrigado a empregar alguma espécie de ação
disciplinar. A gravidade da conduta de Diótrefes é exposta agora: Ele está
proferindo contra nós palavras maliciosas (AV, “tagarelando contra nós com
palavras maliciosas”). A NEB verte assim a frase: “Ele lança acusações sem base
e maldosas contra nós”. Evidentemente Diótrefes considerava João como um
perigoso rival para a sua presumida autoridade na igreja e procurou solapar a
posição do apóstolo mediante murmuração caluniadora. Ele não recebia os
missionários. Ele impede os que querem recebê-los, e os expulsa da igreja. Por alguma
razão, Diótrefes se ofendia com a intrusão dos mestres itinerantes. Ele não os
honrava por saírem “por causa do Nome”; estava mais interessado na glória do
seu próprio nome. Ele não os teria em seu lar e não lhes daria ajuda, e aos que
quiseram obedecer a João e recebê-los, ele primeiro os impediu de levarem a
efeito o seu desejo e depois os excomungou. Diótrefes difamou a João, tratou
com pouco caso os missionários e excomungou os crentes leais porque seu amor
era a si próprio e ele queria ter a preeminência. A vaidade pessoal ainda está
na raiz da maioria das dissensões em toda igreja local hoje.
John R. W. Stott. 3 Epistola de João Introdução e Comentário. Editora
Vida Nova. pag. 193-196.
Por meio dessas frases da carta obtemos uma visão viva da vida eclesial
no primeiro cristianismo. Assim como os grandes centros do cristianismo, Roma e
Antioquia, não surgiram através de apóstolo famosos, mas de pessoas
desconhecidas. A evangelização de regiões inteiras se realizou por meio de tais
“irmãos” que partiam “em prol do nome” de JESUS. As igrejas ofereciam a esses
evangelistas itinerantes acolhida hospitaleira e sustento de viagem,
tornando-se assim sustentadoras de seu trabalho.
As comunidades judaicas já haviam tentado se proteger contra a exploração
de sua hospitalidade por elementos desonestos mediante “cartas de
recomendação”, com as quais pessoas honestas de congregações desconhecidas
podiam se credenciar. Logo Diótrefes poderia ter certa desconfiança contra
pregadores itinerantes, tentando de antemão mantê-los longe de sua igreja.
Contudo nesse procedimento agia com estreiteza de coração e autoritarismo.
Talvez também temesse um prejuízo em sua influência na igreja em virtude de
pregadores de fora.
João não se dá por derrotado. Pode-se deixar de lado sua carta. Porém
João irá pessoalmente à igreja e exigirá contas de Diótrefes perante os membros
da igreja. “Por isso, quando eu for aí, vou lembrá-lo das obras que ele
pratica, tagarelando com palavras maldosas contra nós.”
Assim como Paulo, também João pretende aparecer pessoalmente na igreja
ameaçada e “fazer lembrar” todo o agir de Diótrefes, expondo-o abertamente.
Então a própria igreja deverá deliberar.
Werner de Boor. Comentário Esperança Cartas aos Filipenses. Editora
Evangélica Esperança.
2. Falta de percepção do líder (Êx 18.14,17).
Um dos maiores perigos com que o líder se depara em seu dia a dia é o
excesso de atividades. Há momentos em que a quantidade demasiada de afazeres
nos impede de ver as coisas à nossa volta como elas são, e, não raro, tendem
até mesmo a nos afastar da comunhão com DEUS.
Os líderes têm diversas obrigações no dia a dia, e isso faz parte da
tarefa que lhes foi confiada. Eles precisam avaliar situações e tomar decisões.
E precisam ter também a habilidade de líder com pessoas de todos os tipos,
tentando acalmar ânimos e motivar pessoas ao serviço cristão.
No estudo em questão, analisando o texto bíblico, veremos que o servo de
DEUS, Moisés, precisou de ajuda em sua liderança para poder desempenhar melhor
o seu papel de líder e condutor do povo de DEUS.
Moisés já havia saído do Egito com o povo de Israel quando recebeu a
visita de seu sogro, Jetro. Este era um homem aparentemente mais velho e
experiente em questões de liderança e administração do tempo. Vendo certo dia
que Moisés ia atender ao povo, que trazia demandas para que pudessem ser
resolvidas, percebeu que alguns procedimentos do libertador não eram os mais
adequados àquela situação. Ele estava atendendo todas as pessoas que lhe
traziam questões, consumindo o tempo delas e o seu próprio, além de provocar em
Moisés muito cansaço.
Ele era ungido do Senhor? Com certeza. Fazia suas atividades com boa
vontade? Com certeza. Ele tinha sabedoria? Certamente que sim.
Mas o que aconteceu que inspirou seu sogro, Jetro, a intervir na forma
como Moisés liderava o povo?
“E aconteceu que, ao outro dia, Moisés assentou-se para julgar o povo; e
o povo estava em pé diante de Moisés desde a manhã até à tarde” (Ex 18.13).
Esse versículo mostra o que acontecia. O povo ficava em torno de Moisés e
trazia a ele as questões relevantes sobre dificuldades que estavam enfrentando,
e Moisés ficava resolvendo essas questões sozinho. O problema não residia em
Moisés atender ao povo, mas em tentar resolver as questões sem a ajuda de
outras pessoas. Ele precisava delegar autoridade a outros homens para que, da
mesma forma que ele, atendessem ao povo e resolvessem conflitos comuns.
Isso não retiraria de Moisés sua autoridade. Delegar autoridade para que
outros nos ajudem a realizar o trabalho faz com que haja mais pessoas
trabalhando para o mesmo Senhor, e faz também com que tenhamos mais tempo para
pensar em outras coisas importantes e treinar pessoas para o ministério.
Mas isso não ficou claro para Moisés no início da narrativa. Foi preciso
que ele escutasse essas observações de seu sogro, um homem mais experiente e
amadurecido nas questões relacionadas a gestão. Jetro viu que o modelo de
administração seguido por Moisés era cansativo tanto para ele quanto para o
povo, pois não apenas Moisés se cansava atendendo o povo, mas o próprio povo se
sentia cansado de esperar por uma solução da parte de Moisés.
Totalmente desfalecerás, assim tu como este povo que está contigo; porque
este negócio é mui difícil para ti; tu só não o podes fazer. Ouve agora a minha
voz; eu te aconselharei, e DEUS será contigo. Sê tu pelo povo diante de DEUS e
leva tu as coisas a DEUS. (Ex 18.18,19)
O líder precisa de um tempo para se recompor, descansar e pensar em suas
atividades. Ele deve planejar seu dia, pedindo a orientação do espírito de DEUS
para cada etapa, e não se esquecer de que precisa ter seus momentos com DEUS e
com sua própria família. Essas atitudes fortalecem a pessoa do líder. Muitos momentos
em que o líder se sente desestimulado e cansado são originados na falta de
descanso apropriado. Isso traz a perda de concentração, implica tomada de
decisões precipitadas e torna desgastantes as tarefas diárias.
Jetro recomendou que Moisés fosse um intercessor pelo povo, e que levasse
as questões do povo a DEUS. Na verdade, essa era a função que DEUS pretendia
para Moisés, mas até aquele momento, o legislador estava sobrecarregado
resolvendo questões do povo, sem a ajuda de auxiliares idôneos.
Caso Moisés não seguisse o conselho de Jetro, acabaria desfalecendo por
causa de seu excesso de atividades, além de não ter tempo para interceder pelo
povo a DEUS. Mas por seguir o conselho de seu sogro, pôde exercer melhor seu
ministério e partilhar sua autoridade com homens dignos de confiança e que
honrariam o nome do Senhor. Essa foi a lição que Moisés aprendeu: Não se pode
fazer tudo sozinho.
COELHO, Alexandre; DANIEL, Silas. Uma Jornada de Fé. Moisés, o Êxodo e o
Caminho a Terra Prometida. Editora CPAD. pag. 79-81.
Moisés foi humilde em receber orientação de uma pessoa que nem era
israelita e nem vinha diretamente com uma mensagem de DEUS. Soube ponderar e
analisar um sábio conselho que lhe foi muito útil e DEUS não o reprovou por
acatar a este conselho de seu sogro. (observação minha - Ev. Henrique)
Êx 18.14 Por que te assentas só...? Moisés tinha tanto para fazer que não
podia dar muita atenção a seu sogro. Jetro tinha um sistema melhor, que já
vinha funcionando fazia anos. E assim sendo, sentiu-se encorajado a sugeri-lo a
Moisés. Um dos problemas dos chefes é a delegação de autoridade, e se esse
chefe é um pequeno césar, então os seus problemas apenas se agravam. Jetro,
sendo um chefe e um sacerdote midianita, tinha suas sessões diárias, mas não
tomava para si mesmo todo o trabalho.
Perguntou Jetro a Moisés: “Que é isto que fazes ao povo?”. Lá estavam os
israelitas, impacientes e formando longas filas, como aqueles que precisam
depender do INSS. Moisés estava exaurindo a si mesmo e ao povo.
Êx 18,15,16 - A Liderança Divina.
Moisés, o legislador, antes da outorga da lei (ver Êxo.19), estava
legislando de acordo com princípios divinos. Ele não tomava nenhuma decisão
secular. Quando as pessoas brigavam, ele procurava aplicar a sabedoria divina à
situação. Moisés estava funcionando como vidente e profeta. Ver I Sam. 9.9 e
22.15. Os profetas posteriores também foram videntes (ver I Reis 22.8; II Reis
3.11; 8.8; 22.14). As decisões do juiz-profeta-vidente eram aceitas como a
palavra de DEUS, presumivelmente inspiradas. Seu trabalho não consistia apenas
em julgar alternativas pragmáticas. Moisés era o representante de DEUS diante
do povo de Israel (Êxo. 18.19).
Êx 18.17 “Você está fazendo as coisas da maneira errada", afirmou
Jetro. Como é óbvio, ele deve ter concordado que Moisés tinha tanto a
autoridade quanto a sabedoria para o seu trabalho. Mas é possível fazer o que é
certo da maneira errada. Os argumentos de Moisés em favor de seus atos eram
bons (vss. 15,16), mas não expressavam um problema central que estava
envolvido: a fadiga. Moisés estava exaurindo as suas forças e a paciência do
povo.
CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por
versículo. Editora Hagnos. pag. 381.
Êx 18. 14. Por que te assentas só? Eis aqui a pergunta de um velho chefe
que já aprendera a lição de como delegar autoridade. Como muitos líderes
cristãos, Moisés estava se desgastando desnecessariamente (v.18) ao tentar
fazer tudo sozinho. Isto nem sempre é prova de ambição: às vezes indica excesso
de zelo e ansiedade. Além do mais, ele estava também desgastando o povo (v.18
mais uma vez), um aspecto geralmente omitido. A demora na administração da
justiça, surgida de circunstâncias semelhantes, foi uma das causas da revolta
de Absalão, séculos mais tarde (2 Sm 15:1-6).
Êx 18.15. Para consultar a DEUS. Este verbo é traduzido mais adiante em
passagens devocionais como “buscar a DEUS” em oração. Aqui, entretanto,
significa buscar a decisão divina num assunto controvertido, quer uma disputa
legal, quer um caso em que se precisasse de orientação.
Em dias futuros a “estola sacerdotal” viria a ser usada em tais ocasiões,
aparentemente contendo os Urim e Tumim, ou seja, as pedras com as quais se
determinavam os oráculos divinos (1 Sm 23:9; 28:6): este sistema, entretanto,
não viria a existir senão bem mais tarde (28:30).
Êx 18.16. E lhes declare os estatutos de DEUS. Moisés evidentemente
considerava sua tarefa judiciária como um ministério de ensino, declarando aos
israelitas os “estatutos”, “leis” e “decisões” ou “instruções” divinos, dados
em ocasiões específicas para tratar de casos específicos.
Talvez tenhamos aqui o processo pelo qual a lei mosaica veio a se formar,
uma combinação de grandes princípios de revelação e sua aplicação à vida
cotidiana no deserto.
R. Alan Cole, Ph. D. ÊXODO Introdução e Comentário. Editora Vida Nova.
pag. 136.
Êx 18.14,15 — A importante conversa entre o profeta e seu sogro mostra um
lado bastante humano de Moisés. Ele era motivado por um desejo de fazer tudo de
forma correta, mas suas atidades consumiam muito tempo e energia para serem
realizadas por apenas um homem. Jetro notou isso naquele dia (v. 17,18).
Êx 18.16 — A expressão vem a mim (hb. yarâ, no tema hiphil, fazer saber,
dirigir) é uma forma da palavra da qual o substantivo Torá (lei, hb. tôrâ) é
derivado. O versículo sugere que as leis do Senhor eram gerais, na concepção
original, e, posteriormente, aplicadas caso a caso. Sem dúvida alguma, muitas
das regras específicas no livro de Êxodo são o resultado deste processo: a
aplicação dos princípios gerais em situações determinadas (Êx 21.1).
Êx 18.17-24 — Há, algumas vezes, a ideia de que os servos do Senhor só
aceitam as palavras vindas de outras pessoas de fé. Entretanto, muitos
indivíduos que não possuem a mesma crença no verdadeiro DEUS vivo têm
experiência e entendimento de questões importantes. O sábio é aquele que é
capaz de ouvir e aprender coisas boas, não importando sua religião.
EarI D. Radmacher: Ronald B. Allen: H. Wayne
House. O Novo Comentário Bíblico Antigo Testamento com recursos
adicionais. Editora Central Gospel. pag. 162.
3. O líder necessita de ajudantes (Êx 18.18).
Uma das lições que Jetro ensinou a Moisés é que ele precisava de outras
pessoas para partilhar responsabilidades. Ninguém que trabalha em posição de
liderança consegue fazer todas as suas atividades sem ajuda. Há trabalhos que
dependem de apenas uma pessoa, mas boa parte dos trabalhos precisa ser
executada por um grupo de pessoas. Todo trabalho que exige coletividade exige
liderança, e dependendo da complexidade do trabalho, vários líderes são
necessários na empreitada.
O líder deve treinar seus auxiliares e aprender a confiar neles. Deve
orientá-los no sentido de seguirem os parâmetros estabelecidos e cuidarem
daquilo que foi proposto. Jetro disse a Moisés:
E tu, dentre todo o povo, procura homens capazes, tementes a DEUS, homens
de verdade, que aborreçam a avareza; e põe-nos sobre eles por maiorais de mil,
maiorais de cem, maiorais de cinquenta e maiorais de dez; para que julguem este
povo em todo o tempo, e seja que todo negócio grave tragam a ti, mas todo
negócio pequeno eles o julguem; assim, a ti mesmo te aliviarás da carga, e eles
a levarão contigo. Se isto fizeres, e DEUS to mandar, poderás, então,
subsistir; assim também todo este povo em paz virá ao seu lugar. (Êx 18.21-23).
As questões já discutidas e resolvidas poderiam ser resolvidas da mesma
maneira pelos auxiliares tendo como exemplo o que Moisés já havia resolvido
antes. (Observação minha - Ev. Henrique).
A recomendação de Jetro sobre os auxiliares de Moisés não pode ser
esquecida em nosso estudo. Ele recomendou que Moisés selecionasse homens
capazes (pessoas que tinham habilidade de lidar com outras pessoas, ouvir e
resolver problemas), tementes a DEUS (um requisito básico para se lidar com o
povo de DEUS, pois estariam julgando o povo de acordo com a vontade de DEUS),
homens de verdade (homens sobre os quais não poderia recair suspeitas, e cujas
ações demonstrassem sua respeitabilidade), que aborrecessem a avareza (essa
característica não poderia passar em branco, visto que se uma pessoa for trazer
pareceres vinculados ao dinheiro, com certeza seu parecer será tendencioso -
não corrúptos seria bem traduzido - Observação minha - Ev. Henrique). Eles
seriam colocados, conforme suas capacidades, sobre grupos de pessoas, maiores
ou menores conforme a quantidade designada, e deveriam resolver os problemas
mais simples, e os mais complexos deveriam ser levados a Moisés.
Eles deveriam ser ensinados nos estatutos e nas leis para que pudessem
julgar o povo de DEUS de forma correta. Se um líder não conhece as regras pelas
quais deve se pautar para tomar decisões, ou para decidir entre pessoas, não
poderá liderar. Ninguém exerce a liderança sem ter em mente princípios norteadores
pelos quais agir. Portanto, o conselho de Jetro é válido para os nossos dias.
Líderes precisam conhecer a lei de DEUS e os princípios pelos quais tomarão
suas decisões. Conhecer princípios de liderança e como aplicá-los faz a
diferença entre um bom e um mau líder.
Lembremo-nos de que aqueles homens não foram chamados para tomar o lugar
de Moisés na liderança do povo, mas para ajudá-lo a exercer de forma efetiva
sua liderança. Eles levariam o peso do trabalho de Moisés com ele, e não
tomariam o lugar dele. Aqui cabe uma observação aos que estão sendo chamados a
ajudar líderes. Quando uma pessoa é escolhida para ajudar em um ministério, ela
está sendo chamada para auxiliar, para cooperar, não para comandar ou dar um
golpe no seu próprio líder.
Há pessoas em nossas igrejas que se deixam enganar quando escolhidas para
ajudar em uma determinada função. Começam a pensar que logo estarão no topo do
comando, que terão o próprio ministério, que agirão de acordo com sua própria
vontade e que não prestarão contas a ninguém. Há pessoas que nesse sentido logo
se rebelam contra seus líderes e fazem o que podem para dividir o rebanho do
Senhor.
Aqui reside grandeza dos líderes auxiliares: eles sabem que estão
servindo a DEUS sob a liderança de outro líder escolhido por DEUS, ao qual
devem prestar obediência. E com essa obediência poderão ser escolhidos por DEUS
para desafios maiores, em outras esferas, inclusive liderando outros até no
rebanho do Senhor.
Futuros líderes podem ser ensinados
Quando Jetro falou com Moisés, recomendou que ele ensinasse os estatutos
e as leis ao povo, antes de escolher as pessoas que iriam ajudá-lo. Ou seja, os
auxiliares do legislador deveriam ser instruídos para serem úteis ao trabalho
que lhes seria confiado. Conhecer os procedimentos normais de nossas atividades
na obra do Senhor faz parte de nossas obrigações diante dEle. O líder precisa
estar sempre pronto a aprender.
Se por um lado aqueles líderes deveriam conhecer a lei de DEUS para
poderem exercer seus julgamentos, é preciso lembrar que foi responsabilidade de
Moisés ensinar-lhes a Lei de DEUS e seus estatutos. Um líder não pode cobrar de
seus liderados atitudes que não lhes foram ensinadas. Portanto, como líder,
Moisés não apenas deveria partilhar com homens escolhidos sua autoridade, mas
também ensiná-los a exercerem suas funções.
COELHO, Alexandre; DANIEL, Silas. Uma Jornada de Fé. Moisés, o Êxodo e o
Caminho a Terra Prometida. Editora CPAD. pag. 81-83.
Êx 18.18 Desfalecerás, assim tu, como este povo. Havia fadiga coletiva,
em resultado do que Moisés estava fazendo. Ele precisava aprender a delegar
autoridade, resolvendo somente as questões mais difíceis, como fazem os juízes
das cortes supremas.
CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por
versículo. Editora Hagnos. pag. 381.
Jetro discordava do método que Moisés empregava, e tinha liberdade com
ele, para dizer-lhe isto, w. 14,17,18. A
sabedoria é benéfica para orientar, para que não nos contentemos com menos do
que o nosso dever, nem nos sobrecarreguemos com aquilo que está além das nossas
forças.
2. Jetro o aconselhou a um modelo de governo que melhor serviria à
intenção, que consistia em:
(1) Que Moisés reservasse a si mesmo todas as questões referentes a DEUS
(v. 19): “Sê tu pelo povo diante de DEUS”.
(2) Que Moisés nomeasse juizes nas diversas tribos e famílias, que
deveriam julgar as causas entre os homens, e decidi-las.
(3) Poderia haver uma apelação, se houvesse causa justa para isto, destas
cortes inferiores ao próprio Moisés. “Todo negócio grave tragam a ti”, v. 22.
3. Ele acrescenta duas qualificações ao seu conselho:
(1) Que grande cuidado deveria ser tomado na escolha das pessoas a quem
esta tarefa seria confiada (v. 21). “homens capazes” Mentes esclarecidas e
corações valentes fazem bons juízes. O temor a DEUS é aquele princípio que irá
melhor fortificar um homem contra todas as tentações à injustiça, Neemias 5.15;
Gênesis 42.18. Para integridade e honestidade - homens de verdade - Para
desprezo nobre e generoso da riqueza do mundo - odiando a avareza, não somente
não procurando subornos nem desejando enriquecer a si mesmos, mas odiando o
simples pensamento disto.
(2) Para que possa receber a instrução de DEUS no caso (v. 23): “Se isto
fizeres, e DEUS to mandar”. Jetro sabia que Moisés tinha um conselheiro melhor
do que ele, e a este ele o encaminha. Observe que os conselhos devem ser dados
com humilde submissão à Palavra e à providência de DEUS, que sempre devem
prevalecer.
Moisés não confiou ao povo a escolha dos magistrados, pois o povo já tinha
feito o suficiente para provar que não era adequado para tal tarefa. Mas ele
mesmo os escolheu, e os indicou - alguns para uma posição mais elevada, outros
para uma posição menos elevada, os mais inferiores provavelmente subordinados
aos superiores. Temos motivos para considerar o governo como uma misericórdia
muito grande, e para agradecer a DEUS pelas leis e magistrados, para que não
sejamos como os peixes do mar, onde os maiores devoram os menores.
HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo Testamento Gênesis a
Deuteronômio. Editora CPAD. pag. 287.
II - OS AUXILIARES DE MOISÉS NO MINISTÉRIO
1. DEUS levanta auxiliares (Êx 18.21).
Os recursos humanos dos céus sempre estão cheios de pessoas para que
venham trabalhar na obra do Senhor. Quando JESUS disse que a seara era grande e
que havia poucos ceifeiros para trabalharem nela, não ordenou aos seus
discípulos que fosse atrás de obreiros, mas que orassem a fim de que o Senhor
da seara enviasse ceifeiros para a sua seara. E DEUS levantou ajudantes para
Moisés.
No Novo Testamento, vemos que DEUS levanta auxiliares e cooperadores nas
atividades em sua obra. Quando a igreja em Jerusalém precisou de pessoas para
ajudarem os apóstolos a recomendação deles foi: “Escolhei, pois, irmãos, dentre
vós, sete varões de boa reputação, cheios do ESPÍRITO SANTO e de sabedoria, aos
quais constituamos sobre este importante negócio” (At 6.3).
Aqui está a origem dos diáconos. Enquanto os discípulos se dedicariam à
oração e à Palavra, esses homens iriam ajudar a assistência social da igreja.
Estêvão e Felipe, por ezemplo - esses homens tinham a nobre função de
auxiliar os apóstolos na esfera social da igreja. Eles deveriam ter como
características:
Boa reputação. Ser cheios do ESPÍRITO SANTO. Cheios de sabedoria. Era
preciso que fossem apresentados publicamente para prestarem seus serviços. A
igreja deveria saber quem eram e respeitá-los, pois tinham o aval dos apóstolos
para aquelas atividades.
Lembremo-nos de que, no caso de Moisés, a nação já possuía homens que
poderiam ser escolhidos para ajudá-lo, mas só foram escolhidos após a
orientação de Jetro e fizeram a diferença no ministério de Moisés.
COELHO, Alexandre; DANIEL, Silas. Uma Jornada de Fé. Moisés, o Êxodo e o
Caminho a Terra Prometida. Editora CPAD. pag. 83-85.
Êx 18.21 “Moisés deveria tratar de casos sem precedente legal, que
requeriam um oráculo especial (cf. Deu. 17.8-13). Os casos ordinários seriam
manuseados por líderes leigos (Núm. 11.16-22; 24.25) ou por juízes nomeados
(cf. Deu. 16.18-20)” (Oxford Annotated Bible, in loc.).
Teriam de ser juízes imparciais, que buscassem razões espirituais e
morais em seus julgamentos. Teriam de abominar a cobiça, não desejando coisas
para si mesmos nem se mostrando parciais.
Devemos entender que os tribunais de apelo formam um poder ascendente.
Paralelamente, devemos entender que os casos julgados também deveriam ser
dispostos em importância ou dificuldade ascendente. O homem com autoridade
sobre dez cuidaria de questões menores. O homem com autoridade sobre mil teria
maior autoridade e julgaria os casos mais sérios, da mesma forma que um general
tem maior autoridade do que um sargento. Mas cada homem teria uma autoridade
absoluta para seu próprio tipo de problemas. Um homem de menor autoridade
poderia transferir para outro, de maior autoridade, qualquer caso que não
pudesse resolver. Assim, um caso poderia chegar até Moisés.
CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por
versículo. Editora Hagnos. pag. 382
Êx 3. 21. Procura dentre o povo. “ Procurar” é o sentido mais básico
deste verbo, aqui a ideia secundária de “ escolher” .
Homens capazes. O termo hebraico empregado poderia ter significado
militar, indicando um soldado de valor. Com o passar do tempo veio a significar
“ um homem de bem” . Podemos comparar o uso de frase semelhante em Provérbios
12:4, em relação à esposa ideal.
R. Alan Cole, Ph. D. ÊXODO Introdução e Comentário. Editora Vida Nova.
pag. 136-137.
Quem não estivesse satisfeito com uma sentença de instância inferior
poderia apelar para um tribunal superior. Isto significaria que inumeráveis
sentenças não chegariam a Moisés (22).
Leo G. Cox. Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 1. pag. 182.
2. Os auxiliares de Moisés (Êx 18.25).
Dentre os diversos auxiliares de Moisés, podemos destacar:
Miriã. Irmã de Moisés, era profetisa e entoava louvores ao Senhor. Foi
uma coluna na história de Moisés.
Arão. Irmão de Moisés, acompanhou sua história desde o Egito e foi
escolhido por DEUS para ser sacerdote em Israel.
Os anciãos. Pessoas de mais idade entre o povo, foram pessoas que muito
auxiliaram Moisés em sua liderança na condução do povo à Terra Prometida.
Espera-se, por esse exemplo, que as pessoas de mais idade estejam aptas a ser
bons conselheiros aos líderes mais novos.
Jetro. Jetro era um midianita. Mesmo não sendo israelita, concedeu abrigo
a Moisés e lhe deu uma de suas filhas como esposa quando Moisés fugiu do Egito.
Pelas palavras que disse a Moisés, mostrou ser uma pessoa sábia e experiente.
Ele muito ajudou Moisés em seu ministério, permitindo que no período em que
esteve em Midiã aprendesse a pastorear ovelhas e conhecesse os caminhos do
deserto.
As palavras de Jetro para com Moisés e a atenção que Moisés deu ao sogro
mostram o quanto havia respeito entre eles. Quando Jetro viu o que acontecia
com Moisés, falou-lhe com brandura, e Moisés atendeu à voz de seu sogro, sendo
posteriormente abençoado por DEUS.
Josué. Este foi um servo de Moisés que é apresentado na Bíblia como
aquele que seria o seu substituto na condução do povo à Terra Prometida. Josué
era um combatente, um homem de armas, e foi usado por DEUS para abrir o caminho
das conquistas ordenadas por DEUS.
Não podemos nos esquecer de Zípora, esposa de Moisés, pois ela cuidava da
família de Moisés e lhe dava o amor e carinho básicos para um esposo
(observação minha - Ev. Henrique).
COELHO, Alexandre; DANIEL, Silas. Uma Jornada de Fé. Moisés, o Êxodo e o
Caminho a Terra Prometida. Editora CPAD. pag. 85-86.
Êx 18.24,25 Moisés, ouvindo os conselhos de Jetro, pôs em ação o método
de seu sogro. O vs. 25 repete os números dados no vs. 21. É provável que os
anciãos de cada tribo, conhecendo as qualificações das pessoas de suas
respectivas tribos, tenham sido postos a trabalhar na seleção de oficiais, ao
passo que os próprios anciãos retiveram sua autoridade como oficiais maiores do
sistema.
O Targum de Jonathan informa-nos os números envolvidos: seiscentos chefes
de mil; seis mil chefes de cem; doze mil chefes de cinquenta; sessenta mil
chefes de dez. Jarchi e o Talmude falam no mesmo sentido. A soma total, no
Talmude, sobre o sistema coletivo, é de setenta e oito mil homens. Esses
números estão baseados no trecho de Números 1.46, mas vários intérpretes não
concordam com isso, como Aben Ezra. E não dispomos de meios para saber se esses
cálculos estão ou não com a razão.
CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por
versículo. Editora Hagnos. pag. 382.
Moisés não desprezou este conselho por não ser dado por alguém que não
era, como ele, familiarizado com as palavras de DEUS e as visões do
Todo-poderoso. Mas “deu ouvidos à voz de seu sogro”, v. 24. Quando considerou o
assunto, ele viu como era razoável o que o seu sogro propunha, e decidiu
colocar o conselho em prática
- o que fez pouco tempo depois, quando já tinha recebido instruções de
DEUS sobre o assunto. Observe que não são tão sábios como julgam ser aqueles
que se julgam sábios demais para receberem conselhos. Pois um homem sábio (que
verdadeiramente o é) irá ouvir, e continuará ouvindo, e não desprezará bons
conselhos.
HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo Testamento Gênesis a
Deuteronômio. Editora CPAD. pag. 287.
Êx 18.24-27 — Podemos ver claramente o caráter de Moisés neste trecho.
Ele aceitou de bom grado, ou seja, deu ouvidos ao conselho e decidiu melhorar a
maneira como estava fazendo as coisas.
Isso também é um sinal de sua habilidade de liderança e de sua falta de
soberba (Nm 12). O registro de que Jetro voltou para sua terra não é uma
conclusão moral, mas apenas uma declaração de sua viagem. Ao retornar para sua
casa, Jetro disseminaria todo o conhecimento vivenciado acerca do verdadeiro
DEUS. Faria isso em uma época em que os israelitas conservavam tal entendimento
entre seu povo. Jetro, o sacerdote de Midiã, tornou-se Jetro, o ministro do
Senhor.
EarI D. Radmacher: Ronald B. Allen: H. Wayne
House. O Novo Comentário Bíblico Antigo Testamento com
recursos adicionais. Editora Central Gospel. pag. 162.
MIRIÃ Filha de Anrão e Joquebede, e irmã de Arão e Moisés (Êx 15.20; Nm
26.59). Sem dúvida, ela foi a Miriã que protegeu o cesto de juncos no qual
Moisés foi escondido. Foi mencionada pela primeira vez e chamada de profetisa
por ocasião da jubilosa celebração que liderou depois da travessia do mar
Vermelho (Êx 15.20,21). Ela pecou quando foi insubordinada à vontade de DEUS, e
incitou Arão contra Moisés. Ela e Arão se opuseram ao seu destaque e posição de
respeito. Como resultado do seu envolvimento e liderança da rebelião, DEUS a
castigou com lepra. Moisés orou por sua recuperação e DEUS ouviu sua oração.
Durante o tempo da sua recuperação, Israel não prosseguiu em sua peregrinação
(Nm 12.1-16). Ela morreu em Cades-Barnéia e foi sepultada ali (Nm 20.1).
PFEIFFER .Charles F. Dicionário Bíblico Wycliffe. Editora CPAD. pag.
1290.
ARÃO.
1. A Família. Arão era o filho mais velho de Anrão e Joquebede. Anrão
pertencia à família de Coate, filho de Levi (Êx 6.16). A genealogia dada sugere
que Anrão era um dos filhos de Coate. O nome da mãe de Arão era Joquebeque
(“Yahweh é glorioso”), que pode ser significativo, visto que os nomes
combinados com Yahweh eram raros nesse período inicial. A esposa de Arão era
Eliseba, irmã de Naassom, aparentemente o príncipe de Judá que foi um ancestral
de Davi (Êx 6.23; Rt 4.20; lCr 2.10). Ele possuía quatro filhos, Nadabe, Abiú,
Eleazar e Itamar (Êx 6.23), sendo os primeiros dois mortos por causa de um ato
de sacrilégio (Lv 10.Is.).
2. O porta-voz de Moisés. O papel subordinado de Arão, quando comparado
com o de Moisés, é indicado claramente. Ele foi completamente ignorado até que
Moisés mostrou a sua quase insuperável indisposição de obedecer ao chamado de
DEUS para ser o libertador de Israel. “Não é Arão, teu irmão, o levita?” (Êx
4.14 . O modo de construção da pergunta é notável. A expressão “teu irmão”
indica que Arão possuía sua posição primariamente pelo seu relacionamento com
Moisés. Parentesco e descendência tinham um papel proeminente na história
bíblica. Arão foi chamado “irmão de Moisés” onze vezes. A essa altura ele tinha
oitenta e três anos de idade (Êx 7.7), e a designação “o levita” sugere que ele
ocupava uma posição proeminente nessa tribo específica de israelitas
escravizados. O texto simplesmente diz que ele falava fluentemente (heb. “ele
pode certamente falar”) e ele substituiria a lentidão de Moisés ao falar (heb.
“pesado de boca e pesado de língua”).
3. Arão e o Êxodo. Arão esteve constantemente associado a Moisés na
apresentação de atos poderosos que ocasionaram a libertação (Êx 5-13). O cajado
como símbolo de autoridade foi manejado algumas vezes por Arão. DEUS
frequentemente falou a ambos, Moisés e Arão, mas raramente a Arão sozinho. Arão
não teve parte alguma na entrega da lei, mas ele e seus dois filhos mais
velhos, juntamente com os setenta anciãos, testemunharam a auto manifestação de
DEUS e comeram e beberam na presença de DEUS (Êx 24.9-11).
4. Arão e o Tabernáculo. Para ela foram confeccionadas vestes e para seus
filhos também, tudo feito por Bezalel de Judá e por Aoliabe de Dã (Êx 31.1-6) e
também pelos que possuíam coração disposto dentre o povo (Ex 35.21-35), “como o
Senhor havia ordenado...” (Êx 39.43).
5. A investidura de Arão. Os sacerdotes, e especialmente Arão, usaram uma
vestimenta especial. Muito é dito a respeito das roupas que foram
confeccionadas para Arão, “para glória e ornamento” (Êx 28.2), especialmente o
cinto e o peitoral sobre o qual foram gravados os nomes das doze tribos (Êx
28.9s., 21. 29), e o Urim e o Tumim (q. v.). A “lâmina de ouro” com a gravação
“Santidade ao Senhor” (“Yahweh”?) (v.36) que foi colocado na frente da mitra,
era simbólico de seu ofício.
6. Arão e o sacerdócio. O livro de Levítico é o manual para os
sacerdotes.
7. O Dia da Expiação. O ritual no qual Arão como sumo-sacerdote, e os
sumo-sacerdotes que o seguiram, exercia um papel distinto era a cerimônia do
Dia da Expiação (Yom Kippur) (Lv 16), quando o sumo-sacerdote fazia expiação
pelo Tabernáculo, pelos sacerdotes e pelos filhos de Israel “por causa dos seus
pecados uma vez por ano” (Lv 16.34).
8. Meribá. A vida de Arão teve um fim trágico. A viagem no deserto de Zim
(Nm 20.1) levou a mais uma das muitas murmurações dos Israelitas — “não há
água!” - O capítulo termina com uma breve narrativa da investidura de Eleazar
com as roupas do sumo-sacerdote Arão, e com a morte de Arão.
9. Arão, o homem. Se alguém ler corretamente o caráter deste irmão de
Moisés, perceberá que Arão possuía sua posição exaltada devido a duas coisas:
uma prontidão no falar e seu parentesco com Moisés.
10. Arão, o irmão desleal. Arão tinha a clara e total consciência de que
ele possuía a sua posição exaltada graças ao fato de ser irmão de Moisés. Ele
mesmo chamou Moisés de “senhor” (Êx 32.22; Nm 12.11). Falou, juntamente com
Miriã, contra Moisés (Nm 12) por causa de sua mulher cusita (Zípora).
11. Arão e os críticos. Naquele tempo do Êxodo, ele perdia somente para
Moisés em proeminência.
MERRILL C. TENNEY. Enciclopédia da Bíblia. Editora Cultura Cristã. Vol.
1. pag. 417-420.
ARÃO Ele tinha três anos quando seu irmão Moisés nasceu (Êx 7.7). Teve
quatro filhos com sua esposa Eliseba. Nadabe, Abiu, Eleazar e Itamar. Arão
tinha permanecido no Egito durante os quarenta anos da ausência de Moisés, foi
em seguida encontrá-lo na "montanha de DEUS" e o reapresentou à
comunidade dos hebreus no Egito (Éx 4.27-31). Moisés deveria receber a mensagem
diretamente de DEUS e era obrigação de Arão transmitir essa mensagem ao povo
(Êx 4.16).
Arão aparece no Monte Sinai como um ancião que, como representante de seu
povo, tinha permissão, juntamente com seus dois filhos, Moisés e mais 70
anciãos de se aproximar da própria presença do Senhor (Ex 24.1-11).
O consequente florescer do poder de Arão serviu para justificá-lo, bem
como o seu sacerdócio perante toda a nação (Nm 17). Ele morreu no Monte Hor com
a idade de 123 anos (Nm 20.28).PFEIFFER .Charles F. Dicionário Bíblico Wycliffe. Editora CPAD. pag.
171-172.
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