SUBSIDIO (2) JUVENIS CPAD LIDERANÇA
O líder precisa de um tempo para se recompor, descansar e pensar em suas atividades. Ele deve planejar seu dia, pedindo a orientação do espírito de DEUS para cada etapa, e não se esquecer de que precisa ter seus momentos com DEUS e com sua própria família. Essas atitudes fortalecem a pessoa do líder. Muitos momentos em que o líder se sente desestimulado e cansado são originados na falta de descanso apropriado. Isso traz a perda de concentração, implica tomada de decisões precipitadas e torna desgastantes as tarefas diárias.
Jetro recomendou que Moisés fosse um intercessor pelo povo, e que levasse as questões do povo a DEUS. Na verdade, essa era a função que DEUS pretendia para Moisés, mas até aquele momento, o legislador estava sobrecarregado resolvendo questões do povo, sem a ajuda de auxiliares idôneos.
Caso Moisés não seguisse o conselho de Jetro, acabaria desfalecendo por causa de seu excesso de atividades, além de não ter tempo para interceder pelo povo a DEUS. Mas por seguir o conselho de seu sogro, pôde exercer melhor seu ministério e partilhar sua autoridade com homens dignos de confiança e que honrariam o nome do Senhor. Essa foi a lição que Moisés aprendeu: Não se pode fazer tudo sozinho.
COELHO, Alexandre; DANIEL, Silas. Uma Jornada de Fé. Moisés, o Êxodo e o Caminho a Terra Prometida. Editora CPAD. pag. 79-81.
Moisés foi humilde em receber orientação de uma pessoa que nem era israelita e nem vinha diretamente com uma mensagem de DEUS. Soube ponderar e analisar um sábio conselho que lhe foi muito útil e DEUS não o reprovou por acatar a este conselho de seu sogro. (observação minha - Ev. Henrique)
Êx 18.14 Por que te assentas só...? Moisés tinha tanto para fazer que não podia dar muita atenção a seu sogro. Jetro tinha um sistema melhor, que já vinha funcionando fazia anos. E assim sendo, sentiu-se encorajado a sugeri-lo a Moisés. Um dos problemas dos chefes é a delegação de autoridade, e se esse chefe é um pequeno césar, então os seus problemas apenas se agravam. Jetro, sendo um chefe e um sacerdote midianita, tinha suas sessões diárias, mas não tomava para si mesmo todo o trabalho.
Perguntou Jetro a Moisés: “Que é isto que fazes ao povo?”. Lá estavam os israelitas, impacientes e formando longas filas, como aqueles que precisam depender do INSS. Moisés estava exaurindo a si mesmo e ao povo.
Êx 18,15,16 - A Liderança Divina.
Moisés, o legislador, antes da outorga da lei (ver Êxo.19), estava legislando de acordo com princípios divinos. Ele não tomava nenhuma decisão secular. Quando as pessoas brigavam, ele procurava aplicar a sabedoria divina à situação. Moisés estava funcionando como vidente e profeta. Ver I Sam. 9.9 e 22.15. Os profetas posteriores também foram videntes (ver I Reis 22.8; II Reis 3.11; 8.8; 22.14). As decisões do juiz-profeta-vidente eram aceitas como a palavra de DEUS, presumivelmente inspiradas. Seu trabalho não consistia apenas em julgar alternativas pragmáticas. Moisés era o representante de DEUS diante do povo de Israel (Êxo. 18.19).
Êx 18.17 “Você está fazendo as coisas da maneira errada", afirmou Jetro. Como é óbvio, ele deve ter concordado que Moisés tinha tanto a autoridade quanto a sabedoria para o seu trabalho. Mas é possível fazer o que é certo da maneira errada. Os argumentos de Moisés em favor de seus atos eram bons (vss. 15,16), mas não expressavam um problema central que estava envolvido: a fadiga. Moisés estava exaurindo as suas forças e a paciência do povo.
CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 381.
Êx 18. 14. Por que te assentas só? Eis aqui a pergunta de um velho chefe que já aprendera a lição de como delegar autoridade. Como muitos líderes cristãos, Moisés estava se desgastando desnecessariamente (v.18) ao tentar fazer tudo sozinho. Isto nem sempre é prova de ambição: às vezes indica excesso de zelo e ansiedade. Além do mais, ele estava também desgastando o povo (v.18 mais uma vez), um aspecto geralmente omitido. A demora na administração da justiça, surgida de circunstâncias semelhantes, foi uma das causas da revolta de Absalão, séculos mais tarde (2 Sm 15:1-6).
Êx 18.15. Para consultar a DEUS. Este verbo é traduzido mais adiante em passagens devocionais como “buscar a DEUS” em oração. Aqui, entretanto, significa buscar a decisão divina num assunto controvertido, quer uma disputa legal, quer um caso em que se precisasse de orientação.
Em dias futuros a “estola sacerdotal” viria a ser usada em tais ocasiões, aparentemente contendo os Urim e Tumim, ou seja, as pedras com as quais se determinavam os oráculos divinos (1 Sm 23:9; 28:6): este sistema, entretanto, não viria a existir senão bem mais tarde (28:30).
Êx 18.16. E lhes declare os estatutos de DEUS. Moisés evidentemente considerava sua tarefa judiciária como um ministério de ensino, declarando aos israelitas os “estatutos”, “leis” e “decisões” ou “instruções” divinos, dados em ocasiões específicas para tratar de casos específicos.
Talvez tenhamos aqui o processo pelo qual a lei mosaica veio a se formar, uma combinação de grandes princípios de revelação e sua aplicação à vida cotidiana no deserto.
R. Alan Cole, Ph. D. ÊXODO Introdução e Comentário. Editora Vida Nova. pag. 136.
Êx 18.14,15 — A importante conversa entre o profeta e seu sogro mostra um lado bastante humano de Moisés. Ele era motivado por um desejo de fazer tudo de forma correta, mas suas atidades consumiam muito tempo e energia para serem realizadas por apenas um homem. Jetro notou isso naquele dia (v. 17,18).
Êx 18.16 — A expressão vem a mim (hb. yarâ, no tema hiphil, fazer saber, dirigir) é uma forma da palavra da qual o substantivo Torá (lei, hb. tôrâ) é derivado. O versículo sugere que as leis do Senhor eram gerais, na concepção original, e, posteriormente, aplicadas caso a caso. Sem dúvida alguma, muitas das regras específicas no livro de Êxodo são o resultado deste processo: a aplicação dos princípios gerais em situações determinadas (Êx 21.1).
Êx 18.17-24 — Há, algumas vezes, a ideia de que os servos do Senhor só aceitam as palavras vindas de outras pessoas de fé. Entretanto, muitos indivíduos que não possuem a mesma crença no verdadeiro DEUS vivo têm experiência e entendimento de questões importantes. O sábio é aquele que é capaz de ouvir e aprender coisas boas, não importando sua religião.
EarI D. Radmacher: Ronald B. Allen: H. Wayne House. O Novo Comentário Bíblico Antigo Testamento com recursos adicionais. Editora Central Gospel. pag. 162.
3. O líder necessita de ajudantes (Êx 18.18).
Uma das lições que Jetro ensinou a Moisés é que ele precisava de outras pessoas para partilhar responsabilidades. Ninguém que trabalha em posição de liderança consegue fazer todas as suas atividades sem ajuda. Há trabalhos que dependem de apenas uma pessoa, mas boa parte dos trabalhos precisa ser executada por um grupo de pessoas. Todo trabalho que exige coletividade exige liderança, e dependendo da complexidade do trabalho, vários líderes são necessários na empreitada.
O líder deve treinar seus auxiliares e aprender a confiar neles. Deve orientá-los no sentido de seguirem os parâmetros estabelecidos e cuidarem daquilo que foi proposto. Jetro disse a Moisés:
E tu, dentre todo o povo, procura homens capazes, tementes a DEUS, homens de verdade, que aborreçam a avareza; e põe-nos sobre eles por maiorais de mil, maiorais de cem, maiorais de cinquenta e maiorais de dez; para que julguem este povo em todo o tempo, e seja que todo negócio grave tragam a ti, mas todo negócio pequeno eles o julguem; assim, a ti mesmo te aliviarás da carga, e eles a levarão contigo. Se isto fizeres, e DEUS to mandar, poderás, então, subsistir; assim também todo este povo em paz virá ao seu lugar. (Êx 18.21-23).
As questões já discutidas e resolvidas poderiam ser resolvidas da mesma maneira pelos auxiliares tendo como exemplo o que Moisés já havia resolvido antes. (Observação minha - Ev. Henrique).
A recomendação de Jetro sobre os auxiliares de Moisés não pode ser esquecida em nosso estudo. Ele recomendou que Moisés selecionasse homens capazes (pessoas que tinham habilidade de lidar com outras pessoas, ouvir e resolver problemas), tementes a DEUS (um requisito básico para se lidar com o povo de DEUS, pois estariam julgando o povo de acordo com a vontade de DEUS), homens de verdade (homens sobre os quais não poderia recair suspeitas, e cujas ações demonstrassem sua respeitabilidade), que aborrecessem a avareza (essa característica não poderia passar em branco, visto que se uma pessoa for trazer pareceres vinculados ao dinheiro, com certeza seu parecer será tendencioso - não corrúptos seria bem traduzido - Observação minha - Ev. Henrique). Eles seriam colocados, conforme suas capacidades, sobre grupos de pessoas, maiores ou menores conforme a quantidade designada, e deveriam resolver os problemas mais simples, e os mais complexos deveriam ser levados a Moisés.
Eles deveriam ser ensinados nos estatutos e nas leis para que pudessem julgar o povo de DEUS de forma correta. Se um líder não conhece as regras pelas quais deve se pautar para tomar decisões, ou para decidir entre pessoas, não poderá liderar. Ninguém exerce a liderança sem ter em mente princípios norteadores pelos quais agir. Portanto, o conselho de Jetro é válido para os nossos dias. Líderes precisam conhecer a lei de DEUS e os princípios pelos quais tomarão suas decisões. Conhecer princípios de liderança e como aplicá-los faz a diferença entre um bom e um mau líder.
Lembremo-nos de que aqueles homens não foram chamados para tomar o lugar de Moisés na liderança do povo, mas para ajudá-lo a exercer de forma efetiva sua liderança. Eles levariam o peso do trabalho de Moisés com ele, e não tomariam o lugar dele. Aqui cabe uma observação aos que estão sendo chamados a ajudar líderes. Quando uma pessoa é escolhida para ajudar em um ministério, ela está sendo chamada para auxiliar, para cooperar, não para comandar ou dar um golpe no seu próprio líder.
Há pessoas em nossas igrejas que se deixam enganar quando escolhidas para ajudar em uma determinada função. Começam a pensar que logo estarão no topo do comando, que terão o próprio ministério, que agirão de acordo com sua própria vontade e que não prestarão contas a ninguém. Há pessoas que nesse sentido logo se rebelam contra seus líderes e fazem o que podem para dividir o rebanho do Senhor.
Aqui reside grandeza dos líderes auxiliares: eles sabem que estão servindo a DEUS sob a liderança de outro líder escolhido por DEUS, ao qual devem prestar obediência. E com essa obediência poderão ser escolhidos por DEUS para desafios maiores, em outras esferas, inclusive liderando outros até no rebanho do Senhor.
Futuros líderes podem ser ensinados
Quando Jetro falou com Moisés, recomendou que ele ensinasse os estatutos e as leis ao povo, antes de escolher as pessoas que iriam ajudá-lo. Ou seja, os auxiliares do legislador deveriam ser instruídos para serem úteis ao trabalho que lhes seria confiado. Conhecer os procedimentos normais de nossas atividades na obra do Senhor faz parte de nossas obrigações diante dEle. O líder precisa estar sempre pronto a aprender.
Se por um lado aqueles líderes deveriam conhecer a lei de DEUS para poderem exercer seus julgamentos, é preciso lembrar que foi responsabilidade de Moisés ensinar-lhes a Lei de DEUS e seus estatutos. Um líder não pode cobrar de seus liderados atitudes que não lhes foram ensinadas. Portanto, como líder, Moisés não apenas deveria partilhar com homens escolhidos sua autoridade, mas também ensiná-los a exercerem suas funções.
COELHO, Alexandre; DANIEL, Silas. Uma Jornada de Fé. Moisés, o Êxodo e o Caminho a Terra Prometida. Editora CPAD. pag. 81-83.
Êx 18.18 Desfalecerás, assim tu, como este povo. Havia fadiga coletiva, em resultado do que Moisés estava fazendo. Ele precisava aprender a delegar autoridade, resolvendo somente as questões mais difíceis, como fazem os juízes das cortes supremas.
CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 381.
Jetro discordava do método que Moisés empregava, e tinha liberdade com ele, para dizer-lhe isto, w. 14,17,18. A sabedoria é benéfica para orientar, para que não nos contentemos com menos do que o nosso dever, nem nos sobrecarreguemos com aquilo que está além das nossas forças.
2. Jetro o aconselhou a um modelo de governo que melhor serviria à intenção, que consistia em:
(1) Que Moisés reservasse a si mesmo todas as questões referentes a DEUS (v. 19): “Sê tu pelo povo diante de DEUS”.
(2) Que Moisés nomeasse juizes nas diversas tribos e famílias, que deveriam julgar as causas entre os homens, e decidi-las.
(3) Poderia haver uma apelação, se houvesse causa justa para isto, destas cortes inferiores ao próprio Moisés. “Todo negócio grave tragam a ti”, v. 22.
3. Ele acrescenta duas qualificações ao seu conselho:
(1) Que grande cuidado deveria ser tomado na escolha das pessoas a quem esta tarefa seria confiada (v. 21). “homens capazes” Mentes esclarecidas e corações valentes fazem bons juízes. O temor a DEUS é aquele princípio que irá melhor fortificar um homem contra todas as tentações à injustiça, Neemias 5.15; Gênesis 42.18. Para integridade e honestidade - homens de verdade - Para desprezo nobre e generoso da riqueza do mundo - odiando a avareza, não somente não procurando subornos nem desejando enriquecer a si mesmos, mas odiando o simples pensamento disto.
(2) Para que possa receber a instrução de DEUS no caso (v. 23): “Se isto fizeres, e DEUS to mandar”. Jetro sabia que Moisés tinha um conselheiro melhor do que ele, e a este ele o encaminha. Observe que os conselhos devem ser dados com humilde submissão à Palavra e à providência de DEUS, que sempre devem prevalecer.
Moisés não confiou ao povo a escolha dos magistrados, pois o povo já tinha feito o suficiente para provar que não era adequado para tal tarefa. Mas ele mesmo os escolheu, e os indicou - alguns para uma posição mais elevada, outros para uma posição menos elevada, os mais inferiores provavelmente subordinados aos superiores. Temos motivos para considerar o governo como uma misericórdia muito grande, e para agradecer a DEUS pelas leis e magistrados, para que não sejamos como os peixes do mar, onde os maiores devoram os menores.HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo Testamento Gênesis a Deuteronômio. Editora CPAD. pag. 287.
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