LIDERANÇA NO ANTIGO TESTAMENTO
Josué Gonçalves. 37 Qualidades do Líder que Ninguém Esquece!. Editora
Mensagem para todos. pag. 15-16.
E Moisés foi instruído em toda a ciência dos egípcios; e era poderoso em
suas palavras e obras. Atos 7:22 (Estêvão)
A casta sacerdotal dos egípcios se notabilizava por seus vários estudos e
pelo seu elevado conhecimento de ciências como a astronomia (astrologia),
medicina, matemática, filosofia religiosa, etc., nas quais eles se mostravam
simplesmente proverbiais. (Ver I Reis 5:40). «Moisés, à semelhança de Paulo,
era homem erudito». (Robertson, in loc.).
Filo, referindo-se às ciências estudadas pelos sacerdotes egípcios, às
matérias referidas acima acrescenta a aritmética, a geometria, todo o ramo de
música, os hieróglifos, a astronomia (astrologia), e os idiomas assírio e
caldeu. Esse mesmo autor faz os mestres de Moisés serem também gregos e
assírios, e não somente egípcios.
Moisés obteve preparação lhe foi conferida por agência divina, embora,
sem a menor dúvida, ele possuísse habilidades naturais (igualmente
proporcionadas por DEUS), que eram excelentes veículos para a sua expressão
espiritual mais elevada.
«...e obras...» A grandeza de Moisés não terminava em suas palavras.
Podemos estar certos de suas ações como líder militar, ou como quem teve parte
ativa no governo do Egito, em que as suas atuações foram suficientemente dignas
de atenção para merecer esse comentário de Estêvão, o qual é confirmado nos
escritos de Filo e de outros escritores antigos.
CHAMPLIN, Russell Norman, O Novo Testamento Interpretado versículo por
versículo. Editora Candeias. Vol. 3. pag. 149.
A EDUCAÇÃO DE MOISÉS
“Não importa se você não tem formação, pois DEUS pode usar você assim
mesmo”— algumas pessoas dizem. E verdade, DEUS pode usar qualquer um, tenha a
pessoa recebido uma boa formação ou não. Entretanto, a educação de Moisés em
toda a ciência dos egípcios (At 7.22) provou ser um valioso recurso quando DEUS
o chamou para conduzir Israel da escravidão para a liberdade.
Durante um terço da vida de Moisés, 40 anos, ele esteve no Egito. Membro
da realeza, ele foi instruído na impressionante cultura dos faraós. O currículo
educacional dos faraós incluía ciência política, administração pública e,
provavelmente, religião, história, literatura, geometria, e ainda engenharia e
hidráulica.
Mas esse não foi o fim da formação educacional de Moisés. Ele gastou
outros 40 anos na faculdade do deserto, estudando agronomia e veterinária
enquanto esteve dedicado às atividades pastoris. Ele também aprendeu sobre
saúde pública e sobre comunidades primitivas. Portanto, dois terços da vida de
Moisés foram dedicados à preparação para a obra mais desafiadora a ser entregue
em suas mãos — liderar Israel através do deserto.
Inteligência e educação por si só não tornam ninguém pronto para servir a
DEUS. Na verdade, é possível que uma pessoa de boa formação se esconda atrás de
sua erudição ou cultura para evitar um relacionamento com DEUS. O jovem Saulo
caiu nessa armadilha (At 22.3-5), assim como fizeram antes dele os fariseus que
tinham a mesma condição que ele. Assim também fizeram os filósofos em Atenas
(At 17.16-34). Mas, como Estêvão demonstrou que o problema não está no
intelecto, mas na vontade; o perigo não está em abraçar o conhecimento, mas em
resistir a DEUS (At 7.51).
EarI D. Radmacher: Ronald B. Allen: H. Wayne
House. O Novo Comentário Bíblico Novo Testamento com
recursos adicionais. Editora Central Gospel. pag. 309.
I - O TRABALHO DO SENHOR E OS SEUS OBREIROS
1. Despenseiro e não dono (Êx 18.13-27).
Uma das características essenciais à liderança na obra de DEUS é saber
que o líder é despenseiro ou administrador dos recursos e das pessoas, e não
dono de todas essas coisas. Nenhum ministro é ordenado para pensar que a igreja
que DEUS depositou em suas mãos é dele. Quando escreveu sua carta à igreja em
Éfeso, Paulo disse que ele mesmo [o Senhor] concedeu uns para apóstolos, outros
para profetas, outros para evangelistas e outros para pastores e mestres, com
vistas ao aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do seu serviço, para a
edificação do corpo de CRISTO. (Ef 4.11,12, ARA)
Essa passagem fala que DEUS escolheu algumas pessoas para determinadas
vocações no corpo de CRISTO, com o objetivo de fazer com que os santos sejam
aperfeiçoados no serviço cristão e para que o corpo de CRISTO seja edificado.
Portanto, podemos entender que DEUS deu pastores às igrejas, e não igrejas a
pastores. O pastor é um presente de DEUS à congregação, e não o contrário. Como
líder, deve ser respeitado e ouvido, mas não deve se esquecer de que a obra é
do Senhor, e que Ele vai cobrar a administração de seus ministros.
Um dos desafios da liderança cristã é ter esse alvo em mente. DEUS
deposita em nossas mãos o cuidado para com a sua Igreja, e espera que nos
lembremos de que a Igreja é dEle. Por isso, deve o ministro cuidar com zelo da
obra do Senhor, a quem prestará contas por suas atitudes.
COELHO, Alexandre; DANIEL, Silas. Uma Jornada de Fé. Moisés, o Êxodo e o
Caminho a Terra Prometida. Editora CPAD. pag. 78-79.
CHEFES PARA A ADMINISTRAÇÃO
Desde o versículo 13 até ao fim do capítulo fala-se da nomeação de chefes
para ajudarem Moisés na administração dos negócios da congregação. Isto foi
feito por sugestão de Jetro, que temia que Moisés desfalecesse totalmente em
conseqüência do seu trabalho. Em relação com este fato, pode ser útil
considerar a nomeação dos setenta anciãos em Números, Capítulo 11. Vemos ali o
espírito de Moisés esmagado sob o peso da responsabilidade que pesava sobre si,
e dá lugar à angústia do seu coração nas seguintes palavras: "Por que
fizeste mal a teu servo, e por que não achei graça aos teus olhos, que pusesses
sobre mim a carga de todo este povo? Concebi eu, porventura, todo este povo?
Gerei-o eu, para que me dissesses que o levasse ao colo, como o aio leva o que
cria, à terra que juraste a seus pais?.. .Eu sozinho não posso levar a todo
este povo, por que muito pesado é para mim. E, se assim fazes comigo, mata-me,
eu te peço, se tenho achado graça aos teus olhos; e não me deixes ver o meu
mal" (Nm 11:11-15).
Em todo este caso vemos como Moisés se retira de um lugar de honra. Se
aprouve a DEUS fazer dele o único instrumento da administração da Assembleia,
deveria ele ter reconhecido que DEUS era amplamente suficiente para tudo.
Todavia, Moisés perde o ânimo (servo abençoado como era) e diz, "eu
sozinho não posso levar todo este povo, porque muito pesado é para mim. Mas ele
não fora incumbido de levar todo o povo sozinho, porque DEUS estava consigo. O
povo não era demasiado pesado para DEUS; era Ele que os suportava.
Moisés era apenas o instrumento. Da mesma forma poderia ter dito que a
sua vara levava o povo, porque o que era ele senão um simples instrumento nas
mãos de DEUS, da mesma forma que a vara o era nas suas? E neste ponto que os
servos de CRISTO falham constantemente; e a sua falta é tanto mais perigosa
quanto é certo que se reveste da aparência de humildade. Fugir de uma grande
responsabilidade dá a impressão de falta de confiança pessoal e de uma profunda
humildade de espírito; porém, tudo que nos interessa saber é se DEUS tem
imposto essa responsabilidade. Sendo assim, Ele estará incontestavelmente
conosco no seu desempenho; e, com a Sua companhia, podemos suportar todas as
coisas. Com o Senhor o peso de uma montanha não é nada; sem Ele o peso de uma
simples pena é esmagador. É uma coisa muito diferente se um homem, na vaidade
do seu espírito, se apressa em tomar um fardo sobre os seus ombros, um fardo
que DEUS nunca teve intenção de ele levar, e, portanto, nunca o dotara para o
conduzir; podemos, portanto, esperar vê-lo esmagado sob o peso. Porém, se é
DEUS que põe sobre ele esse fardo, Ele torna-o não só apto a conduzi-lo como
lhe dá as forças necessárias.
C. H. MACKINTOSH. Estudos Sobre O Livro De Êxodo. Editora Associação
Religiosa Imprensa da Fé.
Êx 18.13 A Nomeação de Juízes.
Fica claro no texto que Jetro (descendente de Quetura, esposa de Abraão)
tinha algumas boas ideias sobre como delegar autoridade, e que compartilhava
com Israel da adoração a Yahweh.
Moisés estava sobrecarregado de trabalho, o que era óbvio para todos,
menos para ele mesmo. Sua função era comparável ao de um xeque beduíno que se
assenta para julgar e resolver os problemas de todos os membros de sua tribo.
Ver II Sam. 15.1-6. E a carga de trabalho de Moisés ia aumentando cada vez
mais, conforme Israel enfrentava problemas no deserto. Ele era a única
autoridade, uma espécie de combinação de funções seculares e religiosas.
Naqueles tempos antigos, em Israel, não se fazia distinção entre autoridades
civis e autoridades religiosas. “Escravos não podem ser transformados em santos
da noite para o dia” (J. Coert Rylaarsdam, in loc.). Portanto, não se passava
um dia sem que Moisés tivesse de ouvir a muitas queixas e causas.
CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por
versículo. Editora Hagnos. pag. 381.
A indicação de juízes. A límpida tradição bíblica é que esta instituição
israelita seguia as linhas da prática midianita, como resultado da sugestão
feita por Jetro. A função dos oficiais é clara, embora o termo técnico não seja
usado aqui. No período patriarcal, a justiça no círculo familiar era
administrada pelo chefe do clã. Em sua condição de escravos no Egito, os
israelitas dificilmente possuiriam um sistema judiciário próprio. É verdade que
tinham “superintendentes” egípcios e “capatazes” israelitas a eles
subordinados, mas esta era uma organização puramente “trabalhista”. Quando
Moisés tentou agir como líder ou “juiz” os israelitas se ressentiram do fato
(2:14). Além do mais, Israel parecia ter preservado até certo ponto a estrutura
tribal: havia ainda um “chefe” para cada tribo, e em tempos primitivos estes
também parecem ter tido funções judiciárias. Deuteronômio 1:15 oferece uma
informação adicional interessante neste episódio.
Os anciãos, que já foram mencionados pela sua participação no
oferecimento de sacrifícios (18:12) e pela sua provável função representativa,
possivelmente também exerciam deveres judiciários. O título e posição de
“juiz”, já era de uso antigo entre os cananeus (os fenícios preservavam o
título até mesmo em suas colônias do Mediterrâneo), embora aparentemente com o
sentido de “ campeão, líder” , como no livro de Juízes, e não em sentido legal.
A organização esboçada abaixo é primeiramente militar, baseada no sãr, ou
comandante de um certo número de homens (cf v. 21). Tal estrutura é muito
apropriada para um grupo nômade no deserto. Como qualquer nação antiga, Israel
é sempre considerado primeiramente como uma força de combate, e então
organizado com base nisso. Entender este episódio como uma separação de casos
“sagrados” , julgados por Moisés, e casos “civis”, julgados pelos anciãos,
parece errado: toda a justiça era sagrada em Israel.
A administração da justiça, de qualquer espécie, se encontra aqui no
contexto do sacrifício e da refeição sagrada. A distinção, portanto, não é
entre o sacro e o secular, mas entre problemas fáceis e problemas difíceis, os
primeiros já cobertos pela tradição ou por revelação em contraste com os
últimos que exigiam uma nova revelação da parte de DEUS, através de Seu agente,
Moisés.
R. Alan Cole, Ph. D. ÊXODO Introdução e Comentário. Editora Vida Nova.
pag. 135.
Em III Jo 9. O presbítero apresenta agora o problema criado por
Diótrefes. No caráter e na conduta ele era inteiramente diferente de Gaio. Gaio
é retratado como alguém que anda na verdade, ama os irmãos, hospeda os
estrangeiros. Diótrefes, por outro lado, é visto como alguém que se ama a si
próprio mais que os outros, e que recusa acolhida aos evangelistas em viagem,
ou permitir que outros o façam. Contudo, Gaio e Diótrefes eram provavelmente
membros da mesma igreja local, pois, “na igreja visível, os maus estarão sempre
misturados com os bons”, apesar de C.H. Dodd achar que eram membros de igrejas
vizinhas. A questão chegara a um ponto crítico, diz João. Escrevi alguma cousa
à igreja; mas Diótrefes... não nos dá acolhida. Que carta era essa, não está
claro.
Tenha ou não destruído a carta, ou recusado lê-la à igreja, Diótrefes
certamente rejeitou a instrução escrita do presbítero {ti, alguma cousa, RA e
VPR) para receber hospitaleiramente os evangelistas itinerantes. É digno de
nota que o presbítero tinha uma autoridade geralmente aceita. Ele dava ordens e
as expedia para serem obedecidas (cf. 2 Ts 3, quanto às ordens apostólicas que
requerem obediência). Diótrefes foi uma exceção. Ele não ia ser mandado por
João. Evidentemente se arrogava autoridade própria, ao ponto de excomungar
membros da igreja que lhe desobedecessem (10).
Que motivos teriam incitado Diótrefes a afirmar-se assim contra João?
Têm-se feito várias tentativas para reconstruir a situação. Não há prova de que
a divergência deles fosse teológica. Se a verdade do Evangelho estivesse em
jogo, seguramente o presbítero não teria hesitado em expor o erro na mesma
linguagem intransigente que empregara na primeira e na segunda epístolas. Não
heresia doutrinária, mas ambição pessoal, era a causa do aborrecimento. Findlay
demonstra que talvez Diótrefes “pertencia à aristocracia grega da velha cidade
real” (de Pérgamo, à qual Findlay acredita que esta epístola foi dirigida).
Neste caso, era o prestígio social que estava por trás do seu vergonhoso
comportamento. Outros escritores tentaram encontrar vestígios da rivalidade
entre João e Diótrefes nas mudanças do padrão de ordem da igreja no final do
primeiro século A.D. A era dos apóstolos estava chegando ao fim. Na verdade, de
acordo com aqueles que negam que o presbítero João era o apóstolo, essa era já
tinha terminado. Sabe-se que por volta do ano 115 A.D., quando o bispo Inácio
de Antioquia escreveu as suas cartas às igrejas da Ásia, o “episcopado
monárquico” (a aceitação de um só bispo com autoridade sobre um grupo de
presbíteros) estava estabelecida entre elas. Assim, esta epístola foi escrita
no final da era apostólica, ou entre este e a aceitação universal do episcopado
— um período de transição e tensão que C. fi. Dodd compara com a transferência
de responsabilidade dos missionários estrangeiros à igreja nativa.
João William Barclay sugere que a epístola reflete a tensão entre o
ministério universal dos apóstolos e profetas e o ministério local dos
presbíteros. Ele entende que Diótrefes pode ter sido um presbítero que estava
determinado a ser o defensor da autonomia da igreja local e daí ficava
ressentido com o “controle remoto” de João e com “a interferência de
estrangeiros errantes”. É claro, porém, que o próprio João tinha opinião
diferente sobre Diótrefes e, se reconhecemos a sua autoridade de escritor
bíblico, naturalmente devemos aceitar o seu ponto de vista.
Para João, os motivos que governavam a conduta de Diótrefes não eram nem
teológicos nem sociais nem eclesiásticos, mas morais. A raiz do problema era o
pecado. David Smith comenta que “proagein (2 João 9) e indicam dois
temperamentos que perturbaram a vida cristã da Ásia Menor — a arrogância intelectual
e o engrandecimento pessoal.
3 Jo 10. João declara que, se vier em pessoa à igreja em questão, fará
lembradas (ou RSV, NEB, “fará aparecer”, isto é, numa reprovação pública) as
obras e palavras de Diótrefes. Será obrigado a empregar alguma espécie de ação
disciplinar. A gravidade da conduta de Diótrefes é exposta agora: Ele está
proferindo contra nós palavras maliciosas (AV, “tagarelando contra nós com
palavras maliciosas”). A NEB verte assim a frase: “Ele lança acusações sem base
e maldosas contra nós”. Evidentemente Diótrefes considerava João como um
perigoso rival para a sua presumida autoridade na igreja e procurou solapar a
posição do apóstolo mediante murmuração caluniadora. Ele não recebia os
missionários. Ele impede os que querem recebê-los, e os expulsa da igreja. Por
alguma razão, Diótrefes se ofendia com a intrusão dos mestres itinerantes. Ele
não os honrava por saírem “por causa do Nome”; estava mais interessado na
glória do seu próprio nome. Ele não os teria em seu lar e não lhes daria ajuda,
e aos que quiseram obedecer a João e recebê-los, ele primeiro os impediu de
levarem a efeito o seu desejo e depois os excomungou. Diótrefes difamou a João,
tratou com pouco caso os missionários e excomungou os crentes leais porque seu
amor era a si próprio e ele queria ter a preeminência. A vaidade pessoal ainda
está na raiz da maioria das dissensões em toda igreja local hoje.
John R. W. Stott. 3 Epistola de João Introdução e Comentário. Editora
Vida Nova. pag. 193-196.
Por meio dessas frases da carta obtemos uma visão viva da vida eclesial
no primeiro cristianismo. Assim como os grandes centros do cristianismo, Roma e
Antioquia, não surgiram através de apóstolo famosos, mas de pessoas
desconhecidas. A evangelização de regiões inteiras se realizou por meio de tais
“irmãos” que partiam “em prol do nome” de JESUS. As igrejas ofereciam a esses
evangelistas itinerantes acolhida hospitaleira e sustento de viagem,
tornando-se assim sustentadoras de seu trabalho.
As comunidades judaicas já haviam tentado se proteger contra a exploração
de sua hospitalidade por elementos desonestos mediante “cartas de
recomendação”, com as quais pessoas honestas de congregações desconhecidas
podiam se credenciar. Logo Diótrefes poderia ter certa desconfiança contra
pregadores itinerantes, tentando de antemão mantê-los longe de sua igreja.
Contudo nesse procedimento agia com estreiteza de coração e autoritarismo.
Talvez também temesse um prejuízo em sua influência na igreja em virtude de
pregadores de fora.
João não se dá por derrotado. Pode-se deixar de lado sua carta. Porém
João irá pessoalmente à igreja e exigirá contas de Diótrefes perante os membros
da igreja. “Por isso, quando eu for aí, vou lembrá-lo das obras que ele
pratica, tagarelando com palavras maldosas contra nós.”
Assim como Paulo, também João pretende aparecer pessoalmente na igreja
ameaçada e “fazer lembrar” todo o agir de Diótrefes, expondo-o abertamente.
Então a própria igreja deverá deliberar.
Werner de Boor. Comentário Esperança Cartas aos Filipenses. Editora
Evangélica Esperança.
2. Falta de percepção do líder (Êx 18.14,17).
Um dos maiores perigos com que o líder se depara em seu dia a dia é o
excesso de atividades. Há momentos em que a quantidade demasiada de afazeres
nos impede de ver as coisas à nossa volta como elas são, e, não raro, tendem
até mesmo a nos afastar da comunhão com DEUS.
Os líderes têm diversas obrigações no dia a dia, e isso faz parte da
tarefa que lhes foi confiada. Eles precisam avaliar situações e tomar decisões.
E precisam ter também a habilidade de líder com pessoas de todos os tipos,
tentando acalmar ânimos e motivar pessoas ao serviço cristão.
No estudo em questão, analisando o texto bíblico, veremos que o servo de
DEUS, Moisés, precisou de ajuda em sua liderança para poder desempenhar melhor
o seu papel de líder e condutor do povo de DEUS.
Moisés já havia saído do Egito com o povo de Israel quando recebeu a
visita de seu sogro, Jetro. Este era um homem aparentemente mais velho e
experiente em questões de liderança e administração do tempo. Vendo certo dia
que Moisés ia atender ao povo, que trazia demandas para que pudessem ser
resolvidas, percebeu que alguns procedimentos do libertador não eram os mais
adequados àquela situação. Ele estava atendendo todas as pessoas que lhe
traziam questões, consumindo o tempo delas e o seu próprio, além de provocar em
Moisés muito cansaço.
Ele era ungido do Senhor? Com certeza. Fazia suas atividades com boa
vontade? Com certeza. Ele tinha sabedoria? Certamente que sim.
Mas o que aconteceu que inspirou seu sogro, Jetro, a intervir na forma
como Moisés liderava o povo?
“E aconteceu que, ao outro dia, Moisés assentou-se para julgar o povo; e
o povo estava em pé diante de Moisés desde a manhã até à tarde” (Ex 18.13).
Esse versículo mostra o que acontecia. O povo ficava em torno de Moisés e
trazia a ele as questões relevantes sobre dificuldades que estavam enfrentando,
e Moisés ficava resolvendo essas questões sozinho. O problema não residia em
Moisés atender ao povo, mas em tentar resolver as questões sem a ajuda de
outras pessoas. Ele precisava delegar autoridade a outros homens para que, da
mesma forma que ele, atendessem ao povo e resolvessem conflitos comuns.
Isso não retiraria de Moisés sua autoridade. Delegar autoridade para que
outros nos ajudem a realizar o trabalho faz com que haja mais pessoas
trabalhando para o mesmo Senhor, e faz também com que tenhamos mais tempo para
pensar em outras coisas importantes e treinar pessoas para o ministério.
Mas isso não ficou claro para Moisés no início da narrativa. Foi preciso
que ele escutasse essas observações de seu sogro, um homem mais experiente e
amadurecido nas questões relacionadas a gestão. Jetro viu que o modelo de
administração seguido por Moisés era cansativo tanto para ele quanto para o
povo, pois não apenas Moisés se cansava atendendo o povo, mas o próprio povo se
sentia cansado de esperar por uma solução da parte de Moisés.
Totalmente desfalecerás, assim tu como este povo que está contigo; porque
este negócio é mui difícil para ti; tu só não o podes fazer. Ouve agora a minha
voz; eu te aconselharei, e DEUS será contigo. Sê tu pelo povo diante de DEUS e
leva tu as coisas a DEUS. (Ex 18.18,19) Seu santo exemplo de temor e obediência ao Senhor continuou a influenciar
a nação mesmo depois de sua morte, e durante o período dos anciãos que a ele
sobreviveram (24.31).PFEIFFER .Charles F. Dicionário Bíblico Wycliffe. Editora CPAD. pag.
195-197.
fonte www.avivamentonosul21.comunidades.net
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PAZ DO SENHOR
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