Lições Bíblicas CPAD
Adultos 2º Trimestre de 2016
Título: Maravilhosa Graça — O Evangelho
de Jesus Cristo revelado na carta aos Romanos
Comentarista: José Gonçalves
Lição 5: A maravilhosa Graça
Data: 1º de Maio de 2016
TEXTO ÁUREO
“Porque o pecado não terá domínio sobre
vós, pois não estais debaixo da lei, mas debaixo da graça” (Rm 6.14).
VERDADE PRÁTICA
Cristo Jesus é a graça divina
manifestada em forma humana.
LEITURA DIÁRIA
Segunda — Rm 3.24
A graça do Senhor Jesus Cristo provê a
justificação
Terça — Cl 1.29
A graça nos capacita para o trabalho e
o combate
Quarta — Ef 1.3
A graça nos concede bênçãos espirituais
nos lugares celestiais
Quinta — Ef 2.13
A graça nos aproximou e nos reconciliou
com Deus
Sexta — Ef 2.8
A graça é resultado da misericórdia do Todo-Poderoso
Sábado — Jo 3.16
A graça é resultado do amor de Deus
pela humanidade
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Romanos 6.1-12.
1 — Que diremos, pois? Permaneceremos
no pecado, para que a graça seja mais abundante?
2 — De modo nenhum! Nós que estamos
mortos para o pecado, como viveremos ainda nele?
3 — Ou não sabeis que todos quantos
fomos batizados em Jesus Cristo fomos batizados na sua morte?
4 — De sorte que fomos sepultados com
ele pelo batismo na morte; para que, como Cristo ressuscitou dos mortos pela
glória do Pai, assim andemos nós também em novidade de vida.
5 — Porque, se fomos plantados
juntamente com ele na semelhança da sua morte, também o seremos na da sua
ressurreição;
6 — sabendo isto: que o nosso velho
homem foi com ele crucificado, para que o corpo do pecado seja desfeito, a fim
de que não sirvamos mais ao pecado.
7 — Porque aquele que está morto está
justificado do pecado.
8 — Ora, se já morremos com Cristo,
cremos que também com ele viveremos;
9 — sabendo que, havendo Cristo ressuscitado
dos mortos, já não morre; a morte não mais terá domínio sobre ele.
10 — Pois, quanto a ter morrido, de uma
vez morreu para o pecado; mas, quanto a viver, vive para Deus.
11 — Assim também vós considerai-vos
como mortos para o pecado, mas vivos para Deus, em Cristo Jesus, nosso Senhor.
12 — Não reine, portanto, o pecado em
vosso corpo mortal, para lhe obedecerdes em suas concupiscências;
HINOS SUGERIDOS
5, 400 e 577 da Harpa Cristã.
OBJETIVO GERAL
Mostrar que Cristo Jesus é a graça
divina manifestada em forma humana.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Abaixo, os objetivos específicos
referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o
objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.
I. Apresentar alguns dos inimigos da
graça;
II. Mostrar a vitória da graça para com
o domínio do pecado;
III. Relacionar os frutos da graça.
INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Prezado professor, dando continuidade
ao estudo da Epístola aos Romanos, analisaremos nesta lição o capítulo seis. No
capítulo cinco Paulo trata da nossa justificação pela fé no sacrifício de Jesus
Cristo. No capítulo seis ele vai abordar a respeito da nova vida em Cristo. O
apóstolo mostra que o nosso velho homem já foi crucificado com Cristo. Não somos
mais escravos do pecado, pois este foi destruído na cruz. Pela fé morremos para
o pecado e como novas criaturas precisamos viver para Deus, em obediência e
santidade. Como novas criaturas não alcançamos a perfeição, somos tentados e
vivemos em um mundo que jaz no maligno, mas desde o momento que tomamos a
decisão de viver pela fé, para Cristo, somos livres do poder do pecado, pois
agora o próprio Cristo habita em nós (Gl 2.20).
COMENTÁRIO INTRODUÇÃO
O capítulo cinco da Epístola aos
Romanos mostra o triunfo da graça sobre o pecado. Paulo já havia falado a
respeito da justificação, mas o que significava isso na prática? Que
implicações teria na vida dos crentes? O apóstolo não procurou filosofar a
respeito da origem do pecado e suas consequências. Ele buscou mostrar, de forma
clara, como Deus resolveu essa questão. A graça de Deus nos justificou,
abolindo o domínio do pecado e fazendo-nos viver livres em Cristo.
PONTO CENTRAL
Jesus Cristo é a revelação do amor e da
graça de Deus.
I. OS INIMIGOS DA GRAÇA
1. Antinomismo. Paulo percebeu que a
sua argumentação a respeito da graça poderia gerar um mal-entendido. Por isso,
tratou logo de esclarecer o seu pensamento a respeito do assunto. Usando o
método de diatribe, ele dialoga com um interlocutor imaginário, procurando
explicar de forma clara o seu argumento. Paulo já havia dito que onde o pecado
abundou, superabundou a graça (Rm 5.20). Tal argumento seria uma afirmação ao
estilo dos antinomistas, pois estes acreditavam que podemos viver sem regras ou
princípios morais.
2. Paulo não aceita e não confirma o
antinomismo. No antimonismo não há normas. Os que erroneamente aceitavam tal
pensamento acreditavam que quanto mais pecarmos mais graça receberemos. Em
outras palavras, a graça não impõe limite algum. Antevendo esse entendimento
equivocado, o apóstolo pergunta: “Que diremos, pois? Permaneceremos no pecado,
para que a graça seja mais abundante?” (Rm 6.1). A resposta é não! A graça não
deve servir de desculpa para o pecado.
Infelizmente, o antinomismo tem ganhado
força em nossa sociedade, passando a ser socialmente aceito até mesmo dentro
das igrejas evangélicas. Esta é uma doutrina venenosa, que erroneamente faz com
que a graça de Deus pareça validar todo tipo de comportamento contrário à
Palavra de Deus. Em geral, tal pensamento vem “vestido” de uma roupagem
espiritual, porém o antinomista costuma ser relativista quando se utiliza da
expressão “não tem nada a ver”.
3. Legalismo. Em Romanos 6.15, o
apóstolo tem em mente o judeu legalista, quando pergunta: “Pois quê? Pecaremos
porque não estamos debaixo da lei, mas debaixo da graça? De modo nenhum!”. A
doutrina da justificação pela fé, independentemente das obras da lei, levaria o
legalista a argumentar que Paulo estaria ensinado que, em virtude de não estarmos
mais debaixo da lei, então não há mais obrigação alguma com o viver santo.
Nesse caso, não haveria mais nenhuma barreira de contenção contra o pecado. Na
mente do legalista, somente a lei de Moisés era o instrumento adequado para
agradar a Deus. Isso justifica as dezenas, e às vezes, centenas de preceitos
que o judaísmo associou com o Decálogo. Os legalistas criaram como
desdobramento da lei 613 preceitos. A teologia de Paulo irá ensinar que mesmo
não estando mais debaixo da lei, o cristão não ficou sem parâmetros
espirituais. Pelo contrário, agora que ele tem a vida de Jesus Cristo dentro de
si, está capacitado a agradar a Deus, mesmo sem se submeter à letra da Lei de
Moisés.
SÍNTESE DO TÓPICO (I)
O antinomismo e o legalismo são
inimigos da graça.
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
“[...] É preciso compreender e comparar
dois aspectos da salvação, que são: o aspecto legal e o aspecto ético e moral.
No aspecto legal está a justificação, que trata da quitação da pena do pecado.
Significa que a exigência da Lei foi cumprida. Porém, no aspecto moral, está a
santificação que trata da vivência cotidiana após a justificação. Como
compreender então a relação entre a justificação e a santificação?
Em primeiro lugar, a santificação trata
do nosso estado, assim como a justificação trata da nossa posição em Cristo.
Observe isto: Na justificação somos declarados justos. Na santificação nos
tornamos justos. A justificação é a obra que Deus faz por nós como pecadores. A
santificação diz respeito ao que Deus faz em nós. Pela justificação somos
colocados numa correta e legal relação com Deus. Na santificação aparecem os
frutos dessa relação com Deus. Pela justificação nos é outorgada a segurança.
Pela santificação nos é outorgada a confiança na segurança. Em segundo lugar, a
santificação envolve, também, o aspecto posicional. Na justificação o crente é
visto em posição legal por causa do cumprimento da Lei, na santificação o
crente é visto em posição moral e espiritual. Posicionalmente, o crente é visto
nesses dois aspectos abordados que são: o legal e o moral. Legalmente, ele se
torna justo pela obra justificadora de Jesus Cristo. Moralmente, ele se torna
santo por obra do Espírito Santo” (CABRAL, Elienai. Romanos: O Evangelho da
Justiça de Deus. 5ª Edição. RJ: CPAD, 2005, pp.73,74).
II. A VITÓRIA DA GRAÇA
1. A graça destrói o domínio do pecado.
Para Paulo, o pecado era como um tirano impiedoso que não poupava seus súditos.
Ele reinou desde que entrou no mundo e seu domínio parecia não ser ameaçado. O
pecado dominou os que não estavam debaixo da Lei e dominou também os que
estavam sob sua égide. Não havia escapatória. Por causa do “velho homem”, uma
expressão que para Paulo é sinônimo de natureza caída e pecaminosa, que esse
iníquo tirano conseguia reinar. Como se libertar, então, desse tirano? Paulo
mostra que a solução de Deus foi aquilo que lhe servia de base de sustentação,
o corpo do pecado: “Sabendo isto: que o nosso velho homem foi com ele
crucificado, para que o corpo do pecado seja desfeito, a fim de que não
sirvamos mais ao pecado” (Rm 6.6). O “corpo do pecado” significa mais do que
simplesmente o corpo físico, mas o corpo como algo que instrumentaliza o pecado
e que precisava ser destruído. A palavra grega katargeo, traduzida em Romanos
6.6 como destruído, possui o sentido de destronado ou tornado inoperante. Foi,
portanto, através da cruz de Cristo que esse tirano foi destronado e teve seu
domínio desfeito. A graça de Deus triunfou sobre o pecado. Glória a Deus pelo
seu dom inefável (1Co 9.15).
2. A graça destrói o reinado da morte.
O apóstolo mostra que o reinado do pecado e seu domínio caracterizaram-se pela
morte. “Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a
vida eterna, por Cristo Jesus, nosso Senhor” (Rm 6.23). Não há lugar nesse
mundo onde não se sinta as consequências do pecado.
3. A graça e os efeitos do pecado. Os
efeitos do pecado podem ser vistos por toda parte. Podemos vê-los nas
catástrofes naturais, nas guerras, homicídios, estupros e abortos. O pecado
traz a marca da morte. Tanto a morte física, como a morte espiritual, o
afastamento de Deus, são consequências do pecado. Nada podia destruir esse
domínio tenebroso do pecado e fazer parar seus efeitos. Todavia, Paulo mostra
que a Graça de Deus invadiu o domínio do pecado e destruiu seu principal trunfo
— o poder sobre a morte. A graça de Deus, presente na ressurreição do Senhor
Jesus, destruiu o poder sobre a morte física e essa mesma graça, quando nos
reconcilia com Deus, destrói o poder da morte espiritual.
SÍNTESE DO TÓPICO (II)
A graça destrói o domínio do pecado na
vida daqueles que pela fé aceitam a Jesus Cristo.
SUBSÍDIO DIDÁTICO
No segundo tópico estudamos a respeito
de dois inimigos da graça: o antinomismo e o legalismo. Se desejar, leia para
os alunos a seção "Conheça Mais" que apresenta uma definição para o
termo. Quando ao legalismo, se desejar leia o subsídio abaixo a fim de que os
alunos compreendam o termo.
“[Do lat. legale + ismo] Tendência a se
reduzir a fé cristã aos aspectos puramente materiais e formais das
observâncias, práticas e obrigações eclesiásticas.
No Novo Testamento, o legalismo foi
introduzido na Igreja Cristã pelos crentes oriundos do judaísmo que,
interpretando erroneamente o Evangelho de Cristo, forçavam os gentios a guardarem
a Lei de Moisés.
Contra o legalismo, insurgiu-se Paulo.
Em suas epístolas aos gálatas e aos romanos, o apóstolo deixou bem claro que o
homem é salvo unicamente pela fé em Cristo Jesus, e não pelas obras da Lei”
(ANDRADE, Claudionor Corrêa de Andrade. Dicionário Teológico. 17ª Edição. RJ:
CPAD, 2008, p.251).
III. OS FRUTOS DA GRAÇA
1. A graça liberta. A graça é
libertadora (Rm 6.14) e produz frutos para a nossa santificação: “Mas, agora,
libertados do pecado e feitos servos de Deus, tendes o vosso fruto para
santificação, e por fim a vida eterna” (Rm 6.22). Somente a graça seria capaz
de desfazer o domínio do pecado. A Bíblia afirma que quem comete pecado é
escravo do pecado (Jo 8.34). E mais, o escravo não possuía domínio sobre o seu
arbítrio. Essa situação mudou quando a graça, revelada na pessoa de Jesus
Cristo, entrou na história e desfez o domínio do pecado. Paulo afirmou que o
“pecado não terá domínio sobre nós”. Somos livres em Cristo. Essa liberdade é
uma realidade na vida do crente: “Estai, pois, firmes na liberdade com que
Cristo nos libertou e não torneis a meter-vos debaixo do jugo da servidão” (Gl
5.1).
2. Exigências da graça. A graça
liberta, mas ao mesmo tempo tem suas exigências. Isso fica claro pelo uso dos
termos considerar (6.11), que no original (logizomai) significa reconhecer,
tomar consciência: “Assim também vós considerai-vos como mortos para o pecado,
mas vivos para Deus, em Cristo Jesus, nosso Senhor” (Rm 6.11). Em Romanos 6.13
a palavra “apresentar” (gr. paristemi), significa colocar-se à disposição de
alguém: “Nem tampouco apresenteis os vossos membros ao pecado por instrumentos
de iniquidade; mas apresentai-vos a Deus, como vivos dentre mortos, e os vossos
membros a Deus, como instrumentos de justiça” (Rm 6.13).
3. A graça santifica. Paulo revela que
um dos efeitos imediatos da graça é a justificação e o outro é a santificação:
“Mas, agora, libertados do pecado e feitos servos de Deus, tendes o vosso fruto
para santificação, e por fim a vida eterna” (Rm 6.22). A palavra “santificação”,
que traduz o grego hagiasmos mantem o sentido de “separação”. A graça nos
libertou e nos separou para Deus. A santificação aparece aqui nesse texto como
um fruto da graça. No ensino de Paulo a santificação ocorre em dois estágios.
Primeiramente somos santificados em Cristo quando o confessamos como Salvador
de nossas vidas. Na teologia bíblica isso é conhecido como santificação
posicional. Por outro lado, não podemos nos acomodar, mas procurar a cada dia
nos santificar, isto é, nos separar para Deus. Essa é a graça progressiva,
aquilo que existe como um processo na vida do crente.
SÍNTESE DO TÓPICO (III)
Dois são os frutos da graça, a
liberdade em Jesus Cristo e a santificação.
SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
“Consagração do corpo mortal
‘Não reine, portanto, o pecado em vosso
corpo mortal, de maneira que obedeçais às suas paixões’ (Rm 6.1). Entendemos
que o pecado opera por meio do corpo. Da mesma forma que o corpo pode ser
consagrado a Deus (Rm 12.1), pode também ser dedicado ao pecado. É claro que o
corpo, por si mesmo não pode fazer nada, pois é controlado pela mente.
Entretanto, quando o pecado domina a mente do homem, ele controla as ações do
corpo. A mente pertence ao domínio da alma humana, e quando a primeira alma
inteligente (Adão — Rm 5.12) pecou, todo o seu corpo foi dominado pelo pecado.
Quando Paulo exorta os que já haviam experimentado a regeneração dizendo: ‘Não
reine o pecado em vosso corpo mortal’, ele estava mostrando aos crentes,
romanos que, uma vez que foram justificados, resta-lhes agora viver como tais,
na santificação do Espírito” (CABRAL, Elienai. Romanos: O Evangelho da Justiça
de Deus. 5ª Edição. RJ: CPAD, 2005, p.77).
CONCLUSÃO
Vimos nesta lição quem são os inimigos
da graça, conhecemos a vitória da graça e os seus frutos. Tudo que temos e tudo
que somos só foram possíveis pela graça de Deus. Essa graça é que trouxe
salvação. “Porque a graça salvadora de Deus se há manifestado a todos os
homens”. Que venhamos viver segundo a recomendação de Tito, renunciando à impiedade
e vivendo neste presente século de forma sóbria, justa e piamente (Tt 2.11,12).
PARA REFLETIR
A respeito da Carta aos Romanos,
responda:
Segundo a lição, cite dois inimigos da
graça.
Antinomismo e legalismo.
Em que os antinomistas acreditavam?
Os que erroneamente aceitavam tal
pensamento acreditavam que quanto mais pecarmos mais graça receberemos. Em
outras palavras, a graça não impõe limite algum.
Para o legalista qual era o único
instrumento adequado para agradar a Deus?
Na mente do legalista, somente a lei de
Moisés era o instrumento adequado para agradar a Deus.
Segundo a lição, o que a graça de Deus
destrói?
A graça destrói o domínio do pecado.
Qual fruto a graça produz no crente?
Os frutos da liberdade e da
santificação.
SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO
A maravilhosa Graça
O obstáculo à mensagem da Graça de Deus
Um dos maiores obstáculos sobre o
ensino do apóstolo Paulo quanto à maravilhosa graça de Deus é a confusão feita
com o Antinomismo. O prezado professor já deve ter se interado das implicações
imorais que o Antinomismo traz às vidas das pessoas. A ideia do Antinomismo é
promover a extinção de quaisquer espécies de preceitos morais em forma de lei a
ser seguida. De modo que se qualquer cristão exigir o mínimo de um comportamento
moral do outro, logo ele será denominado moralista, no sentido mais pejorativo
do termo.
É claro que o apóstolo Paulo não estava
ensinando no capítulo 6 a extinção de quaisquer aspectos de ordem moral. Quem
criou essa confusão foram os intérpretes de Paulo, mais vinculados às doutrinas
do Gnosticismo, ao ponto de defenderem a estapafúrdia ideia de que quanto mais
“o crente pecar mais a graça o alcançará”, uma interpretação transloucada de
Romanos 5.20b: “Mas, onde o pecado abundou, superabundou a graça”.
A analogia entre Adão e Cristo
Ora, qualquer estudante sério das
Escrituras sabe que o versículo acima é a culminação da analogia de que o
apóstolo faz entre Cristo e Adão (de acordo com o que estudamos na lição 4).
Bem como explicou o erudito John Murray, a entrada e a universalidade
totalitária do pecado neste mundo, bem como o juízo e a morte, estão ambos
vinculados à pessoa de Adão (onde o pecado superabundou). Entretanto, a entrada
da justiça divina, o predomínio da graça, da justificação, retidão e da
verdadeira vida estão ligadas a Jesus Cristo (onde superabundou a graça). Neste
aspecto, o apóstolo quer mostrar que a história da humanidade gira em torno
desses dois eixos, Adão e Jesus.
A doutrina da maravilhosa graça de Deus
nos mostrará que o homem dominado pelo pecado só pode ser livre desse domínio
pela graça divina. Neste sentido, ela é libertadora, pois livra o ser humano do
senhorio do mal; ela é vida, pois destrói o reinado da morte; ela é eterna,
pois faz o ser humano levantar-se da morte para a vida plena.
O ser humano nascido de novo tem gerado
dentro dele uma nova consciência que, mesmo quem não conheceu a Lei de Moisés,
manifesta a ética e o comportamento baseado no Amor de Deus de maneira
consciente e sincera (Gl 5.22-24). Ou seja, o Espírito Santo é quem convenceu
este ser humano do pecado, da justiça e do juízo (Jo 16.8-11). Por isso, a
graça é maravilhosa!
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PAZ DO SENHOR
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