SUBSIDIO BETEL ADULTOS
O FRUTO
DO ESPIRITO
SANTO AMOR.
Professor, como está a motivação de seus alunos para o
tema em apreço? Eles participaram das aulas? Responderam as questões propostas?
É preciso ensinar com dinamismo, criatividade e profundidade. Não são poucos os
alunos que desconsideram estes assuntos por acharem que já os conhecem: “Já sei
o que vão ensinar: que preciso amar e ter paz com meu irmão...”. Para estes,
uma aula monótona e repetitiva é desmotivadora. Por isso, você deve ensinar
utilizando todos os recursos didáticos que estiverem a sua disposição. Use
constantemente das ilustrações. Procure “tocar” não apenas a razão, mas a alma
e os sentimentos de seus alunos. Se possível, adquira a revista Ensinador
Cristão n° 21. Nela, você encontrará várias sugestões de dinâmicas.
A recomendação de Jesus em Lucas 6.27-35 corresponde,
com ligeiras modificações, a de Mateus 5.38-48. No contexto do Evangelho de
Mateus, o ensino sucede à Lei do Talião, e incorporado à lei mosaica, exigia o
castigo proporcional ao crime (Mt 5.38). Lucas, por escrever aos gregos,
dispensa a frase-padrão “ouviste o que foi dito” por esta referir-se à tradição
hebraica. A estrutura das estrofes dos versos 20-22 (bem-aventurados) se opõe
aos versos 24-26 (os ais). Os termos pobres, fome, choro e aborrecer contrastam
com ricos, fartos, riso e falar bem, formando o que se chama de paralelismo
antitético. Esses jogos de palavras e efeitos estilísticos são recursos
retóricos do ensino de Cristo para enfatizar que o pobre, o faminto, o aflito e
o odiado devem amar apesar de tudo: “Mas a vós, que ouvis, digo: Amai a vossos
inimigos, fazei bem aos que vos aborrecem” (Lc 6.27). Os verbos estão no
imperativo, isto é, em forma de ordem: amai... fazei... bendizei... orai,
responsabilizando o indivíduo como agente ativo da prática do bem (vv.27-28).
Entretanto, nos versos 29-30, verificamos a passividade do ofendido: te
ferir..., te tirar a capa..., te pedir..., tomar o que é teu... Amar ao inimigo
é ser solícito ao bem estar e salvação deste. Este amor inaudito foi
demonstrado por Jesus que amou a todos, sem distinção.
O amor, em seu conceito mais sublime, é personificado
em Deus. A melhor e mais curta definição do amor é Deus, pois, Deus é amor.
Este foi manifesto à humanidade por Jesus Cristo (Rm 5.8; Jo 13.1).
A quem Jesus tanto amou que voluntariamente deu sua
própria vida? A indivíduos perfeitos? Não! Um dos discípulos negou-o; outro
duvidou dele; três dos que compunham o círculo interno dormiram enquanto Ele
agonizava no jardim do Getsêmani; dois desses almejaram elevadas posições em
seu Reino; outro tornou-se o traidor. E quando Jesus ressuscitou, alguns não
creram. Mas Jesus amou-os até ao fim — até à plena extensão do seu amor. Ele
foi abandonado, traído, desapontado e rejeitado, contudo, amou!
Nesta lição, estudaremos o significado do amor como
fruto do Espírito, e como é manifestado na vida do crente.
I. OS TRÊS TIPOS DE AMOR
Amor é a suprema virtude do fruto espiritual! Jesus
foi persistente ao ensinar os discípulos acerca do amor (Jo 13.34,35). A
respeito de que amor Jesus estava falando? Há pelo menos três tipos de amor que
consideraremos resumidamente.
1. Amor divino (Jo 3.16). O amor divino é expresso
pela palavra grega agapē que significa “amor abnegado; amor profundo e
constante”, como o amor de Deus pela humanidade. Esta perfeita e inigualável
virtude abrange nosso intelecto, emoções, vontade, enfim, todo o nosso ser. O
Espírito Santo a manifestará em nós, à proporção que lhe entregamos
inteiramente a vida. Este predicado flui de Deus para nós que o retornamos em
louvor a Deus, adoração, serviço e obediência a sua Palavra: “Nós o amamos
porque ele nos amou primeiro” (1Jo 4.19). É o amor agapē descrito em 1
Coríntios 13.
2. Amor fraterno. Em 2 Pedro 1.7, encontramos o amor
expresso pela palavra original philia, que significa “amor fraternal ou bondade
fraterna e afeição”. É amizade, um amor humano, limitado. Esse tipo é essencial
nos relacionamentos interpessoais, no entanto, é inferior ao agapē, porquanto
depende de uma reciprocidade; ou seja, somos amigáveis e amorosos somente com
os que assim agem (Lc 6.32).
3. Amor físico. Há outro aspecto do amor humano, o
qual não é mencionado na Bíblia, contudo, está fortemente subentendido através
de fatos: o eros. Este é o amor físico proveniente dos sentidos naturais,
instintos e paixões. Costuma basear-se no que vemos e sentimos; pode ser
egoísta, temporário e superficial, e tornar-se concupiscência. É inferior aos
outros porque muitas vezes é usado levianamente.
O maior desses é o amor agapē — o amor de Deus, que
foi manifestado na vida de Jesus. Este possui três dimensões: amor a Deus, a si
mesmo e ao próximo (Lc 10.27).
II. AMOR A DEUS — A DIMENSÃO VERTICAL
1. Amar a Deus acima de tudo. Amar a Deus é nosso
maior dever e privilégio. Como fazer isso? De todo o nosso coração, alma, força
e entendimento! A palavra coração refere-se ao homem interior, isto é, envolve
espírito e alma. Devemos amar a Deus com toda a plenitude de nosso ser, acima
de tudo. Assim sendo, também amaremos o que Ele ama e lhe pertence: sua
Palavra, seus filhos, sua obra, sua igreja e as ovelhas perdidas, pelas quais
estaremos dispostos a sofrer (Fp 1.29). Quando sofremos por Cristo, dispomo-nos
a padecer perseguições a fim de glorificá-lo, e revelamos seu amor ao pecador.
Ao sofrermos com Cristo, sentimos o que Ele sentiu pelo pecado e pelo pecador,
conforme está descrito em Mateus 9.36.
2. O exemplo de Jesus. Sabemos o que é o amor agapē
pelo exemplo de Jesus. É o amor que Jesus ensinou e viveu (Jo 14.21); é difícil
de compreender. O apóstolo Paulo fala a esse respeito em Efésios 3.17-19. Neste
texto, observamos que este amor leva-nos a amar: arraigados em amor, para
compreendê-lo e conhecê-lo!
3. O teste do amor agapē. Seu amor agapē é direcionado
a Deus? Isto pode ser verificado através de sua obediência. Jesus disse: “Se me
amardes, guardareis [obedecereis] os meus mandamentos” (Jo 14.15); “Aquele que
tem os meus mandamentos e os guarda [obedece], este é o que me ama” (Jo 14.21);
“Se alguém me ama, guardará [obedecerá] a minha palavra. [...] Quem não me ama
não guarda [obedece] as minhas palavras” (Jo 14.23,24). O Espírito Santo
revela-nos o amor de Deus com o intuito de amá-lo e conhecê-lo ainda mais. Nossa
sensibilidade em sua direção expressa obediência, e agrada a Deus.
III. AMOR AO PRÓXIMO — A DIMENSÃO HORIZONTAL
Não conseguiremos amar nosso semelhante com amor
agapē, salvo se amarmos a Deus primeiro. É o Espírito Santo que nos capacita
para cumprir o segundo maior mandamento da lei (Lv 19.18). O apóstolo João
enfatizou a importância do amor agapē ao próximo: “Amados, amemo-nos uns aos
outros, porque a caridade [o amor] é de Deus; e qualquer que ama é nascido de
Deus e conhece a Deus. Aquele que não ama não conhece a Deus, porque Deus é
caridade [amor]. [...] Se nós amamos uns aos outros, Deus está em nós, e em nós
é perfeita a sua caridade [amor]. Se alguém diz: Eu amo a Deus e aborrece a seu
irmão, é mentiroso. Pois quem não ama seu irmão, ao qual viu, como pode amar a
Deus, a quem não viu?” (1Jo 4.7,8,12,20).
Ao exortar um intérprete da lei a amar a Deus e o
próximo, Jesus afirmou: “Faze isso e viverás”, ele, porém, perguntou-lhe: “Quem
é o meu próximo?”. Leia a resposta do Mestre em Lucas 10.30-37.
IV. AMOR A SI MESMO — A DIMENSÃO INTERIOR
1. O “amor a si mesmo” reflete o amor de Deus por nós.
Pode parecer estranho sugerir que o amor agapē inclui amar a si mesmo. Este
amor leva-nos a preocuparmo-nos com o eu espiritual, e a buscar primeiro o
Reino de Deus e sua justiça, porquanto reconhecemos ser a vida eterna mais
importante do que nossa existência aqui na terra. O cristão que ama a si mesmo
com amor agapē não só cuidará de suas necessidades pessoais, mas também
permitirá ao Espírito Santo desenvolver o seu caráter mediante o estudo da
Palavra de Deus, a oração e a comunhão com outros crentes. Ele desejará que o
fruto do Espírito manifeste-se em sua vida, conformando-o à imagem de Cristo
diariamente.
2. O pecado impede que a pessoa ame a si mesma. Há
indivíduos que acham difícil amar a si mesmo em virtude de erros cometidos no
passado. Eles sofrem de remorso. Contudo, o amor agapē, que flui de Cristo,
proporciona perdão completo a cada pecado cometido (Rm 8.1). Podemos nos olhar
através da graça de Deus e contemplar homens limpos de todo o pecado,
purificados pelo sangue precioso de Jesus e com uma nova natureza concedida
pelo Espírito Santo. Podemos amar esta nova criatura, e transmitir esse amor
aos outros.
3. Relação entre as três dimensões do amor agapē.
Estas dimensões são interdependentes. O amor que dedicamos a nós mesmos revela
o nosso amor ao próximo, o qual, evidencia o nosso amor a Deus (1Jo 4.20,21).
Precisamos aprender com o Espírito Santo o que significa o amor agapē. Em
Efésios 5.10 está escrito para aprendermos a discernir o que é agradável ao
Senhor. Como? Com o auxílio do Espírito Santo! Sem ele, podemos amar mais a
glória dos homens do que a de Deus (Jo 12.43); mais as trevas do que a luz (Jo
3.19); mais a família do que Jesus (Mt 10.37); e priorizar os lugares mais
importantes (Lc 11.43).
Jesus almeja que amemos as pessoas como Ele nos ama:
“O meu mandamento é este: Que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei”
(Jo 15.12). Isso nunca seria possível mediante o amor humano, limitado.
Entretanto, à medida que o Espírito Santo desenvolve a semelhança de Cristo em
nós, aprendemos a amar como Cristo amou.
“Você deseja ser uma pessoa mais amorosa? Comece
aceitando o seu lugar como filho muito amado: ‘Sede, pois, imitadores de Deus,
como filhos amados; e andai em amor, como também Cristo vos amou’ (Ef 5.1,2).
Você quer aprender a perdoar? Então pense em como você
foi perdoado: ‘Sede uns para com os outros benignos, misericordiosos,
perdoando-vos uns aos outros, como também Deus vos perdoou em Cristo’ (Ef
4.32).
Você acha difícil pensar nos outros em primeiro lugar:
‘Sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus’ (Fp 2.6).
Você precisa ter mais paciência? Beba da paciência de
Deus (2Pe 3.9). Será a generosidade uma virtude ilusória? Pense em como Deus
foi generoso com você (Rm 5.8). Você tem dificuldade de suportar parentes
ingratos ou vizinhos mal-humorados? Deus lhe suporta quando você age dessa
maneira: ‘Porque ele é benigno até para com os ingratos e maus’ (Lc 6.35).Será
que somos capazes de amar desta maneira?” (LUCADO, Max. Um amor que vale a
pena. RJ: CPAD, 2003, p.7).
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