Lições Bíblicas CPAD
Jovens 4º Trimestre de 2015
Título: Estabelecendo relacionamentos
saudáveis — Vivendo e aprendendo a viver
Comentarista: Esdras Costa Bentho
Lição 12: Relacionamentos solidários
Data: 20 de Dezembro de 2015
TEXTO DO DIA
“A religião pura e imaculada para com
Deus, o Pai, é esta: visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações e
guardar-se da corrupção do mundo” (Tg 1.27).
SÍNTESE
A misericordiosa solidariedade de Deus
em Cristo motiva os homens a se compadecer e socorrer o próximo em suas
necessidades.
AGENDA DE LEITURA
SEGUNDA — Sl 103.17
A misericórdia de Deus é eterna
TERÇA — Sl 106.1-48
Louvor a Deus por sua infinita misericórdia
QUARTA — Zc 7.9
Imperativo à justiça e misericórdia
humanas
QUINTA — Tg 2.13
Juízo sem misericórdia aos inclementes
SEXTA — Lc 10.25-37
Solidariedade em ação
SÁBADO — Hb 2.17
Jesus misericordioso e fiel sacerdote
OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar
apto a:
DEFINIR solidariedade;
COMPREENDER a solidariedade na Bíblia;
ENVOLVER-SE com atividades voluntárias.
INTERAÇÃO
Esperamos que as lições ministradas
tenham trazido renovação na vida dos alunos. Não podemos esperar menos quando a
Palavra de Deus está em ação! Ela não retorna a Deus sem antes cumprir seus
propósitos. É maravilhoso observar o crescimento espiritual e social dos alunos
a partir de um fundamento tão sólido como as Escrituras. Que o Senhor continue
abençoando sua vida, dádiva do amor de Jesus.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Professor, solidariedade, bondade e
benignidade são o amor em ação. Proponha à classe, a possibilidade de se
realizar neste domingo uma atitude bondosa e benigna para alguém ou uma
família, seja ela cristã ou não. Esta visita pode ser feita a um aluno da Escola
Dominical, ou a um parente necessitado dele. Procure saber qual a necessidade
da pessoa ou família e, conforme a necessidade, recolha a contribuição dos
alunos. Marque o horário da visita, reúna-se com o grupo na hora marcada, ore,
leia Tiago 1.27 e faça a obra do Senhor. Lembre-se, as lições deste trimestre
são mais práticas do que teóricas, mais interpessoais do que pessoais. Tratam
da vida cristã em sua praticidade diária, e não apenas em suas doutrinas
principais.
TEXTO BÍBLICO
Tiago 2.5-17.
5 — Ouvi, meus amados irmãos.
Porventura, não escolheu Deus aos pobres deste mundo para serem ricos na fé e
herdeiros do Reino que prometeu aos que o amam?
6 — Mas vós desonrastes o pobre.
Porventura, não vos oprimem os ricos e não vos arrastam aos tribunais?
7 — Porventura, não blasfemam eles o
bom nome que sobre vós foi invocado?
8 — Todavia, se cumprirdes, conforme a
Escritura, a lei real: Amarás a teu próximo como a ti mesmo, bem fazeis.
9 — Mas, se fazeis acepção de pessoas,
cometeis pecado e sois redarguidos pela lei como transgressores.
10 — Porque qualquer que guardar toda a
lei e tropeçar em um só ponto tornou-se culpado de todos.
11 — Porque aquele que disse: Não
cometerás adultério, também disse: Não matarás. Se tu, pois, não cometeres
adultério, mas matares, estás feito transgressor da lei.
12 — Assim falai e assim procedei, como
devendo ser julgados pela lei da liberdade.
13 — Porque o juízo será sem
misericórdia sobre aquele que não fez misericórdia; e a misericórdia triunfa
sobre o juízo.
14 — Meus irmãos, que aproveita se
alguém disser que tem fé e não tiver as obras? Porventura, a fé pode salvá-lo?
15 — E, se o irmão ou a irmã estiverem
nus e tiverem falta de mantimento cotidiano,
16 — e algum de vós lhes disser: Ide em
paz, aquentai-vos e fartai-vos; e lhes não derdes as coisas necessárias para o
corpo, que proveito virá daí?
17 — Assim também a fé, se não tiver as
obras, é morta em si mesma.
COMENTÁRIO DA LIÇÃO
INTRODUÇÃO
Solidariedade é o amor em ação. Nestes
dias em que o egocentrismo e a competitividade invadem a vida de milhões de
pessoas, o cristão é desafiado a “remar contra a maré” do indiferentismo.
Estender as mãos ao que tropeça, alimentar a boca faminta, vestir ao
maltrapilho e visitar o enfermo são atitudes simples, mas com grande efeito
sobre o necessitado. Nesta lição estudaremos os relacionamentos solidários.
I. O QUE É SER SOLIDÁRIO (Mt 25.34-36)
1. Solidariedade é um ato de amor (Mt
25.40). Amor que doa de seu tempo, de seus recursos, de suas energias a fim de
amenizar a dor alheia (Lc 10.25-37). Uma simples visita ao enfermo; um cobertor
para cobrir o desabrigado; uma sopa quente faz aquecer a alma e acende a
esperança de uma nova realidade (At 9.39). Solidariedade é um ato de empatia.
Colocar-se no lugar de outrem; sentir a dor do outro como se fosse a sua
própria dor (Mt 9.36). Neste tempo em que os homens buscam apenas aquilo que os
interessam, preocupar-se com a necessidade de alguém é uma das mais
extraordinárias demonstrações do espírito que move o cristianismo (Gl 2.10 ver
Dt 15.4; Mt 19.21; Rm 15.26). Fé e caridade, duas grandes virtudes cristãs (1Co
13.13). A primeira relaciona-se ao nosso compromisso com Deus, a segunda, com o
próximo (Lv 19.18; Mt 5.43; 19.19; 22.39; Rm 13.9).
2. Três dons solidários. A misericórdia
(Lc 6.36) e a compaixão (Mt 14.14) são mandamentos universais a todos os
cristãos. É dever de cada crente ser compassivo e misericordioso com o seu
próximo. Todavia, há alguns cristãos a quem Deus chama para exercer a
solidariedade, misericórdia ou compaixão em níveis sobrenaturais, isto é, muito
além do que o mandamento e as possibilidades humanas o permitem. Esta compaixão
extraordinária é obtida mediante três dons: de misericórdia (Rm 12.8), socorros
(1Co 12.28) e contribuição (Rm 12.8). Exerça os dons solidários conforme a
vontade de Deus.
3. Jesus, exemplo maior de
solidariedade (2Co 8.9; Fp 2.5-8). A Bíblia fala da solidariedade como um ato
divino (Is 53.1-12). Jesus foi solidário com as necessidades da humanidade (Lc
4.18,19) e ordenou: “Ide [...] e aprendei o que significa: Misericórdia quero e
não sacrifício” (Mt 9.13). A solidariedade de Jesus acha-se primeiro na encarnação
e morte substituta e sacrifical (Mt 8.16,17). Ele assumiu a natureza humana
completa, exceto o pecado (Fp 2.5-8). Revestiu-se de carne, a fim de satisfazer
as necessidades espirituais dos homens (Jo 1.14; 3.16). Sua identificação com a
humanidade foi tão profunda que, sendo rico, tornou-se pobre; santo, foi
crucificado como um pecador, “para que, pela sua pobreza, enriquecêsseis” (2Co
8.9). Os atos solidários de Jesus foram movidos por íntima compaixão e
misericórdia (Mt 14.14; 15.32; 20.34).
Pense!
“Solidariedade é enxergar no próximo as
lágrimas nunca choradas e as angústias nunca verbalizadas”
Ponto Importante
Jesus foi solidário e diferente
daqueles que ajudavam os pobres acompanhados de uma comitiva de músicos para
divulgar suas demonstrações de caridade (Mt 6.1-4).
II. A BÍBLIA E A SOLIDARIEDADE
1. Solidariedade no Antigo Testamento.
O termo solidariedade não aparece na Bíblia, mas o conceito é abundante. No
Antigo Testamento ela é descrita por um vocábulo (rachamîm) que designa “terna
misericórdia”, “compaixão”, “ser misericordioso” e “bondade”. Por ser derivada
da palavra “ventre” (racham), descreve o mais profundo e íntimo sentimento que
Deus tem pelo homem (Êx 33.19; Sl 103.13; Os 2.19; Mq 7.17), o homem por Deus
(Sl 18.1) e pelo seu próximo (Jr 50.42). É assim que o Senhor afirma por meio
de Zacarias: “Executai juízo verdadeiro, mostrai piedade e misericórdia cada um
a seu irmão” (Zc 7.9). O conceito de solidariedade misericordiosa em Deus,
expressa o equivalente a graça (charis) em Cristo nas páginas do Novo
Testamento.
2. Solidariedade em o Novo Testamento.
Como no Antigo, o Novo Testamento também não traz o termo, mas a ideia está
presente de Mateus a Apocalipse, por meio das expressões “sentir compaixão”, “sentir
misericórdia”, “compadecer”, “caridade”, que traduzem uma das palavras gregas
mais importantes para solidariedade (eleos). Esse vocábulo expressa o irromper
da misericórdia divina no centro da desgraça humana (Mt 9.27; 15.22; 17.15; Mc
10.47, 48; Lc 17.13), tanto para os doentes quanto para os endemoninhados (Mt
15.22; 17.15). A misericordiosa solidariedade de Deus em Cristo motiva os
homens a se compadecerem e sentirem as angústias e necessidades do outro (Mt
5.7; 18.33). Por fim, afirma Tiago que a misericordiosa solidariedade
demonstrada aqui no mundo terá um grande peso no juízo escatológico que se
aproxima (Tg 2.13).
3. Solidariedade descritas na Bíblia
(Is 58.6-11; Hb 13.1-8). A Bíblia descreve alguns importantes atos de
misericordiosa solidariedade que devem e podem ser desenvolvidos pelos
cristãos: hospitalidade (Hb 13.2); vestir os desprovidos (At 9.39); alimentar
os famintos (Rm 12.20); visitar os presos (Hb 13.3), os órfãos e as viúvas e
socorrer as pessoas em sofrimento (Tg 1.27). A exortação do versículo inicial
do capítulo treze de Hebreus é emblemática: “Permaneça o amor fraternal”. Este
mandamento cristão estava associado à vida da Igreja Primitiva e ao ensino de
Jesus, que resumiu a Lei da Antiga Aliança na dupla ordem de amar a Deus e ao
próximo como a si mesmo (Mt 22.37-40; Mc 12.29-31; Rm 13.9,10). Este amor
fraterno (philadelphia) designa uma das qualidades do amor agápe (Rm 12.10; 1Pe
1.22; 2.17) que deve ser praticado por todos os filhos de Deus, principalmente
entre os domésticos da fé. Os exemplos da manifestação do amor fraterno são
claros: Hospitalidade, e solidariedade com os que estão encarcerados e
maltratados (vv.1,2). Para que a igreja não se esquecesse do dever de amar
fraternalmente aos cristãos estrangeiros, dos que estavam encarcerados por sua
fé, e daqueles filhos de Deus que estavam sofrendo maus tratos por causa da
piedade e fé em Cristo (Hb 11.25,36-38), o escritor afirma enfaticamente:
“Lembrai-vos” (v.3). É dever da comunidade cristã nunca se esquecer daqueles que
professam a mesma fé em Cristo e se encontram em dificuldade, seja ela qual
for.
Pense!
“A solidariedade é o sentimento que
melhor expressa o respeito pela dignidade humana” (Franz Kafka).
Ponto Importante
“Mas dirá alguém: Tu tens a fé, e eu
tenho as obras; mostra-me a tua fé sem as tuas obras, e eu te mostrarei a minha
fé pelas minhas obras” (Tg 2.18).
III. TRABALHOS VOLUNTÁRIOS (Lc
14.12-14)
1. O que é ser um voluntário? Um
voluntário é a pessoa cujo interesse pessoal e espírito solidário dedica parte
de seu tempo e talentos para prestar serviços de utilidade pública e solidária
sob a forma de diversas atividades, organizadas ou não, para a promoção do
bem-estar social, da atenção e socorro das necessidades humanas, colaborando
para o bem de seu semelhante.
2. Quem deve realizar trabalhos
voluntários. Seja de quem for a iniciativa, de uma instituição ou de uma
pessoa, movido por fatores religiosos ou humanistas, a prática da solidariedade
misericordiosa expressa o mais nobre e poderoso sentimento cristão: o amor.
Todos indistintamente devem realizar atividades que auxiliem e socorram os
desprovidos e excluídos sociais. As crianças, adolescentes, jovens e anciãos,
obreiros — todos devem envolver-se, inicialmente, nas obras sociais da igreja
e, depois, em outras atividades até mesmo fora do âmbito eclesiástico. A igreja
é chamada a manifestar o amor de Cristo aos sem esperança e necessitados.
Diante do contexto de pobreza, injustiça e exclusão social que as pessoas vivem
nas metrópoles e nas áreas rurais, a igreja deve pronunciar-se contra as
injustiças, contra o trabalho escravo e infantil, contra os excluídos sociais,
e contra as instituições políticas corruptas. Apesar de o Brasil ter avançado
no combate à pobreza ainda assim, a insegurança alimentar é uma ameaça que
ronda os lares de muitos brasileiros. Por razões semelhantes a essas é que a
Bíblia orienta que “nos lembremos dos pobres” e isto devemos fazer com
diligência (Gl 2.10).
3. Trabalhos sociais. Esses trabalhos
são muitos e variados. Vão desde visitação aos orfanatos e distribuição de
alimentos e vestimentas até ações sociais que visam mudar a condição de
exclusão social do desvalido. No Brasil há muitos bons exemplos de trabalhos
sociais praticados por instituições filantrópicas e ONGs, no entanto, cabe à
igreja desenvolver e aperfeiçoar seus próprios projetos sociais, dentro dos
valores cristãos, com toda pureza e transparência de propósitos.
Pense!
“A felicidade de grandes Homens consiste
em levar amor e solidariedade a quem necessita” (Walyson Garrett).
Ponto Importante
“Houve mestres que ordenaram às
pessoas, venderam o que tinham, e muitos tornaram-se fanáticos. Nós, todavia,
deixamos o Espírito guiar os crentes e dizer-lhes o que ofertar. Quando alguém
fica cheio do Espírito, a sua carteira converte-se e Deus o torna mordomo. Se
Deus lhe ordenar: ‘Venda!’, ele vende” (W. Seymour).
CONCLUSÃO
Não encolha a sua mão ao carente, o teu
ombro ao lastimador, e não feche os teus olhos aos necessitados, pois ouvirás:
“Vinde bendito de meu Pai... porque tive fome e, destes-me de comer; tive sede,
e deste-me de beber” (Mt 25.34,42).
ESTANTE DO PROFESSOR
LUCADO, Max. Um Amor que Vale a Pena.
1ª Edição. RJ: CPAD, 2003.
STANLEY, Charles. Paz: Um Maravilhoso
Presente de Deus para Você. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2004.
HORA DA REVISÃO
1. Defina solidariedade.
Amor que doa de seu tempo, de seus
recursos, de suas energias a fim de amenizar a dor alheia.
2. Descreva três dons solidários.
Misericórdia (Rm 12.8), socorros (1Co
12.28) e contribuição (Rm 12.8).
3. Defina solidariedade no Antigo
Testamento.
Designa “terna misericórdia”,
“compaixão”, “ser misericordioso” e “bondade”.
4. Descreva a solidariedade no Novo
Testamento.
“Sentir compaixão”, “sentir
misericórdia”, “compadecer”, “caridade”.
5. O que é um voluntário?
É a pessoa cujo interesse pessoal e
espírito solidário dedica parte de seu tempo e talentos para prestar serviços
de utilidade pública e solidária sob a forma de diversas atividades,
organizadas ou não, para a promoção do bem-estar social, da atenção e socorro
das necessidades humanas, colaborando para o bem de seu semelhante.
SUBSÍDIO
“Você deseja ser uma pessoa mais
amorosa? Comece aceitando o seu lugar como filho muito amado: ‘Sede, pois,
imitadores de Deus, como filhos amados; e andai em amor, como também Cristo vos
amou’ (Ef 5.1,2).
Você quer aprender a perdoar? Então
pense em como você foi perdoado: ‘Sede uns para com os outros benignos,
misericordiosos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus vos perdoou em
Cristo’ (Ef 4.32).
Você acha difícil pensar nos outros em
primeiro lugar: ‘Sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a
Deus’ (Fp 2.6).
Você precisa ter mais paciência? Beba
da paciência de Deus (2Pe 3.9). Será a generosidade uma virtude ilusória? Pense
em como Deus foi generoso com você (Rm 5.8). Você tem dificuldade de suportar
parentes ingratos ou vizinhos mal-humorados? Deus lhe suporta quando você age
dessa maneira: ‘Porque ele é benigno até para com os ingratos e maus’ (Lc
6.35).
Será que somos capazes de amar desta
maneira?” (LUCADO, Max. Um Amor que Vale a Pena. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2003,
p.7).
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