A Verdade Sobre o Arrebatamento
Uma pesquisa recente da revista U.S. News & World Report descobriu
que 61 por cento dos americanos acreditam que Jesus Cristo vai voltar à terra,
e 44 por cento acreditam no Arrebatamento da Igreja.[1] O que é o
Arrebatamento? Com tamanha certeza popular, por que há tanta confusão
interpretativa a respeito desses acontecimentos? A doutrina do Arrebatamento
pré-tribulacional é um ensino bíblico importante não apenas por oferecer
percepções interessantes sobre o futuro, mas também porque oferece aos crentes
motivação para a vida contemporânea.
O Arrebatamento pré-tribulacional ensina que, antes do período de sete
anos conhecido como Tribulação, todos os membros do corpo de Cristo (tanto os
vivos quanto os mortos) serão arrebatados nos ares para o encontro com Jesus
Cristo e depois serão levados ao céu.
O ensino do Arrebatamento é mais claramente apresentado em 1
Tessalonicenses 4.13-18. Nessa passagem Paulo informa seus leitores de que os
crentes que estiverem vivos por ocasião do Arrebatamento serão reunidos aos que
morreram em Cristo antes deles. No versículo 17 a palavra
"arrebatados" traduz a palavra grega harpazo, que significa
"dominar por meio de força" ou "capturar". Essa palavra é
usada 14 vezes no Novo Testamento Grego de várias maneiras diferentes.
Ocasionalmente o Novo Testamento usa harpazo com o sentido de
"roubar", "arrastar" ou "carregar para longe"
(Mateus 12.29; João 10.12). Também pode ser usada com o sentido de "levar
embora com uso de força" (João 6.15; 10.28-29; Atos 23.10; Judas 23). No
entanto, para nossos propósitos, um terceiro uso é mais significativo. Diz
respeito ao Espírito Santo levando alguém de um lugar para outro. Encontramos
esse uso em quatro ocorrências (Atos 8.39; 2 Coríntios 12.2, 4; 1
Tessalonicenses 4.17; Apocalipse 12.5).[2]
Esse último uso é ilustrado em Atos 8.39, quando Filipe, ao completar o
batismo do oficial etíope, é "arrebatado" e divinamente transportado
do deserto até a cidade costeira de Azoto. De modo semelhante, a Igreja será,
num momento, levada da terra ao céu. Não deve-se estranhar, portanto, que um
autor contemporâneo tenha chamado esse evento peculiar de "O Grande
Seqüestro".[...]
Por que a doutrina da iminência é significativa para o Arrebatamento?
O ensino neo-testamentário de que Cristo poderia voltar a qualquer
momento e arrebatar a Sua Igreja sem sinais ou advertências prévios (i.e.
iminência) é um argumento tão poderoso em favor do pré-tribulacionismo que se
tornou uma das doutrinas mais ferozmente atacadas pelos oponentes da posição
pré-tribulacionista. Eles percebem que, se o Novo Testamento de fato ensinar a
iminência, um arrebatametno pré-tribulacional estará praticamente assegurado.
Definição de Iminência
Qual é a definição bíblica de iminência? O Dr. Renald Showers define e
descreve iminência da seguinte maneira:
Um acontecimento iminente é aquele que está sempre "pairando acima
de alguém, constantemente prestes a vir sobre ou a alcançar alguém; próximo
quanto à sua ocorrência" (The Oxford English Dictionary, 1901, V. 66).
Assim, a iminência traz consigo o sentido de que algo pode acontecer a qualquer
momento. Outras coisaspodem acontecer antes do evento iminente, mas nada
precisa acontecer antes que ele aconteça. Se alguma coisa precisa acontecer
antes de determinado evento ocorrer, tal evento não é iminente. Em outras
palavras, a necessidade de que algo ocorra antes destrói o conceito de
iminência.
Uma vez que é impossível saber exatamente quando ocorrerá um evento
iminente, não se pode contar com a passagem de determinado período de tempo
antes que tal evento iminente ocorra. À luz disso, é preciso estar sempre
preparado para que ele aconteça a qualquer momento.
Não se pode legitimamente estabelecer direta ou implicitamente uma data
para sua ocorrência. Assim que alguém marca uma data para um evento iminente,
destrói o conceito de iminência, porque ao fazer isso afirma que um determinado
intervalo de tempo deve transcorrer antes que tal evento ocorra. Uma data
específica para um evento é contrária ao conceito de que tal evento possa ocorrer
a qualquer momento.
É impossível dizer legitimamente que um evento iminente vai acontecer em
breve. A expressão "em breve" implica que tal evento precisa ocorrer
"dentro de um tempo pequeno (depois de um ponto específico designado ou
implícito)". Em termos de contraste, um evento iminente pode ocorrer
dentro de um pequeno intervalo de tempo, mas não precisa fazê-lo para ser
iminente. Espero que você perceba, agora, que "iminente" não é igual
a "em breve".[3]
O fato de que Jesus Cristo pode voltar a qualquer momento, mesmo que não
necessariamente em breve, e sem a necessidade de qualquer sinal anterior à Sua
vinda, requer o tipo de iminência ensinado pela posição pré-tribulacionista e é
um forte apoio ao pré-tribulacionismo.
Que passagens do Novo Testamento ensinam essa verdade? Os versículos que
afirmam a volta de Cristo a qualquer momento, sem aviso prévio, e aqueles que
instruem os crentes a esperar e aguardar a vinda do Senhor ensinam a doutrina
da iminência.
Observem-se as seguintes passagens do Novo Testamento:
1 Coríntios 1.7 – "...aguardando vós a revelação de nosso Senhor
Jesus Cristo".
1 Coríntios 16.22 – "Maranata!"
Filipenses 3.20 – "Pois a nossa pátria está nos céus, de onde também
aguardamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo".
Filipenses 4.5 – "Perto está o Senhor".
1 Tessalonicenses 1.10 – "e para aguardardes dos céus o Seu
Filho...".
1 Tessalonicenses 4.15-18 – "Ora, ainda vos declaramos, por palavra
do Senhor, isto: nós, os vivos, os que ficarmos até à vinda do Senhor, de modo
algum precederemos os que dormem. Porquanto o Senhor mesmo, dada a sua palavra
de ordem, ouvida a voz do arcanjo, e ressoada a trombeta de Deus, descerá dos
céus, e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro; depois nós, os vivos, os que
ficarmos, seremos arrebatados juntamente com eles, entre nuvens, para o
encontro do Senhor nos ares, e assim estaremos para sempre com o Senhor.
Consolai-vos, pois, uns aos outros com estas palavras".
1 Tessalonicenses 5.6 – "Assim, pois, não durmamos como os demais;
pelo contrário, vigiemos e sejamos sóbrios".
1 Timóteo 6.14 – "que guardes o mandato imaculado, irrepreensível,
até à manifestação de nosso Senhor Jesus Cristo".
Tito 2.13 – "aguardando a bendita esperança e a manifestação da
glória do nosso grande Deus e Salvador Cristo Jesus".
Hebreus 9.28 – "assim também Cristo, tendo-se oferecido uma vez para
sempre para tirar os pecados de muitos, aparecerá segunda vez, sem pecado, aos
que o aguardam para a salvação".
Tiago 5.7-9 – "Sede, pois, irmãos, pacientes, até a vinda do
Senhor... pois a vinda do Senhor está próxima... Eis que o Juiz está às
portas".
1 Pedro 1.13 – "Por isso,... sede sóbrios e esperai inteiramente na
graça que vos está sendo trazida na revelação de Jesus Cristo".
Judas 21 – "guardai-vos no amor de Deus, esperando a misericórdia de
nosso Senhor Jesus Cristo, para a vida eterna".
Apocalipse 3.11; 22.7, 12, 20 – "Eis que venho sem demora!"
Apocalipse 22.17, 20 – "O Espírito e a Noiva dizem: Vem. Aquele que
ouve diga: Vem.
Aquele que dá testemunho destas cousas diz: Certamente venho sem demora.
Amém. Vem, Senhor Jesus!"
Ao considerarmos as passagens mencionadas acima, observamos que Cristo
pode voltar a qualquer momento, que o Arrebatamento é de fato iminente. Somente
o pré-tribulacionismo pode dar um sentido pleno, literal, a tal acontecimento
iminente. Outras posições sobre o Arrebatamento precisam redefinir iminência de
maneira mais elástica do que indica o Novo Testamento. O Dr. John Walvoord
declara: "A exortação a que aguardemos a ‘manifestação da glória’ de
Cristo para os Seus (Tito 2.13) perde seu significado se a Tribulação tiver que
ocorrer antes. Fosse esse o caso, os crentes deveriam observar os
sinais."[4] Se a posição pré-tribulacionista sobre a iminência não for
aceita, então haverá sentido em procurar identificar os eventos relacionados à
Tribulação (i.e., o Anticristo, as duas testemunhas, etc.) e não em esperar o
próprio Cristo. O Novo Testamento, todavia, como demonstrado acima,
uniformemente instrui a Igreja a olhar para a volta de Cristo, ao passo que os
santos da Tribulação são exortados a observar os sinais.
A exortação neo-testamentária a que nos consolemos mutuamente pela volta
de Cristo (João 14.1; 1 Tessalonicenses 4.18) não mais teria sentido se os
crentes tivessem, primeiro, que passar por qualquer porção da Tribulação. Em
vez disso, o consolo teria que esperar a passagem pelos eventos da Tribulação.
Não! A Igreja recebeu uma "bendita esperança", em parte porque a
volta do Senhor é, de fato, iminente.
A Igreja primitiva tinha uma saudação especial que os crentes só usavam
entre si, conforme registrado em 1 Coríntios 16.22: a palavra
"Maranata!" Esta palavra é constituída de três termos aramaicos: Mar
("Senhor"), ana ("nosso"), e tha ("vem"),
significando, assim, "Vem, nosso Senhor!" Como outras passagens do
Novo Testamento, "Maranata" só faz sentido se uma vinda iminente, ou
seja, a qualquer momento, for pressuposta. Isso também serve de apoio à posição
pré-tribulacionista.
Não foi à toa que os antigos cristãos cunharam essa saudação peculiar que
reflete uma ansiosa expectativa pelo cumprimento dessa bendita esperança como
uma presença real em suas vidas cotidianas. A vida da Igreja em nossos dias só
teria a melhorar se "Maranata" voltasse a ser uma saudação sincera nos
lábios de crentes que vivem com esta expectativa. Maranata! (Thomas Ice e
Timothy Demy - http://www.chamada.com.br)
Notas
Jeffrey L. Sheler, “The Christmas Covenant”. U.S. News & World Report, 19 de dezembro de 1994, pp. 62, 64.
Dicionário Internacional de Teologia do Novo Testamento, “harpazo”,
editado por Colin Brown. Vida Nova, São Paulo, 1982. Volume 1, p. 239-243.
Ibid., pp. 127-128.
Walvoord, The Rapture Question, p. 273.
Fonte www.chamada.com
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