Arqueologia
bíblica
antigo e novo testamento
Artigo Mauricio Berwald
Fonte Wikipédia
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A arqueologia
bíblica é um ramo da arqueologia especializado em estudos dos restos materiais
relacionados direta ou indiretamente com os relatos bíblicos e com a história
das religiões judaico-cristãs. A região mais estudada pela arqueologia bíblica,
na perspectiva ocidental, é a denominada Terra Santa, localizada no Médio
Oriente.
Os principais
elementos desta ciência arqueológica são, em sua maioria, referências
teológicas e religiosas, sendo considerada uma ciência em toda a sua dimensão
metodológica. Assim como se dá com os registros históricos de outras
civilizações, os manuscritos descobertos devem ser comparados com outras
sociedades contemporâneas da Europa, Mesopotâmia e África.
As técnicas
científicas empregadas são as mesmas da arqueologia em geral, com escavações e
datação radiométrica, entre outras. Em contraste, a arqueologia do antigo Médio
Oriente é mais ampla e generalizada, tratando simplesmente do Antigo Oriente
sem tentar estabelecer uma relação específica entre as descobertas e a Bíblia.
A
historicidade e autenticidade dos registros bíblicos tem sido alvo de
controvérsia por parte de estudiosos críticos, cuja forma de pensar é
usualmente chamada de alta crítica. Nestes estudos junto com a crítica textual,
várias vezes são proferidas declarações polémicas sobre o que a autoridade
escriturística exige e o que ela implica. Este cepticismo em relação à
confiabilidade das Escrituras iniciou-se no Século XIX e subsiste em muitos
círculos acadêmicos. Esta alta crítica acabou por incentivar pesquisas
arqueológicas mais extensas por parte de muitos historiadores e arqueólogos. O
principal objetivo da ciência arqueológica não é provar ou desacreditar a
Bíblia em sentido teológico. Neste sentido, o artigo arqueologia bíblica se
concentra primariamente em pesquisas e descobertas arqueológicas relacionadas
com os relatos bíblicos. Ainda assim, a arqueologia bíblica é uma matéria de
estudo polémica, com várias perspectivas sobre qual o seu propósito e as suas
metas. Analisando os comentários de historiadores e de destacados
arqueólogos,[5] podem encontrar-se os mais variados pontos de vista.
A arqueologia
O estandarte
de Ur: A «Cara da Guerra». Descoberto por Leonard Woolley nos anos 1920,
encontra-se atualmente no Museu Britânico de Londres.
Para
compreender plenamente o objectivo da arqueologia bíblica é necessário entender
a arqueologia como método científico e a Bíblia como objeto de investigação.
A arqueologia
é ao mesmo tempo técnica e ciência. Como técnica, busca os restos materiais das
civilizações antigas e trata de reconstruir, na medida do possível, o ambiente
e as civilizações de uma ou várias épocas históricas. Trata-se de uma ciência
moderna, ainda considerada recente, com apenas duzentos anos.
Poder-se-ia
pensar que a arqueologia tende a omitir os dados oferecidos pelas religiões e
por muitos sistemas filosóficos. No entanto, além dos artefactos e locais
arqueológicos tais como lugares de culto, relíquias e outros elementos de ordem
sagrada bem como outros objectos cientificamente observáveis, existem aspectos
que são igualmente importantes para a investigação científica arqueológica.
Entre estes estão conceitos imateriais como os ritos, livros sagrados e a
cultura. O mito é usualmente utilizado na arqueologia e na história como uma
pista da verdade que poderá esconder. Esta nova percepção contemporânea do mito
motivou a ciência arqueológica a buscar novos dados nos territórios descritos
nos relatos bíblicos.
Arqueologia
bíblica
Museu de
Israel, em Jerusalém, conserva tesouros apreciados para a investigação e a
exploração científica e bíblica.
A arqueologia
bíblica é a disciplina que se ocupa da recuperação e investigação científica
dos restos materiais de culturas passadas que podem iluminar os períodos e
descrições da Bíblia. Usa-se como base de tempo, um amplo período entre o ano
2000 a.C. e 100 d.C.. Outros preferem falar de arqueologia da Palestina,[6]
referindo-se aos territórios situados ao leste e oeste do Rio Jordão. Esta
designação expressa o facto da arqueologia bíblica estar especialmente
circunscrita aos territórios que serviram de cenário aos relatos bíblicos.
A função da
arqueologia bíblica não é confirmar ou desmentir os eventos bíblicos, nem
pretende influenciar determinadas doutrinas teológicas, tal como a da salvação.
Limita-se ao plano científico e não entra no terreno da fé. Ainda assim, alguns
resultados da arqueologia bíblica podem e têm contribuído para:
Aumentar o
conhecimento sobre alguns dados históricos descritos nos relatos bíblicos
envolvendo governantes, personagens, batalhas e cidades.
Descrever
alguns detalhes concretos referidos nos livros bíblicos tais como o Túnel de
Ezequias, a piscina de Siloé, o Gólgota, entre outros.
Fornecer
dados que prestam uma ajuda fundamental aos estudos exegéticos.
Espaço
O espaço
geográfico da arqueologia bíblica envolve as terras bíblicas chamadas, no
sentido religioso, de "Terra Santa". Assim sendo, os trabalhos de
pesquisa centralizam-se especialmente em Israel, Palestina e Jordânia. Também
existem outros cenários mencionados pelos relatos bíblicos com grande
importância tais como o Egito, Assíria, Síria, Mesopotâmia e o Império
Aquemênida. Outras regiões como a Ásia Menor, Macedônia, Grécia e Roma estão
particularmente relacionadas com os relatos do Novo Testamento.
Tempo
O Médio
Oriente - cenário de acontecimentos que inspiraram os escritores bíblicos.Da
mesma maneira que os critérios de espaço variam segundo os diversos pontos de
vista de autores diferentes, o mesmo acontece com os critérios do tempo, ou
seja, do período temporal sobre o qual as pesquisas devem incidir. Peter
Kaswalder,[8] professor de arqueologia do Antigo Testamento em Jerusalém,
define esse tempo como um período que vai desde o Século IX a.C., que
corresponde às primeiras datações de Jericó,[9] até o ano 700 d.C. que marca o
início das invasões muçulmanas. Este período de tempo é muito discutido por
alguns autores. Um segundo período ainda maior e também referido nos relatos
bíblicos tem início na Idade do Bronze, por volta do ano 2000 a.C. que corresponde
desde os Patriarcas (Abraão, Isaque e Jacó), até finais do Século I, com a
morte do último apóstolo, João, o Evangelista, e o fim da chamada Igreja
Apostólica. Estes termos, igreja primitiva ou dos apóstolos, refere-se à época
de vida das primeiras pessoas que se identificavam como cristãs, tempo em que
teriam vivido os apóstolos de Jesus, incluindo Paulo de Tarso. Este período
apostólico terminou com a morte de João, o Evangelista, numa data desconhecida
que se presume rondar o ano 110 d.C..
História
A história da
arqueologia bíblica é tão recente como a da arqueologia em geral. O seu
desenvolvimento despontou com a descoberta de achados de primeira importância
para a mesma. Alistam-se em seguida alguns dos achados arqueológicos bíblicos
mais importantes das últimas décadas segundo a compilação do Centro de Estudos
Ratisbonne de Jerusalém
Algumas
descobertas relevantes
Uma
reconstrução de Jerusalém do Século I, possivelmente graças à arqueologia
Bíblica.
O Papyrus P52
da Biblioteca de Rylands é o texto mais antigo que se conhece do Novo
Testamento. Foi descoberto em 1920, no deserto do Médio Egito, e tornou-se
público em 1935.[13]
As cavernas
de Qumrán[14] descobertas em 1947 por beduínos e cujas escavações iniciaram-se
em 1950.
Entre 1962 e
1963 foi encontrado o Papiro[15] de Wadi Daliyyat, conhecido pelo Papiro de
Samaria, da época persa.
Em 1964 foi
descoberto o Papiro de Ketej-Jericó da época persa-helenística.Em 1991 foi
descoberta a chamada Tumba de Caifás
Em 1993 foi
descoberta a Estela de Tel Dan:Trata-se duma pedra de basalto escuro que
menciona a "Casa de Davi", com a inscrição bytdwd, (byt casa dwd Davi]
Em 1996 foi
descoberta a inscrição de Ecrom (Tel Mikné) contendo o nome da cidade filistéia
de Ecrom e uma lista dos seus reis.
Em 1997 foi
descoberto o antigo monastério de Katisma.
Em 1998 foi
descoberta a Sinagoga de Jericó datada do ano 75 a.C. (Ehud Netzer).
Em 2001 foi
descoberta a Estela de Joás, rei de Judá.
Em 2002 A
Urna de Tiago, objeto de polêmica desde o seu descobrimento, após muita batalha
judicial, de muitas análises e pareceres dos especialistas, foi finalmente
reconhecida como legitima (o "Tiago" é identificado como sendo Tiago,
irmão de Jesus).
Em 2007 foi
encontrado o túmulo de Herodes.
A arqueologia
bíblica é também objecto de célebres falsificações motivadas por múltiplos
interesses. Uma das mais conhecidas surgiu em 2002 quando se publicou o suposto
achado de um túmulo (ossário) com uma inscrição que dizia "Tiago, filho de
José e irmão de Jesus". Na realidade, o artefacto havia sido construído
apenas vinte anos antes, portanto numa época muitíssimo posterior. As
características do objecto encontrado não correspondiam ao padrão do Século
I,[21] revelando a sua falsidade e expondo as estranhas circunstâncias
relacionadas com a sua posse e descoberta.
Etapas da
arqueologia bíblica
O
desenvolvimento da arqueologia bíblica tem sido marcado por diferentes períodos
da história da humanidade, entre os quais se referem os seguintes:
Antiguidade:
Ainda que se considere a arqueologia como uma ciência moderna, é necessário
reconhecer que muitos autores, ao longo da história, têm contribuído com
documentos valiosos que são hoje elementos de trabalho imprescindíveis. Entre
muitos destes elos históricos, os mais importantes são Flávio Josefo, Orígenes,
Eusébio de Cesareia e o Diário de Etheria.
Mandato
Britânico da Palestina: As primeiras explorações arqueológicas começaram no
Século XIX, primeiro por parte de europeus e depois por israelenses (ou
israelitas, em português europeu). Nessa época, um dos arqueólogos bíblicos de
renome foi Edward Robinson que encontrou várias cidades antigas. Em 1865,
patrocinado pela Rainha Victoria, surgiu o Fundo para a Exploração da Palestina
(Palestine Exploration Fund).[22] Em 1867 realizaram-se importantes trabalhos
ao redor do Templo de Jerusalém por parte de Charles Warren e Charles Wilson.
Em 1870
fundaram a Sociedade Americana de Exploração da Palestina (American Palestine
Exploration Society).[23] Um jovem francês de apenas 21 anos, Charles
Clermont-Ganneau, chegou à Terra Santa para estudar inscrições notáveis, tais
como a Estela de Mesha na Jordânia e a inscrição do Templo de Jerusalém. Em
1890 entraria em cena outro génio, que passaria para a história como o
"pai da arqueologia palestina", Sir Flinder Petrie, que lançou as
bases para uma exploração metodológica e deu uma grande colaboração em tornar a
análise da cerâmica numa importante pista arqueológica. Em 1889, os dominicanos
abriram em Jerusalém um centro de estudos que chegou a ocupar um plano de
primeira ordem na arqueologia bíblica, a École Biblique et Archéologique
Française[24] (Escola Bíblica e Arqueológica Francesa), na qual se destacaram
M. J. Lagrance e L. H. Vincent. Guilherme II da Alemanha inaugurou em 1898 a
Deutsche Orient-Gesellschaft que contribuiu para o progresso arqueológico como
uma disciplina emergente e entusiasta ainda que, naquela fase inicial, as
investigações estivessem dirigidas apenas a demonstrações de passagens
bíblicas.
Durante o
domínio Britânico da Palestina (1922 - 1948): A investigação e exploração da
Terra Santa aumentou consideravelmente neste período que veio a ser grandemente
influenciado pela genialidade de pesquisadores como William Foxwell Albright,
George Ernest Wright, C. S. Fischer, os jesuítas, os dominicanos e muitos
outros. Esta época de tanta actividade e avanço para a arqueologia bíblica
encerrou com chave de ouro, a descoberta de Qumrán em 1947, cujas escavações
foram dirigidas, em especial, pelo francês Roland de Vaux.
Depois do
domínio Britânico: O ano de 1948 marcou o início de uma nova época política e
social para Terra Santa com a fundação do Estado de Israel. Com isso, entraram
em cena os arqueólogos israelenses. Numa primeira fase, as escavações
iniciaram-se especialmente no território de Israel mas, depois da Guerra dos
Seis Dias, estenderam-se também aos territórios ocupados da Judeia e Samaria.
Destaca-se o nome de Kathleen Kenyon,[26] que dirigiu as escavações de Jericó e
de Jerusalém. Chrystall Bennet conduziu as escavações de Petra e da cidadela de
Amã. Destacam-se ainda os museus arqueológicos dos franciscanos e dos
dominicanos de Jerusalém.
Escolas arqueológicas
A arqueologia
bíblica é matéria de permanente debate. Um dos assuntos de maior disputa tem
sido o período da História do antigo Reino de Israel. Também, de um modo geral,
a historicidade da Bíblia tornou-se motivo de controvérsias, dividindo os
estudiosos em diferentes correntes ou escolas de pensamento, tais como o
minimalismo e maximalismo. Também, o método não-histórico de ler a Bíblia
difere da sua tradicional leitura religiosa.
Minimalismo
bíblico
O minimalismo
bíblico, segundo a chamada Escola de Copenhague ou Copenhaga, enfatiza que a
Bíblia deve ser lida e analisada, no seu todo, como um conjunto de narrativas e
não como uma detalhada colecção histórica da pré-história do Médio Oriente. Em
1968, Niels Peter Lemche e Heike Friis escreveram ensaios nos quais efectuaram
uma revisão completa do modo de se ler a Bíblia por forma a tirar conclusões
históricas dela.
G. Garbini,
com a sua História e ideologia do Israel antigo, T.L. Thompson com a sua
"História antiga dos israelitas: de fontes escritas e
arqueológicas"[28] e P.R. Davies com a sua obra "Em busca do
"Antigo Israel",[29] construíram as bases do que se considera ser o
minimalismo bíblico. Davies, por exemplo, afirma que o Israel histórico só pode
ser encontrado nos restos arqueológicos, sendo que o Israel bíblico se percebe
somente nas Escrituras e o Israel antigo numa amálgama de ambos
Thomson e
Davies vêem o Antigo Testamento como uma criação imaginária de uma minoritária
comunidade de judeus em Jerusalém depois do período descrito na Bíblia como o
retorno do Cativeiro de Babilônia (após 539 a.C. em diante). Para esta escola
de pensamento, nenhum dos primitivos relatos bíblicos tem solidez histórica e
só alguns dos mais recentes possuem fragmentos de uma genuína memória, sendo
estes eventos os únicos apoiados pelas descobertas arqueológicas. Em
consequência, os relatos acerca dos patriarcas bíblicos são tidos como ficção,
assim como as Tribos de Israel, que nunca teriam existido, tampouco os reis
David e Saul ou a unidade da monarquia de David e Salomão.
Maximalismo
bíblico
O termo
"maximalismo" pode gerar confusão, visto que alguns o relacionam com
a "infalibilidade bíblica", doutrina que sustenta que a Bíblia é sem
erro desde a sua forma original, o que inclui os trechos que abordam temáticas
históricas e científicas. Alguns associam todos os maximalistas com essa
doutrina. A maioria dos maximalistas bíblicos aceita as descobertas da
arqueologia e os modernos estudos bíblicos, no entanto, sustentam que todo o
conjunto de relatos bíblicos são na realidade referências históricas sendo que
os mais recentes livros possuem maior solidez histórica que os mais primitivos.
A arqueologia
marca eras históricas e reinos, modos de vida e comércio, crenças e estruturas
sociais. No entanto, apenas em pouquíssimos relatos, os estudos arqueológicos
apresentam informações sobre famílias individuais não sendo possível, portanto,
esperar tais elos a partir da arqueologia. Por exemplo, actualmente não se
espera que a arqueologia apresente qualquer prova que assegure ou negue a
existência dos patriarcas.
Os
maximalistas estão divididos quanto a alguns temas:
Uns sustentam
que os patriarcas foram na realidade personagens históricos apesar dos relatos
bíblicos sobre eles não serem sempre precisos, mesmo num sentido amplo.
Outros
afirmam que alguns ou até mesmo todos os patriarcas podem ser classificados
como personagens fictícios que terão uma pequena relação com distantes
personagens históricos.
Os
maximalistas bíblicos estão de acordo que as doze tribos de Israel existiram,
mesmo que isso não signifique necessariamente que os relatos bíblicos sobre
elas correspondam à realidade histórica. Também estão de acordo com a
existência de grandes figuras como David, Saul, Salomão, a monarquia do Reino
de Israel e Jesus.
Sítios
arqueológicos
As Cavernas
de Qumrán onde encontraram o sítio arqueológico bíblico mais importante de
todos os tempos, no vale do Mar Morto.
Na
atualidade, os territórios bíblicos estão cheios de escavações, sítios
arqueológicos e museus abertos ao público em geral. Entre os mais destacados
podem-se encontrar:
.
Sua
identificação leva em conta achados arqueológicos, mas baseia-se na maior parte
em tradição do século IV d.C., devido a evidências de tumbas judaicas,
artefatos romanos, construções constantinas e influências otomanas A
identificação continua sendo conjectura.
Reúne objetos
de valor universal, para estudos bíblicos, a história e pré-história do chamado
Oriente Médio. Este museu é conhecido como um dos mais importantes museus
relacionados à arqueologia bíblica
Passando por
baixo da Cidade Antiga de Jerusalém e seus Muros, é um dos elementos declarados
na bíblia tanto nas Escrituras Hebraicas como nas Escrituras Gregas Cristãs.Em
1986, um dos últimos achados foi um barco enterrado perto do Mar da Galileia,
perto da antiga Cafarnaum e com surpresa, datado do Século I, portanto do tempo
de Jesus. Por esta razão, "O barco da Galileia" tem sido chamado de
"O Barco de Pedro", porque se permite ter uma ideia do tipo de navios
que os pescadores que conheceram Jesus, usavam.[40] O barco da Galileia mede
cerca de 8 metros de comprimento e 2,3 metros de largura.
*Qumrán:[41]
Para muitos,
este é um dos achados mais importantes de todos os tempos. Embora haja
controvérsias se teria sido o local de uma seita judaica (essênios), com ruínas
dum possível mosteiro, estas cavernas são de grande importância para a
arqueologia bíblica, devido ao grande número de achados, como papiros, códices
da Tanak, do Novo Testamento, e muitos outros elementos para a história dos
estudos bíblicos.
Construções
bíblicas confirmadas
Escavação
arqueológica.
A cidade de
Gibeão .
O Túnel de
Ezequias:Um túnel de 533 metros foi construído para prover a Jerusalém, água
subterrânea, em prevenção da invasão assíria de 701 a.C.
As Muralhas
de JericóUma destruição das "Muralhas de Jericó" data aproximada do
ano 1550 a.C., tendo como a causa um cerco ou um terremoto no contexto de
extrato denominado Destrucción Ciudad IV. Existem discussões sobre se a dita
destruição corresponde à descrição bíblica ou não. De acordo com o relato
bíblico, os israelitas destruíram a cidade depois que suas muralhas caíram, por
volta de 1407 a.C..
As escavações
de John Garstang,[46] em 1930, datam a destruição de Jericó em 1400 a.C., mas
após escavações de Kathleen Kenyon, em 1950, sua datação foi de 1550 a.C..
Bryant G. Wood crítico do trabalho de Kenyon, observou ambiguidades nas
investigações com o carbono 14 que deram como resultado o ano de 1410 a.C., com
40 anos de diferença. Assim, Wood confirmou as conclusões de Garstang.
Infelizmente, a dita prova de carbono teria sido resultado de uma má calibração.
Em 1995, Hendrik J. Bruins e Johannes van der Plicht utilizaram uma prova de
radiocarbono de alta precisão para 18 amostras de Jericó, incluindo seis
amostras de cereal carbonizado, que deram como resultado uma antiguidade
superior – 1562 a.C, com uma margem de 38 anos.
O Segundo
Templo:
Confirmado
pelo parecer ocidental. Construído por Herodes I o Grande;A Rampa do sitio de
Laquis A cidade de Laquis foi capturada pelo rei assírio Senaqueribe em 701
a.C.
O
Reservatório de Siloé:]
Uma piscina,
ao sudeste das muralhas da cidade, e receptora das águas do Túnel de Ezequias.
O Templo de
Siquém Mencionado em Juízes capítulo 9.
Em 1910,
arqueólogos encontraram ali cacos de cerâmica com inscrições, registrando
despachos de vinho e de azeite de oliva e pagamento de impostos. Mas muitos dos
nomes próprios inscritos neles continham o componente bá•al (Baal). Os
arqueólogos também descobriram fragmentos em painéis de marfim
Foto aérea do
Heródio onde se localiza a Tumba de Herodes.
Túmulos:
No Iraque, o
arqueólogo Sir Leonard Wooley descobriu 16 túmulos de reis no cemitério da
antiga Ur[54] foi uma extraordinária descoberta "A riqueza nesses túmulos,
que continua sem igual na arqueologia mesopotâmica, incluía algumas das mais
famosas peças da arte sumeriana que agora embelezam as salas do ‘’Museu
Britânico e do Museu da Universidade da Pensilvânia"
Dezenove
túmulos localizados ao ocidente de Jerusalém têm sido datados sem dúvida, ao
tempo da Monarquia da Judeia, mas é possível que representem sítios em memória
dos reis mencionados em II Crônicas 16:14; 21:19; 32:33 e no Livro de Jeremias
34: 5.
Em Maio 2007,
arqueólogos da Universidade Hebraica de Jerusalém anunciaram a descoberta da
tumba onde teria sido enterrado o rei Herodes I o Grande, perto de Jerusalém.
Herodes, que reinou no fim Século I a.C., teria vivido na época de Jesus. Foi
enterrado em um mausoléu retangular de 2,5 metros de comprimento com um teto em
forma de triângulo.
Objetos de
escavações documentadas
Contém a mais
antiga referência por egípcios sobre os israelitas na terra de Canaã. Foi
encontrada nas ruínas do templo funerário do Faraó Merneptá (1236 a.C. a 1223
a.C.) em Tebas.
Foi uma
antiga cidade localizada no norte da Síria, cerca de 60 km, a sudoeste de
Alepo. Foi uma importante cidade-estado em dois períodos: em inícios do
Terceiro milênio a.C., e novamente entre 1800 e 1650 a.C. O lugar é atualmente
conhecido como Tell Mardikh, e é famoso principalmente pelas 15.000 tabuinhas
ali encontradas. As tabuinhas cuneiformes, formam escritas datadas por volta de
2.250 a.C., em língua suméria e eblaíta; uma língua semítica até então
desconhecida .[60] [61]
Incluem
arquivos cuneiformes de Ebla (Tell Mardikh) que foram descobertos em 1975, com
o nome de três personagens relacionados com os patriarcas bíblicos,[62] entre
eles o de Ebrum, que alguns identificam com o patriarca bíblico Éber.
.
O Cilindro de
Ciro:
O Cilindro de
Ciro II é feito de argila, e registra um importante decreto do rei persa,
encontra-se exposto no Museu Britânico, em Londres. A conquista de Babilônia,
de um modo rápido e sem batalha pelo Império medo-persa, descrita em Daniel
5:30-31, é confirmada no relato do Cilindro de Ciro.
O Cilindro de
Nabonido
Trata-se de
um cilindro de argila do rei Ciro, o Grande, conquistador de Babilônia. Foi
encontrado no Templo de Shamash em Sippar, perto de Bagdá. A conquista de Ciro
é também descrita na Crônica de Nabonido.[67] Em escrita cuneiforme, na Língua
acádia, encontra-se o nome de Belsazar como o filho de Nabonido, último rei de
Babilônia. O Livro de Daniel capítulos 5, 7, e 8 menciona Belsazar como um rei
conhecido; nota-se também que Belsazar oferece o terceiro lugar em seu reino
como um grande prêmio.[68]
A ostraca de
Gath:A Ostraca (pedaços de cerâmica contendo escrita) de Gath, foi encontrada
por A. Maeir quando realizava escavações em Tel es-Safi, 2005.Texto inciso, de
nove letras, que representa os nomes (אלות ולת) etimologicamente relacionados
com Golias (גלית).
Os textos de
Balaão:
Tinta sobre
gesso, encontrados em Deir ´Alla na Jordânia - (Números 22 - 24).
Asas de
vasilha GBON (גבען):
Foram
recuperadas da piscina de Gibeão[69] e teriam algumas inscrições:
Algumas com a
inscrição: "Hananiah" que pode ter relação com a pessoa mencionada em
Jeremias 28:1.
Outros nomes
inscritos são: Amariah, Azariah, Domla, Geder, Hananiah, Neri, Shebuel.
A ostraca de
Arad (Israel).
Selo de
Gemariah ben Shaphan:
Impresso em
bula, foi encontrado durante as escavações de Yigal Shiloh en 1983,
provavelmente pertencente à pessoa mencionada em Jeremias 36:10.
Inscrição da
Casa de David e na Estela de Tell Dan:
A inscrição
Consiste em três fragmentos: o primeiro e mais extenso foi descoberto em 1993 e
os fragmentos menores em 1994.
Ostraca Izbet
Sartah:
Dois
fragmentos encontrados numa escavação de 1976, com cinco linhas incisas de 80 a
83 letras (as leituras dos editores variam) onde a última linha corresponde a
um abecedário.[70]
Selo de
Jaazaniah:, servo do rei (ליאזניהו עבד המלך):
Encontrada no
túmulo 19 em Tel en-Nasbeh (Mispá).
Possivelmente
pertencente ao capitão do exército em Mispá, mencionado em II Reis 25: 23.
O túmulo de
Caifás descoberto em Jerusalém em 1990.
Selo de
Jehucal ben Shelemia ben Shobi (יהוכל בן שלמיהו בן שבי):
estampado em
bula, encontrado nas escavações de Eilat Mazar num suposto palácio do Rei David
em 2005. Provavelmente se refere ao mencionado relato do Livro de Jeremias
37,:3 e 38: 1[71]
As Ostracas
de Laquis:
Textos
encontrados em 1930, que descrevem acontecimentos do final do século VII a.C.,
pouco depois da conquista dos caldeus.
Carta No. 3
menciona uma advertência do profeta.
Carta No. 4
menciona Laquis y Azekah como os últimos lugares conquistados, tal como
registra Jeremias 34:7.
Carta No. 6
descreve uma conspiração descrita em Jeremias 38:19 e 39: 9, utilizando uma
fraseologia quase idêntica a Jeremias 38:4.
As Talas de
Laquis:
No palácio de
Senaqueribe em Nínive, descrevendo a conquista da cidade;
Pim de peso:
Os primeiros
pesos foram encontradas por R.A.S. Macalister en Gezer. Foram encontrados desde
então, muitos outros;
A Inscrição
de Pôncio Pilatos encontrada no teatro romano de Cesareia:
O prefeito da
Judeia, Pôncio Pilatos, erigiu o Tibérium em honra de Tibério César.
Texto atual
da terceira linha da inscrição:
TIBERIEUM
PONTIUS
PILATUS
PRAEFECTUS
IUDAEAE
A conquista
de Samaria por Sargão II da Assíria:
Inscrição
(ANET 284) encontrada por Paul-Émile Botta e Dur-Sharrukin no ano 1843:
"sitiei e conquistei Samaria, deportei 27.290 habitantes desta. Reconstruí
o melhor e estabeleci ali povos de outros países que eu mesmo conquistei."
(II Reis 17: 23-24).
O Obelisco
Negro de Salmaneser, em Acádia, alista Jeú, rei de Israel (c. 905-876 a.C.)
pagando tributo ao monarca assírio, numa escultura em relevo, descrito em II
Reis cap.8-10.
Selo
estampado em bula, encontrado em 27 de setembro de 2005, quando se analisaram
cuidadosamente escombros provenientes do Monte do Templo em Jerusalém.
Possivelmente
se relaciona com um sacerdote que serviu no Templo de Salomão segundo Jeremias
20:1.As Inscrições de Tiglate-Pileser III encontradas por A.H. Layard na antiga
Nínive:ANET 282: "Recebi o tributo de. Jehohaz Joacaz de Judá"
(incidente não mencionado na Bíblia). ANET 283: ". Quanto à Menaém eu
derrotei,. pus a Oséias como rei sobre eles". (perspectiva descrita em II
Reis 15, 19 e 17:3).
A Pedra de
Zayit.:[78]
Uma pedra
calcária arredondada, a Pedra de Zayit é um pedregulho de calcário de 19
quilos, descoberto em 15 de Julho de 2005 durante uma escavação em tel Zayit
(Laquis), Israel. Possui uma inscrição em abecedário páleo-hebreu, junto com
restos de diversas outras inscrições datado do Século X a.C.
A Tabuleta de
Nebo-Sarsequim:
A Tabuleta de
Nebo-Sarserquim é uma inscrição cuneiforme de argila (5,5 cm) que faz parte da
coleção do Museu Britânico, cuja inscrição foi decifrada em 2007, e faz
referência a um oficial[81] na corte de Nabucodonosor II, rei de Babilônia.
Objetos de
procedência conhecida, mas não provêem de escavações.
Os seguintes
objetos vêem de estudos do Século XIX e coleções não documentadas cuja
procedência não é relevante apesar da natureza genuína de seu conteúdo. Em
outras palavras foram descobertos num tempo em que o conhecimento era limitado
e não há razões para crer que tenham sido falsificados.
Estela de
Merneptá:
Contém a mais
antiga referência egípcia sobre os israelitas na terra de Canaã;
Os Papiros de
Elefantina:
Datados do
período persa de um arquivo duma comunidade judaica de Elefantina, Egito.
A Inscrição
Monolítica de Salmanáser III:
Encontrado
por J.E. Taylor[16], cônsul britânico em Diyarbekir em 1861, na qual se
mencionam "2,000 carros, 10.000 soldados de infantaria de Ahab o
israelita" (incidente não mencionado na Biblia);
Inscrição de
Nazaré
[82]
Tábua de
mármore com um edito de César proscrevendo a pena capital aos violadores de
túmulos, datada do Século I d.C.. A Frohner Collection assegura que a adquiriu
em Nazaré em 1878;
A Pedra
Moabita (Estela de Mesha):
Uma pedra de
basalto, com uma inscrição sobre Mesa, Rei de Moabe encontrada em Dhiban,
Jordânia em 1868 e que menciona o rei israelita, Omri. Esta inscrição completa
confirma o relato bíblico em II Reis 3:4-27. A estela teria sido feita,
aproximadamente, por volta de 830 a.C.. Nela também se encontram inscrições
como um tributo a YHWH. É um documento de grande importância relativo ao estudo
da linguística hebraica;
A Inscrição
de Siloé:
Situada
originalmente na saída do túnel de Ezequias, retirada de Jerusalém em 1880, a
inscrição registra a construção do túnel no século VIII a.C.. Encontra-se entre
os registros mais antigos escritos na língua hebraica
Tumba de
Tiago irmão de Jesus: Em 21 de outubro de 2002, foi anunciada a descoberta de
uma tumba com a inscrição "Tiago, filho de José, irmão de Jesus",
depois de muitos questionamentos, ela foi considerada autêntica, tanto a tumba
como a inscrição. Segundo os especialistas
André Lemaire da Sorbonne e Ada Yardeni, da Universidade Hebraica, a
inscrição e a tumba são autênticas. Uma análise científica da inscrição foi
feita pela Geological Survey oficial de Israel (GSI). Geólogos do GSI não
encontraram nenhuma razão para questionar a autenticidade da inscrição.
Objetos de
procedência desconhecida, discutida ou reprovada
Os objetos na
lista a seguir, em geral são de coleções privadas por meio de antigos mercados.
Sua autenticidade é altamente controvertida e em alguns casos pode-se
demonstrar sua falsidade:
A Arca do
Pacto:
A Igreja
ortodoxa etíope em Aksum, Etiópia, assegura a posse. A tradição local sustenta
que esta foi trazida a Etiópia por Menelik I depois de uma visita ao Rei
Salomão; Objetos originários de "antiguidades" do traficante Oded
Golan. Em dezembro de 2004 ele foi acusado pela polícia israelita, junto com
outros cúmplices, por fraudar os seguintes objetos: O túmulo de Joás de Judá
(Jehoash) registrando restaurações no Templo de Jerusalém, suspeitas de terem
sido talhadas em autênticas pedras antigas;Várias ostracas mencionando o Templo
e nomes bíblicos;Um candelabro de pedra de sete braços com decorações do
Templo;Um selo de pedra com bordas de ouro, atribuído ao rei Manassés da
Judeia;Um prato de quartzo com uma inscrição na antiga língua egípcia indicando
que o ministro de guerra do rei Shishek teria conquistado a antiga cidade de
Megido;Uma granada de marfim com uma inscrição que diz: "propriedade dos
sacerdotes do Templo", gravada numa autêntica e antiga pedra de marfim;
Numerosas
bulas incluindo algumas que mencionam figuras bíblicas como o rei Ezequias da
Judeia, o escriba Baruque, e o profeta Isaías; Oded Golan e suas possíveis
falsificações foram objeto de julgamento pela justiça de Israel mas foi
absolvido em 2012
Monte Ararate
(39°42′N, 44°17′E),-- imagem de satélite —-- O Estratovulcão, 5.137 metros
(16,854 ft) acima do nível do mar, promeminência 3.611 metros. O pico principal
no centro. Local de inúmeras buscas da Arca de Noé.
Restos da
Arca de Noé teriam sido localizados por numerosos grupos de arqueólogos e
indivíduos. Muitos estudiosos consideram que ditos achados pertencem a
pseudo-arqueologia;
O arqueólogo
Ron Wyatt assegurou ter localizado a Arca no último ponto onde esta teria
repousado. Desde sua morte tem sido
aclamado por muitos religiosos. Muitas páginas da internet sobre o suposto
achado tem surgido, e muitos têm acrescentado outras mais informações sobre
tais descobrimentos; ** Um grupo criacionista italiano, de nome La Narkas, é o
mais recente dos numerosos grupos que asseguram conhecer o ponto exato da
localização dos restos da Arca de Noé, sobre o Monte Ararate, fronteira entre
Turquia e Armênia.
No entanto,
em 2004, uma expedição foi ao Monte Ararate, na Turquia, com a intenção de
localizar a Arca. Amostras do lugar foram submetidas a prova por geólogos e
cientistas nucleares. Um instituto oficial do governo da Nova Zelândia,
encontrou o que se tratava de rochas vulcânicas e não madeira petrificada.
O pilar de
Jacó:
Por séculos
esta rocha tem sido parte integrante da cerimônia de coroação de reis
britânicos. Acredita-se que foi a rocha sobre a qual Jacó (depois chamado
Israel), recebeu uma visão, e a fissura nesta mesma rocha, teria sido resultado
dos golpes de Moisés, com o objetivo de tirar água da mesma;
O antigo
manto de Santa Verônica:
Trata-se de
uma tela com o rosto de um homem impresso. Alguns religiosos crêem que foi o
pano utilizado por Verônica para limpar o rosto de Jesus na Via Dolorosa,
caminho do Calvário. Os críticos, porém, dizem que se assemelha mais a uma
pintura.
Disciplinas
relacionadas
Assim como
todas as ciências, a arqueologia, no seu ramo de pesquisas bíblicas tem suas
próprias especializações assim como seu trabalho interdisciplinar. A
arqueologia bíblica tem como prioridade, o trabalho de equipe com disciplinas
como a antropologia, a geologia e outras ciências que permitem ter-se una Ideia
do mundo antigo. Outras disciplinas como a filosofia, a teologia, a exegese, a
hermenêutica, servem-se dos resultados científicos da arqueologia.
Por exemplo,
algumas vezes a Bíblia utiliza uma linguagem simbólica, menção que pertence ao
plano estritamente teológico, e não necessariamente verificável. No entanto, a
maioria das passagens bíblicas deverá ser verificável, e graças à arqueologia,
tem-se achado uma explicação concreta para estas.
Por exemplo,
junto com estudos de outros arqueólogos, em 1981 o professor John J. Bimson
examinou a questão da destruição dos muros de Jericó. Atualmente, sabe-se, que
o relato bíblico mencionado no Livro de Josué sobre a destruição de Jericó e a
imigração israelita à Terra Prometida coincide com os estudos arqueológicos das
ruínas escavadas, que puderam ser datadas ao mesmo período mencionado na
Bíblia, em meados do século XV a.C..
Papirologiaar
O Papiro de
Turim, fragmentos de um antigo mapa de egípcio. Os papiros são os documentos
mais antigos e as mais importantes provas da antiguidade e originalidade de um
texto.
A papirologia
tem uma relação especial com a arqueologia em geral, sendo uma das maiores
autoridades em terreno bíblico. Graças aos papirólogos e seu paciente labor de
busca, reconstrução e investigação, tem sido possível determinar a datação de
numerosos documentos antigos, e a originalidade ou não de seus autores.
Muitos dos
livros bíblicos que são atualmente publicados em modernas imprensas ou por
meios digitais, foram escritos inicialmente em rolos de papiro. Obviamente, a
grande maioria desses originais se perdeu, e tem-se apenas cópias de cópias.
Qumrán, junto
ao mar Morto, se converteu na principal fonte de papiros sobre os livros
bíblicos canônicos e apócrifos. Perto de Qumrán há muitas cavernas onde foram
encontrados cerca de 800 documentos que estavam guardados no interior de jarros
de argila, sendo que 98 % deles referentes a temas religiosos, como livros
bíblicos, e um papiro do Novo Testamento conhecido como (7Q5).[92]
Outros
lugares que contribuíram por prover papiros antigos são os seguintes:
As genitzas
de antigas sinagogas:
Genitza é um
espaço onde se guardam livros antigos, que já não são utilizados pela
comunidade, mas pelos quais não se perdeu o respeito pelo seu conteúdo. Esta
tradição de respeito pelo material escrito como sagrado, tem permitido que tais
documentos sejam conservados por séculos em tais lugares.
Os Mosteiros
Em 1975,
foram descobertas, no Monte Sinai, debaixo do muro norte de S. Catarina, 47
caixas com ícones e pergaminhos. Entre esses havia mais de uma dúzia de folhas
perdidas do Códice Sinaítico. Os mosteiros têm sido uma fonte valiosa para a
conservação de manuscritos antigos.
Os papiros
são normalmente identificados pelo nome do arqueólogo que o identificou, o
sítio, ou numerações convencionadas pela especialidade da comunidade
científica. Entre os papiros bíblicos mais célebres temos o Papiro P52 que
corresponde a um texto do Evangelho de João (João 18:31-33;37;38), encontrado
no Egito, e datado do ano 125 EC. O Papiro de Bodmer P66, P72-75[94] contém
fragmentos dos livros de Lucas e João. O Papiro Chester Beatty, encontrado no
Egito, contém textos da Tanak em grego e está datado entre o Século II e o
Século IV.
Fragmentos de
cerâmica e pergaminhos
Ostraca de
Cimon, mostrando seu nome, 486 ou 461 a.C. Museu de Antiguidades em Atenas. De
igual importância para a arqueologia é uma ostraca, uma forma muito popular na
antiguidade e usada como alternativa de escrita em papiro (planta que cresce no
delta do Nilo e facilmente encontrada) e em pergaminho, que eram mais custosos.
O uso destes pedaços de cerâmica contendo escrita, encontra-se em pinturas que
revelam a cultura e a antropologia dos povos antigos.
Outro
material muito buscado e apreciado pelos arqueólogos é o pergaminho, feito a
partir da peles de animais, especialmente os domésticos. Foi em Pérgamo que
esta técnica teve um grande florescimento, sendo esta a origem do seu nome, mas
a verdadeira origem do pergaminho remonta a 1500 a.C., mas sendo amplamente
usado a partir de 190 a.C. Assim como sucedia com o papiro, o pergaminho era um
material caro, restringido a quem tinha a capacidade de comprá-lo.
Comentários
de arqueólogos e historiadores
George Ernest
Wright:
"Neste
campo, raras vezes podemos trabalhar com certezas. Antes, é necessário elaborar
hipóteses, as quais sempre possuem maior ou menor grau de probabilidade. A
verdade nelas baseia-se na habilidade dos arqueólogos de interpretar e conjugar
uma variedade de dados discrepantes, mas, a qualquer momento, uma informação
nova pode tornar necessário mudar determinada hipótese, ou fazer o perito
expressá-la de modo um pouco diferente." — Shechem, The Biography of a
Biblical City (Siquém, a Biografia Duma Cidade Bíblica), 1965, prefácio, p.
xvi.(it-1 p. 611 Cronologia);
J.K. Eakins
num ensaio de 1977:
"O
propósito da arqueologia bíblica é iluminar os textos bíblicos e seus conteúdos
através da investigação arqueológica do mundo bíblico." - J.K. Eakins[95]
Bryant G.
Wood escreveu:
‘'"O
propósito da arqueologia bíblica é aumentar nossa compreensão da Bíblia e por
tanto, seu grande legado, do meu ponto de vista, tem sido a extraordinária
iluminação do período da monarquia israelita
I. Bradshaw
comentou numa declaração sobre a arqueologia bíblica:"É universalmente
aceite que o propósito da arqueologia bíblica não é provar a Bíblia, no
entanto,. a arqueologia lança luz na história, e por isso é tão importante para
os estudos bíblicos.
William
Dever, arqueólogo norte-americano professor de arqueologia do Oriente,
contribuiu no artigo "Arqueologia" no The Anchor Bible Dictionary. O
mesmo reitera sua percepção dos efeitos negativos da estreita relação que tem
existido entre a arqueologia sírio-Palestina e a arqueologia bíblica da Terra
Santa, o que tem levado especialmente os arqueólogos estadunidenses que atuam
neste campo, a se retirarem frente "à nova arqueologia processual, . (dos
anos 1970 e 80), antes que pudessem compreendê-la"[98] (p. 357). William
Dever descobriu que a arqueologia sírio-Palestina tem sido tratada nos
institutos estadunidenses como uma subdisciplina de estudos bíblicos.
Esperava-se que os arqueólogos estadunidenses tratassem de "prover
evidências históricas válidas dos episódios da tradição bíblica" nesta
região. De acordo com Dever, "o mais ingênuo (sobre a arqueologia
sírio-palestina), é que a razão e o propósito desta, seria simplesmente a de
elucidar a Bíblia nas terras da Bíblia " (p. 358).
William
Dever, escreveu:
"Já faz
uma geração que os arqueólogos bíblicos falam com confiança da "revolução
arqueológica" de William F. Albright. Esta seguramente realizaria nossa
compreensão e apreciação da Bíblia e sua mensagem atemporal - a qual foi
pensada para ser absolutamente essencial a nossa querida condição cultural
ocidental. A Bíblia e a "Cultura Ocidental" como foram concebidas
anteriormente, lutam por suas vidas. A arqueologia moderna não só pode ajudar a
confirmar a tradição antiga, mas pelo que parece, também trata de miná-la. Este
é um segredo, bem guardado, dos arqueólogos profissionais.
A
"revolução arqueológica" em sua moderna critica, tem como objetivo
trabalhar tanto o extremo cepticismo como a ingênua credulidade. Não se pode
voltar ao tempo na qual a arqueologia presumia "provar a Bíblia". A
arqueologia como se pratica na atualidade deve ter a capacidade de desafiar, e
confirmar, os relatos bíblicos. Esta moderna arqueologia crítica, afirma que as
narracões bíblicas sobre Abraão, Moisés, Josué e Salomão provavelmente refletem
alguns personagens históricos que fizeram parte de povos e lugares passados,
mas segundo eles, os "grandes personagens" da Bíblia seriam irreais e
contraditos pelas evidências arqueológicas. Afirmam que alguns antecessores dos
israelitas teriam escapado a escravidão do Egito, mas não teria ocorrido uma
conquista militar de Canaã, e que muitos, senão quase todos os israelitas, nos
tempos da monarquia, seriam politeístas. O monoteísmo teria sido apenas um
ideal dos escritores bíblicos. Na verdade, a arqueologia não pode explicar o
significado dos supostos eventos descritos na Bíblia. Essa é uma decisão
inteiramente pessoal.. A arqueologia não pode responder a esta pergunta. Esta
só pode dar sua visão."[100] (Dever, 2006).
Biblical
Archaeology Review:
"A
evidência arqueológica, infelizmente, é fragmentária, e, portanto,
limitada." – Biblical Archaeology Review[101]
Yohanan
Aharoni, professor de Arqueologia, presidente do Departamento de Arqueologia e
Estudos do Oriente e presidente do Instituto de Arqueologia da Universidade de
Tel-Aviv, escreveu seis livros, e participou das descobertas da Caverna de
Bar-Kochba, durante as escavações na região do Mar Vermelho, em 1953.
Yohanan
Aharoni explica:
"Quando
se trata de interpretação histórica ou histórico-geográfica, o arqueólogo sai
do domínio das ciências exatas, e precisa depender de critérios e hipóteses
para chegar a um quadro histórico compreensivo. Sempre devemos lembrar,
portanto, que nem todas as datas são absolutas e são em variados graus
suspeitas".[103]
A
Enciclopédia Arqueológica da Terra Santa cita o valor da arqueologia:
"A
arqueologia provê uma amostra de antigas ferramentas e vasos, muros e prédios,
armas e adornos. A maioria destes pode ser posta em ordem cronológica, e com
segurança identificada com termos apropriados e contextos contidos na Bíblia.
Neste sentido, a Bíblia preserva com exatidão, em forma escrita, seu antigo
ambiente cultural. Os pormenores das histórias bíblicas não são o produto
fantasioso da imaginação dum autor, mas, antes, são reflexos autênticos do
mundo no qual ocorreram os eventos registrados, desde os mundanos até os
miraculosos." —]
William
Foxwell Albright representava uma escola de pensamento quando escreveu:
"Tem
havido um retorno geral ao apreço da exatidão da história religiosa de Israel,
tanto no aspecto geral como nos pormenores factuais. . . . Em suma, agora
podemos novamente tratar a Bíblia do começo ao fim como documento autêntico de
história religiosa."[105] "Não é exagero enfatizar-se fortemente que,
a bem dizer, não há nenhuma evidência, no antigo Oriente Próximo, de
falsificação documentária ou literária."
Historiador
Will Durant:
"No
entusiasmo de suas descobertas, a Alta Crítica tem aplicado ao Novo Testamento
testes de autenticidade tão severos que por meio deles uma centena de antigas
pessoas ilustres — e.g., Hamurabi, Davi, Sócrates — virariam lendas.
fonte wikipedia
www.mauricioberwaldoficial.blogspot.com
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