HISTORIA DO VIOLINO
Artigo Mauricio Berwald
É o menor e
mais agudo dos instrumentos de sua família
(que ainda possui a viola, o violoncelo, correspondendo ao Soprano da
voz humana). O violino possui quatro cordas , com afinação da mais aguda à mais
grave: Mi5, Lá4, Ré4 e Sol3. O timbre do violino é agudo, brilhante e
estridente, mas dependendo do encordamento utilizado e da forma que é tocado,
podem-se produzir timbres mais aveludados. O som geralmente é produzido pela
acção de friccionar as cerdas de um arco de madeira sobre as cordas. Também
pode ser executado beliscando ou dedilhando as cordas (pizzicato), pela fricção
da parte de madeira do arco (col legno), ou mesmo por percussão com os dedos ou
com a parte de trás do arco.
Assim como
outros instrumentos de cordas, os violinos também podem ser amplificados
eletronicamente. A sua utilização mais comum é nos naipes de cordas das
orquestras. O género mais comum é a música erudita. Existem no entanto diversos
músicos que o utilizam na música folclórica, rock e outros géneros populares.
Na orquestra,
o líder do naipe de primeiros-violinos é chamado de spalla. Depois do maestro,
ele é o comandante da orquestra. O spalla fica à esquerda do maestro, logo na
primeira estante do naipe dos primeiros-violinos.Esticada na parte inferior do
arco estão as cerdas, que são feitas de vários fios de crina de cavalo, ou de
material sintético.
História do
violino
A palavra
violino vem do latim médio, vitula, que significa instrumento de cordas.[3] Sua
origem vem de instrumentos trazidos do leste da Europa do Império Bizantino. Os
primeiros violinos foram feitos na Italia entre os meados do fim do século XVI
e o início do século XVII, evoluindo de antecessores como a rebec[4] , a vielle
e a lyra da braccio. A sua criação é atribuída ao italiano Gasparo de Salò.[5]
Durante duzentos anos, a arte de fabricar violinos de primeira classe foi
atributo de três famílias de Cremona: Amati, Guarneri e Stradivarius. Toda a
invenção do violino foi conduzida pelas raízes do instrumento milenar chines
erhu, as raízes deste instrumento foram os instrumentos de cordas friccionados
por arco mais antigos já descobertos.
O violino
propriamente dito manteve-se inalterado por duzentos anos. A partir do século
XIX modificou-se apenas a espessura das cordas, o uso de um cavalete mais alto
e um braço mais inclinado. Inclusive, a forma do arco consolidou-se
aproximadamente nessa época. Originalmente com um formato côncavo, o arco agora
tem uma curvatura convexa, o que lhe permite suportar uma maior tensão das
crinas, graças às mudanças feitas pelo fabricante de arcos François Tourte, a
pedido do virtuose Giovanni Battista Viotti, em 1782.
O violino tem
longa história na execução de músicas de raiz popular, que vem desde os seus
antecessores (como a vielle). A sua utilização tornou-se mais expressiva a
partir da segunda metade do século XV.
Stradivarius
Os violinos
Stradivarius são provavelmente os mais valiosos do mundo. Foram feitos mais de
mil instrumentos, entre eles violinos, violas, violoncelos e outros
instrumentos de cordas pelo mestre Antonio Stradivari (1644-1737), mas
actualmente restam poucos destes instrumentos. Um violino Stradivarius de 1720,
não dos mais famosos, foi comprado num leilão em Novembro de 1990 por 1,7
milhão de dólares. Em 2006 foi leiloado na casa de leilões Christie's um
Stradivarius de 1729 (Hammer) que foi arrematado por 3,5 milhões de dólares.
O Messias
O mais famoso
Stradivarius é também o mais famoso e valioso violino do mundo. O Messias foi
feito pelo mestre em 1716 e ainda hoje é o violino antigo mais preservado do
mundo, afirmado por muitos como aparentando ter acabado de ser feito.
Também foi o
único violino que Stradivari nunca vendeu, ficando em sua posse até sua morte.O
Messias se encontra no Ashmolean Museum de Oxford, Inglaterra, no salão de
musica Hill.Enquanto existem por volta 650 instrumentos Stradivarius
sobreviventes, por outro lado também existem milhares de cópias, grande parte
com marcas com a inscrição "Stradivarius", feitos em sua homenagem.[6]
Muitos milhares destes foram feitos no século XIX, com marcas que indicavam o
modelo de origem, sem pretensão de passarem por originais; porém com o passar
do tempo a história verdadeira se perdeu, a medida que estes instrumentos são
redescobertos hoje, levam seus descobridores ao engano.Um dos vários segredos
da beleza estética dos violinos de Stradivarius reside no facto de o seu
construtor os desenhar utilizando a Secção Áurea. A Secção Áurea representa um
elemento de equilíbrio estético. Já a sua qualidade sonora, mesmo com as
tecnologias existentes, nunca foi superada.
Construção
Como outros
instrumentos de cordas, os violinos são construídos por luthiers. A luthieria
ou liuteria é uma profissão artística que engloba a produção artesanal de
instrumentos musicais de corda com caixa de ressonância. Tais palavras tiveram
origem da construção do alaúde, que em italiano se chama liuto; portanto,
liutaio significa aquele que faz alaúdes.
Tradicionalmente
são instrumentos puramente acústicos, cujo som é amplificado naturalmente pela
caixa de ressonância de madeira. No entanto, existem instrumentos amplificados
eletronicamente, através de captadores ou microfones. Assim como as guitarras
eléctricas, os violinos electrificados não necessitam de caixa de ressonância.
Alguns possuem corpo maciço e outros nem possuem corpo, mas apenas molduras
para a sustentação das cordas.
Partes do
Violinol.
O violino é
guardado, normalmente, num estojo cuja forma e material podem variar. Esse
estojo contém necessariamente o violino, o arco, a resina, a almofada (ou
espaleira), uma surdina, uma flanela para limpeza e cordas sobressalentes. Pode
conter, esporadicamente, dependendo do caso, partituras, um outro arco, um
metrónomo, um higrômetro, um humidificador, um diapasão, giz para conservação
das cravelhas.
Violino -
detalhes.
Ouvidos, Efes
ou Aberturas acústicas são os orifícios que permitem aos sons (vibrações),
amplificados pelo corpo do instrumento, atingir o espaço externo e finalmente
os nossos ouvidos.
Cravelhas são
as peças de madeira (quatro, uma para cada corda), onde se fixam as cordas, e
são usadas para afinar o instrumento girando-as em sentido horário ou
anti-horário, a fim de retesar ou afrouxar as cordas. Os violinos desafinam com
facilidade, especialmente com mudanças de temperatura, ou em viagens longas. Um
violino precisa ser afinado muitas vezes até que as cordas novas se acomodem.
Cavalete é a
peça na qual se apoiam as 4 cordas distendidas. A parte inferior do cavalete -
dois pequenos pés - fica apoiada no plano harmónico do violino (tampo superior
- o inferior chama-se fundo). Pequenas ranhuras no cavalete mantêm as cordas no
lugar. O cavalete transforma as vibrações horizontais em verticais e depois
transmite as vibrações das cordas para o corpo do violino.
Cordas:
Antigamente eram feitas de tripa de carneiro. Hoje são de aço cromado ou de
material sintético, revestidas com uma fita metálica de alumínio, níquel, ou,
as melhores, de prata. A afinação padrão para as cordas seguindo por ordem de
espessura é Mi (1ª corda, a mais aguda), Lá (2ª corda), Ré (3ª) e Sol (a 4ª
corda, a mais grave).
Estandarte é
uma peça aproximadamente triangular que fixa as cordas na extremidade oposta ao
braço.Fixo é um pequeno acessório metálico que se prende no estandarte, no furo
correspondente às cordas. Possui um parafuso que ao girá-lo, permite precisão
na afinação da corda..
O Arco é
feito de madeira (os melhores em Pau-Brasil pernambucano). Fios de crina de
cavalo (ou de plástico tipo nylon) são ajustados às duas extremidades desta peça
de madeira, longa e curva, com cerca de 75 cm de comprimento. A crina de cavalo
dá uma maior qualidade ao som e o ajuste da sua tensão é feito por um parafuso
colocado no talão, a parte segurada pela mão direita do violinista. A outra
extremidade do arco denomina-se ponta. O arco do violino é como a respiração
para os cantores ou instrumentistas de sopro. Os seus movimentos e sua
articulação constituem a dicção dos sons e a articulação das células rítmicas e
melódicas. Todas as nuances sonoras, colorido e dinâmica musical do violino
estão intimamente ligadas à relação existente entre a condução do arco e a
precisão dos movimentos sincronizados da mão esquerda junto com a mão direita.
A espaleira é
um acessório utilizado para apoiar o violino ao ombro do musico. Não é um
acessório obrigatório, apesar de ser muito utilizado.
Cuidados
Mantenha o
violino afastado do sol, pois o calor pode fazer a madeira rachar ou
descolar.Passar regularmente uma flanela no violino, pois a poeira além de
desgastar o violino, diminui o tempo de duração das cordas.
Sempre limpar
as mãos antes de manusear o violino. (Isso evitará o desgaste do violino).Passar
sempre que necessário a resina nas cerdas do arco, se tocar.Afrouxar as cerdas
do arco antes de guardar o instrumento, recorrendo ao parafuso-sem-fim. Este
ponto é de grande importância dado que a vara do arco (parte da madeira) tem
uma curvatura ideal para produzir o som, quando a tensão das cerdas se mantém
exagerada por longos períodos de tempo, esta curvatura tende a desaparecer e o
arco fica então inutilizado.
Ao tocar
mantenha a postura correta.A postura errada afeta diretamente a saúde e o
desempenho do músico.De tempos em tempos faça uma revisão com um profissional
experiente.
Execução
A execução
mais comum é a fricção do arco nas cordas. Antes de tocar o instrumento, o
violinista passa sobre as cerdas uma resina chamada breu, que tem o efeito de
produzir o atrito entre as cerdas e as cordas, gerando o som. O som produzido
pelas cordas é transmitido ao corpo oco do violino, denominado caixa de
ressonância, pela alma, um cilindro de madeira que fica dentro do corpo do
violino, mais ou menos abaixo do lado direito do cavalete. A alma liga,
mecânica e acusticamente, o tampo superior ao inferior do violino, fazendo com
que o som vibre por todo o seu corpo.
Posição
Correta
Corpo ereto e
busto para frente. As pernas devem ficar um pouco abertas para estabilizar o
equilíbrio do corpo. Motivo: Quando o movimento do arco for rápido, o braço
direito terá maior facilidade para executar as notas. O peso do corpo deve
ficar apoiado nas duas pernas. Porém, em passagens mais aceleradas, pode-se
jogar o peso só no pé esquerdo.
Posição do
violino no corpo
O violino
deve ser colocado em cima da clavícula esquerda e apoiado de leve no ombro esquerdo.O
braço esquerdo deve estar na mesma direcção do pé esquerdo.
Inclinar o
violino para o lado direito. Puxar a queixeira e encostá-la no queixo, para
manter o violino horizontalmente. Não levantar nem baixar o ombro esquerdo;
deixá-lo solto. A técnica do violino é muito delicada. Forçando-se o ombro, o
movimento dos braços será impedido. Se o ombro for baixo, usar almofada
(Espaleira), para não forçar o pescoço nem o ombro. A almofada serve para
adaptar o instrumento ao corpo do aluno. A queixeira deve ser adequada a cada
pessoa para que o violinista fique bem à vontade.
Quando
segurar o violino a posição tem de ser natural, isto é, sentir o violino como
se fosse uma parte do corpo. Observadas as posições acima explicadas e o arco
tocado com leveza, liberdade, harmonia de movimentos e perpendicular em relação
à corda, é mais fácil tocar o instrumento.
Como usar a
mão esquerda
O cotovelo
esquerdo deve situar-se por baixo do tampo do violino, inclinado para a
direita. Para facilitar a movimentação dos dedos esquerdos, o pulso deve estar
na mesma direcção do antebraço e completamente relaxado.A conjuntura dos dedos
esquerdos deve estar na altura das cordas. Os 4 dedos (indicador, médio, anelar
e mínimo) devem estar encurvados. Colocá-los na direcção da corda, para depois
pousá-los.
O polegar
deve estar apoiado ao de leve no braço do violino, na direcção entre os dois
primeiros dedos (indicador e médio). O polegar deve estar assim para que os 4
dedos restantes se apoiem com a mesma força nas cordas. Se alguém tiver o
polegar maior, este sobressairá para cima do braço do violino junto à corda
sol.
Quando as
cordas forem abaixadas pelos dedos, cuidado para não endurecer as falanges dos
dedos, nem o cotovelo. Os dedos devem ser colocados sem força, de modo leve
sobre as cordas. Quando os dedos não estão sendo usados, deixá-los na posição
natural, isto é, encurvados.
Como pegar o
arco
Deixar o
braço direito solto, como se estivesse a andar. Pegar no arco com a mão direita
livre, sem modificar sua posição. Isto facilitará a movimentação do arco nas
cordas.
(Deixar todo
o peso do braço sobre o arco, como se o braço estivesse morto).Forma igual à
anterior, com as duas falanges do polegar um pouco curvadas. A extremidade do
polegar deve estar na extremidade do talão, deixando o polegar metade para a
madeira do arco e metade para o talão. O polegar deve estar perpendicular em
relação ao arco.
Segurar o
arco entre a 1ª e 2ª falanges do indicador e na 1ª falange do médio; deixar o
dedo mínimo na forma arredondada, perto do botão do arco, e segurando pela
ponta. O dedo anelar é deixado naturalmente. O polegar deve estar no meio do
dedo indicador e do médio, só que do outro lado do arco.Segurar o arco
correctamente é muito importante para uma boa execução. O indicador direito
controla a pressão do arco nas cordas, o que afecta o volume e o timbre do
instrumento. O violinista precisa manter todo o corpo relaxado, à vontade.
É importante
dizer que o dedo indicador e o dedo mínimo promovem funções importantes na
intensidade do som obtido. Estas funções são chamadas de pronação e
supinação,que são feitos através da ´´rotação´´ do ´´antebraço´´.
Pronação
A pronação é
o movimento de pressionar o dedo indicador no arco (rodar o antebraço para o
lado esquerdo gerando pressão no dedo indicador), aliviando a pressão exercida
pelo dedo mínimo (mindinho). Este movimento, juntamente com a velocidade com
que o violinista fricciona o arco nas cordas, acarretará uma maior intensidade
do som.
Supinação
A supinação é
o movimento de pressionar o dedo mínimo no arco (rodar o antebraço para o lado
direito) aliviando a pressão do dedo indicador, fazendo com que o som seja
menos intenso. NOTA: Não é necessário fazer pressão com o dedo mínimo, pois o
próprio peso do talão é suficiente para a intensidade do som.Observação: Ponta
do arco: Pronação. Talão do arco: Supinação.
É importante
para o violinista dominar estas técnicas, aliadas com outras, para uma melhor
qualidade nas execuções.
Técnicas do
Violino
Pizzicato
(beliscado) [produzido pela mão direita]: Os violinistas nem sempre usam o arco
quando tocam. O pizzicato consiste em tocar as cordas com os dedos, dando
pequenos puxões ou beliscadas. Raramente o pizzicato se estende pela melodia
inteira, e quando se lê na partitura a palavra arco os executantes interrompem
o pizzicato e voltam a usar o arco.
Vibrato
(vibrado) [produzido pela mão esquerda]: Uma das importantes técnicas de
instrumentos de cordas. Existem 3 tipos de vibrato: o de dedo, o de punho e o
de braço. Consiste em fazer o som vibrar, formando uma flutuação mínima na
afinação da nota, para cima e para baixo. O vibrato de dedo é para passagens
mais rápidas. O de punho é o mais comum, e o de braço é para expressar com
certa força, paixão, drama um trecho. É usado sobretudo em notas longas.
Corda dupla
[técnica de arco]: Significa tocar, ao mesmo tempo, em duas, três cordas ou até
mesmo quatro cordas, e consequentemente duas, três ou quatro notas (sob a forma
de acordes), de uma só vez. É possível tocar três ou quatro cordas simultaneamente,
sob a forma de acordes, porém pode-se sustentar apenas duas adjacentes.
Harmónico ou
Flautado [produzido pela mão esquerda]: Notas suaves produzidas pelo toque
muito leve com a polpa dos dedos em pontos estratégicos sobre a corda. Assemelham-se
às notas da flauta e são usadas com mais frequência na música moderna.Glissando
(deslizando)[produzido pela mão esquerda]: O violinista escorrega o dedo sobre
a corda, tocando todas as notas dentro do intervalo tocado, o que permite que
todos os sons interpostos sejam ouvidos. Os glissandi aparecem quase
exclusivamente nas músicas do século XX.
Sul
ponticello (sobre o cavalete)[técnica de arco]: Indica que o violinista deve
passar o arco próximo ao cavalete, o que origina um som de timbre brilhante e estridente.
Sul tasto
(sobre o espelho) [técnica de arco]: Indica que o violinista deve tanger o arco
próximo ao espelho, o que origina um timbre velado e mais suave.Col legno -
Termo italiano que significa Com a Madeira. Este golpe de arco consiste na rotação
da vara de modo a percutir as cordas com a madeira da mesma. Frequentemente
utilizado em orquestra.
Fonte
Wikipédia
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