PAULO
TESTIFICA EM ROMA
Atos
27.18-25.
18 - Andando nós agitados por uma
veemente tempestade, no dia seguinte, aliviaram o navio.
19 - E, ao terceiro dia, nós mesmos,
com as próprias mãos, lançamos ao mar a armação do navio.
20 - E, não aparecendo, havia já muitos
dias, nem sol nem estrelas, e caindo sobre nós uma não pequena tempestade,
fugiu-nos toda a esperança de nos salvarmos.
21 - Havendo já muito que se não comia,
então, Paulo, pondo-se em pé no meio deles, disse: Fora, na verdade, razoável,
ó varões, ter-me ouvido a mim e não partir de Creta, e assim evitariam este
incômodo e esta perdição.
22 - Mas, agora, vos admoesto a que
tenhais bom ânimo, porque não se perderá a vida de nenhum de vós, mas somente o
navio.
23 - Porque, esta mesma noite, o anjo
de Deus, de quem eu sou e a quem sirvo, esteve comigo,
24 - dizendo: Paulo, não temas! Importa
que sejas apresentado a César, e eis que Deus te deu todos quantos navegam
contigo.
25 - Portanto, ó varões, tende bom
ânimo! Porque creio em Deus que há de acontecer assim como a mim me foi dito.
. A Igreja de Cristo segue vitoriosa, e
você faz parte dessa Igreja, por isso não deixe de dar continuidade a
evangelização dos povos. Creia que a principal e mais urgente missão da Igreja
é a evangelização dos povos e nações.
Na lição de hoje estudaremos a respeito
da viagem de Paulo a Roma. Veremos que essa não foi uma viagem fácil. Paulo
enfrentou grande perigo, todavia o Senhor o guardou e o levou em segurança até
o seu destino final. Em Roma, Paulo ficou em prisão domiciliar e teve a
oportunidade de se reunir com os líderes da comunidade judaica, testemunhando
de Cristo e dando continuidade à obra do Senhor.
Professor, para a lição de hoje
sugerimos que você reproduza o quadro abaixo. Utilize-o ao concluir o primeiro
tópico. Junto com os alunos reflita sobre o que aconteceu com Paulo durante
essa viagem. Enfatize o fato de que Júlio, o oficial do exército romano,
demonstrou ter consideração e respeito por Paulo (27.3), tendo, inclusive,
ajudado o missionário durante o naufrágio (27.43).
Palavra Chave
Testemunha: [Do gr. martyr; do lat.
testimonia]. O que atesta a veracidade de um fato.O apóstolo Paulo não era
prisioneiro de César ou de Roma; era-o de Cristo (Ef 3.1; Fm 9). Do relato
lucano, concluímos: os fatos que o conduziram a Roma não eram incidentais, mas
propositais, pois foram dirigidos por Deus (At 23.11). Se era urgente fosse o
evangelho anunciado em Jerusalém, a capital religiosa dos judeus, era premente
que a palavra da salvação alcançasse Roma, a capital política do Império.
Assim chega o evangelho à capital do
Império Romano. O mensageiro na verdade achava-se preso, mas a mensagem da cruz
tinha livre curso em Roma, Ninguém era capaz de detê-la. A Palavra de Deus
avançava sem impedimento algum.
I. VIAGEM DE PAULO A ROMA (At 27.1 —
28.10)
Constrangido a apelar para César, o
apóstolo Paulo é conduzido agora pelas autoridades romanas à capital do
império. O que parecia um simples traslado de preso, haveria de ser registrado
pela história como o início da maior expansão do Cristianismo que, conquistando
toda a Europa Ocidental, não tardaria a chegar aos pontos mais ignorados do
planeta.
1. De Cesareia a Roma (27.1-44). Em sua
viagem, o apóstolo conta com a assistência de Lucas e de um crente macedônio
chamado Aristarco (ver 19.29; 20.4; Cl 4.10; Fm 24). Como diz o sábio rei de
Israel, é na angústia que nasce o irmão (Pv 17.17; 18.24). Além disso, o
centurião que lhe cuida da segurança, trata-o com deferência e humanidade.
Permite-lhe inclusive que visite a igreja em Sidom. Quando Deus nos envia, até
os inimigos fazem-se amigos e os amigos tornam-se irmãos.
Açoitada pela voragem do mar, segue a
nau lenta e dificultosamente até Mirra, na Lícia. Desta cidade, zarpam em
direção da Itália em um navio procedente de Alexandria. Embora prisioneiro, o
apóstolo mantém o controle da situação. Mostra uma autoridade moral e
espiritual que viria a surpreender a todos naquela nau. Haja vista a
advertência que faz ao centurião quanto aos perigos que os aguardavam em seu
trajeto a Roma. O militar, que de início prefere ouvir o piloto a Paulo,
ver-se-á mais adiante obrigado a reconhecer a oportunidade de seu conselho.
2. Paulo na ilha de Malta (At 28.1-10).
Forçados a desembarcar em Malta, localizada ao sul da Sicília, todos são
tratados com singular bondade pelos naturais da terra. Ali, opera o Senhor, por
intermédio de Paulo, sinais e maravilhas. Aquele que se mostrara imune à víbora
que se achava oculta nos gravetos, cura o pai de Públio, magistrado local, e
recupera a saúde a muitos ilhéus. Dessa maneira, semeia Paulo uma igreja que
não tardaria a florescer. Apesar das dificuldades que você enfrenta, querido
missionário, Deus quer operar o sobrenatural por seu intermédio.
3. Paulo chega a Roma (At 28.11-15).
Decorridos três meses, o navio que conduziria Paulo a Roma, zarpa generosamente
suprido pelos malteses. Desembarcam em Siracusa, chegam a Régio e aportam em
Putéoli. Aqui, instados pelos irmãos, o apóstolo juntamente com seus
companheiros hospedam-se por sete dias.
Já em Roma, encontra-se com alguns
irmãos na praça de Ápio. O Senhor jamais abandona os seus mensageiros, mesmo
distantes da pátria querida, faz-nos Ele sentir-nos em casa. Você passa por
alguma provação? Parece que o trabalho não avança? Não se deixe abater. A
Palavra de Deus jamais voltará vazia. Você ficará surpreso com o que o Cristo
está para realizar através de seu ministério. Paulo sofreu um naufrágio em sua
viagem a capital do império romano, porém, Deus guardou a vida do seu servo,
livrando-o da morte.
II. O EVANGELHO É PROCLAMADO NA CAPITAL
DO IMPÉRIO (At 28.16-31)
Se o Senhor decretou fosse o evangelho
conhecido em toda a Roma, por que manteve encarcerado o seu maior campeão?
Neste momento, talvez esteja você aprisionado a entraves burocráticos dentro e
fora de nossas fronteiras. Não se desespere. Ninguém haverá de algemar a
mensagem da cruz. Não há protocolo capaz de barrar a vontade de Deus.
1. Prisão domiciliar (28.16). Como não
recaía sobre Paulo nenhuma acusação de crime capital, era-lhe permitido morar
por sua própria conta. Apesar de vigiado por um soldado, tinha liberdade de
ler, escrever, receber visitas e, naturalmente, evangelizar. Terá aquele
militar se convertido a Cristo? Não tenho dúvidas. Mesmo sem liberdade, o
Senhor deixa-nos livres para realizar a sua obra.
2. Apologia entre os judeus (28.17-22).
De sua prisão domiciliar, Paulo convoca os líderes da comunidade judaica para
expor-lhes os eventos que o trouxeram sob algemas a Roma. Como apóstolo dos
gentios, aproveita ele para anunciar que Jesus era, de fato, o Messias de
Israel. Alguns deixam-se persuadir, outros preferem continuar na incredulidade.
Entre os gentios, contudo, o evangelho põe-se a expandir até mesmo na elite romana.
Na exposição da Palavra de Deus, seja um autêntico apologeta. Apresente, com
mansidão e firmeza, as razões da esperança cristã.
3. Progresso do evangelho em Roma
(28.23-31). Roma era o centro político, econômico e cultural do mundo. Apesar
de sua grandeza e não obstante a sua importância, a cidade fizera-se notória
pela lassidão moral e pela degenerescência de seus costumes. Em seus termos, os
cultos mais extravagantes e as mais exóticas religiões. E os deuses
encontradiços em cada praça e logradouro?
Gente de toda parte misturava-se pelas
ruas de Roma. Berço de notáveis oradores, políticos, generais e juristas, era a
cidade marcada pela injustiça, ignorância e por uma soberba tola e animalesca.
Haja vista as deferências cultuais que recebiam imperadores como Nero e
Calígula.
Todavia, ali estava um poder que
haveria de sobrepor-se sobre a todos os mais afamados símbolos e potentados
romanos: o Evangelho de Cristo Jesus. Haveria este de avançar com muito mais
determinação do que as mais aguerridas legiões romanas. Avançaria sim e
conquistaria nações sem impedimento algum. Paulo foi conduzido pelas
autoridades até Roma. Ali, em prisão domiciliar, ele pregou o evangelho de
nosso Senhor Jesus Cristo.
Se Lucas deixa em aberto os Atos dos
Apóstolos, por que iríamos nós fechar as portas que o Espírito Santo nos abre
todos os dias? Sim, portas à evangelização nacional e portas às missões
transculturais. Aproveitemos, pois, o Centenário das Assembleias de Deus no
Brasil, para dar continuidade à evangelização dos povos. Atos 1.8 é uma
ordenança que não pode ser esquecida. Se nos dispusermos a ir, todos os
impedimentos ser-nos-ão tirados.
Paulo em meio à tempestade
“A experiência de Paulo na tempestade,
dentro da vontade de Deus, contrasta com a de Jonas, que estava em
desobediência. Comparando as duas, notamos: Paulo viajava para cumprir sua
sagrada vocação. Jonas fugia da chamada que recebeu. Este se escondeu e dormiu
durante a tempestade. Aquele dirigia as operações e encorajava os passageiros.
A presença de Jonas no navio era a causa da tempestade. O navio em que Paulo
viajava seria preservado de todo dano se os tripulantes respeitassem seu aviso
(At 27.9,10). Jonas foi forçado a dar testemunho acerca de Deus (Jn 1.8,9).
Paulo, com boa vontade e coragem, falou acerca da sua visão e do seu Deus. A
presença de Jonas no navio ameaça a vida dos gentios. A presença de Paulo era
uma garantia para a vida dos seus companheiros de viagem. O navio em que Jonas
viajava recebeu alívio quando ele foi jogado no mar. A conversão de Paulo
salvou a tripulação do navio no qual era prisioneiro. Há muita diferença em
atravessar uma tempestade dentro e fora da vontade de Deus! Paulo, andando
segundo o querer de Deus, em comunhão com Ele tornou-se bênção para todos
quantos atravessavam o perigo com ele. Conforme Paulo anunciou, todos escaparam
ilesos para a terra. Ficaram na ilha durante o inverno, um período de três
meses. Mais uma vez foi manifestada a presença de Deus através de Paulo”
(PEARLMAN, M. Atos. 1.ed., RJ: CPAD, 1995, pp. 248-49).
Auxílio
Geográfico
• Malta — “A ilha e pequena,
com cerca de 29 quilômetros de extensão e 13 de largura. Está situada entre a
Silícia e a costa africana. Provavelmente, seja o local identificado como a
‘baía de São Paulo’. Na época de Paulo, Augusto alojou, no local, veteranos
aposentados do exército. A população falava, além do grego, sua língua original
fenícia” (RICHARDS. L. O. Guia do Leitor da Bíblia. Uma análise de Gênesis a
Apocalipse capítulo por capítulo. 1.ed., RJ: CPAD. 2005, p.733).
• Roma — “Antiga rainha do
mundo, acha-se edificada às margens esquerdas do Rio Tibre, sobre sete colinas.
A cidade é mencionada nos Atos, na Epístola de Paulo aos Romanos e na Segunda
Epístola a Timóteo.
No tempo de Pompeu, muitos foram os
judeus levados a Roma como cativos. Para eles, o governo reservara um
território na margem direita do Tibre. Apesar de desfrutarem dos favores de
Júlio César e Augusto, foram os judeus perseguidos por Cláudio que resolveu
expulsá-los da capital do império (At 18.2).
Muitos, todavia conseguiram permanecer
em Roma, pois quando Paulo aqui chegou, como prisioneiro do Império, encontrou
uma considerável colônia judaica (At 28.17)” (ANDRADE, C. Geografia Bíblica. A
geografia da Terra Santa é uma das maneiras mais emocionantes de se entender a
história sagrada. 11.ed., RJ: CPAD, 2001, p.248).
SUBSIDIO ADULTOS
CPAD
AS VIAGENS MISSIONARIA DE PAULO
Atos
13.1-5,46-49.
1 - Na igreja que estava em Antioquia
havia alguns profetas e doutores, a saber: Barnabé, e Simeão, chamado Níger, e
Lúcio, cireneu, e Manaém, que fora criado com Herodes, o tetrarca, e Saulo.
2 - E, servindo eles ao Senhor e
jejuando, disse o Espírito Santo: Apartai-me a Barnabé e a Saulo para a obra a
que os tenho chamado.
3 - Então, jejuando, e orando, e pondo
sobre eles as mãos, os despediram.
4 - E assim estes, enviados pelo
Espírito Santo, desceram a Selêucia e dali navegaram para Chipre.
5 - E, chegados a Salamina, anunciavam
a palavra de Deus nas sinagogas dos judeus; e tinham também a João como
cooperador.
46 - Mas Paulo e Barnabé, usando de
ousadia, disseram: Era mister que a vós se vos pregasse primeiro a palavra de
Deus; mas, visto que a rejeitais, e vos não julgais dignos da vida eterna, eis
que nos voltamos para os gentios.
47 - Porque o Senhor assim no-lo
mandou: Eu te pus para luz dos gentios, para que sejas de salvação até aos
confins da terra.
48 - E os gentios, ouvindo isto,
alegraram-se e glorificavam a palavra do Senhor, e creram todos quantos estavam
ordenados para a vida eterna.
49 - E a palavra do Senhor se divulgava
por toda aquela província.
Na lição de hoje, “acompanharemos” o
apóstolo Paulo em suas emocionantes viagens missionárias. A Igreja Primitiva
cumpriu a Grande Comissão enviando Paulo e Barnabé para a obra que o Senhor os
chamara. Assim, Paulo alcançou as nações de sua época. Nós, como Igreja do
Senhor, também devemos fazer a nossa parte, pois ainda existem muitas nações e
povos que precisam ser alcançados com o Evangelho de Cristo. Atualmente na
“Janela 10x40” existem milhares de pessoas que se encontram em trevas
espirituais. Como elas ouvirão o Evangelho se não há quem pregue? (Rm 10.14). E
como pregarão, se a Igreja do Senhor não enviar e sustentar os missionários?
(Rm 10.15). Ouçamos a voz do Espírito Santo, pois Ele continua a falar à sua
Igreja: “Separai meus servos para a obra que os tenho chamado”.
Professor, para a lição de hoje será
necessário providenciar os mapas das viagens paulinas. É quase impossível falar
das viagens missionárias sem o auxílio de mapas. Ao falar das cidades,
localize-as no mapa mostrando aos alunos. Sugerimos também a reprodução do
quadro abaixo. Utilize-o fazendo um resumo dos principais acontecimentos das
viagens missionárias de Paulo.
Palavra Chave
Missão: Transmissão consciente e
planejada das Boas Novas de Cristo além fronteiras nacionais e culturais.A
Igreja Primitiva evangelizou o mundo gentio em aproximadamente trinta anos. O
imperativo missionário de Atos 1.8 era, e sempre será, uma demanda que não
admite contestação ou indolência. Movidos pelo Espírito Santo, os discípulos
saíram a evangelizar e a discipular a todos os povos. Nenhuma nação deixou de
ser contemplada.
I. A PRIMEIRA VIAGEM MISSIONÁRIA (At 13
— 14)
1. De Antioquia a Chipre (At 13.1-12).
A primeira viagem missionária de Paulo ocorre logo após ter sido ele
comissionado pelo Espírito Santo (vv.2,3). Orientado pelo mesmo Espírito, o
apóstolo, juntamente com Barnabé, embarca em Selêucia, porto marítimo de
Antioquia, em direção à Ásia Menor (v.4). Com isto, Lucas demonstra ser o
Espírito de Cristo o verdadeiro protagonista de Atos dos Apóstolos (v.9).
Já em Chipre, cidade natal de Barnabé
(At 4.36), desembarcam em Salamina, onde havia uma considerável população
judaica. Ali anunciam a Palavra do Senhor à sinagoga local. Depois, viajando em
direção à ilha de Pafos, proclamam o Evangelho de Cristo às suas aldeias e
povoados.
2. De Chipre a Antioquia da Pisídia (At
13.13-52). De Pafos, subindo o rio Cestro, Paulo chega a Perge, região da
Panfília, cuja população era devota de Diana (Ártemis). Após uma viagem de 160
quilômetros, o apóstolo chega a Antioquia da Pisídia, onde havia uma grande
comunidade judaica e um posto militar romano.
Na sinagoga local, Paulo proclama o
evangelho aos judeus da Diáspora, conduzindo muitos à conversão. Não poucos
prosélitos também aderem à fé. No sábado seguinte, uma grande multidão
congrega-se, a fim de ouvir a Palavra de Deus. Os judeus incrédulos, porém,
saem a blasfemar e a incitar a cidade contra o apóstolo.
3. De Icônio ao regresso a Antioquia
(At 14.1-28). Localizada no entroncamento de Éfeso, Tarso e Antioquia, era
Icônio uma cidade mui estratégica à difusão do evangelho. Como de costume,
Paulo põe-se a evangelizar os judeus da dispersão. Muitos crêem. Outros,
porfiando em sua incredulidade, incitam as gentes contra os apóstolos.
Temendo por suas vidas, Paulo e Barnabé
deixam Icônio e dirigem-se a Listra e a Derbe, cidades da Licaônia.
Em Listra, que tinha como padroeiro a
Zeus, o maioral dos deuses gregos, os apóstolos pregam e restauram a saúde a um
coxo de nascença. Abismados pelo milagre, os licaônios atribuíram o prodígio à
manifestação de Zeus e Hermes (At 14.11,12). E já completamente fora de si,
puseram-se a oferecer sacrifícios aos apóstolos que, energicamente,
impediram-nos (At 14.15).
Logo em seguida, os que eram adorados
como deuses são tratados como a escória da humanidade. Uma multidão, procedente
de Antioquia e Icônio, incita as pessoas a apedrejarem a Paulo, que é dado como
morto (At 14.19). No entanto, a semente ali plantada haveria de florescer e
frutificar.Logo depois de serem comissionados pelo Espírito Santo, a igreja de
Antioquia enviou Paulo e Barnabé em sua primeira viagem missionária.
II. A SECUNDA VIAGEM MISSIONÁRIA (At
15.36 — 18.28)
1. Em direção à Ásia (15.36 — 16.8).
Após a ruptura com Barnabé, prossegue Paulo na companhia de Silas, que também
era profeta (At 15.32). Em Listra, une-se a eles um jovem greco-hebreu —
Timóteo, a quem o apóstolo escreveria duas epístolas.
Deixando Antioquia, passaram pela Síria
e Cilicia. Confortando as igrejas na fé, informando-as acerca da resolução do
Concílio de Jerusalém (16.4,5). Em ato contínuo, atravessam a região da Frígia
e da Galácia. Mas o Espírito Santo, sempre na direção dos atos de seus
apóstolos, interrompe-lhes a jornada, conduzindo-os por um itinerário que
haveria de mostrar-se vital à expansão do Cristianismo.
2. Em direção à Europa (16.12 — 18.18).
Em Trôade, Paulo é orientado, numa visão, a seguir para a Macedônia. Rumo a
Filipos, passa pela Samotrácia e por Neápolis, até chegar a Filipos. Esta foi a
primeira cidade da Europa a receber o evangelho. E Lídia, a primeira européia a
receber a Cristo, constrange os apóstolos a hospedarem-se em sua casa.
Nessa cidade, Paulo expulsa o espírito
de adivinhação de uma jovem que, por intermédio desse artifício, dava grandes
lucros a seus senhores (At 16.16-18). Vendo estes que a fonte de seu ganho
secara, incitaram a cidade contra os apóstolos que, levados ao tribunal, foram
postos em prisão.
No cárcere, Paulo e Silas adoravam a
Deus quando um terremoto abriu-lhes as portas da cadeia. O episódio constrangeu
o carcereiro e toda a sua família a converterem-se a Cristo (At 16.31). Já
libertos, seguiram eles a Tessalônica, passando por Anfípolis e Apolônia. E
dali, prosseguiram a pé por 64 quilômetros até a cidade.
3. Regresso (18.18-22). De Atenas,
dirigiu-se Paulo a Corinto, a mais importante metrópole da Grécia. Na cidade,
fez contatos com Áquila e Priscila. Aos sábados, consagrava-se ele a proclamar
o evangelho aos judeus e gentios ali residentes. Seu grande esforço resultou na
conversão do principal da sinagoga — o irmão Crispo. A permanência de Paulo em
Corinto foi de um ano e seis meses. Despedindo-se da igreja ali estabelecida,
dirigiu-se a Éfeso, na província da Lídia. Em seguida, retorna a Antioquia via
Jerusalém.O Espírito Santo conduz o apóstolo Paulo a realizar sua segunda
viagem missionária.
III. TERCEIRA VIAGEM MISSIONÁRIA (At
18.23 — 28.31)
1. De Antioquia a Macedônia (18.23 —
20.3). De Antioquia, Paulo dirigiu-se a Éfeso, objetivando confirmar a igreja
local. Como alguns discípulos nada sabiam sobre o Espírito Santo, pôs-se o
apóstolo a doutriná-los acerca da Terceira Pessoa da Santíssima Trindade. Em
seguida, orou para que o Espírito de Deus sobre eles viesse. Imediatamente,
começaram a falar noutras línguas e a profetizar.
Como resultado de seu trabalho, a
superstição é vencida na cidade.
2. De Filipos a Jerusalém (20.6 —
21.17). Nessa seção de Atos, Paulo encerra a sua terceira viagem missionária.
Visita a Macedônia e a Grécia. Logo a seguir, retorna a Ásia (20.1-6). Alguns
fatos marcaram-lhe o regresso: seu longo discurso, a ressurreição de Êutico e o
comovente discurso aos anciãos de Éfeso. Apesar de alertado divinamente sobre
os perigos que o aguardavam em Jerusalém, chega à Cidade Santa.
3. Paulo em Jerusalém. Em Jerusalém,
Paulo reúne os anciãos da Igreja em casa de Tiago e narra o que Deus fizera aos
gentios através de seu ministério. Ante o relato, os presbíteros preocupam-se
com a reação dos judeus a respeito de Paulo. O temor não era infundado: Paulo é
acuado e agredido pela multidão. Todavia, o Senhor preserva-lhe a vida,
providenciando para que seja levada a Roma, onde era mister que proclamasse o
evangelho.
O Espírito Santo conduzia Paulo de
cidade em cidade, fortalecendo-o para que realizasse sua terceira viagem
missionária.
Nas viagens missionárias de Paulo,
vemos clara e meridianamente os Atos do Espírito Santo. Sim, o Espírito Santo
continua a operar maravilhas no campo missionário, fazendo o evangelho chegar
aos confins da terra. Quando intimado pelo Senhor, não se furte. Responda: “Eis-me
aqui, envia-me a mim”.
A Primeira Viagem Missionária
“[...] como pôde o apóstolo Paulo, em
tão pouco tempo, evangelizar os principais centros do Império Romano e,
finalmente, instalar-se em Roma com a irresistível mensagem do Evangelho? Ou
melhor: como pôde um único homem revolucionar toda a sua época? A resposta não
exige muita abstração. Em primeiro lugar, era Paulo um mensageiro
extraordinário do Senhor, através do qual foi o evangelho universalizado. Além
disso, utilizou-se ele da infra-estrutura do império para viajar de cidade em
cidade, de província em província e de reino em reino. Providencialmente, não
precisava de nenhum passaporte especial: era um cidadão romano. Somente um
Deus, que é a mesma sabedoria, haveria de predispor todas as coisas a fim de
que a mensagem da cruz chegasse aos confins da terra. [...] Em Antioquia, o
apóstolo Paulo desempenhou uma importante etapa de seu ministério. E daqui,
partiu ele para a sua primeira viagem missionária. Após o Concílio de
Jerusalém, retornou à cidade com as resoluções tomadas pelos apóstolos e
anciãos (At 15.23). Sua segunda viagem missionária também teria Antioquia como
ponto de partida. Atualmente, Antioquia não passa de uma modesta povoação. Para
nós, no entanto, será conhecida sempre como a igreja missionária por
excelência” (ANDRADE, C. Geografia Bíblica. 11.ed. RJ: CPAD, 2001, pp.227-29).
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