Lição 2 – Abraão, o amigo de Deus
JUNIORES 2016 TERCEIRO TRIMESTRE
De certa
forma, amigo é alguém com o qual desfrutamos de uma grande intimidade, a quem
contamos nossos segredos sem a preocupação de ficarmos expostos! Jamais teremos
em nosso rol de amigos pessoas nas quais não confiamos! A relação de amizade
será também uma relação de confidências, onde se encontra apoio, consideração,
ajuda.
Objetivo
Professor (a) ministre sua aula de forma que ao
término, seu aluno compreender que Deus nos ama muito, e é nosso melhor amigo.
Basta que confiemos Nele e obedecemos seus conselhos.
Memorizando
“Já não
os chamo servos, porque o servo não sabe o que o seu senhor faz. Em vez disso,
eu os tenho chamado amigos, porque tudo o que ouvi de meu Pai eu lhes tornei
conhecido”.( Jo 15.15– NVI).
Texto
bíblico em estudo: Gn 15.6;18.9-14; 21.1-4
O privilégio de ser amigo de Deus
A palavra "amigo", vem do grego
"filov - philos", e significa "ser amigável a alguém",
"desejar a ele tudo de bom", "companheiro". No dicionário
eletrônico Michaelis da UOL, temos: "Indivíduo unido a outro por amizade",
"colega", "companheiro", "defensor",
"protetor".
De certa forma, amigo é alguém com o qual
desfrutamos de uma grande intimidade, a quem contamos nossos segredos sem a
preocupação de ficarmos expostos! Jamais teremos em nosso rol de amigos pessoas
nas quais não confiamos! A relação de amizade será também uma relação de
confidências, onde se encontra apoio, consideração, ajuda. É por esta razão que
a traição vinda por um amigo é a pior das traições.
Queremos abordar hoje, o relacionamento de
amizade que existia entre o patriarca Abraão e o Deus de Poder. Observe que não
foi Abraão que se colocou em lugar de "amigo de Deus", mas foi Deus
quem o qualificou como amigo. Deus reconhecia em Abraão um amigo para o qual
podia confidenciar os mais profundos segredos – "E disse o Senhor:
Ocultarei eu a Abraão o que faço?" (Gn 18.17).
Virtudes que qualificaram Abraão a se tornar
"amigo de Deus"
1. Sua Fé
A Palavra de Deus nos ensina que “... a fé é o
firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que não se
vêem" (Hb 11.1). Esta definição de fé é dentro do que poderíamos chamar de
"padrão de Deus".
Observe no versículo duas expressões
significativas:
Coisas que se esperam – fé é esperança!
Coisas que não se vêem – fé é ver o invisível.
Será que estas duas expressões poderiam
qualificar a fé sob o ponto de vista humano? Certamente que não. Isto devido a
nossa fragilidade! Nossa fé é fraca e muitas vezes precisamos dizer como um pai
em desespero disse a Jesus “... ajuda a minha incredulidade" (Mc 9.24).
Porém ao olharmos para Abraão iremos encontrar
nele uma fé sem precedentes na história! Não é por acaso que ele é chamado nas
Escrituras de "Pai da Fé" – “... para que fosse pai de todos os que
crêem...", Rm 4.11. Sua fé foi demonstrada em muitos episódios narrados na
Palavra de Deus. Vejamos pelos menos dois fatos:
a) Em sua saída para peregrinar em Canaã, Hb
11.8, "Pela fé Abraão, sendo chamado, obedeceu, saindo para um lugar que
havia de receber por herança; e saiu, sem saber para onde ia. Pela fé peregrinou
na terra da promessa, como em terra alheia, habitando em tendas com Isaque e
Jacó, herdeiros com ele da mesma promessa; porque esperava a cidade que tem os
fundamentos, da qual o arquiteto e edificador é Deus".
Veja que Abraão, deixou tudo – família, bens,
propriedades, e partiu sem saber para onde ia, apenas confiando naquele que lhe
dera a missão. Aos olhos humanos seria uma tolice! Deixou todo conforto de uma
classe média da época para viver como peregrino em terra estranha!
b) No sacrifício de Isaque, Hb 11.17-19,
"Pela fé Abraão, sendo provado, ofereceu Isaque; sim, ia oferecendo o seu
unigênito aquele que recebera as promessas, e a quem se havia dito: Em Isaque
será chamada a tua descendência, julgando que Deus era poderoso para até dos
mortos o ressuscitar; e daí também em figura o recobrou".Todos sabemos das
dificuldades de Sara para engravidar. Aos noventa anos, quando sua vida fértil
já havia cessado, Deus promete a Abraão que do ventre estéril, infértil,
nasceria um filho, de onde surgiria uma grande nação. Esta promessa foi
cumprida com o nascimento de Isaque Porém num determinado dia, quando Isaque já
era jovem, Deus o pede em sacrifício.
Qual foi a reação de Abraão? Poderia ele ter
questionado, uma vez que o Senhor iria agora destruir as esperanças de sua
descendencia. Porém, Abraão ofereceu Isaque, com a convicção de que Deus o
poderia ressuscitar, não deixando que a promessa se escoasse ralo abaixo. Ele
se manteve firme naquele que lhe dera a promessa!Como filhos de Deus, que tipo
de fé temos praticado? Temos crido nas promessas divinas exaradas nas páginas
das Escrituras? Devemos ter a fé de Abraão, crer no invisível. Em Romanos temos
uma expressão significativa para descrever a fé do patriarca – "...o qual,
em esperança, creu contra a esperança, para que se tornasse pai de muitas
nações", Rm 4.18. Não havia qualquer esperança para uma gravidez de Sara.
Crer contra a esperança é crer que o impossível poder ser realizado! Quando
achamos que tudo está perdido, ainda nos resta Deus e sua Palavra! Confiemos!
2. Sua obediência incondicional
A obediência a Deus e sua Palavra é outra coisa
que nós como filhos de Deus somos deficientes. Como é difícil obedecer! Me
recordo aqui de um texto importante que nos fala sobre a obediência de Cristo –
"...ainda que era Filho, aprendeu a obediência por meio daquilo que
sofreu" (Hb 5.8). Ora, irmãos, se Cristo como homem precisou aprender a
obedecer através de seu sofrimento, muito mais nós, temos muito a aprender na
questão da obediência devida a Deus.
Somente através da obediência podemos agradar a
Deus! Deus não compactua com rebeldes, com desobedientes. A palavra de Deus nos
fala que "fomos eleitos para a obediência" – "eleitos segundo a
presciência de Deus Pai, na santificação do Espírito, para a obediência e
aspersão do sangue de Jesus Cristo" (1 Pe 1.2). Se somos de fato
convertidos, renascidos pela Palavra e Espírito de Deus, devemos nos portar
como "filhos obedientes".
Na área da obediência, temos muito a aprender
com Abraão. Analisemos as mesmas passagens citadas acima envolvendo sua
obediência a Deus:Partiu, pois Abrão, como o Senhor lhe ordenara" (Gn
12.4). "Partiu sem saber para onde ia" (Hb 11.8).
Alguma vez, pela ordem de Deus já fizemos uma
loucura semelhante? No mínimo, Abraão poderia perguntar: Para onde vou? O que
fazer? Qual será a minha missão? No entanto, ele saiu apenas obedecendo a ordem
de Deus para peregrinar numa terra estranha, na esperança de que aquela terra
seria dada futuramente aos seus descendentes. Abraão simplesmente creu na
promessa divina!
Deus quer que seu filhos sejam obedientes em
tudo, crendo que Ele tem o melhor para nós. É este tipo de obediência que
encontramos em Paulo, prostrado na estrada de Damasco – "Que farei
Senhor"? (At 22.10). Foi esta também a postura de Maria ao receber a
mensagem do anjo – “... Eis aqui a serva do Senhor; cumpra-se em mim segundo a
tua palavra" (Lc 1.38). Embora Paulo não soubesse o que viria pela frente
– seria transformado de "perseguidor" em "perseguido" - e
Maria tivesse vendo sua reputação ir por água abaixo por gerar um filho sem
pai, numa sociedade repressiva, ambos obedeceram a Deus contra todas as
circunstâncias.
"Prosseguiu Deus: Toma agora teu filho; o
teu único filho, Isaque, a quem amas; vai à terra de Moriá, e oferece-o ali em
holocausto sobre um dos montes que te hei de mostrar. Levantou-se, pois, Abraão
de manhã cedo, albardou o seu jumento, e tomou consigo dois de seus moços e
Isaque, seu filho; e, tendo cortado lenha para o holocausto, partiu para ir ao
lugar que Deus lhe dissera" (Gn 22.2-3).
Observe a postura de Abraão frente à ordem
divina para que entregasse seu filho Isaque ao sacrifício. Novamente,
encontramos Abraão sendo testado em sua obediência. Alguns questionamentos
poderiam ter lugar aqui, como por exemplo: "Senhor, este não é o filho da
promessa?". "Se ele morrer, não morrerá também a esperança da ‘grande
nação’?"Porém, Abraão simplesmente obedeceu!
Precisamos deixar de reclamar, resmungar e
atentarmos para a voz de Deus! Muitos crentes acabam entrando pelo caminho da
frustração, do descontentamento e do desassossego por negligenciarem a
obediência. Ao sermos desobedientes, corremos o risco de perder privilégios,
como aconteceu com muitos filhos de Deus no passado, que não puderam desfrutar
da terra da promessa – "E a quem jurou que não entrariam no seu descanso,
senão aos que foram desobedientes?" (Hb 3.18).
Aprendamos com Abraão que vale a pena obedecer a
Deus! Aquele que obedece é honrado pelo Senhor!
3. Seu temor a Deus
Temor a Deus, eis algo difícil para nós! Dizemos
que tememos a Deus, mas quando temos oportunidade de demonstrar isto na
prática, observamos o quanto precisamos aprender sobre a questão. Quantas vezes
fazemos a obra de Deus fraudulentamente (Jr 10.48), pela falta de temor? Deus
se alegra quando seu povo O teme! Devemos lembrar que ter "temor" não
é o mesmo que ter "medo de Deus", mas sim reverenciá-lo com as honras
que lhes são devidas!
Abraão demonstrou na prática o seu temor a Deus,
quando deu Isaque em sacrifício! Devemos lembrar que Isaque era tudo o que Ele
tinha - seus propósitos, sua esperança na velhice, a continuação de sua
descendência, etc. No entanto, quando Isaque foi requisitado para o sacrifício,
Abraão o ofereceu instantaneamente. Quando amamos e tememos a Deus, oferecemos
a ele tudo o que somos e tudo o que temos!
Um fato digno de nota foi o reconhecimento de
Deus logo após o ato de Abraão para sacrificar Isaque – "...porquanto
agora sei que temes a Deus, visto que não me negaste teu filho, o teu único
filho" (Gn 22.12). Eis o temor demonstrado na prática – a entrega do arrimo,
da muleta, do meu tudo! Temer a Deus é acima de tudo, demonstrar confiança! É
saber que embora possamos perder tudo, ganhamos a graça de Deus, que nos é
suficiente – "A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na
fraqueza" (2 Co 12.9).
Não precisamos dizer que aquele que teme a Deus,
é abençoado por Ele de todas as maneiras. Senão, vejamos algumas delas:Quem
teme a Deus é coroado com sabedoria, Sl 111.10, "O temor do Senhor é o
princípio da sabedoria; têm bom entendimento todos os que cumprem os seus
preceitos; o seu louvor subsiste para sempre".Quem teme a Deus, terá seus
dias prolongados, Pv 10.27, "O temor do Senhor aumenta os dias; mas os
anos os ímpios serão abreviados".Quem teme a Deus será guardado dos laços
da morte, Pv 14.27, "O temor do Senhor é uma fonte de vida, para o homem
se desviar dos laços da morte".
O grande segredo de uma vida vitoriosa na fé
cristã é andar no temor do Senhor. A igreja primitiva prosperava porque todos
demonstravam temor na presença de Deus – "Em cada alma havia temor, e
muitos prodígios e sinais eram feitos pelos apóstolos" (At 2.43). Note que
os sinais e prodígios eram provenientes do grande temor que abrangia a igreja!
Quando há temor de Deus, grandes maravilhas
acontecem, e a igreja de Deus sai da zona do esquecimento, para o campo de
reconhecimento! É por esta razão que a igreja primitiva "caía na graça de
todo o povo" e diariamente "acrescentava-lhes o Senhor os que iam
sendo salvos" (At 2.47).
Conclusão
Temos sido reconhecidos por Deus como seus amigos?
Quando Jesus ensinava seus discípulos, nos deu uma instrução importante:
"Vós sois meus amigos, se fizerdes o que eu vos mando. Já não vos chamo
servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor; mas chamei-vos amigos,
porque tudo quanto ouvi de meu Pai vos dei a conhecer" (Jo 15.14-15). Como
filhos de Deus legítimos, Jesus nos reconhece como "seus amigos", nos
levando a conhecer as verdades de Deus!
Como Abraão, precisamos trabalhar nossa
intimidade com Deus, desenvolvendo a fé em suas promessas, sendo-LHE obedientes
em tudo e vivendo uma vida cheia de temor. Se tivermos tais cuidados, com
certeza nossa vida não será mais a mesma! Iremos provar os milagres e prodígios
de Deus em nós! Cairemos na graça daqueles que circundam ao nosso redor, ao mesmo
tempo em que o Senhor os estará chamando para sua graça salvadora.
Referências bibliográficas
SCHULTZ, Samuel J. – A História de Israel no
Antigo Testamento – 2º edição – Editora Vida Nova, 2009
JOSEFO, Flávio. História dos hebreus: de Abraão
à queda de Jerusalém (obra completa). Trad. de Vicente Pedroso. Editora: CPAD,
2004.(colaboração-Adalia Helena).
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PAZ DO SENHOR
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