3º Trimestre de 2016
Título: Isaías — Eis-me aqui, envia-me
a mim
Lição 3: O Dia do Senhor
Data: 17 de Julho de 2016
TEXTO DO DIA
“Mas o Dia do Senhor virá como o ladrão
de noite, no qual os céus passarão com grande estrondo, e os elementos,
ardendo, se desfarão, e a terra e as obras que nela há se queimarão” (2Pe
3.10).
SÍNTESE
O Dia do Senhor para a Igreja expressa
o dia da gloriosa vinda do Senhor Jesus Cristo para arrebatar a sua Igreja,
quando os salvos se reunirão para sempre com o seu amado, mas para os ímpios
representa dia de juízo e angústia.
AGENDA DE LEITURA
SEGUNDA — Is 2.1-5
Julgamento e restauração
TERÇA — Dn 12.1-3
O final da história
QUARTA — Is 4.2
A glória de Deus sobre seu povo
QUINTA — Mt 25.1-13
O encontro entre o Noivo e a Noiva
SEXTA — Mt 24.26-28
A vinda de Jesus será clara e sem
confusão
SÁBADO — Ap 21.1-4
O Dia do Senhor é um dia de restauração
e glória
OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar
apto a:
ENTENDER que a altivez do povo foi
resultado da prosperidade;
COMPREENDER o que significa o Dia do
Senhor para o povo de Israel;
SABER o que significa o Dia do Senhor
para a Igreja.
INTERAÇÃO
Professor, o tema dessa lição é
escatológico, por isso você vai encontrar assuntos que se aplicam a Israel e à
Igreja. No que se refere à Igreja, em virtude dos acontecimentos que sobrevirão
ao mundo, é bom não assustar os alunos. Porém explique o quanto é importante
que eles estejam preparados para a segunda vinda de Jesus Cristo.
Conscientize-os de tudo o que a Bíblia ensina a respeito do Dia do Senhor.
Incentive os alunos a obedecerem a Cristo por amor, e não por medo. Ressalte a
misericórdia, o amor e o cuidado de Deus para com aqueles que lavaram suas
vestes no sangue do Cordeiro.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Caro professor, a lição dessa semana
fala a respeito do Dia do Senhor. Para uma compreenção melhor a respeito do tema,
confeccione um quadro comparativo mostrando o que será o Dia do Senhor para
Israel e para a Igreja.
TEXTO BÍBLICO
Isaías 2.2-5,12,17.
2 — E acontecerá, nos últimos dias, que
se firmará o monte da Casa do Senhor no cume dos montes e se exalçará por cima
dos outeiros; e concorrerão a ele todas as nações.
3 — E virão muitos povos e dirão:
Vinde, subamos ao monte do Senhor, à casa do Deus de Jacó, para que nos ensine
o que concerne aos seus caminhos, e andemos nas suas veredas; porque de Sião
sairá a lei, e de Jerusalém, a palavra do Senhor.
4 — E ele exercerá o seu juízo sobre as
nações e repreenderá a muitos povos; e estes converterão as suas espadas em
enxadões e as suas lanças, em foices; não levantará espada nação contra nação,
nem aprenderão mais a guerrear.
5 — Vinde, ó casa de Jacó, e andemos na
luz do Senhor.
12 — Porque o dia do Senhor dos
Exércitos será contra todo o soberbo e altivo e contra todo o que se exalta,
para que seja abatido;
17 — E a altivez do homem será
humilhada, e a altivez dos varões se abaterá, e só o Senhor será exaltado
naquele dia.
COMENTÁRIO DA LIÇÃO
INTRODUÇÃO
O Dia do Senhor refere-se à intervenção
divina contra a altivez humana, expressada no apego excessivo às riquezas,
desvios morais e éticos, que culminam em corrupção e idolatria. Porém, também
se refere às histórias de proezas e grandes feitos de Deus ao intervir
milagrosamente na história do seu povo. A expressão é utilizada dezenove vezes
no Antigo Testamento, especialmente pelos profetas. Pode referir-se a um dia
específico como também a um período de tempo mais longo, dependendo do
contexto. No caso de Isaías, é específica para Judá e Jerusalém, mas também se
aplica aos dias atuais, pois a maioria das profecias bíblicas tem um
cumprimento imediato e um cumprimento remoto, ou seja, aplicam-se num período
de tempo próximo, mas também são aplicáveis a tempos mais distantes e
escatológicos, pois Deus, conhecedor de todas as coisas, ao inspirar sua
Palavra, tinha propósitos muito mais amplos do que aquilo que o profeta
entendia para seus dias.
I. A ALTIVEZ ORIUNDA DA PROSPERIDADE
No período profético de Isaías, Israel
experimentou muita riqueza e prosperidade. Isso levou o povo a praticar uma
série de pecados que podem vir acompanhados da riqueza e prosperidade quando
usadas indevidamente, como a ganância, a corrupção, a idolatria e todos os
desvios morais e éticos deles consequentes, pois a Bíblia afirma que um abismo
chama outro abismo (Sl 42.7). A arrogância era tão crônica que perpassou várias
instâncias sociais (Is 5.14; 32.9).
1. Riqueza e prosperidade. Os
governantes e o povo acumularam para si ouro, prata, cavalos, carros e muitos
tesouros. Deus havia dito que os reis de Israel não deveriam acumular prata ou
ouro (Dt 17.17), pois isso desviaria o coração deles, e foi justamente o que
aconteceu no período de Isaías. A Palavra de Deus não fala contra a riqueza e a
prosperidade, inclusive é vista como uma bênção de Deus, mas adverte seriamente
contra o acúmulo desnecessário dela e a consequente ganância e exploração que
se manifestam nesse ambiente. A autossuficiência econômica, social e militar,
aliada ao orgulho, não poderia vir junto com o culto ao Deus verdadeiro.
2. A corrupção. A corrupção acompanhou
a raça humana desde a Queda; logo, não é uma novidade dos dias atuais. Cidadãos
honestos, diante da corrupção, são considerados ultrapassados e em desacordo
com a ordem vigente, que é obter vantagem em tudo. A corrupção não está apenas
entre o meio político como muitos pensam; ela pode estar acontecendo ou sendo
praticada por nós. Qualquer desvirtuação que altere o curso correto de um
determinado caminho para que eu seja beneficiado com alguma vantagem é
corrupção.
3. A idolatria. Jesus afirmou que onde
estivesse o tesouro de alguém ali estaria seu coração (Mt 6.21), ou seja, o
coração pode seguir as ações de alguém e vice-versa. O povo de Israel
demonstrou isso ao permitir que a riqueza e a prosperidade começassem a desviar
seus corações do Senhor. Isso os levou a adorar falsos deuses e ídolos.
Qualquer coisa que tome o lugar do Senhor, como prioridade última, torna-se um
ídolo, e este sempre é opaco, ou seja, ele ofusca aquilo que se quer buscar,
passando a apontar para si mesmo. O ídolo serve como um substituto muito fútil
para Deus. Inclusive a religiosidade pode se tornar um ídolo, quando passa a
manipular o povo para obter vantagem própria e adquirir poder (não do Espírito,
mas de forças humanas), ou quando ela se torna um fim em si mesma. O povo havia
se dobrado diante da loucura dos povos pagãos e se ajoelharam diante de ídolos
feitos por mãos humanas. Assim, a arrogância fez com que se instalasse a
degradação moral, ética, social, econômica e religiosa, muito semelhante aos
dias atuais.
Pense!
Quando a riqueza se torna prioridade em
nossa vida, devemos ter o cuidado para que ela não se torne o motivo da
cegueira de nossa vida espiritual.
Ponto Importante
Na história de Israel, Deus sempre
desejou abençoar seu povo, assim como quer abençoar a sua Igreja na Terra. No
entanto, a sua presença gloriosa nunca deve ser trocada pelas bênçãos
financeiras.
II. O DIA DO SENHOR PARA ISRAEL
A expressão Dia do Senhor simboliza
eventos futuros e escatológicos, e quer expressar o sentido de iminência e
gerar expectativa. Para Israel, era símbolo de que Deus viria destruir o mal e
vingar os pecadores (Is 13.9; Jl 1.15; Sf 1.7), mas também como símbolo de
estabelecimento de paz e prosperidade. O lado negativo da profecia se cumpriu
quando o povo de Deus foi levado para o cativeiro babilônico, tendo as
consequências que veremos adiante.
1. O abatimento do orgulho. A idolatria
é o ápice do orgulho humano. A demonstração da ira do Senhor contra os
obstinados será violenta, de acordo com a estupidez que o orgulho traz consigo.
Deus não permitirá que o fraco seja espoliado para sempre, conforme a profecia
de Isaías. O Dia do Senhor seria tão pesado para Israel diante do pecado do
orgulho, que o profeta aconselha o povo a entrar nas rochas e se esconder no pó
(Is 2.10). O pó era sinônimo de extrema humilhação. Nos tempos antigos, quando
alguém queria demonstrar humilhação diante de uma atitude errada, sentava-se
literalmente no pó, por vontade própria, mas aqui o profeta está dizendo ao
povo que, como eles não o fizeram por vontade própria, seriam forçados a
fazê-lo diante da calamidade que viria.
2. A destruição da idolatria. Haverá um
reconhecimento de que a idolatria para nada serve (Is 2.20) e quando perceberem
que toda inclinação aos ídolos lhes colocou em mais apuros, eles lançarão todos
ao chão (Is 2.18,20), demonstrando que finalmente reconhecem que não têm valor.
O Dia do Senhor para eles será tão angustiante que se meterão nas cavernas das
rochas e nos buracos da terra (Is 2.19,21). Nesse dia, reconhecerão que há
somente um Deus verdadeiro.
3. O estabelecimento da paz completa.
Quando Israel reconhecer o senhorio do Senhor, recebendo o Messias como o
enviado de Deus para restaurar a nação, então se estabelecerá verdadeira paz e
prosperidade. Será um período tão esplendoroso para Israel, que as nações de
toda a terra afluirão para Jerusalém para aprender sobre os caminhos do Senhor
e haverá justiça em toda a terra. Não haverá mais violência nem guerra, pois os
povos “converterão as suas espadas em enxadões e as suas lanças, em foices” (Is
2.4). Isso também se aplica à violência urbana presente em muitas cidades
brasileiras.
Pense!
A idolatria é o ápice do orgulho
humano, pois é o desvio do olhar daquEle que realmente fez, é e pode todas as
coisas para se fixar em coisas fúteis, passageiras e infinitamente menores do
que realmente representam.
Ponto Importante
O Dia do Senhor é um conceito teológico
próprio da mensagem escatológica. Simboliza ao mesmo tempo julgamento e triunfo
de Deus sobre a história e seus acontecimentos. O profeta Isaías usa
constantemente esse conceito.
III. O DIA DO SENHOR PARA A IGREJA
O Dia do Senhor para a Igreja expressa
o dia da gloriosa vinda do Senhor Jesus Cristo para arrebatá-la, quando os
salvos se reunirão para sempre com o seu Amado.
1. A preparação para a vinda de Jesus.
Assim como o povo de Israel se voltou para os ídolos e se corrompeu, nós
facilmente podemos fazer o mesmo. Assim, devemos estar preparados para esse
glorioso dia, que para os salvos será de muita alegria e regozijo. Convém
atentarmos para a Palavra de Deus em obediência para que estejamos incluídos no
grupo dos salvos (Tg 1.22). A vinda de Cristo será precedida por uma grande
proliferação de abandono das leis do Senhor, querendo a humanidade estabelecer
substitutos para o culto a Deus (2Ts 2.3,4). Certamente que invenções humanas
como o consumismo e a ganância podem ser maneiras de expressar essa apostasia
quando usadas de forma a expressar a ganância humana.
2. Como será esse dia. A Bíblia se
refere a ele como um dos mais terríveis diante dos acontecimentos aos que
ficarem. Mas para os salvos será o encontro com o seu Senhor e Salvador, um
evento de grande celebração (1Pe 4.13), pois culminará na redenção final. Para
estes, Jesus voltará do mesmo modo que partiu, ou seja, descerá dos céus (At
1.11). O apóstolo Paulo dá-nos uma ideia de como será essa volta em
1Tessalonicenses 4.16,17.
3. Atitudes diante do Dia do Senhor.
Precisamos cuidar para não ficarmos focados no quando e no como será o Dia do
Senhor a ponto de nos esquecermos de quem está voltando. A atitude deve ser de
grande expectativa para com o Amado das nossas almas, aquEle que por nós deu
sua vida para nos resgatar da morte e do inferno. Jamais a riqueza, a
prosperidade ou o trabalho devem servir de impedimento para a expectativa da
espera. Não pode haver a fuga do presente, um descaso com tudo como desculpa de
sua vinda, nem viver ignorando a volta de Jesus como se Ele nunca fosse voltar.
Pense!
A vinda de Jesus será imprevisível, por
isso devemos estar sempre preparados para o Dia do Senhor mediante a
perseverança nos caminhos do Evangelho.
Ponto Importante
Precisamos cuidar para não ficarmos
focados no quando e no como será o Dia do Senhor a ponto de nos esquecermos de
quem está voltando. A atitude deve ser de grande expectativa para com o Amado
das nossas almas, aquEle que por nós deu sua vida para nos resgatar da morte e
do inferno e nos levar ao eterno lar.
CONCLUSÃO
O Dia do Senhor será terrível para os
que estão entregues ao pecado e aos valores perniciosos que algumas coisas do
mundo oferecem. Mas para aqueles que foram lavados no sangue do Cordeiro e,
consequentemente, amam seu Senhor e vivem uma vida de acordo com seus
preceitos, o Dia do Senhor será um dia glorioso, pois para sempre se
estabelecerá a justiça, o juízo e a equidade, não haverá mais rico nem pobre,
opressor ou oprimido e valores de morte serão substituídos pela eterna vida dos
salvos com Cristo, aquEle que os salvou da condenação eterna.
HORA DA REVISÃO
1. Explique o que significa o Dia do
Senhor.
O Dia do Senhor refere-se à intervenção
divina contra a altivez humana e a idolatria, também refere-se às histórias de
proezas e grandes feitos de Deus intervindo milagrosamente na história do seu
povo, Israel.
2. Por que Deus abomina a idolatria?
O ídolo serve como um substituto muito
fútil para Deus.
3. O que significa contexto imediato e
remoto de uma profecia?
O contexto imediato aplica-se a um
período de tempo próximo, o contexto remoto é aplicável a tempos mais distantes
e escatológicos.
4. Quando a paz e a prosperidade
completa se estabelecerão para Israel?
Quando Israel reconhecer o senhorio do
Senhor, recebendo o Messias como o enviado de Deus para restaurar a nação.
5. Que atitudes devemos tomar diante do
Dia do Senhor?
Não pode haver o extremo da fuga do
presente, um descaso com tudo como desculpa de sua vinda, nem viver ignorando a
volta dEle como se nunca fosse voltar.
SUBSÍDIO
“O significante dia de bravura do homem
empalidece em comparação com o grande dia do Senhor. Isaías vê chegar o dia em
que os idólatras deverão se esconder em terror diante da manifestação do
Senhor, a quem eles desprezaram (cf. Ap 6.15-16). As concavidades das rochas
(vv.10,19) refletem o fato de que a Palestina está cheia de cavernas calcárias
que os homens têm usado como refúgio em tempos de terror.
[...] O dia do Senhor dos Exércitos
virá. Esse é um dia no qual o homem orgulhoso se encontra nas mãos de um Poder
Superior. O orgulho do homem é comparado com os grandes cedros do Líbano e os
carvalhos de Basã, símbolos de força e vigor. [...]
A presença temível do Eterno e o
esplendor da sua majestade farão com que pessoas arrogantes se escondam nas
cavernas da terra quando Deus afligi-la com terror (Jl 3.16; Ag 2.6; Hb 12.26;
Ap 5.15-16). O homem lançará seus ídolos às toupeiras e aos morcegos, roedores
cegos que habitam as trevas. Aqueles ídolos se mostrarão impotentes para salvar
seus adoradores humanos pagãos. [...] Assim o profeta lamenta: Ah! Meu povo! Os
que te guiam te enganam” (Comentário Bíblico Beacon. Volume 4. Isaías e Daniel.
2ª Edição. RJ: CPAD, 2005, pp.35-36).
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