Lições Bíblicas CPAD 4º Trimestre de 2009
Título: Davi - As vitórias
e as derrotas de um homem de Deus
Comentarista: José Gonçalves
Lição 8: O pecado de Davi e
suas consequências
Data: 22 de
novembro de 2009
TEXTO ÁUREO
"E aconteceu que, tendo decorrido um
ano, no tempo em que os reis saem para a guerra, enviou Davi a Joabe, e a seus
servos com ele, e a todo o Israel, para que destruíssem os filhos de Amom e
cercassem Rabá; porém Davi ficou em Jerusalém" (2 Sm 11.1).
VERDADE PRÁTICA
A
resposta à tentação para pecar não é ignorá-la ou ser-lhe indiferente, mas
invocar as promessas bíblicas pela fé em Cristo.
LEITURA DIÁRIA
Segunda - 1 Co 10.13
A tentação sobrevem
a todos
Terça - 1 Pe 5.8
É preciso vigiar
Quarta - 2 Tm 2.22
Fuja da tentação
Quinta - Tg 1.12-15
A tentação vem de
maus desejos interiores
Sexta - 1 Cr 21.1
Satanás, o tentador
Sábado - Tg 4.7
Resistindo ao
tentador
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
2 Samuel
11.2,4,5,14-17.
2 - E aconteceu, à hora da tarde, que Davi se
levantou do seu leito, e andava passeando no terraço da casa real, e viu do
terraço a uma mulher que se estava lavando; e era esta mulher mui formosa à
vista.
4 - Então, enviou Davi mensageiros e a mandou
trazer; e, entrando ela a ele, se deitou com ela (e já ela se tinha purificado
da sua imundície); então, voltou ela para sua casa.
5 - E a mulher concebeu, e enviou, e fê-lo
saber a Davi, e disse: Pejada estou.
14 - E sucedeu que, pela manhã, Davi escreveu
uma carta a Joabe e mandou-lha por mão de Urias.
15 - Escreveu na carta, dizendo: Ponde Urias na
frente da maior força da peleja; e retirai-vos de detrás dele, para que seja
ferido e morra.
16 - Aconteceu, pois, que, tendo Joabe
observado bem a cidade, pôs a Urias no lugar onde sabia que havia homens
valentes.
17 - E, saindo os homens da cidade e pelejando
com Joabe, caíram alguns do povo, dos servos de Davi; e morreu também Urias, o
heteu.
INTERAÇÃO
A lição de hoje trata do pecado de
Davi com Bate-Seba. O pecado, uma vez concebido, fez com que o "homem
segundo o coração de Deus" passasse da vitória para o tormento. Aproveite
esta aula para, mediante a experiência deste rei, demonstrar aos alunos a importância
de andarmos em Espírito para que não venhamos satisfazer os desejos da carne.
OBJETIVOS
Após
esta aula, o aluno deverá estar apto a:
·
Conscientizar-se de que a tentação é
uma realidade para qualquer crente.
·
Apontar as três fontes básicas da tentação:
o Diabo, o mundo e carne.
·
Refletir a respeito das consequências
que o pecado traz para quem o comete.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Divida
a classe em 5 grupos. Depois que já estiverem formados, entregue a cada grupo
uma das questões abaixo. Cada grupo terá, no máximo, três minutos para discutir
seu tema e dois minutos para expor sua opinião à classe.
1. Podemos
considerar o pecado de Davi como uma simples fraqueza ou imperfeição?
2. O
que devemos fazer diante da tentação?
3. O
fato de ser um servo fiel a Deus nos isenta do pecado?
4. O
que faz com que optemos por ficar em determinado local, onde claramente estamos
expostos e vulneráveis à tentação?
5. Se
acaso estivéssemos em outro local, será que teríamos cometido o que cometemos?
Conclua
o debate explicando que, embora vivamos em uma sociedade que tem se tornado
complacente com o pecado, este é fatal. Por isso, deve ser erradicado de nossas
vidas.
COMENTÁRIO
introdução
Palavra Chave
Pecado: Transgressão deliberada e consciente das leis
estabelecidas por Deus.
A
vida de Davi como homem comum pode ser dividida em dois momentos: antes e
depois de sua tentação e queda. Com certeza, ele não vigiou espiritualmente,
como reiteradas vezes nos adverte as Sagradas Escrituras a fazermos. Pode ser
que Davi não tenha considerado as consequências que seu ato lhe traria. O
adultério com Bate-Seba, o planejamento e a covarde execução de Urias, o
esposo, sem dúvida estão entre os acontecimentos mais condenáveis e repulsivos
já narrados na história bíblica. Deus, o Senhor de toda a justiça, reprovou o
ato de Davi (2 Sm 11.27), todavia, em sua infinita misericórdia, perdoou-lhe
quando este demonstrou arrependimento (Sl 51).
I. DAVI E A TENTAÇÃO ANTES DO PECADO
1. A realidade da tentação. Ninguém
pode negar que a tentação para praticar o mal, o pecado, é uma realidade bem
presente em todos nós (Mc 7.21-23; Tg 1.14). Inclusive, um dos nomes do Diabo é
"Tentador" (1 Ts 3.5), até a Jesus ele tentou (Mt 4.3). Todos somos
tentados de alguma forma. Ninguém está imune à tentação. A tentação em si não é
pecado; pecado é ceder-lhe. Todo cristão deve manter-se sempre vigilante neste
sentido, pois a tentação, uma vez consumada, sempre produzirá frutos amargos.
Davi estava no auge do seu reinado quando tragicamente caiu em pecado, vencido
pela sua própria paixão desenfreada. Época de triunfo e realização é também
momento de vigilância contra o mal. Davi à essa altura também já era culpado da
quebra do mandamento assinalado em Deuteronômio 17.17.
Não
sabemos qual era a proximidade que havia entre Bate-Seba e Davi. O fato é que a
mulher portava-se indevidamente em local praticamente público e veio a se
tornar objeto de cobiça do rei que, desocupado, a avistou banhando-se, desejou-a,
mandou que a trouxessem e adulterou com ela. Como se isso não bastasse,
Bate-Seba ainda ficou grávida. E é aqui que o desenrolar do restante da
tragédia tem início.
2. As fontes da tentação. A
Escritura revela três fontes básicas da tentação, que são respectivamente o
Diabo, o mundo e a carne. O Diabo é um ser espiritual, "o maligno"
(Mt 13.19), que se opõe a Deus e à sua criação; o mundo, como sistema e
filosofia de vida, é inimigo dos valores cristãos; e a carne no sentido bíblico
é a natureza humana, depravada, decaída e propensa ao pecado (Rm 7.18).
A
fim de vencer os desafios das "fontes da tentação" no que diz
respeito ao Tentador, a recomendação bíblica é que devemos resisti-lo e assim
ele fugirá (Tg 4.7). Quanto aos apelos do mundo, a Palavra nos instrui a que
não o amemos (1 Jo 2.15). Em relação à carne, somos advertidos a não somente
"viver", mas também a "andar" em Espírito (Gl 5.25).
SINOPSE DO TÓPICO (I)
A
tentação é uma realidade na vida do crente e possui três fontes básicas: o Diabo,
o mundo e carne.
II. DAVI E O SEU PECADO
1. O pecado camuflado. Depois
de ter consumado o seu ato pecaminoso, Davi, de várias maneiras e durante um
bom tempo, tentou ocultá-lo (2 Sm 11.27). As tentativas foram cada vez mais
pecaminosas. Isso sempre acontece com quem tenta esconder seu pecado (Sl 42.7;
Nm 32.23). Analisemos as etapas em que o pecado de Davi se avolumou, trazendo
mais danos ao seu relacionamento com Deus, à sua consciência, e às pessoas que
foram envolvidas nesta trama diabólica:
a)
Primeiro Davi ordenou que Urias viesse da guerra para dar-lhe notícias dela, em
seguida, ofereceu-lhe um presente e deu-lhe licença para ir a sua própria casa
(2 Sm 11.6-8). Tudo era mentira, engano, logro.
b)
Em segundo lugar, Davi insistiu que Urias permanecesse em casa, noutras
palavras reincidiu no mal (v.10).
c)
Em terceira instância, Davi ofereceu um banquete a Urias com vinho embriagante
(vv.12,13).
d)
Em quarto e último lugar, Davi enviou uma carta real ao comandante Joabe,
através de Urias, onde estava contida a sentença de morte do próprio portador
(vv.14,15)! Um assassinato covarde de um leal soldado, planejado pelo rei da
Nação Escolhida (vv.16,17).
Por
meio de tudo isso (e muito mais), Davi estava tentando esconder e incubar o seu
pecado. Quando o crente procede dessa forma, o julgamento divino o aguarda,
pois "Deus não se deixa escarnecer; porque tudo o que o homem semear, isso
também ceifará" (Gl 6.7).
2. O pecado descoberto e exposto. Quando
Davi achava que, morto o esposo da mulher com quem adulterara, o seu problema
estava resolvido, Deus envia o profeta Natã para confrontá-lo (2 Sm 12.1-25).
Natã narra a parábola do camponês, que possuía uma única ovelha, e do
fazendeiro, que tinha muitas ovelhas. O fazendeiro rico toma a única ovelha do
camponês e oferece aos seus visitantes. Ao ouvir tal fato, Davi ficou tão irado
e furioso com o fazendeiro - uma característica de quem vive com pecado acobertado
- que exige a morte de tal homem e ainda a restituição quatro vezes mais ao
camponês (2 Sm 12.5,6).
É
comum alguém que pecou e não tratou de forma devida o seu pecado projetar um
sentimento de "justiça" e uma falsa santidade perante os outros. Ele
exige dos outros aquilo que ele mesmo não fez. Cobra santidade, requer
compromisso, exige dedicação, no entanto, nega com a sua prática a eficácia
desses valores. Natã, com divina autoridade, declarou que Davi era o tal homem
(2 Sm 12.7), e que o rei acabara de promulgar sua própria sentença! Devemos ter
cuidado para não projetarmos nossos pecados nos outros, pois eles acabarão se
voltando contra nós mesmos.
SINOPSE DO TÓPICO (II)
Ao
tentar esconder seu pecado, Davi o agravou ainda mais, levando Deus a expô-lo
por meio do profeta Natã.
III. DAVI E AS CONSEQUÊNCIAS DO
PECADO
1. Consequências emocionais. Após
pecar, Davi ouviu um dos mais duros julgamentos pronunciados pelo profeta Natã
(2 Sm 12.10-14). O julgamento atingia não somente sua vida pessoal, mas também
toda a sua existência, incluindo reino e família. Os resultados do pecado de
Davi podem ser vistos primeiramente em sua vida sentimental e emocional.
Quantas lágrimas Davi derramou? Não há como aferir, entretanto, em Salmos 6.6,
temos uma noção: "Já estou cansado do meu gemido; toda noite faço nadar a
minha cama; molho o meu leito com as minhas lágrimas". Por certo Davi
chorou quando Tamar, sua filha foi violentada (2 Sm 13), e quando seus filhos
Amnon e Absalão foram mortos prematuramente (2 Sm 13.33; 18.14).
2. Consequências espirituais e
físicas. Não há dúvida de que os maiores efeitos do pecado
de Davi estão na esfera espiritual. O pecado parece doce, inofensivo e natural,
no entanto, suas consequências são amargas. Paulo, o apóstolo, adverte em sua
primeira carta aos coríntios: "Por causa disso [do pecado], há entre vós
muitos fracos e doentes e muitos que dormem" (1 Co 11.30). Em outras
palavras, aquilo que é espiritual num primeiro plano, tem consequências físicas
num segundo. Os especialistas advertem que há muitas doenças psicossomáticas,
isto é, doenças da alma ou de origem psicológica que afetam o corpo físico. A
Bíblia nos mostra que há também doenças de origem espiritual. A Palavra de Deus
adverte: "Confessai as vossas culpas uns aos outros e orai uns pelos
outros, para que sareis; a oração feita por um justo pode muito em seus
efeitos" (Tg 5.16). Davi pôs em prática isso e clamou ao Senhor:
"[...] Tem piedade de mim; sara a minha alma, porque pequei contra
ti" (Sl 41.4).
SINOPSE DO TÓPICO (III)
O
pecado de Davi trouxe consequências emocionais, espirituais e físicas para ele
e sua família.
CONCLUSÃO
Davi
estava no lugar errado e na hora errada quando pecou. A Escritura diz que
naquele tempo os reis costumavam ir à guerra, mas Davi ficou em
casa (2 Sm 11.1,2). Infelizmente, ele não ficou apenas em casa, mas ficou
também ocioso quando passeava pelo terraço. A essas lições da vida de Davi,
cujo registro Deus permitiu ficar na Bíblia, devemos atentar bastante para que
também não venhamos a incidir no mesmo erro.
VOCABULÁRIO
Aferir: Medir,
avaliar.
Avolumar: Aumentar em volume.
Camuflado: Escondido, oculto.
Rescindir: Recair, praticar o mesmo erro de novo.
Vulnerável: Diz-se do ponto fraco pelo qual alguém pode ser atacado.
Avolumar: Aumentar em volume.
Camuflado: Escondido, oculto.
Rescindir: Recair, praticar o mesmo erro de novo.
Vulnerável: Diz-se do ponto fraco pelo qual alguém pode ser atacado.
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
PURKISER, W. T. Comentário Bíblico Beacon.
Vol. 2. RJ: CPAD, 2005.
WOOD, G. O. Um salmo em seu coração. RJ: CPAD, 2006.
WOOD, G. O. Um salmo em seu coração. RJ: CPAD, 2006.
EXERCÍCIOS
1. Quais
são as fontes da tentação?
R. O
Diabo, o mundo e carne.
2. O
que aconteceu a Davi quando ele tentou ocultar o seu adultério?
R. O
pecado foi se avolumando.
3. Qual
é o comportamento típico da pessoa que não vive o que professa?
R. É
comum alguém que pecou e não tratou de forma devida o seu pecado projetar um
sentimento de "justiça" e uma falsa santidade perante os outros. Ele
exige dos outros aquilo que ele mesmo não fez.
4. Quais
são as três classes de consequências do pecado?
R. Emocionais,
espirituais e físicas.
5. Em
sua opinião, por que Davi se tornou tão vulnerável ao pecado?
R. Resposta
pessoal.
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO
Subsídio Teológico
"O
profeta Natã foi enviado pelo Senhor para confrontar Davi com seu pecado.
Dramaticamente usou uma parábola simples, mas admirável para revelar a verdade
à consciência do rei. A sabedoria desta abordagem faz um paralelo com o
discurso de Paulo aos atenienses no Areópago (At 17.22-31). Cada elemento da
parábola é planejado para estimular a solidariedade do rei e ultrajar o senso
de justiça: um homem pobre com apenas uma cordeira, a qual ele amava com grande
estima; um homem rico com uma riqueza abundante em rebanhos e gado; a cruel
desconsideração pelos sentimentos e direitos de seu pobre vizinho ao tomar-lhe
a única cordeira e matá-la para os seus convidados (1-4). A reação de Davi foi
imediata e correta. A sua ira foi provocada, e ele declarou: 'Digno de morte é
o homem que fez isso'. Natã revelou com habilidade o ponto-chave da parábola:
'Tu és este homem'. [...] Davi tinha desprezado o mandamento de Deus, e tinha
feito o mal diante de seus olhos com o pecado duplo de adultério e assassinato.
O terrível resultado do pecado começa agora a se desdobrar. O juízo seria
duplamente severo porque viria não de estrangeiros e inimigos de fora, mas da
sua própria casa"
(PURKISER, W. T. Comentário Bíblico Beacon.
Vol. 2. RJ: CPAD, 2005, p.246).
APLICAÇÃO PESSOAL
Bate-Seba era o vínculo entre os dois
reis mais famosos de Israel - Davi e Salomão. Seu adultério com Davi quase pôs
fim a família através da qual Deus planejou entrar fisicamente no mundo. Em
meio às cinzas daquele pecado, porém, o Senhor trouxe o bem. Jesus Cristo, o
Redentor da humanidade, nasceu de um descendente de Davi e Bate-Seba. A
história de Davi e Bate-Seba mostra que pequenas decisões erradas
frequentemente levam a grandes erros. [...]
Bate-Seba provavelmente sentiu-se
arrasada pela cadeia de eventos. [...] Davi a confortou (2 Sm 12.24), e ela
viveu para ver outro filho, Salomão, sentar-se no trono. Por meio de sua vida,
vemos que as pequenas escolhas que fazemos em nosso dia-a-dia são muito
importantes. Elas nos preparam para realizar coisas esplêndidas, quando temos
que tomar grandes decisões. A sabedoria para fazer as escolhas certas em
diversos assuntos é um dom de Deus.
(Adaptado da Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. RJ: CPAD, 2003, p.461).
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PAZ DO SENHOR
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