Lições Bíblicas CPAD 4º Trimestre de 2009
Título: Davi - As vitórias
e as derrotas de um homem de Deus
Comentarista: José Gonçalves
Lição 9: A restauração
espiritual de Davi
Data: 29 de
novembro de 2009
TEXTO ÁUREO
"Então, disse Davi a Natã: Pequei
contra o SENHOR. E disse Natã a Davi: Também o SENHOR te traspassou o teu
pecado; não morrerás" (2 Sm 12.13).
VERDADE PRÁTICA
O
caminho da restauração passa pelo arrependimento e confissão do erro cometido e
abandono da prática.
LEITURA DIÁRIA
Segunda - Jó 22.23
Deus restaura o que
se arrepende
Terça - Sl 19.7
A Palavra de Deus
restaura a alma
Quarta - Is 57.18
Deus restaura os
caminhos do pecador
Quinta - Mq 7.18,19
Deus perdoa e
"esquece"
Sexta - Hb 8.12
A misericórdia
divina
Sábado - Sl 32.1,2
O perdão traz a verdadeira
alegria
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Salmos
51.1-4,7-12,17.
1 - Tem misericórdia de mim, ó Deus, segundo a
tua benignidade; apaga as minhas transgressões, segundo a multidão das tuas
misericórdias.
2 - Lava-me completamente da minha iniqüidade
e purifica-me do meu pecado.
3 - Porque eu conheço as minhas transgressões,
e o meu pecado está sempre diante de mim.
4 - Contra ti, contra ti somente pequei, e fiz
o que a teus olhos é mal, para que sejas justificado quando falares e puro
quando julgares.
7 - Purifica-me com hissopo, e ficarei puro;
lava-me, e ficarei mais alvo do que a neve.
8 - Faze-me ouvir júbilo e alegria, para que
gozem os ossos que tu quebraste.
9 - Esconde a tua face dos meus pecados e apaga
todas as minhas iniqüidades.
10 - Cria em mim, ó Deus, um coração puro e
renova em mim um espírito reto.
11 - Não me lances fora da tua presença e não
retires de mim o teu Espírito Santo.
12 - Torna a dar-me a alegria da tua salvação e
sustém-me com um espírito voluntário.
17 - Os sacrifícios para Deus são o espírito
quebrantado; a um coração quebrantado e contrito não desprezarás, ó Deus.
INTERAÇÃO
Caro professor, nesta lição, o
"homem segundo o coração de Deus", de acordo com Mark Dever,
tornou-se o retrato mais claro do que significa arrepender-se do pecado. Como
homem, Davi errou e quase veio a sucumbir, no entanto, ao contrário de Saul,
não tentou se justificar, mas arrependeu-se profundamente e reconheceu o seu
pecado (2 Sm 12.13a; Sl 51.4). Aproveite esta aula para enfatizar aos alunos a
importância da confissão, do arrependimento e do abandono da prática do pecado.
OBJETIVOS
Após
esta aula, o aluno deverá estar apto a:
·
Compreender que o caminho da
restauração passa pelo arrependimento, confissão e abandono do pecado.
·
Conscientizar-se da importância da
Bíblia para a restauração espiritual.
·
Reconhecer a influência do meio na
decisão do indivíduo em pecar, ou não.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Realize
um pequeno debate com o seguinte problema: "Saul transgrediu a Lei do
Senhor e, em virtude disso, perdeu o trono. O que o torna diferente de Davi?
Por que Davi pecou e não perdeu o reino?" Após ouvir as respostas,
explique que a diferença entre Saul e Davi provavelmente está na atitude dos
dois em relação ao pecado. Ao pecar, Saul tentou justificar-se transferindo a
responsabilidade para o povo (1 Sm 13.13,14; 15.1-3,9,15-31). Ao passo que
Davi, arrependeu-se profundamente (2 Sm 12.13a; Sl 51.4). Conclua o debate
mostrando que atualmente o crente que não reconhece seus erros e rejeita a
disciplina de Deus, poderá ter o mesmo destino de Saul. Esteja atento para que
o debate não se estenda muito, utilize, no máximo, 10 minutos.
COMENTÁRIO
introdução
Palavra Chave
Restauração: Restabelecimento de uma
situação vivida anteriormente; conserto.
O
relacionamento pecaminoso de Davi com Bate-Seba foi rápido, mas as suas
consequências foram duradouras. Até ser confrontado pelo profeta, ele agiu à
semelhança dos nossos primeiros pais, que também tentaram ocultar seus pecados
(Gn 3.1-13). Todavia, uma vida de pecados ocultos apenas prolonga o sofrimento
de quem os comete, já que de Deus ninguém consegue esconder nada. Por certo,
Davi só obteve paz espiritual após dizer a frase que resume a atitude de um
pecador arrependido: "Pequei contra o Senhor" (2 Sm 12.13).
I. A RESTAURAÇÃO E A PALAVRA DE DEUS
1. Davi e a Palavra de Deus. Davi
certamente era um homem que amava a Palavra de Deus. Entretanto, podemos
afirmar com segurança que no momento de sua queda espiritual ele estava longe
da lei divina. Poderia um homem estar agindo de acordo com a Palavra de Deus e
ainda assim possuir a mulher do seu próximo e mandar matar seu marido? Por
certo não! O mais simples é entendermos que Davi se tornara um burocrata, e um
crente com uma vida devocional pobre, e que, por isso, não percebera sua
fragilidade nem tampouco a cilada de Satanás.
Davi
foi confrontado pela Palavra de Deus pronunciada pelo profeta Natã (1 Sm 12).
Qual outra fonte se atreveria a confrontar o rei? Somente a Palavra de Deus é
poderosa para lançar luz em nossas densas trevas.
2. O cristão e a Palavra de Deus. Em
o Novo Testamento encontramos várias atitudes que o cristão deve tomar em
relação à Palavra de Deus, a fim de que não venha tropeçar (Rm 10.17; 1 Ts
1.6). O crente necessita ouvir a Palavra, recebê-la e também nela meditar (Sl
1.2). A Palavra precisa ser aceita e acolhida por nossas mentes e corações.
Quantos tropeçam porque não recebem aquilo que Deus está a lhes falar? Armar-se
com a Palavra é outra atitude fundamental para não fracassar (Ef 6.17).
Contudo, o que adianta armar-se com a Palavra ou estar cheio dela se não
soubermos como usá-la? É preciso manejar bem a Palavra da verdade (2Tm 2.15).
SINOPSE DO TÓPICO (I)
A
Palavra de Deus é fundamental no processo de restauração, atuando como luz em
nossas densas trevas.
II. A RESTAURAÇÃO E A INFLUÊNCIA DE
FATORES EXTERNOS EM NOSSAS DECISÕES
1. A influência do meio. Embora
não sirva de desculpa, não há como negar que Davi se deixou influenciar pelo
meio no qual vivia. Na cultura do Antigo Oriente os reis eram quase
semi-deuses, podendo exercer um poder absoluto e ter praticamente tudo o que
queriam. Ser o homem de várias mulheres era algo considerado "normal"
naqueles dias. Com Davi não foi diferente. Essa influência do meio fez com que
ele desejasse e possuísse Bate-Seba, sem se dar conta do grande mal que estava
praticando.
Veremos
mais adiante que o meio não deve servir de justificativa para nos eximir de
nossas responsabilidades morais, no entanto, não devemos subestimar o poder
exercido por ele (Rm 12.2). Tomemos cuidado com o meio no qual vivemos.
2. Nossa responsabilidade moral. Já
falamos que Davi estava no lugar errado e na hora errada. Porém, em seu
processo de restauração, isso não é levado em conta e nem deveria, já que a
Escritura coloca sobre nós toda a responsabilidade pelas decisões que tomamos.
Devemos dar a resposta adequada ao meio onde nos encontramos. A restauração de
Davi começa por essa conscientização.
É
bom sabermos que, como agentes morais livres, somos responsáveis por nossas
ações ou decisões. Não é possível nenhum processo de restauração quando
desconsideramos esse fato. Por que Davi caiu? Por que Pedro negou a Jesus? Por
que Judas o traiu? Em todos os casos, de quem era a culpa? Deus pode ser
responsabilizado pelas ações desses homens? Algum deles foi predestinado a
cometer tal ato? Em todos esses casos, quer estivessem motivados por agentes da
tentação externos, quer não, a Escritura põe a responsabilidade desses atos
sobre cada um deles. A culpa foi de Davi, a culpa foi de Pedro, a culpa foi de
Judas. A culpa é nossa. É por isso que, para ser restaurado, Davi exclamou:
"Porque eu conheço as minhas transgressões; e o meu pecado está sempre
diante de mim" (Sl 51.3).
SINOPSE DO TÓPICO (II)
O
meio exerce uma poderosa influência sobre nós, mas isso não nos exime de nossa
responsabilidade moral.
III. A RESTAURAÇÃO E A ATITUDE DIANTE
DO PECADO
1. Reconhecendo a misericórdia de
Deus. Possivelmente nenhum obstáculo é maior no processo
de restauração do que o sentimento de indignidade que a culpa produz. Satanás é
sabedor deste fato e costuma explorá-lo até as últimas consequências. Quantos
cristãos estão encostados porque, após terem fracassado, acham-se eternamente
indignos de ser restaurados e de levantar a cabeça? Quando Davi tropeçou,
consciente de seu erro, exclamou do fundo da sua alma: "Tem misericórdia
de mim, ó Deus, segundo a sua benignidade; apaga as minhas transgressões,
segundo a multidão das tuas misericórdias" (Sl 51.1). A restauração só é
possível, porque Deus é gracioso para conosco e está pronto a mostrar o seu
favor imerecido. De fato, um dos significados da palavra graça é "favor
imerecido". Davi estava consciente de que, para ser restaurado, ele
necessitava do favor e da compaixão do Eterno.
2. Reconhecendo a nossa
pecaminosidade e a santidade de Deus. Nos
versículos 2 e 3 do Salmo 51, Davi reconhece sua iniquidade e transgressão.
Essas duas palavras são usadas para nomear a malignidade do pecado. A
transgressão é maligna, e a sua consequência imediata é a culpa. Somos
portadores de uma natureza pecaminosa, e o reconhecimento desse fato é
importantíssimo no processo de restauração (Rm 7.18). Por que culpar o outro
quanto na verdade somos a causa do problema? A ordem do processo de restauração
é sempre essa: arrependimento, conscientização, confissão e abandono da prática
pecaminosa.
Davi
ora e diz: "Esconde a tua face dos meus pecados" (Sl 51.9). Nenhum
pecado é tratado devidamente se não se leva em conta a santidade do Senhor. O
pecado é cometido primeiramente contra Deus e sua Palavra. A nossa transgressão
deve provocar um sentimento de vergonha diante da divindade, que é santa. Se o
pecado mancha nossa vida e agride a santidade de Deus, precisamos urgentemente
ser purificados. Por isso, Davi exclama: "Purifica-me com hissopo, e
ficarei puro; lava-me, e ficarei mais alvo do que a neve" (Sl 51.7).
SINOPSE DO TÓPICO (III)
O
reconhecimento dos nossos pecados, da santidade e da misericórdia divinas são
fundamentais no processo de restauração.
CONCLUSÃO
A
Escritura comprova que Davi foi totalmente restaurado diante de Deus, e suas
poesias expostas nos Salmos confirmam essa restauração. Não há porque vivermos
sob o domínio do pecado, uma vez que a Escritura assegura-nos de que o sangue
de Jesus quebrou esse domínio e tem poder para nos purificar totalmente dele
(Rm 6.14; 1 Jo 1.7,9). Contudo, no processo de restauração, cabe a nós
demonstrar uma atitude de arrependimento, confissão, quebrantamento e abandono
do pecado, assim como fez Davi.
VOCABULÁRIO
Sem ocorrências.
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
COUTO, G. A Transparência da Vida
Cristã. RJ: CPAD, 2001.
Dicionário Bíblico Wycliffe. RJ: CPAD, 2006.
Dicionário Bíblico Wycliffe. RJ: CPAD, 2006.
EXERCÍCIOS
1. Cite
algumas atitudes que o cristão deve tomar em relação à Palavra de Deus.
R. O
crente necessita ouvir, receber e meditar na Palavra, bem como aceitá-la e
acolhê-la em nossas mente e coração.
2. De
quem é a responsabilidade pelo pecado?
R. A
responsabilidade pelo pecado é de quem os comete.
3. Qual
é a ordem do processo de restauração?
R. Conscientização,
arrependimento, confissão e abandono do pecado.
4. Antes
de ser contra nós ou outra pessoa, primeiramente, o pecado agride a quem?
R. Agride
a Deus e a sua Palavra.
5. Na
situação de Davi, o que você faria?
R. Resposta
pessoal.
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO
Subsídio Bibliológico
"A
doutrina do perdão, proeminente tanto no AT quanto no NT, refere-se ao estado
ou ao ato de perdão, remissão de pecados, ou à restauração de um relacionamento
amigável. [...] No perdão, a culpa pelo pecado é perdoada e substituída pela
justificação, através da qual o pecador é declarado justo. [...] Embora
judicialmente todos os pecados sejam perdoados quando o pecador é salvo através
da fé (Jo 3.18), se o pecado entrar na vida de um cristão, ele afetará o
relacionamento deste com o Pai Celestial. O perdão e a restauração da comunhão
que se fizeram necessários são efetuados mediante a confissão dos pecados (1 Jo
1.9) e o arrependimento (Lc 17.3,4; 24.47). [...] A confissão de pecados é
feita primeiramente a Deus (Sl 32.3-6), àquele que sofreu o dano (Lc 17.4), a
um conselheiro espiritual (2 Sm 12.13), ou a congregação de crentes (1 Co
5.3)".
(Dicionário Bíblico Wycliffe. RJ:
CPAD, 2006. pp.443,1501-2).
APLICAÇÃO PESSOAL
"A confissão é para a alma o que
o preparo da terra é para o campo. Antes de semear, o fazendeiro trabalha a
terra, removendo pedras e arrancando tocos. Ele sabe que a semente cresce
melhor quando o solo é preparado. A confissão é um convite para Deus passear
pelos acres de nosso coração. A semente de Deus cresce melhor se o solo do coração
é roçado. [...] E então, o Pai e o Filho andam juntos pelo campo; cavando e
arrancando, preparando o coração para frutificar. A confissão convida o Pai a
trabalhar o solo da alma. A confissão busca o perdão de Deus, não a anistia.
Perdão presume culpa; anistia, derivada da mesma palavra grega para amnésia,
'esquece' a suposta ofensa sem imputar culpa".
(LUCADO, M. Nas Garras da
Graça. RJ: CPAD, 1999, p.120).
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PAZ DO SENHOR
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