Lições Bíblicas CPAD 3º Trimestre de 1998
Título: Escatologia — O estudo das últimas
coisas
Comentarista: Elienai Cabral
Lição
8: O
Tribunal de Cristo
Data: 23 de Agosto de 1998
TEXTO ÁUREO
“Porque todos
devemos comparecer ante o tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o
que tiver feito por meio do corpo, bem ou mal” (2
Co 5.10).
VERDADE PRÁTICA
O tribunal de Cristo será um trono de concessão de prêmios aos
vencedores deste mundo tenebroso.
LEITURA DIÁRIA
Segunda -
1 Co 3.10-15
As obras
de cada crente serão manifestas
Terça - 1
Co 9.24-27
A carreira
cristã e a recompensa final
Quarta -
Ap 22.12; Is 40.10
O galardão
está com Jesus
Quinta -
Mt 10.41,42
O justo
receberá o seu galardão
Sexta - Ef
2.20,21; 2 Jo vv.8,9
O
fundamento de nossa recompensa é Cristo
Sábado -
Ap 19.9; Mt 25.10
As bodas
do Cordeiro
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
2
Coríntios 5.1-10; Apocalipse 19.9; Mateus 25.10.
2
Coríntios 5
1 - Porque sabemos que, se a nossa
casa terrestre deste tabernáculo se desfizer, temos de Deus um edifício, uma
casa não feita por mãos, eterna, nos céus.
2 - E, por isso, também gememos,
desejando ser revestidos da nossa habitação, que é do céu;
3 - se, todavia, estando vestidos, não
formos achados nus.
4 - Porque também nós, os que estamos
neste tabernáculo, gememos carregados, não porque queremos ser despidos, mas
revestidos, para que o mortal seja absorvido pela vida.
5 - Ora, quem para isso mesmo nos
preparou foi Deus, o qual nos deu também o penhor do Espírito.
6 - Pelo que estamos sempre de bom
ânimo, sabendo que, enquanto estamos no corpo, vivemos ausentes do Senhor
7 - (Porque andamos por fé e não por
vista.).
8 - Mas temos confiança e desejamos,
antes, deixar este corpo, para habitar com o Senhor.
9 - Pelo que muito desejamos também
ser-lhe agradáveis, quer presentes, quer ausentes.
10 - Porque todos devemos comparecer
ante o tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o que tiver feito
por meio do corpo, ou bem ou mal.
Apocalipse
19
9 - E disse-me: Escreve:
Bem-aventurados aqueles que são chamados à ceia das bodas do Cordeiro. E
disse-me: Estas são as verdadeiras palavras de Deus.
Mateus 25
10 - E, tendo elas ido comprá-lo,
chegou o esposo, e as que estavam preparadas entraram com ele para as bodas, e
fechou-se a porta.
PONTO DE CONTATO
Cabe ao professor despertar o interesse do aluno para a lição,
levando-o ao aprendizado. Não é bom transmitir a lição para uma classe
desinteressada e alheia ao estudo. Diante de um assunto tão importante como a
escatologia, o professor poderá produzir grande transformação na vida de seus
alunos se orar, jejuar, estudar a Bíblia e a lição, preparando-se com técnicas
e recursos didáticos, para tornar a aula animada, participativa e com a atenção
de todos.
OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
·
Definir o sentido da palavra tribunal na Bíblia.
·
Descrever o tribunal de Cristo.
·
Enumerar os tipos de recompensas dos justos.
SÍNTESE TEXTUAL
Para dirimir as dúvidas existentes com relação ao tribunal de
Cristo, analisaremos a palavra tribunal no texto original, objetivando mostrar
a diferença entre um tribunal de julgamento e um de avaliação das obras. Como,
quando, onde e quem comporá o tribunal de Cristo, são outros tópicos estudados
nesta lição.
ORIENTAÇÃO DIDÁTICA
Trabalhe a lição conduzindo o aluno à auto-análise, levando em
consideração 2 Co 5.10. Para isto, pergunte à classe quais obras, no campo
material, moral e espiritual, realizadas com o nosso corpo serão avaliadas por
Jesus. Evite generalizações. Peça que sejam específicos e práticos. Exemplo no
campo material: atender às pessoas carentes de alimentos. Após citarem algumas
obras, questione como serão avaliadas. Como estas poderiam ser aceitas por
Deus, e por que seriam rejeitadas? Usando o exemplo do campo material,
pergunte: Serão aceitas por Deus se realizadas por compaixão? Serão rejeitadas,
se feitas com objetivo escuso e egoísta? Mostre a importância da sinceridade na
realização das obras. Use como base o versículo supracitado e o item da lição:
“O juízo que determinará a qualidade das obras feitas”.
COMENTÁRIO
introdução
Na seqüência dos eventos escatológicos, dois deles subseqüentes
ao arrebatamento da Igreja acontecerão no céu: o tribunal de Cristo e as bodas
do Cordeiro. Os eventos na Terra depois do arrebatamento da Igreja acontecem
durante a Grande Tribulação. Nesta lição, trataremos especialmente sobre o
tribunal de Cristo, período de julgamento das obras dos santos arrebatados para
a presença de Cristo.
I. O QUE É O
TRIBUNAL DE CRISTO
O apóstolo Paulo descreve em 1 Co 3.9-15, o cristão como um
construtor que usa vários tipos de materiais numa construção. Assim, no sentido
espiritual, o valor do seu trabalho vai depender dos materiais que usará para
construir sua obra. Paulo adverte: “cada um veja como edifica” (1 Co 3.10). A
construção do cristão precisa ser feita sobre um fundamento eficaz e correto, e
com materiais de qualidade que dêem sustentação à sua vida espiritual.
Duas palavras distintas na língua original do Novo Testamento
esclarecem bem o sentido da palavra tribunal: criterion, conforme
está em Tg 2.6 e 1 Co 6.2,4; e bimá,
encontrada em 2 Co 5.10, (também em Ne 8.4). O termo criterion significa “instrumento ou meio para provar ou
julgar qualquer coisa”. Ou seja: “a regra pela qual alguém julga”, ou “o lugar
onde se faz um juízo”, o tribunal de um juiz ou de juízes. O termo bimá comumente significa uma “plataforma ou um
banco de assento onde o juiz julga”. Havia naqueles tempos tribunais militares
e, também, o tribunal (bimá ou
assento) da recompensa, especialmente utilizado nos jogos gregos de Atenas. Os
atletas vencedores eram julgados perante o juiz da arena e galardoados por suas
vitórias.
II. ASPECTOS
GERAIS DO TRIBUNAL DE CRISTO
1. O tempo. É lógico
que o tribunal não pode acontecer logo após a morte de qualquer cristão. Ele se
dará por ocasião de um tempo especial e determinado depois do arrebatamento da
Igreja.
2. O lugar. Não há
texto específico que declare o local, mas o contexto bíblico indica que, uma
vez a Igreja arrebatada até as nuvens, nos céus, a instalação do tribunal de
Cristo, inevitavelmente, terá de ser no céu, nas regiões celestiais.
3. Os julgados. Quem será
julgado no tribunal? Quais são os sujeitos desse tribunal? Indubitavelmente, as
pessoas julgadas nesse tribunal são os santos remidos por Cristo. O texto de 2
Co 5.1-10 fala daqueles que lutam nesta vida para alcançarem o privilégio de
serem revestidos de uma habitação espiritual no céu. Não haverá discriminação
nesse lugar. Só entrarão os salvos, os remidos. Não haverá lugar nesse tribunal
para julgamento condenatório.
4. O juiz. O apóstolo
Paulo declara que o exame das obras dos crentes será realizado perante o Filho
de Deus (2 Co 5.10). O próprio Jesus falou que todo o juízo é colocado nas mãos
do Filho de Deus. Faz parte da exaltação de Cristo depois de Sua conquista no
Calvário receber do Pai toda a autoridade e poder para julgar.
III. COMO
PROCEDERÁ O TRIBUNAL DE CRISTO
1. A forma do exame. E claro que não se trata de examinar quem será
salvo ou não. A salvação do crente implica no ato especial da misericórdia
divina mediante a aceitação da obra expiatória de Cristo e a sua manutenção
enquanto ele estiver neste mundo. Todo crente está livre do Juízo se permanecer
fiel até o fim (Rm 8.1; Jo 5.24; 1 Jo 4.17). Então, o julgamento não tratará da
questão do pecado, de condenação, uma vez que o pecado já foi abolido na vida
do crente e, por isso, ele estará no céu.
2. Os materiais da obra de cada crente (1 Co 3.12). O apóstolo Paulo mencionou seis diferentes
materiais que, figurativamente, representam os elementos que empregamos na
construção de nossa vida cristã. Os materiais são indicados como ouro, prata,
pedras preciosas, madeira, feno e palha. Os três primeiros são resistentes ao
fogo do julgamento de Cristo. Os três últimos são frágeis e não resistem ao
juízo de fogo.
3. A obra de cada um será provada (1 Co 3.13-15). O tribunal de Cristo avaliará os materiais que
temos utilizado na construção do edifício da nossa vida cristã. As obras feitas
com madeira, feno e palha serão manifestas naquele dia, e o galardão será
consoante à avaliação divina. Os materiais de madeira, feno e palha são
inflamáveis e perecíveis, por isso, tudo o que for construído com eles não
subsistirá.
4. O juízo que determinará a qualidade das obras feitas (2 Co
5.10). As obras
praticadas pelo crente serão submetidas ao julgamento naquele dia para se
determinar se são boas ou más. A palavra “mal” na língua grega aparece comokakos ou poneros, e ambas
significam aquilo que é eticamente mal. Porém, a palavra poneros, além de
denotar maldade, tem o sentido de se estar praticando alguma coisa de total
inutilidade. Portanto, o que Paulo entendia como obras más era a prática de
coisas sem utilidade alguma, feitas com materiais espiritualmente imprestáveis.
IV. EXAME
FINAL NO TRIBUNAL DE CRISTO
No texto de 1 Co 3.14,15 está declarado que haverá dois
resultados finais do exame (a prova do fogo) das obras manifestas: o
recebimento e a perda da recompensa.
1. Perda da recompensa. Esse fogo nada tem a ver com o fogo do Geena. O fogo
do tribunal de Cristo é figura da luz que revela as impurezas, ou seja, a
purificação. Portanto, as obras feitas por impulso carnal e para a ostentação
da carne não suportarão o calor do fogo de Deus, por mais bonitas que sejam,
serão desaprovadas.
2. Obtenção da recompensa. As obras praticadas com materiais
indestrutíveis na prova do fogo serão dignas da recompensa final. O Novo
Testamento apresenta várias recompensas, mas destaca algumas relativas às
atividades especiais. O próprio Senhor Jesus, Juiz desse tribunal, é quem fará
a entrega dos prêmios, galardões, recompensas (2 Co 9.6). Ele declara a João,
na ilha de Patmos, dizendo: “O meu galardão está comigo para dar a cada um
segundo as suas obras” (Ap 22.12). O apóstolo Paulo declara, também, que todo
crente receberá o seu louvor (elogio) da parte de Deus (1 Co 4.5).
3. Tipos de recompensas. O Novo Testamento usa uma linguagem especial
dos tempos do primeiro século da era cristã relativa ao tipo de galardão que os
vencedores das olimpíadas gregas e romanas recebiam como prêmio. Havia coroas
de vários materiais representando o tipo de vitória conquistada por aqueles
vencedores (1 Co 9.24,25).
a) A coroa da vitória (1 Co 9.25). A vida cristã se constitui numa batalha
espiritual contra três inimigos terríveis: a carne, o mundo e o Diabo. Esta
coroa é denominada, também, como coroa incorruptível, porque se refere à
conquista do domínio do crente sobre o velho homem.
b) A coroa de gozo (1 Ts 2.19; Fp 4.1). A palavra gozo significa prazer, alegria,
satisfação. Uma das atividades cristãs que mais satisfazem o coração do crente
é o ganhar almas. Isto é, praticar o evangelismo pessoal e ganhar pessoas para
o reino de Deus. Na busca do gozo nesta vida, nada é comparável ao de salvar
almas para Cristo, livrando-as da perdição eterna. Por isso, quem ganha almas,
sábio é (Pv 11.30; Dn 12.3).
c) A coroa da justiça (2 Tm 4.7,8). É o prêmio dos fiéis, dos batalhadores da fé,
dos combatentes do Senhor, os quais vencendo tudo, esperam a Sua vinda.
d) A coroa da vida (Ap 2.10; Tg 1.12). Não se trata da simples vida que temos aqui.
Essa coroa é um prêmio especial porque implica conquista de um tipo de vida
superior à vida terrena, ou à simples vida espiritual, como a tem os anjos. É a
modalidade de vida conquistada mediante a obra expiatória de Cristo Jesus — a
vida eterna. E o galardão da fidelidade do crente.
e) A coroa de glória (1 Pe 5.2-4). Certos eruditos na Bíblia entendem que esta
coroa é o galardão dos ministros fiéis que promoveram o reino de Deus na Terra,
sem esperar recompensa material.
CONCLUSÃO
A lição maior que aprendemos acerca do tribunal de Cristo
consiste em atentarmos diligentemente para a nossa responsabilidade individual
como cristãos no que se refere às ações tanto as de caráter social quanto as
espirituais praticadas em benefício do reino de Deus.
VOCABULÁRIO
Espúria: Não genuíno, adulterado, modificado,
falsificado, ilegítimo.
Supracitado: Citado, mencionado ou dito acima ou antes.
Supracitado: Citado, mencionado ou dito acima ou antes.
EXERCÍCIOS
1. Quais os dois eventos principais no céu depois
do arrebatamento da Igreja?
R. O tribunal de Cristo e as bodas do
Cordeiro.
2. O que vão ser provados no tribunal de Cristo?
R. Os materiais da obra de cada crente.
3. Que significa a palavra bimá no Novo Testamento?
R. Indica o assento de Cristo para dar a
recompensa aos vencedores e trabalhadores na obra de Cristo na Terra.
4. Em que tempo ocorrerá o Tribunal de Cristo?
R. Realizar-se-á por ocasião de um tempo
especial e determinado, logo após o arrebatamento da Igreja para o céu.
5. Quais as cinco recompensas principais naquele
dia?
R. A coroa da vitória, coroa de gozo,
coroa da justiça, coroa da vida e a coroa de glória.
AUXÍLIOS SUPLEMENTARES
Subsídio
Teológico
Existem, pelo menos, seis outros julgamentos escatológicos na
Bíblia além do tribunal de Cristo: o julgamento dos pecados no Calvário (Jo
12.31,32); o julgamento pessoal do crente quanto à sua participação no corpo de
Cristo (1 Co 11.31,32); o julgamento de Israel (Ez 20.33-44); o julgamento das
nações no período da Grande Tribulação (Mt 25.33-46); o julgamento dos anjos
caídos (2 Pe 2.4; Jd vv.6,7); e o julgamento do Grande Trono Branco (Ap
20.11-15). A maioria desses julgamentos já aconteceu e, alguns outros estão
preditos para acontecer no futuro. São julgamentos que envolvem justiça e
juízo.
O tribunal de Cristo e o tribunal do Grande Trono Branco são os
dois principais tribunais de prestação de contas diante dos quais cada pessoa
neste mundo deverá comparecer.
Sendo que o tribunal de Cristo será exclusivamente para os
salvos. Jesus falou em Mt 12.36 que “toda palavra ociosa (ou frívola) que os
homens disserem hão de dar conta no dia do juízo”. O apóstolo Paulo declarou
que todos vão colher o que semearam (Gl 6.7), e, numa palavra especial aos
cristãos, Paulo escreveu que os que servirem bem ao Senhor receberão a
recompensa da sua herança (Cl 3.24,25).
Subsídio
Doutrinário
Quando a Bíblia diz que “todos devemos comparecer ante o
tribunal de Cristo”, está, de fato, declarando que o ato de comparecer
significa ser colocado à luz da justiça de Cristo. A idéia sugerida é a de phanerosis (no grego), que quer dizer “manifestação”. O
propósito do tribunal é o de manifestar as obras praticadas pelo cristão e
colocá-las à prova do fogo para que se identifique os materiais mediante os
quais praticamos nossas obras. O caráter do julgamento é individual. Não se
trata de um julgamento em massa, em classes, mas um por um (1 Co 3.13).
A doutrina do Purgatório ensina que as pessoas, depois da morte,
vão para o Purgatório para purgarem seus pecados e obras nesta vida. Essa
purgação aconteceria através do fogo. Entretanto, esta é uma doutrina espúria e
falsa. A figura do fogo no tribunal de Cristo nada tem a ver com purgatório, e
o seu papel é o de expor as impurezas, e não o de possibilitar a salvação de
ninguém. Não há qualquer relação do tribunal de Cristo com o Purgatório.
Subsídio
Devocional
Muitos cristãos que vivem uma vida cristã descuidada, além de
correrem o risco de perderem a salvação, caso sejam salvos, não receberão
recompensa no tribunal de Cristo. A perda de recompensa naquele dia por muitos
dos salvos não significa castigo. Uma reflexão constante disso hoje, faz-nos
primar pela qualidade do trabalho cristão que fazemos para Deus.
Em 1 Co 9.27, Paulo se preocupa e teme em depender da força da
carne em vez de depender da força do Espírito, por isso, diz: “Antes subjugo o
meu corpo e o reduzo à servidão, para que, pregando aos outros, eu mesmo não
venha de alguma maneira a ficar reprovado”.
Ao usar a palavra “reprovado” (adokimos), Paulo
não está temendo perder a sua salvação, mas está preocupado se o seu trabalho
no dia das contas não for aprovado. Neste contexto, a Bíblia diz o seguinte:
“Se a obra de alguém se queimar, sofrerá detrimento; mas o tal será salvo,
todavia, como pelo fogo” (1 Co 3.15).
Paulo tinha a convicção de que a “coroa da justiça” lhe estava
garantida, porque se não tivesse feito qualquer outra obra que merecesse um
galardão maior, ela lhe seria conferida por sua retidão no ministério outorgado
pelo Senhor. Pensar dessa forma não significa que havia no coração do apóstolo
qualquer resquício de presunção.
Lições Bíblicas CPAD
Jovens e Adultos
3º Trimestre de 1998
Título: Escatologia — O estudo das últimas
coisas
Comentarista: Elienai Cabral
Lição
9: As
Bodas do Cordeiro
Data: 30 de Agosto de 1998
TEXTO ÁUREO
“Regozijemo-nos,
e alegremo-nos, e demos-lhe glória, porque vindas são as bodas do Cordeiro, e
já a sua esposa se aprontou” (Ap 19.7).
VERDADE PRÁTICA
A Igreja, glorificada e coroada no céu, será definitivamente
desposada pelo glorioso esposo, Jesus, o Cordeiro.
LEITURA DIÁRIA
Segunda -
Jo 14.1-3
O lar
preparado pelo Esposo
Terça - Hb
11.10; 12.22
Esse lar é
a gloriosa Jerusalém
Quarta -
Mt 10.32; Lc 12.8; Ap 3.5; Cl 1.22; 1 Ts 3.13; Ef 5.27; Jd v.24
O Cordeiro
apresentará ao Pai a sua esposa
Quinta -
Gn 24.51,58; 1 Co 11.2
A
tipologia do encontro entre Cristo e a Igreja
Sexta - 2
Co 11.2,3; Mt 6.24; Ap 2.10; Mt 24.13
As
características da noiva de Cristo hoje
Sábado -
Lc 12.35,37; 22.30; 13.28,29; Mt 26.29; Mc 14.25
A grande
ceia nos céus
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Mateus
25.1-12.
1 - Então, o Reino dos céus será
semelhante a dez virgens que, tomando as suas lâmpadas, saíram ao encontro do
esposo.
2 - E cinco delas eram prudentes, e
cinco loucas.
3 - As loucas, tomando as suas
lâmpadas não levaram azeite consigo.
4 - Mas as prudentes levaram azeite em
suas vasilhas, com as suas lâmpadas.
5 - E, tardando o esposo,
tosquenejaram todas e adormeceram.
6 - Mas, à meia-noite, ouviu-se um
clamor: Aí vem o esposo! Saí-lhe ao encontro!
7 - Então, todas aquelas virgens se
levantaram e prepararam as suas lâmpadas.
8 - E as loucas disseram às prudentes:
dai-nos do vosso azeite, porque as nossas lâmpadas se apagam.
9 - Mas as prudentes responderam,
dizendo: Não seja caso que nos falte a nós e a vós; ide, antes, aos que o
vendem e comprai-o para vós.
10 - E, tendo elas ido comprá-lo,
chegou o esposo, e as que estavam preparadas entraram com ele para as bodas, e
fechou-se a porta.
11 - E, depois, chegaram também as
outras virgens, dizendo: Senhor, Senhor, abre-nos a porta!
12 - E ele, respondendo, disse: Em
verdade vos digo que vos não conheço.
PONTO DE CONTATO
Usando um princípio pedagógico, que recomenda “partir do
conhecido para o desconhecido”, Jesus utiliza a analogia do casamento para
apresentar o ensino sobre a iminente vinda de Cristo a fim de buscar a Sua
Igreja. Não podemos esquecer que o casamento do Oriente nos tempos bíblicos
acontecia sob padrões e costumes culturais bastante diferentes dos que
conhecemos na atualidade.
OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
·
Descrever as características das bodas do Cordeiro.
·
Dissertar sobre os ingredientes indispensáveis para entrar nas
bodas do Cordeiro.
·
Reconhecer a necessidade de estar preparado para a iminente
vinda de Cristo.
SÍNTESE TEXTUAL
A Igreja é a esposa de Cristo porque está comprometida com Ele.
Com base nesta verdade estudaremos nesta lição a figura máxima da relação entre
Cristo e sua Igreja. Veremos como eram as bodas no Oriente as condições
espirituais da esposa, o tempo de realização das bodas, as suas características
e o que representa para entendermos as bodas da Igreja de Cristo.
ORIENTAÇÃO DIDÁTICA
Da mesma forma que Jesus usou um exemplo da vivência do povo
para conduzi-lo ao conhecimento de verdades e acontecimentos espirituais
futuros, você, professor, também poderá se valer do mesmo princípio com a
classe. Analise a diferença entre o casamento ocidental, hoje, e o casamento
oriental dos tempos da Bíblia. Se possível, escreva num quadro-de-giz ou numa
folha de papel grande as diferenças citadas pela classe. Este esclarecimento
inicial se faz necessário para conduzir a classe aos tempos antigos, pois o
casamento moderno não serve para fazer a analogia necessária com as bodas do
Cordeiro. Ouça a classe com atenção e gaste alguns minutos com o debate, pois a
compreensão desta lição poderá depender disso.
COMENTÁRIO
introdução
A ceia das bodas do Cordeiro é a expressão máxima da relação
entre Cristo e Sua Igreja. E a figura do casamento, do esposo e a esposa, que
aparece na Bíblia em várias passagens (Jo 3.29; 2 Co 11.2; Ef 5.25-33; Ap
19.7,8; 21.1 — 22.7). O texto de Mateus 25 apresenta uma parábola de Jesus que
retrata a história de um casamento, e que oferece dupla interpretação: uma
sobre Israel e outra a respeito da Igreja.
I. ANALOGIA
CORRETA DA PARÁBOLA
1. Fundo histórico. Jesus
ilustrou Seu ensino utilizando-se do costume oriental para o casamento. Depois
de feitas as cerimônias religiosas, começava-se a celebração festiva do
casamento. A festa podia prolongar-se por vários dias, dependendo das
possibilidades do pai da noiva. Nos festejos noturnos, os convidados deviam
sempre ter lâmpadas acesas. No caso da história de Jesus, o noivo atrasou. Os
convidados deveriam estar devidamente preparados com azeite em suas vasilhas e
nas lâmpadas. Qualquer convidado sem lâmpada era considerado um estranho e não
podia entrar na festa.
2. Correntes de interpretação. A primeira interpretação diz que as virgens
representam o remanescente judeu (144 mil) salvo no período da Grande
Tribulação. A segunda distingue os dois grupos como uma representação dos
crentes salvos e dos crentes apenas nominais no seio da Igreja, quando da vinda
de Cristo. A terceira interpreta as dez virgens como um todo e, também, cada
crente individualmente.
3. Quem são as dez virgens? (Mt 25.1). Não são dez pretendentes do esposo. Nem são
dez igrejas cristãs que competem pelo mesmo esposo. São, na verdade, os crentes
individualmente que compõem o corpo da Igreja (a esposa do Cordeiro). O número
dez não tem um significado dogmático ou doutrinário e, sim, um sentido de
inteireza. Representa a noiva na sua inteireza. Jesus via a Igreja como um
todo, o corpo invisível em toda a Terra (1 Co 12.12,14,27). Ele via, também, a
igreja local e visível, isto é, os membros em particular.
4. Por que as palavras “esposo” e “esposa”? No Oriente, o noivado é tão sério quanto o
casamento. Na história bíblica a mulher comprometida em noivado era chamada
esposa e, apesar de não estar unida fisicamente ao noivo, ela estava obrigada à
mesma fidelidade como se estivesse casada (Gn 29.21; Dt 22.23,24; Mt 1.18,19).
A Igreja é a esposa de Cristo porque está comprometida com Ele (Ap 19.7; 21.9;
22.17).
II. AS
CONDIÇÕES ESPIRITUAIS DA ESPOSA. (Mt 25.2-5)
1. Duas classes de crentes: os insensatos e os cautelosos. Essas duas classes são uma realidade
espiritual na Igreja de Cristo. São identificadas por Jesus como loucas e
prudentes. As loucas representam os cristãos insensatos e alienados
espiritualmente. São aqueles cristãos que não agem racionalmente na sua vida de
fé, por isso, não sabem o que estão fazendo.
As prudentes representam os cristãos cautelosos e previdentes,
que mantêm uma vida de vigilância e espiritualidade.
2. Ingredientes indispensáveis para estar nas bodas. Aquelas virgens tinham vasilhas e lâmpadas (Mt
25.7-9). Mas precisavam, na verdade, ter o principal elemento: o azeite. As
loucas não levaram azeite em suas vasilhas, mas as prudentes sim. Estavam
devidamente preparadas. Aquelas virgens tinham que ter vestidos brancos de
linho fino (Ap 19.8), lavados no precioso sangue do Cordeiro (Ap 7.14).
Precisavam de calçados do Evangelho da Paz (Is 52.7; Ef 6.15). Tinham que ter
com elas vasilhas para o azeite (Mt 25.4: Ef 5.18) e o próprio azeite (Mt
25.3,4), que é símbolo do Espírito Santo.
III. O TEMPO
DAS BODAS (Mt 25.6)
1. O sentido do clamor da meia-noite. O texto diz: “Mas à meia-noite, ouviu-se um
clamor” (Mt 25.6). Que representa a meia-noite? É o tempo do clímax da
esperança da Igreja. É o fim e o princípio de um tempo (dia, dispensação, era).
É a hora do silêncio total, quando todos dormem. Pode ser a consumação ou
princípio de um novo dia ou tempo. Não é difícil de estabelecer o tempo desse
evento. Ele acontecerá entre o arrebatamento da Igreja e a segunda fase da
volta de Cristo à Terra. Ocorrerá, precisamente, logo após o julgamento das
obras dos crentes no tribunal de Cristo, visto que em Ap 19.8, a esposa aparece
vestida de linho fino que “são as justiças dos santos”.
2. O Dia de Cristo (Fp 1.10). Na linguagem escatológica a palavra “dia” é
interpretada, literal ou figuradamente, dependendo do seu contexto. Dia pode,
então, representar ano, ou seja, um dia igual a um ano, conforme se percebe na
profecia de Daniel capítulo 9. Destacamos no contexto bíblico quatro dias
(anos, tempos) históricos para a humanidade: o “dia do homem” (1 Co 4.3), que
compreende o tempo da história da humanidade; o Dia de Cristo (Fp 1.10), que
diz respeito, especialmente, ao tempo de sete anos, nos quais a Igreja estará
no céu e, simultaneamente, ocorrerá na Terra a Grande Tribulação; o Dia do
Senhor (1 Ts 5.2), a manifestação pessoal e visível de Cristo no final da
Grande Tribulação, e durará mil anos (Milênio); e, finalmente, o Dia de Deus (2
Pe 3.12,13), que é o tempo do Juízo Final e da restauração de todas as coisas,
o começo do Reino eterno.
Neste estudo, o Dia de Cristo abrange três fatos escatológicos
especiais, os quais são: o encontro da Igreja com Cristo nas nuvens (1 Co
15.51,52; 1 Ts 4.14-17); o tribunal de Cristo (2 Co 5.10; Fp 1.10; 2 Co 1.14;
Ef 5.27); e, as bodas do Cordeiro (Ap 19.7).
IV.
CARACTERÍSTICAS DAS BODAS
1. Lugar das bodas (Ap 19.1; 21.9). Pela ordem normal dos acontecimentos
escatológicos, esse evento acontecerá no céu. Quando João declarou “ouvi no céu
como que uma grande voz de uma grande multidão que dizia: Aleluia!”, ele
identificou naturalmente o lugar. Alegria e triunfo pelas vitórias do Cordeiro
são demonstradas e, a seguir, surge a noiva do Cordeiro já glorificada, coroada
e preparada para o glorioso casamento. Entendemos, então, que o céu é o lugar
mais adequado para esse acontecimento extraordinário.
2. Participantes das bodas. O casamento é de Cristo e a Igreja, mas os
convidados são muitos. De acordo com Dn 12.1-3 e Is 26.19-21, o Israel salvo da
Grande Tribulação e os santos do Antigo Testamento são os convidados especiais.
Devemos ter cuidado na interpretação desse evento para não confundirmos nem
misturarmos os fatos que envolvem as bodas no céu e as bodas na Terra. No céu,
as bodas são da Igreja e o Cordeiro (Ap 19.7-9). Na Terra, as bodas envolvem
Israel e o Cordeiro (Mt 22.1-14; Lc 14.16-24; Mt 25.1-13). A cena das bodas no
céu difere das bodas na Terra. No céu, somente a Igreja e seus convidados
participarão. Na Terra, Israel estará esperando que o esposo venha convidá-lo a
conhecer a esposa (a Igreja), que estará reinando com Ele no período milenial.
CONCLUSÃO
No céu, os salvos receberão as recompensas (coroas) por suas
obras feitas na Terra, e as bodas do Cordeiro coroará a Igreja pela sua
fidelidade a Cristo.
VOCABULÁRIO
Alienado: emprestado.
Gentílico: Próprio dos gentios. Que não é israelita.
Insensato: Falto de senso ou razão; demente, louco.
Linear: Que dá idéia de seguir uma linha reta, sem desvios, direto.
Previdente: Cauteloso, prevenido, precavido, prudente.
Racionalmente: Que usa da razão; que raciocina.
Gentílico: Próprio dos gentios. Que não é israelita.
Insensato: Falto de senso ou razão; demente, louco.
Linear: Que dá idéia de seguir uma linha reta, sem desvios, direto.
Previdente: Cauteloso, prevenido, precavido, prudente.
Racionalmente: Que usa da razão; que raciocina.
EXERCÍCIOS
1. Quais as duas classes de crentes?
R. Os insensatos e os prudentes.
2. Quais os ingredientes indispensáveis para estar
nas bodas do Cordeiro?
R. O azeite e as vestes brancas.
3. O que representa a expressão “meia-noite” para a
Igreja?
R. É o tempo do clímax da esperança da Igreja.
4. O que é o Dia de Cristo?
R. Diz respeito, especialmente, ao tempo
de sete anos nos quais a Igreja estará no céu e, simultaneamente, ocorrerá na
Terra a Grande Tribulação.
5. Quais são os participantes das bodas do
Cordeiro?
R. O noivo, Cristo; a noiva, a Igreja e
os convidados.
AUXÍLIOS SUPLEMENTARES
Subsídio
Teológico
“Quando Jesus aparecer para destruir o Anticristo e as suas
tropas, os exércitos dos céus seguirão a Jesus, montados em cavalos brancos
(que simbolizam o triunfo) ‘e vestidos de linho fino, branco e puro’ (Ap
19.14). Esse fato identifica-os com a noiva do Cordeiro (a Igreja) que
participa das bodas do Cordeiro (Ap 19.7-9). Isto significa que já estiveram no
céu, e já estão plenamente vestidos da ‘justiça dos santos’ (v.8). Esse fato
também deixa subentendido que aqueles atos de justiça já estão completos, e que
os crentes foram ressuscitados, transformados e levados ao céu. Ficaria
subentendido, também, que já tinham comparecido diante do tribunal de Cristo (2
Co 5.10). Que tempo de alegria e deleite aquelas bodas serão!” (Teologia
Sistemática, CPAD)
Subsídio
Doutrinário
O comentário sobre o capítulo 19 de Apocalipse no livro Daniel e Apocalipse (CPAD) apresenta o seguinte cenário,
mostrando a Igreja ao lado de Jesus, na Glória, antes dEle aparecer em glória e
poder: “Versículos 1-9. Uma imensurável multidão regozija-se no Céu,
juntamente com os vinte e quatro anciãos e os seres viventes. É um coral
gigantesco. Eles intercalam quatro grandes aleluias no seu cântico
(vv.1,3,4,6).
“‘bodas do Cordeiro’ (v.7). Esse glorioso evento tem
lugar no Céu após o arrebatamento da Igreja. E o encontro, que durará para
sempre, da Igreja com o seu Senhor, que a resgatou com o Seu precioso sangue e
a conduziu a salvo ao lar celestial, apesar das tempestades da vida. E o
encontro que não terá jamais separação.
“O ‘linho fino’ do vestido da Igreja (vv.7,8) são os ‘atos de
justiça dos santos’, indicando, portanto, resultado de julgamento do tribunal
de Cristo. Para que isso aconteça aqui, a Igreja terá subido antes.
“ ‘ceia das bodas do Cordeiro’ (v.9). Deve ser a
participação da Igreja na destruição do poder gentílico mundial sob a Besta, a
partir do instante em que Jesus tocar a Terra. As bodas do Cordeiro têm lugar
no Céu, ao passo que ‘a ceia do grande Deus’ (v.17), tem lugar na Terra, sendo,
pois, dois fatos totalmente distintos quanto à sua natureza”.
Subsídio
Devocional
“A esperança da Igreja é o aparecimento do Noivo e estar com Ele
para sempre. E no quadro da Igreja como a Noiva de Cristo que encontramos o
conceito da firme esperança dos salvos (At 23.6; Rm 8.20-25; 1 Co 15.19).
“A Igreja Primitiva vivia em meio à expectação do retorno de seu
amado Senhor. Esperança esta que só começou a diminuir no século III d. C. Apesar
dos séculos de negligência em torno do assunto, o século XIX foi reavivado para
se voltar a esta realidade da Palavra de Deus.
“Entre os evangélicos, hoje, há um consenso generalizado sobre o
fato de que Jesus Cristo realmente está prestes a voltar. Até mesmo entre os
teólogos modernos, aquela conversa sobre a morte de Deus já é coisa passada.
Hoje, eles já se voltam à doutrina das últimas coisas. Entretanto, a despeito
dos modismos teológicos, precisamos estabelecer nossas convicções sobre a
verdade revelada na Palavra de Deus. Afinal, o próprio Jesus, durante o seu
ministério terreno, já afirmara categoricamente: ‘Eu voltarei’.
“Por que esta doutrina é tão estratégica e importante? Por um
grande motivo: é a chave para a história da humanidade. Estamos nos movendo
inexoravelmente para a consumação de todas as coisas. A maioria das religiões e
filosofias não-cristãs têm um ponto de vista cíclico da história. Os hindus,
por exemplo, vêem-na como se fora uma roda da vida, girando sem parar, sem
começo nem fim. Mas a visão bíblica da história é linear.
“Houve um começo, um evento central — a cruz. Quando Jesus
bradou: ‘Está consumado!’ (Jo 19.30), assegurava-nos Ele, por intermédio de Sua
paixão e morte, a nossa redenção. Mas ainda não possuímos a plenitude de nossa
salvação e da herança que Cristo nos conquistou. Estas tornar-se-ão plenas
quando Ele retomar para levar a sua Igreja (Rm 13.11; 8.23; Hb 9.28). Não
obstante, já estamos usufruindo de muitas bênçãos provenientes da cruz.” (Doutrinas
Bíblicas, CPAD)
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