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quarta-feira, 27 de maio de 2015

Lições Bíblicas CPAD 2º Trimestre de 2000 Jesus e as crianças

 

            

            Lições Bíblicas CPAD  2º Trimestre de 2000


Título: Os ensinos de Jesus para o homem atual
Comentarista: Elinaldo Renovato de Lima


Lição 10: Jesus e as crianças
Data: 4 de Junho de 2000

TEXTO ÁUREO


Jesus, porém, vendo isso, indignou-se e disse-lhes: Deixai vir os pequeninos a mim e não os impeçais, porque dos tais é o Reino de Deus (Mc 10.14).

VERDADE PRÁTICA


Jesus demonstrou seu interesse pela salvação das crianças, ordenando que as mesmas tivessem a liberdade de chegar junto dele para serem abençoadas.

LEITURA DIÁRIA


Segunda - Gn 33.5
Filhos dados por Deus


Terça - Gn 50.20,21
Deus sustenta as crianças


Quarta - Sl 34.11
Convite de Deus às crianças


Quinta - Mt 2.16
Meninos exterminados


Sexta - Mt 21.16
O perfeito louvor dos meninos


Sábado - 1 Pe 2.2
Meninos espirituais

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE


Lucas 2.21,22,46; Mateus 18.1-5,10.

Lucas 2
21 - E, quando os oito dias foram cumpridos para circuncidar o menino, foi-lhe dado o nome de Jesus, que pelo anjo lhe fora posto antes de ser concebido.
22 - E, cumprindo-se os dias da purificação, segundo a lei de Moisés, o levaram a Jerusalém, para o apresentarem ao Senhor.
46 - E aconteceu que, passados três dias, o acharam no templo, assentado no meio dos doutores, ouvindo-os e interrogando-os.

Mateus 18
1 - Naquela mesma hora, chegaram os discípulos ao pé de Jesus, dizendo: Quem é o maior no Reino dos céus?
2 - E Jesus, chamando uma criança, a pôs no meio deles
3 - e disse: Em verdade vos digo que, se não vos converterdes e não vos fizerdes como crianças, de modo algum entrareis no Reino dos céus.
4 - Portanto, aquele que se tornar humilde como esta criança, esse é o maior no Reino dos céus.
5 - E qualquer que receber em meu nome uma criança tal como esta a mim me recebe.
10 - Vede, não desprezeis algum destes pequeninos, porque eu vos digo que os seus anjos nos céus sempre veem a face de meu Pai que está nos céus.

PONTO DE CONTATO


Além da atitude bondosa de Jesus para com as crianças, o que queria ensinar o Mestre baseado na comparação que fez entre os verdadeiros súditos do Reino dos céus e os pequeninos?
As crianças antes de serem atingidas pelo orgulho, pela maldade e pela ambição pessoal mundana, são dotadas de um espírito humilde e de uma fé simples. Apesar de serem fracas e indefesas, as crianças simbolizam com propriedade o povo simples que usualmente recebe a mensagem do evangelho sem oferecer resistência, no que contrasta com os de nobre nascimento, instruídos e sábios aos próprios olhos, que geralmente buscam justificativas para não levar a sério as declarações e advertências do Senhor. Sejamos humildes para que tenhamos acesso ao Reino dos céus!

OBJETIVOS


Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
·        Destacar os ensinamentos e as atitudes de Jesus que demonstram seu interesse na salvação das crianças.
·        Conceituar “humildade” sob o ponto de vista bíblico.
·        Mencionar os vários aspectos da infância de Jesus que comprovam a sua humanidade.

SÍNTESE TEXTUAL


Quem é o maior no Reino dos céus? Os de espírito orgulhoso? Os ambiciosos? Não, mas aqueles cujo espírito é semelhante ao de uma criança; aqueles que têm fé simples e inabalável e se apresentam a Cristo sem medo e ostentação.
A criança é símbolo dos humildes e dos crentes em contraste com os orgulhosos, violentos e arrogantes. É necessário que o indivíduo seja como uma criança, se tiver de ganhar o reino, mas também deve tratar os outros bondosa e compassivamente se tiver de ser grande, conforme Jesus fez às crianças.
Aquele que age com misericórdia está realmente favorecendo a Jesus, ou seja, servindo ao próprio Jesus, tão íntima é sua identificação com os homens.
Uma criança não tem ideia do que é grande e, assim, no Reino dos céus o maior é aquele que tem menor consciência de que é grande.

ORIENTAÇÃO DIDÁTICA


Como podemos verificar através dos Evangelhos, Cristo se interessa profundamente pela salvação das crianças e pelo seu crescimento espiritual. Os pais cristãos devem levar seus filhos a Cristo, porque Ele anseia recebê-los, amá-los e abençoá-los. O interesse de Jesus pelas crianças como pessoas e objeto do amor de Deus, foi transmitido para a Igreja Primitiva, fazendo uma diferença permanente na atitude dos cristãos. É simplesmente impressionante a ternura de Jesus em relação às crianças.
Considerando as afirmações acima, escreva no quadro de giz as seguintes referências: Mt 19.13-15; 25.31-46; Mc 10.13-16; Lc 18.15-17. Depois divida a turma em quatro grupos. Cada grupo deverá fazer uma descrição do texto a ele reservado enfocando o modo como o Senhor Jesus tratou as crianças.
Organize a atividade desse modo:
Divida o espaço do quadro de giz em quatro partes e escreva uma referência em cada parte. Cada grupo deverá usar o espaço que lhe for reservado. É importante que haja a participação de toda a classe.

COMENTÁRIO


introdução

Tendo sido criança, Jesus vivenciou a infância em seus diversos momentos, crescendo ao lado de seus pais, e recebendo a instrução devida na lei do Senhor. Já em seu ministério, Ele apresentou preciosas lições, tomando as crianças como exemplo a ser seguido pelos seus discípulos. Nesta lição, abordaremos alguns aspectos importantes dos ensinamentos de Jesus sobre as crianças.

I. JESUS VIVENCIOU A INFÂNCIA

1. Foi circuncidado ao oitavo dia. Cumprindo a Lei (Lv 12.3), os pais de Jesus o levaram ao Templo para ser circuncidado ao oitavo dia, após o seu nascimento (Lc 2.21). Após aquela cerimônia, Maria teve de ficar trinta e três dias em casa, até que se cumprisse o período de sua purificação (vide Lv 12.4). Quanto a esse período higiênico, vemos o cuidado de Deus, também, com a mãe, pois, ficando em casa em repouso, seu corpo melhor se recuperaria do desgaste natural, sofrido com o parto.
2. Foi apresentado ao Senhor. Trinta e três dias após a circuncisão de Jesus, ele foi levado pelos pais ao Templo, para ser apresentado ao Senhor (Lc 2.22). Normalmente, os pais teriam que oferecer, naquela cerimônia, um cordeiro e um pombinho ou uma rola para expiação do pecado (Lv 12.6,7). Sendo pobres, apresentaram apenas “um par de rolas e dois pombinhos” (Lc 2.24; Lv 12.8). Assim como os pais de Jesus fizeram, levando-o nos primeiros dias ao Templo, hoje, é importante que os pais levem seus filhos para os apresentarem na Casa do Senhor.
3. Aprendeu as Escrituras em casa. Sem que seus pais soubessem, o menino achou-se no meio dos doutores, “ouvindo-os e interrogando-os, e todos os que o ouviam admiravam a sua inteligência e respostas” (Lc 2.46,47). Certamente, Jesus aprendeu com seus pais as Escrituras Sagradas. Ele podia citar versículos de cor (Mt 4.4-7,10; 5.21,27,33,38 e outros). Sem dúvida, José e Maria procuraram obedecer o que foi ordenado, segundo Dt 11.18-21. É indispensável, hoje, que os pais crentes tenham o cuidado de fazer o culto doméstico, reunindo os filhos para louvar a Deus, ler as Escrituras juntos, e orarem uns pelos outros.
4. Acompanhava seus pais ao templo. Era costume dos pais levarem os filhos ao Templo (Lc 2.41,42). Nos dias em que vivemos, em que a família está ameaçada de destruição, é necessário que os pais, desde cedo, ensinem aos filhos o valor da Casa do Senhor, do templo mesmo, para a adoração coletiva. Há muitos que estão permitindo que seus filhos fiquem em casa, ensinados pela “babá eletrônica”, diante da qual, normalmente, não aprendem nada que os edifique.
5. Deu trabalho a seus pais. Jesus foi uma criança normal, que deu prazer e alegria, mas também deu preocupação a seus pais. Por ocasião do retorno, após a Festa da Páscoa, Jesus ficou em Jerusalém, e “não o souberam seus pais” (Lc 2.43). Isso é coisa de criança. Ele aproveitou para dar “uma entradinha” no Templo, e “colocar os doutores no bolso”. Os pais pensavam que Ele estivesse “entre os parentes e conhecidos”, após um dia de caminhada (Lc 2.44). Quando o procuraram, durante um dia, e não o encontraram, voltaram a Jerusalém, “passados três dias” de busca (Lc 2.46). E foram e o encontram, muito tranquilo, “assentado no meio dos doutores”. Ao vê-lo, ali, sua mãe lhe disse: “Filho, porque fizeste assim para conosco? Eis que teu pai e eu, ansiosos, te procurávamos” (Lc 2.48). É prova de sua humanidade.

II. JESUS FICOU AO LADO DAS CRIANÇAS

1. Jesus repreendeu os discípulos por causa das crianças. Os pais levavam as crianças a Jesus para que as tocasse (Mc 10.13-16; Lc 18.15-17), lhes impusesse as mãos (Mt 19.13-15) e os discípulos não gostavam, talvez por causa do barulho que elas faziam. Nas três referências, Jesus fica ao lado das crianças e acrescenta: “Quem não receber o Reino de Deus como uma criança de maneira nenhuma entrará nele (Mc 10.15).
2. Jesus repreendeu os sacerdotes por causa das crianças. Quando diversas crianças clamavam “Hosana ao filho de Davi”, os principais dos sacerdotes e os escribas ficaram indignados por causa das maravilhas que Jesus operava, e pelo fato de ouvirem o barulho do louvor das crianças. E perguntaram a Jesus se Ele não ouvia o cântico das crianças. O Mestre, então, respondeu: “Sim; nunca lestes: Pela boca dos meninos e das criancinhas de peito tiraste o perfeito louvor?” (Mt 21.15,16). Esse ensino é significativo, pois, hoje, há pessoas que não se sentem à vontade com as crianças, no templo, por causa do barulho que fazem. Mas é exatamente delas que sai o perfeito louvor.

III. JESUS VALORIZOU AS CRIANÇAS

1. Destacou as crianças (Mt 18.1,2). Em Cafarnaum, Jesus foi indagado pelos discípulos sobre quem seria “o maior no Reino dos Céus”. Sem rodeios, Jesus preferiu dar uma lição prática, com uma ilustração convincente. Chamou uma criança e “a pôs no meio deles”. Notemos que Jesus colocou o menino “no meio”, no centro das atenções. É uma grande lição para nós. Devemos dar melhor atenção às crianças. Elas são almas limpas que Deus colocou em nossas mãos, para que sejam salvas desde cedo, antes que o Maligno as atraia para o mundo. Infelizmente, há obreiros que não gostam de crianças. Há igrejas onde não há lugar para as crianças.
2. Jesus valorizou os meninos. Após colocar o menino “no meio”, Jesus respondeu aos discípulos, mostrando que, se alguém quer entrar no reino dos céus, tem que se fazer como menino, destacando os seguintes aspectos:
a) Conversão (v.3). “Se não vos converterdes e não vos fizerdes como meninos, de modo algum entrareis no reino dos céus”. Uma criança, quando devidamente conduzida ao Senhor, ela segue a Cristo. Ela crê em Deus com simplicidade, de todo o coração.
b) Humildade (v.4). “Portanto, aquele que se tornar humilde como este menino, esse é o maior no reino dos céus”. A criança, em geral, é humilde. Muitas vezes, quando se mostra orgulhosa, é por ver o mau exemplo dos pais ou de parentes, a quem imita. Jesus ensinou que “os humilhados serão exaltados” (Mt 23.12).
3. O relacionamento com os meninos (v.5). “E qualquer que receber em meu nome um menino tal como este, a mim me recebe”. Que lição tremenda! Que bom seria que, nas igrejas, fosse observado esse ensino de Jesus! Que os líderes tratassem melhor as crianças, cuidando do ensino apropriado para as crianças; tudo isso, em nome de Jesus.
4. Não escandalizar os meninos (v.6). “Mas qualquer que escandalizar um destes pequeninos, que creem em mim, melhor lhe fora que se lha pendurasse ao pescoço uma mó de azenha, e se submergisse na profundeza do mar”. É um ensino duro, sem dúvida. Mas demonstra quanto o Senhor Jesus valorizou os meninos. Os pais são sacerdotes no lar. Precisam cuidar para que seus filhos não se escandalizem, não sofram influência da imoralidade que campeia por toda a parte, principalmente nos meios de comunicação. Os pais devem edificar seus filhos com a Palavra de Deus.
5. Não desprezar os meninos (v.10). “Vede, não desprezeis algum destes pequeninos, porque eu vos digo que os seus anjos nos céus sempre vêm a face de meu Pai que está nos céus”. Com esse ensino, Jesus fez saber que é pecado desprezar ou subestimar as crianças. A expressão “seus anjos” tem levado alguns a concluir que cada criança tem seu anjo da guarda. Aliás, era crença antiga entre os judeus. Contudo, não podemos ensinar isso como doutrina. Se assim fosse, quando uma criança se acidentasse, poder-se-ia dizer que o anjo tinha-se descuidado. O que podemos ensinar, e que “o anjo do SENHOR acampa-se ao redor dos que o temem, e os livra” (Sl 34.7).

CONCLUSÃO

As Escrituras registram episódios notáveis, em que o Mestre aproveitou a presença de crianças, para dar ensinos de grande significado espiritual e moral para os que o ouviam. Entre os sacerdotes legalistas e as crianças, que cantavam no templo, Jesus ficou ao lado dos pequeninos. Quando os discípulos quiseram ver-se livres da presença dos meninos, Jesus os repreendeu, colocando as crianças nos seus braços para as abençoar.

VOCABULÁRIO


Campeia: Prevalecer; dominar; imperar.
Circuncidar: Praticar a circuncisão, rito de iniciação, que consiste em cortar o prepúcio.
Conceber: Formar no espírito ou no coração; compreender, entender.
Convincente: Que convence; convencedor.
Episódio: Ação incidente, ligada à ação principal (em obra literária ou artística); incidente, acessório; fato notável relacionado com outros.
Escriba: Doutor da lei, entre os judeus; aquele que tinha por profissão copiar manuscritos, muitas vezes mediante ditado; copista.
Hosana: Do hebr. hoshi ‘anna, ‘salva, rogo-te’; saudação, aclamação, louvor; salve.
Mó de azenha: Moinho de roda, movido a água; atafona.
Subestimar: Não dar a devida estima, apreço, valor, a; não ter em grande conta; desdenhar.
Submergir: Fazer sumir totalmente na água; afundar; fazer desaparecer, fazer sumir; ocultar, encobrir.

EXERCÍCIOS


1. Que determinação da Lei os pais de Jesus cumpriram, ao oitavo dia de nascido?
R. A circuncisão.

2. O que os pais de Jesus ofereceram pela purificação de Maria?
R. Um par de rolas e dois pombinhos.

3. Quantos dias os pais de Jesus o procuraram, após o perderem de vista?
R. Três dias.

4. Onde Jesus colocou um menino, quando foi interrogado pelos discípulos sobre quem seria o maior no Reino dos Céus?
R. No meio deles.

5. Quem Jesus disse que seria o maior no Reino dos Céus?
R. Aquele que se tornar como menino.

AUXÍLIOS SUPLEMENTARES


Subsídio Doutrinário

A capacidade espiritual das crianças. Não raro, subestimamos a capacidade das crianças. Voltemos a Spurgeon: ‘Diria que, de modo geral, tenho mais confiança na vida espiritual das crianças, que já recebi na igreja, que na condição espiritual dos adultos. Digo mais: usualmente descubro um conhecimento mais claro do evangelho, e um amor mais profundo por Cristo, nas crianças convertidas do que nos convertidos adultos. Ficarão ainda mais surpresos se disser que tenho me deparado com crianças de dez ou doze anos com uma experiência espiritual mais profunda do que certas pessoas de cinquenta ou sessenta anos’.
As crianças parecem possuir melhor capacidade para a fé do que os adultos. Suas mentes ainda não se anuviaram com a sabedoria mundana e o ceticismo.

O espírito infantil. ‘Quem não receber o Reino de Deus como uma criança, de maneira nenhuma entrará nele’. O Senhor não quis dizer que os adultos devem se tornar infantis no entendimento; e, sim, que a sua atitude para com Deus tem de ser caracterizada pela docilidade, simplicidade e confiança. Em suma: deveriam agir para com Deus, assim como as crianças agem para com os seus pais” (Comentário Bíblico — Marcos, CPAD, pp.92,93).

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