Lições Bíblicas CPAD 2º Trimestre de 2000
Título: Os ensinos de Jesus para o homem atual
Comentarista: Elinaldo Renovato de Lima
Lição
10: Jesus
e as crianças
Data: 4 de Junho de 2000
TEXTO ÁUREO
“Jesus, porém,
vendo isso, indignou-se e disse-lhes: Deixai vir os pequeninos a mim e não os
impeçais, porque dos tais é o Reino de Deus” (Mc
10.14).
VERDADE PRÁTICA
Jesus demonstrou seu interesse pela salvação das crianças,
ordenando que as mesmas tivessem a liberdade de chegar junto dele para serem
abençoadas.
LEITURA DIÁRIA
Segunda -
Gn 33.5
Filhos
dados por Deus
Terça - Gn
50.20,21
Deus
sustenta as crianças
Quarta -
Sl 34.11
Convite de
Deus às crianças
Quinta -
Mt 2.16
Meninos
exterminados
Sexta - Mt
21.16
O perfeito
louvor dos meninos
Sábado - 1
Pe 2.2
Meninos
espirituais
LEITURA BÍBLICA EM
CLASSE
Lucas
2.21,22,46; Mateus 18.1-5,10.
Lucas 2
21 - E, quando os oito dias foram
cumpridos para circuncidar o menino, foi-lhe dado o nome de Jesus, que pelo
anjo lhe fora posto antes de ser concebido.
22 - E, cumprindo-se os dias da
purificação, segundo a lei de Moisés, o levaram a Jerusalém, para o
apresentarem ao Senhor.
46 - E aconteceu que, passados três
dias, o acharam no templo, assentado no meio dos doutores, ouvindo-os e
interrogando-os.
Mateus 18
1 - Naquela mesma hora, chegaram os
discípulos ao pé de Jesus, dizendo: Quem é o maior no Reino dos céus?
2 - E Jesus, chamando uma criança, a
pôs no meio deles
3 - e disse: Em verdade vos digo que,
se não vos converterdes e não vos fizerdes como crianças, de modo algum
entrareis no Reino dos céus.
4 - Portanto, aquele que se tornar
humilde como esta criança, esse é o maior no Reino dos céus.
5 - E qualquer que receber em meu nome
uma criança tal como esta a mim me recebe.
10 - Vede, não desprezeis algum destes
pequeninos, porque eu vos digo que os seus anjos nos céus sempre veem a face de
meu Pai que está nos céus.
PONTO DE CONTATO
Além da atitude bondosa de Jesus para com as crianças, o que
queria ensinar o Mestre baseado na comparação que fez entre os verdadeiros
súditos do Reino dos céus e os pequeninos?
As crianças antes de serem atingidas pelo orgulho, pela maldade
e pela ambição pessoal mundana, são dotadas de um espírito humilde e de uma fé
simples. Apesar de serem fracas e indefesas, as crianças simbolizam com
propriedade o povo simples que usualmente recebe a mensagem do evangelho sem
oferecer resistência, no que contrasta com os de nobre nascimento, instruídos e
sábios aos próprios olhos, que geralmente buscam justificativas para não levar
a sério as declarações e advertências do Senhor. Sejamos humildes para que
tenhamos acesso ao Reino dos céus!
OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
·
Destacar os ensinamentos e as atitudes de Jesus que demonstram
seu interesse na salvação das crianças.
·
Conceituar “humildade” sob o ponto de vista bíblico.
·
Mencionar os vários aspectos da infância de Jesus que comprovam
a sua humanidade.
SÍNTESE TEXTUAL
Quem é o maior no Reino dos céus? Os de espírito orgulhoso? Os
ambiciosos? Não, mas aqueles cujo espírito é semelhante ao de uma criança;
aqueles que têm fé simples e inabalável e se apresentam a Cristo sem medo e
ostentação.
A criança é símbolo dos humildes e dos crentes em contraste com
os orgulhosos, violentos e arrogantes. É necessário que o indivíduo seja como
uma criança, se tiver de ganhar o reino, mas também deve tratar os outros
bondosa e compassivamente se tiver de ser grande, conforme Jesus fez às
crianças.
Aquele que age com misericórdia está realmente favorecendo a
Jesus, ou seja, servindo ao próprio Jesus, tão íntima é sua identificação com
os homens.
Uma criança não tem ideia do que é grande e, assim, no Reino dos
céus o maior é aquele que tem menor consciência de que é grande.
ORIENTAÇÃO DIDÁTICA
Como podemos verificar através dos Evangelhos, Cristo se
interessa profundamente pela salvação das crianças e pelo seu crescimento
espiritual. Os pais cristãos devem levar seus filhos a Cristo, porque Ele
anseia recebê-los, amá-los e abençoá-los. O interesse de Jesus pelas crianças
como pessoas e objeto do amor de Deus, foi transmitido para a Igreja Primitiva,
fazendo uma diferença permanente na atitude dos cristãos. É simplesmente
impressionante a ternura de Jesus em relação às crianças.
Considerando as afirmações acima, escreva no quadro de giz as
seguintes referências: Mt 19.13-15; 25.31-46; Mc 10.13-16; Lc 18.15-17. Depois
divida a turma em quatro grupos. Cada grupo deverá fazer uma descrição do texto
a ele reservado enfocando o modo como o Senhor Jesus tratou as crianças.
Organize a atividade desse modo:
Divida o espaço do quadro de giz em quatro partes e escreva uma
referência em cada parte. Cada grupo deverá usar o espaço que lhe for
reservado. É importante que haja a participação de toda a classe.
COMENTÁRIO
introdução
Tendo sido criança, Jesus vivenciou a infância em seus diversos
momentos, crescendo ao lado de seus pais, e recebendo a instrução devida na lei
do Senhor. Já em seu ministério, Ele apresentou preciosas lições, tomando as
crianças como exemplo a ser seguido pelos seus discípulos. Nesta lição,
abordaremos alguns aspectos importantes dos ensinamentos de Jesus sobre as
crianças.
I. JESUS
VIVENCIOU A INFÂNCIA
1. Foi circuncidado ao oitavo dia. Cumprindo a Lei (Lv 12.3), os pais de Jesus o
levaram ao Templo para ser circuncidado ao oitavo dia, após o seu nascimento
(Lc 2.21). Após aquela cerimônia, Maria teve de ficar trinta e três dias em
casa, até que se cumprisse o período de sua purificação (vide Lv 12.4). Quanto
a esse período higiênico, vemos o cuidado de Deus, também, com a mãe, pois,
ficando em casa em repouso, seu corpo melhor se recuperaria do desgaste
natural, sofrido com o parto.
2. Foi apresentado ao Senhor. Trinta e três dias após a circuncisão de
Jesus, ele foi levado pelos pais ao Templo, para ser apresentado ao Senhor (Lc
2.22). Normalmente, os pais teriam que oferecer, naquela cerimônia, um cordeiro
e um pombinho ou uma rola para expiação do pecado (Lv 12.6,7). Sendo pobres,
apresentaram apenas “um par de rolas e dois pombinhos” (Lc 2.24; Lv 12.8).
Assim como os pais de Jesus fizeram, levando-o nos primeiros dias ao Templo,
hoje, é importante que os pais levem seus filhos para os apresentarem na Casa
do Senhor.
3. Aprendeu as Escrituras em casa. Sem que seus pais soubessem, o menino achou-se
no meio dos doutores, “ouvindo-os e interrogando-os, e todos os que o ouviam
admiravam a sua inteligência e respostas” (Lc 2.46,47). Certamente, Jesus
aprendeu com seus pais as Escrituras Sagradas. Ele podia citar versículos de
cor (Mt 4.4-7,10; 5.21,27,33,38 e outros). Sem dúvida, José e Maria procuraram
obedecer o que foi ordenado, segundo Dt 11.18-21. É indispensável, hoje, que os
pais crentes tenham o cuidado de fazer o culto doméstico, reunindo os filhos
para louvar a Deus, ler as Escrituras juntos, e orarem uns pelos outros.
4. Acompanhava seus pais ao templo. Era costume dos pais levarem os filhos ao
Templo (Lc 2.41,42). Nos dias em que vivemos, em que a família está ameaçada de
destruição, é necessário que os pais, desde cedo, ensinem aos filhos o valor da
Casa do Senhor, do templo mesmo, para a adoração coletiva. Há muitos que estão
permitindo que seus filhos fiquem em casa, ensinados pela “babá eletrônica”,
diante da qual, normalmente, não aprendem nada que os edifique.
5. Deu trabalho a seus pais. Jesus foi uma criança normal, que deu prazer e
alegria, mas também deu preocupação a seus pais. Por ocasião do retorno, após a
Festa da Páscoa, Jesus ficou em Jerusalém, e “não o souberam seus pais” (Lc
2.43). Isso é coisa de criança. Ele aproveitou para dar “uma entradinha” no
Templo, e “colocar os doutores no bolso”. Os pais pensavam que Ele estivesse
“entre os parentes e conhecidos”, após um dia de caminhada (Lc 2.44). Quando o
procuraram, durante um dia, e não o encontraram, voltaram a Jerusalém,
“passados três dias” de busca (Lc 2.46). E foram e o encontram, muito
tranquilo, “assentado no meio dos doutores”. Ao vê-lo, ali, sua mãe lhe disse:
“Filho, porque fizeste assim para conosco? Eis que teu pai e eu, ansiosos, te
procurávamos” (Lc 2.48). É prova de sua humanidade.
II. JESUS
FICOU AO LADO DAS CRIANÇAS
1. Jesus repreendeu os discípulos por causa das crianças. Os pais levavam as crianças a Jesus para que
as tocasse (Mc 10.13-16; Lc 18.15-17), lhes impusesse as mãos (Mt 19.13-15) e
os discípulos não gostavam, talvez por causa do barulho que elas faziam. Nas
três referências, Jesus fica ao lado das crianças e acrescenta: “Quem não
receber o Reino de Deus como uma criança de maneira nenhuma entrará nele (Mc
10.15).
2. Jesus repreendeu os sacerdotes por causa das crianças. Quando diversas crianças clamavam “Hosana ao
filho de Davi”, os principais dos sacerdotes e os escribas ficaram indignados
por causa das maravilhas que Jesus operava, e pelo fato de ouvirem o barulho do
louvor das crianças. E perguntaram a Jesus se Ele não ouvia o cântico das
crianças. O Mestre, então, respondeu: “Sim; nunca lestes: Pela boca dos meninos
e das criancinhas de peito tiraste o perfeito louvor?” (Mt 21.15,16). Esse
ensino é significativo, pois, hoje, há pessoas que não se sentem à vontade com
as crianças, no templo, por causa do barulho que fazem. Mas é exatamente delas
que sai o perfeito louvor.
III. JESUS
VALORIZOU AS CRIANÇAS
1. Destacou as crianças (Mt 18.1,2). Em Cafarnaum, Jesus foi indagado pelos
discípulos sobre quem seria “o maior no Reino dos Céus”. Sem rodeios, Jesus
preferiu dar uma lição prática, com uma ilustração convincente. Chamou uma
criança e “a pôs no meio deles”. Notemos que Jesus colocou o menino “no meio”,
no centro das atenções. É uma grande lição para nós. Devemos dar melhor atenção
às crianças. Elas são almas limpas que Deus colocou em nossas mãos, para que
sejam salvas desde cedo, antes que o Maligno as atraia para o mundo. Infelizmente,
há obreiros que não gostam de crianças. Há igrejas onde não há lugar para as
crianças.
2. Jesus valorizou os meninos. Após colocar o menino “no meio”, Jesus
respondeu aos discípulos, mostrando que, se alguém quer entrar no reino dos
céus, tem que se fazer como menino, destacando os seguintes aspectos:
a) Conversão (v.3). “Se não
vos converterdes e não vos fizerdes como meninos, de modo algum entrareis no
reino dos céus”. Uma criança, quando devidamente conduzida ao Senhor, ela segue
a Cristo. Ela crê em Deus com simplicidade, de todo o coração.
b) Humildade (v.4). “Portanto,
aquele que se tornar humilde como este menino, esse é o maior no reino dos
céus”. A criança, em geral, é humilde. Muitas vezes, quando se mostra
orgulhosa, é por ver o mau exemplo dos pais ou de parentes, a quem imita. Jesus
ensinou que “os humilhados serão exaltados” (Mt 23.12).
3. O relacionamento com os meninos (v.5). “E qualquer que receber em meu nome um menino
tal como este, a mim me recebe”. Que lição tremenda! Que bom seria que, nas
igrejas, fosse observado esse ensino de Jesus! Que os líderes tratassem melhor
as crianças, cuidando do ensino apropriado para as crianças; tudo isso, em nome
de Jesus.
4. Não escandalizar os meninos (v.6). “Mas qualquer que escandalizar um destes
pequeninos, que creem em mim, melhor lhe fora que se lha pendurasse ao pescoço
uma mó de azenha, e se submergisse na profundeza do mar”. É um ensino duro, sem
dúvida. Mas demonstra quanto o Senhor Jesus valorizou os meninos. Os pais são
sacerdotes no lar. Precisam cuidar para que seus filhos não se escandalizem,
não sofram influência da imoralidade que campeia por toda a parte,
principalmente nos meios de comunicação. Os pais devem edificar seus filhos com
a Palavra de Deus.
5. Não desprezar os meninos (v.10). “Vede, não desprezeis algum destes pequeninos,
porque eu vos digo que os seus anjos nos céus sempre vêm a face de meu Pai que
está nos céus”. Com esse ensino, Jesus fez saber que é pecado desprezar ou
subestimar as crianças. A expressão “seus anjos” tem levado alguns a concluir
que cada criança tem seu anjo da guarda. Aliás, era crença antiga entre os
judeus. Contudo, não podemos ensinar isso como doutrina. Se assim fosse, quando
uma criança se acidentasse, poder-se-ia dizer que o anjo tinha-se descuidado. O
que podemos ensinar, e que “o anjo do SENHOR acampa-se ao redor dos que o
temem, e os livra” (Sl 34.7).
CONCLUSÃO
As Escrituras registram episódios notáveis, em que o Mestre
aproveitou a presença de crianças, para dar ensinos de grande significado
espiritual e moral para os que o ouviam. Entre os sacerdotes legalistas e as
crianças, que cantavam no templo, Jesus ficou ao lado dos pequeninos. Quando os
discípulos quiseram ver-se livres da presença dos meninos, Jesus os repreendeu,
colocando as crianças nos seus braços para as abençoar.
VOCABULÁRIO
Campeia: Prevalecer; dominar; imperar.
Circuncidar: Praticar a circuncisão, rito de iniciação, que consiste em cortar o prepúcio.
Conceber: Formar no espírito ou no coração; compreender, entender.
Convincente: Que convence; convencedor.
Episódio: Ação incidente, ligada à ação principal (em obra literária ou artística); incidente, acessório; fato notável relacionado com outros.
Escriba: Doutor da lei, entre os judeus; aquele que tinha por profissão copiar manuscritos, muitas vezes mediante ditado; copista.
Hosana: Do hebr. hoshi ‘anna, ‘salva, rogo-te’; saudação, aclamação, louvor; salve.
Mó de azenha: Moinho de roda, movido a água; atafona.
Subestimar: Não dar a devida estima, apreço, valor, a; não ter em grande conta; desdenhar.
Submergir: Fazer sumir totalmente na água; afundar; fazer desaparecer, fazer sumir; ocultar, encobrir.
Circuncidar: Praticar a circuncisão, rito de iniciação, que consiste em cortar o prepúcio.
Conceber: Formar no espírito ou no coração; compreender, entender.
Convincente: Que convence; convencedor.
Episódio: Ação incidente, ligada à ação principal (em obra literária ou artística); incidente, acessório; fato notável relacionado com outros.
Escriba: Doutor da lei, entre os judeus; aquele que tinha por profissão copiar manuscritos, muitas vezes mediante ditado; copista.
Hosana: Do hebr. hoshi ‘anna, ‘salva, rogo-te’; saudação, aclamação, louvor; salve.
Mó de azenha: Moinho de roda, movido a água; atafona.
Subestimar: Não dar a devida estima, apreço, valor, a; não ter em grande conta; desdenhar.
Submergir: Fazer sumir totalmente na água; afundar; fazer desaparecer, fazer sumir; ocultar, encobrir.
EXERCÍCIOS
1. Que determinação da Lei os pais de Jesus
cumpriram, ao oitavo dia de nascido?
R. A circuncisão.
2. O que os pais de Jesus ofereceram pela
purificação de Maria?
R. Um par de rolas e dois pombinhos.
3. Quantos dias os pais de Jesus o procuraram, após
o perderem de vista?
R. Três dias.
4. Onde Jesus colocou um menino, quando foi
interrogado pelos discípulos sobre quem seria o maior no Reino dos Céus?
R. No meio deles.
5. Quem Jesus disse que seria o maior no Reino dos
Céus?
R. Aquele que se tornar como menino.
AUXÍLIOS
SUPLEMENTARES
Subsídio
Doutrinário
“A capacidade espiritual das crianças. Não raro, subestimamos a capacidade
das crianças. Voltemos a Spurgeon: ‘Diria que, de modo geral, tenho mais
confiança na vida espiritual das crianças, que já recebi na igreja, que na
condição espiritual dos adultos. Digo mais: usualmente descubro um conhecimento
mais claro do evangelho, e um amor mais profundo por Cristo, nas crianças
convertidas do que nos convertidos adultos. Ficarão ainda mais surpresos se
disser que tenho me deparado com crianças de dez ou doze anos com uma
experiência espiritual mais profunda do que certas pessoas de cinquenta ou
sessenta anos’.
As crianças parecem possuir melhor capacidade para a fé do que
os adultos. Suas mentes ainda não se anuviaram com a sabedoria mundana e o
ceticismo.
O espírito infantil. ‘Quem não receber o Reino de Deus como uma
criança, de maneira nenhuma entrará nele’. O Senhor não quis dizer que os
adultos devem se tornar infantis no entendimento; e, sim, que a sua atitude
para com Deus tem de ser caracterizada pela docilidade, simplicidade e
confiança. Em suma: deveriam agir para com Deus, assim como as crianças agem
para com os seus pais” (Comentário Bíblico — Marcos, CPAD, pp.92,93).
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PAZ DO SENHOR
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