Lições Bíblicas CPAD 2º Trimestre de 2000
Título: Os ensinos de Jesus para o homem atual
Comentarista: Elinaldo Renovato de Lima
Lição
11: Jesus
e a felicidade
Data: 11 de Junho de 2000
TEXTO ÁUREO
“Bem-aventurados
os limpos de coração, porque eles verão a Deus” (Mt
5.8).
VERDADE PRÁTICA
A felicidade ensinada por Jesus envolve conceitos e valores
sublimes, que só podem ser apreendidos por aqueles que são iluminados pelo
Espírito Santo.
LEITURA DIÁRIA
Segunda -
Sl 2.12
Bem-aventurados
os que confiam em Deus
Terça - Sl
84.4
Bem-aventurados
os que habitam na casa do Senhor
Quarta -
Sl 106.3
Bem-aventurados
os que observam o direito
Quinta -
Sl 119.1
Bem-aventurados
os que trilham caminhos retos
Sexta - Pv
8.32
Bem-aventurados
os que guardam os caminhos do Senhor
Sábado -
Is 30.18
Bem-aventurados
os que esperam em Deus
LEITURA BÍBLICA EM
CLASSE
Mateus
5.3-11.
3 - Bem-aventurados os pobres de
espírito, porque deles é o Reino dos céus;
4 - bem-aventurados os que choram,
porque eles serão consolados;
5 - bem-aventurados os mansos, porque
eles herdarão a terra;
6 - bem-aventurados os que têm fome e
sede de justiça, porque eles serão fartos;
7 - bem-aventurados os
misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia;
8 - bem-aventurados os limpos de
coração, porque eles verão a Deus;
9 - bem-aventurados os pacificadores,
porque eles serão chamados filhos de Deus;
10 - bem-aventurados os que sofrem
perseguição por causa da justiça, porque deles é o Reino dos céus;
11 - bem-aventurados sois vós quando
vos injuriarem, e perseguirem, e, mentindo, disserem todo o mal contra vós, por
minha causa.
PONTO DE CONTATO
Pergunte a seus alunos o que sabem a respeito da felicidade.
Costuma-se dizer que ela é um estado de espírito ou que simplesmente está
baseada na plena satisfação física e material. O que nos ensina a Bíblia a
respeito? Como podemos defini-la?
As bem-aventuranças constituem-se nas promessas dos benefícios
inerentes ao Reino do céus, pois os que a ele pertencem saberão o que significa
ser consolado, herdar a terra, ser satisfeito, obter misericórdia, ver a Deus e
ser chamado filho de Deus. As bem-aventuranças ilustram de imediato que a nova
ordenança de Jesus consiste em mais do que a simples observância de determinado
número de preceitos. Jesus alude no famoso Sermão da Montanha às atitudes da
mente e do coração, e não apenas aos atos que podem ser vistos pelos homens.
Seus verdadeiros discípulos são homens e mulheres dotados de humildade, amor,
confiança, fidelidade e coragem.
OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
·
Definir e conceituar a expressão “bem-aventurança”.
·
Reconhecer que a verdadeira felicidade está baseada na plena
comunhão com Deus através de Jesus Cristo.
·
Relacionar e distinguir as nove bem-aventuranças ensinadas por
Jesus no Sermão da Montanha.
SÍNTESE TEXTUAL
As bem-aventuranças, como são geralmente chamadas, são
descrições que devem ser encontradas na vida dos que se submetem ao domínio
soberano de Deus. Elas se constituem também em uma declaração das bênçãos que
já experimentaram em parte e que irão gozar mais plenamente na vida futura
todos os que revelem tais virtudes.
As bem-aventuranças mostram como seremos abençoados se fizermos
delas a regra de nossas vidas. Elas mostram que, para Jesus, a retidão é mais
do que a síntese de seus mandamentos; é uma total atitude de mente, uma forma
particular de caráter. Aqueles que são louvados pelo evangelho são homens e
mulheres humildes, amorosos, confiantes, fiéis e corajosos. Ainda não são
perfeitos, mas são convertidos. Seus interesses e desejos se voltam na direção
do Reino de Deus.
ORIENTAÇÃO DIDÁTICA
Utilizando a técnica denominada “Tempestade Cerebral”, solicite
à classe que conceitue o termo “felicidade”.
A técnica consiste no seguinte: O professor faz uma pergunta ou
proposição, e um aluno de cada vez responde imediatamente com suas próprias
palavras, sem ter o tempo necessário para estruturar, ou ordenar logicamente a
resposta. Esta técnica constitui-se num modo de estimular a geração de novas
ideias a respeito de determinado tema e intenciona captar as ideias em estado
nascente.
Após algum tempo de exercício, vá ao quadro e, com os alunos,
construa o conceito mais adequado, de acordo com o texto bíblico em estudo.
COMENTÁRIO
introdução
No mundo, as pessoas têm um conceito materialista de felicidade.
Na mente da maioria, ser feliz é ter bastante dinheiro, um bom casamento, um
emprego seguro, uma família ajustada. Sem dúvida, tudo isso é desejável e pode
ser visto como elementos que contribuem para um estado de espírito feliz.
Porém, a verdadeira felicidade começa, quando a pessoa se sente em comunhão com
Deus, através de Jesus Cristo, e passa a desfrutar a “paz de Deus, que excede
todo o entendimento” e guarda os corações e “os sentimentos em Cristo Jesus”
(Fp 4.7). No Sermão da Montanha, Jesus explanou sua visão, mostrando quem são
as pessoas felizes, através das nove bem-aventuranças.
I. CONCEITOS
IMPORTANTES
1. Origem da expressão. Bem-aventurança significa “grande felicidade,
a glória, a felicidade perfeita”. A palavra vem do grego makarismós, com o
sentido de “felicidade”.
2. Bem-aventurado. Vem do
grego, makários,
identificando um indivíduo feliz, bem-aventurado, “livre de sofrimentos e
preocupações”. Para os judeus, uma pessoa bem-aventurada deveria ser próspera
materialmente. Para o cristão, o conceito de bem-aventurança extrapola a ideia
dos gregos e dos judeus. O crente em Jesus pode ser feliz, alegre ou triste,
sorrindo ou chorando, desde que suas lutas sejam decorrentes da fidelidade ao
Senhor, e como pertencente ao Reino de Deus.
II. OS
POBRES, OS QUE CHORAM E OS MANSOS
1. Os pobres de espírito (v.3). São bem-aventurados os humildes de espírito,
que se sentem sempre dependentes de Deus. A eles pertence o Reino dos céus. Não
se deve confundir com alguém que seja fraco de espírito. No Sermão da Montanha,
quer dizer uma pessoa que, espiritualmente, é totalmente dependente de Deus,
para a solução de seus problemas. O pobre de espírito não é um alienado, que
abdica de sua personalidade, nem precisa viver como um monge. Tem o mesmo sentido
do que disse Davi: “Clamou este pobre e o Senhor o ouviu...” (Sl 34.6). Essas
pessoas são espiritualmente riquíssimas!
2. Os que choram (v.4). Em contraste com a visão do homem do mundo,
que gasta milhões para rir, buscando a felicidade, Jesus afirma que são muito
felizes os que choram. São os que choram por causas dos pecados e se
arrependem; são os que choram, sentindo pelos outros; esse choro traz alegria,
paz e conforto; eles serão consolados (Ap 7.17).
3. Os mansos (v.5). Neste
mundo, a ideia dominante é a de que uma pessoa mansa é fraca, por não agredir,
não revidar as ofensas. Na visão de Cristo, é diferente. O manso é uma pessoa
forte. É capaz de suportar com equilíbrio as afrontas, as calúnias, as
injúrias. Um fraco não suporta. É uma pessoa muito feliz. Aos mansos é
prometido que herdarão a terra, sem precisar invadir propriedades alheias.
III. OS
FAMINTOS E SEDENTOS DE JUSTIÇA, OS MISERICORDIOSOS E OS LIMPOS DE CORAÇÃO
1. Os famintos e sedentos de justiça (v.6). Certo irmão pensava que esse versículo se
referia a pessoas que têm fome e sede de vingança. Mas não é isso que Jesus
ensinou. Quanto à vingança, a Bíblia diz que pertence a Deus (Rm 12.19). O que
Ele ensinou é que são felizes os que desejam a justiça de Deus; sua retidão.
Primeiro, para suas vidas (Rm 5.1). Depois, que os outros sejam abençoados pela
graça e pela justiça de Deus em suas vidas. A promessa é de que serão fartos.
2. Os misericordiosos (v.7). No sentido popular, misericórdia significa
“compaixão suscitada pela miséria alheia”. No Novo Testamento, o sentido tem a
ver com alguém capaz de se colocar no lugar do outro, sentindo sua dor, seu
sofrimento. Os misericordiosos têm a promessa de que alcançarão misericórdia. É
preciso ter cuidado, pois o juízo será severo contra quem não usa de
misericórdia (Tg 2.13).
3. Os limpos de coração (v.8). São muito felizes os que têm o coração limpo e
puro, ante o “Raio-X” de Deus, que é a sua Palavra. Na Palavra de Deus, limpo
de coração é aquele “que não entrega a sua alma à vaidade, nem jura
enganosamente” (Sl 24.4). Esses têm a promessa de que verão a Deus.
IV. OS
PACIFICADORES, OS PERSEGUIDOS E OS INJURIADOS
1. Os pacificadores (v.9). Estes são os que promovem a paz. No grego paz
é eirene e em hebraico, shalom. Na
Bíblia, a paz de Deus não significa apenas ausência de guerra, de problemas,
mas se refere a um estado de bem-estar pleno. A bem-aventurança dos
pacificadores contraria o espírito agressivo que domina o mundo presente. Em
muitas igrejas, há pessoas em guerra contra outras. Em muitos lares, há um
campo de batalha. Por quê? Simplesmente porque não dão lugar ao fruto do
Espírito Santo, que lhes dá paz (Gl 5.22). O pacificador é alguém que, antes de
tudo, tem paz em si mesmo. E é capaz de dar de comer e de beber ao inimigo (Rm
12.20). Esses serão chamados filhos de Deus.
2. Os perseguidos (v.10). Como pode ser muito feliz uma pessoa
perseguida? Esta pergunta pode ser feita pela lógica do homem natural. Notemos
que a bem-aventurança é para os perseguidos “por causa da justiça”. Hoje, fica
difícil entender esse conceito ensinado por Jesus. Os cristãos primitivos o
entenderam muito bem. Foram crucificados, entregues às feras, queimados vivos,
amarrados aos postes, untados com óleo, para servirem de “lâmpadas” no palácio
de Nero. Os crentes, no início da evangelização do Brasil, foram perseguidos
por causa da justiça de Deus. Ainda hoje, há quem sofra perseguição por causa
do evangelho. A esses o Senhor promete que “deles é o reino dos céus”. É
preciso seguir o ensino de Jesus sobre o que o mundo pode fazer conosco (Jo
15.18-20; ver 1 Pe 2.18-25).
3. Os injuriados (v.11). Os injuriados, no texto, são os perseguidos
por algum tipo de agressão verbal, acusados injustamente pelo fato de serem
servos do Reino de Deus. Contra eles, dizem todo o mal por causa de Jesus. Nos
primórdios do evangelho pentecostal, crentes eram acusados por padres de serem
“comedores de crianças”, filhos do Diabo, etc. Hoje, há quem sofra injúria e
perseguição por ser crente em repartições, em empresas, e, infelizmente, até
algumas igrejas, por não compartilharem das injustiças que o mundo perpetra
contra a Igreja do Senhor. Mas aos que permanecerem fiéis ao Rei Jesus, é
prometido que o seu galardão é grande nos céus.
CONCLUSÃO
As bem-aventuranças, proclamadas por Jesus, se constituem uma
das mais belas páginas das Escrituras Sagradas. Nelas, vemos um elevadíssimo
padrão ético-espiritual, o qual, em conjunto com os demais ensinos do Sermão da
Montanha, ainda não foi alcançado por muitos que se dizem cristãos. É fácil
buscar felicidade no hedonismo ou no liberalismo. Difícil é ser feliz por ser
humilde, por chorar, ser manso, sedento de justiça, misericordioso, limpo de
coração, pacificador, perseguido e injuriado. Mas para cada um desses, há
promessas gloriosas, que só os vencedores por Cristo alcançarão.
VOCABULÁRIO
Abdicar: Desistir de; renunciar, resignar.
Alienado: Louco, doido, desvairado.
Exceder: Ultrapassar em valor, peso, extensão, tamanho.
Extrapolar: Ir além de; ultrapassar, exceder.
Hedonismo: Doutrina que considera que o prazer individual e imediato é o único bem possível, princípio e fim da vida moral.
Liberalismo: O conjunto de ideias e doutrinas que visam a assegurar a liberdade individual no campo da política, da moral, da religião, etc, dentro da sociedade.
Perpetrar: Cometer, praticar
Suscitar: Provocar, promover, causar.
Alienado: Louco, doido, desvairado.
Exceder: Ultrapassar em valor, peso, extensão, tamanho.
Extrapolar: Ir além de; ultrapassar, exceder.
Hedonismo: Doutrina que considera que o prazer individual e imediato é o único bem possível, princípio e fim da vida moral.
Liberalismo: O conjunto de ideias e doutrinas que visam a assegurar a liberdade individual no campo da política, da moral, da religião, etc, dentro da sociedade.
Perpetrar: Cometer, praticar
Suscitar: Provocar, promover, causar.
EXERCÍCIOS
1. De acordo com a lição, quem são os “pobres de
espírito ”?
R. São os humildes de espírito, que se
sentem carentes de Deus.
2. Qual a promessa para os mansos?
R. Eles herdarão a terra.
3. Na lição, o que significa ser misericordioso?
R. Alguém que é capaz de se colocar no
lugar do outro, sentindo sua dor, seu sofrimento.
4. Quais as palavras, respectivamente, no grego e
no hebraico, que significam paz?
R. No grego, eirene e, no hebraico,
shalom.
5. Qual a promessa para os que são perseguidos por
causa da justiça?
R. O Reino dos céus.
AUXÍLIOS
SUPLEMENTARES
Subsídio
Doutrinário
“A primeira palavra da boca do Mestre, no Novo Testamento, é
‘bem-aventurados’ em contraste com as últimas palavras do Velho Testamento que
Ele ferirá a terra com maldição. ‘Bem-aventurados’ quer dizer ‘felizes’ ou
‘alegres’, indicando o transcedente alvo do reino dos céus; o de chamar os
homens para uma vida verdadeiramente feliz. Não é uma vida de alegria
superficial mas de gozo profundo e que perdura. (...)
Cristo ensinava, nas bem-aventuranças, que a felicidade não
depende do que possuamos, nem do que façamos, mas do que somos. Tal felicidade
não é importada de fora mas nasce na alma de todos os verdadeiros filhos de
Deus.
Todas as bem-aventuranças de Cristo são paradoxos; todas são
contrárias à opinião comum. O conceito dos homens é que são felizes os ricos,
os honrados no mundo; os que passam sua vida aqui alegres; os que comem
gulodices e vestem-se bem. Mas o Senhor veio corrigir esse erro fundamental;
veio para chamar os homens à felicidade que é permanente e verdadeira.” (Espada
Cortante, vol. 1, CPAD, p.398)
Subsídio
Bibliológico
“A expressão ‘bem-aventurado’ oferece a chave para a verdadeira
felicidade oferecida pelo Mestre. A palavra, no original grego, significa a
bênção divina em contraste com a felicidade humana. Esta bem-aventurança
descreve o estado de vidas em retidão: aqueles humildes, mansos,
misericordiosos, puros de coração e pacíficos. Jesus ensina não depender a
felicidade por Ele oferecida do que temos ou fazemos, mas do que somos: e não
pode ser importada, mas precisa nascer na alma.
O mundo tem seu próprio conceito de bem-aventurança, onde feliz
é o homem forte, rico, popular e satisfeito consigo mesmo.
Quando Jesus anunciou seu segredo, aquelas palavras soaram de
forma estranha a muitas pessoas, pois descreviam um modo de viver que lhes
parecia impraticável. Por que a desconfiança? Conta-se o caso de uma criança (e
outros casos semelhantes tem havido) capturada por lobos e que viveu entre eles
dos dois aos 11 anos de idade. A criança andava de quatro; as juntas dos
joelhos eram grandes e duras por andar assim. Só queria comer carne crua e,
quando voltou à dieta normal, ficou doente e morreu. Vivera tanto tempo no
habitat dos lobos, que aquela lhe parecia a maneira natural de viver.
O mundo conviveu tanto tempo com princípios egoístas, que os
ensinos de Jesus só poderiam parecer-lhe estranhos, anormal o seu modo de vida.
Mas, na realidade, excêntricos (literalmente, ‘fora do centro’) são os que
adotam princípios mundanos em suas vidas.” (Coleção Myer Pearlman — Mateus,
CPAD, pp.30,31)
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PAZ DO SENHOR
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