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quarta-feira, 2 de agosto de 2017

TEMPERANÇA (2)





Tg 3.10 Lenski escreve o seguinte acerca da expressão Com ela bendizemos a Deus (v. 9): “Os leitores, sem dúvida, continuavam seguindo o costume judaico de acrescentar ‘Bendito seja Ele!’ sempre que mencionavam o nome de Deus”.11 Essa era uma expressão apropriada de reverência para cada cristão primitivo. No entanto, o que estava acontecendo entre eles? Esquecendo o segundo grande mandamento do nosso Senhor (Mt 22.36-39), e provocados pela ira, eles estavam amaldiçoando os seus irmãos, que foram feitos à semelhança de Deus, i.e., feitos à imagem de Deus (cf. Gn 1.26,27).12 O Novo Testamento ensina que mesmo uma maldição murmurada ou qualquer disposição irada contra o próximo é uma contradição da nossa fé cristã (cf. Mt 5.22). Não convém que isto se faça assim (v. 10) entre os cristãos, porque essas atitudes e atos são contrários a Deus.
A. F. Harper. Comentário Bíblico Beacon. Tiago. Editora CPAD. Vol. 10. pag. 176.
Tg 3.9,10 Como é estranho que a língua consiga bendizer a Deus e Pai, em um momento, e, a seguir, amaldiçoar os homens. Devemos ter, pelos seres humanos, a mesma atitude de respeito que temos por Deus, porque eles foram criados à sua imagem. Mas temos esta Língua horrível de duas faces, de modo que de uma mesma boca procede bênção e maldição.
Algumas pessoas pensam que o único limite para os palavrões e a linguagem grosseira é a desaprovação social. Mas a Palavra de Deus condena isto. Tiago diz que a razão pela qual nós não devemos amaldiçoar as pessoas é porque elas foram criadas à semelhança de Deus. Nós não devemos usar nenhuma palavra que as reduza a qualquer coisa inferior à sua estatura plena de seres criados por Deus.
Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. Vol 2. pag. 679.
Tg 3.10 “De uma só boca procedem bênção e maldição”: acontece que também nossa boca deveria ser reservada exclusivamente ao serviço a Deus. Quando entrava no santuário, o sumo sacerdote de Israel trazia na cobertura de sua cabeça as palavras: “Santo para o Senhor” (Êx 28.36; 39.30), i. é, ele era propriedade de Deus e reservado exclusivamente ao serviço dele. Do mesmo modo nosso Senhor, que nos “comprou por preço” (1Co 6.20), visa praticamente “inscrever” a frase “Santo para o Senhor” em nossa vida, em especial sobre nossa língua e nossos lábios, declarando-nos pertencentes a ele e reservados exclusivamente para o seu serviço (Sl 51.17; 71.23). A carta de Tiago é pregação em prol da santificação, e da santificação também faz parte a “nova natureza agradável a Deus” (Christoph Blumhardt).
“Isso não deve ser assim, meus irmãos”: essa duplicidade no uso da língua não é característica natural, mas desnaturada e culposa. Isso é o que a Bíblia nos diz incessantemente (Êx 20.16; Sl 34.14; Mt 5.22; Rm 12.14; 1Pe 3.9; etc.). Não deve e não precisa mais ser assim. Porque “se alguém está em Cristo, nova criatura é” (2Co 5.17). Podemos, mas não somos mais obrigados a pecar (Jo 8.36). E já não devemos fazê-lo. No v. 8 Tiago declara: “Nenhum ser humano pode…” Agora,
porém, diz: “Isso não dever ser.” Sem a possibilidade de obedecer a essa orientação ela seria absurda. Entre as linhas Tiago também agora aponta para o Senhor que cura e santifica.
3 – Por meio de duas ilustrações Tiago termina explicitando como é antinatural a duplicidade no falar (v. 11s).
Fritz Grunzweig. Comentário Esperança Carta De Tiago. Editora Evangélica Esperança.
2. Exemplos da natureza (vv. 11,12).
Para que saiamos da inconstância, para que não sejamos alternadamente fontes do bendizer e do maldizer, fontes de água doce e de águas amargas, produtores ora de bons frutos, ora de maus frutos pela nossa fala (Tg 3.11,12), devemos permitir que o Santo Espírito de Deus reine em nossos corações. Dessa forma, e tão somente dessa forma, conseguiremos cumprir a bela, sábia e perfeita recomendação do apóstolo Tiago sobre a fala, pronunciada ainda no início de sua epístola: “Mas todo homem seja pronto para ouvir, tardio para falar, tardio para se irar” (Tg 1.19).
Na vida cristã, não deve haver tagarelice e falas impensadas. O cristão deve saber ouvir, ele deve estar sempre pronto para ouvir as pessoas. Além disso, o cristão também não deve ser “pavio curto”, irritadiço, impaciente, intemperante. Ele deve ser longânimo, uma qualidade do fruto do Espírito em sua vida (G1 5.22). Ademais, diz ainda a Palavra de Deus: “Irai- vos e não pequeis; não se ponha o sol sobre a vossa ira” (Ef 4.26). Ou seja, devemos evitar o máximo possível a irritação e, quando ela chegar, ela deve passar rápido. “Não se ponha o sol sobre a vossa ira” significa que, no mesmo dia, essa irritação deve passar.
Tudo isso só é possível, repito, na vida daquele que foi gerado pela Palavra da Verdade (Tg 1.18), isto é, na vida daquele que teve gerada em si uma nova natureza em Cristo e que busca todos os dias fortalecer-se em Deus, alimentar sua nova natureza, enchendo-se do Espírito Santo.
Alexandre Coelho e Silas Daniel. Fé e Obras, Ensinos de Tiago para uma Vida Cristã Autêntica. Editora CPAD. pag. 102-103.
Tg 3.11-12 Essa contradição na conduta é tão desnaturai quanto imoral. A palavra Porventura (v. 11, meti) espera um claro “não” como resposta. O sentido é: “Você certamente não espera isso, espera?”. Ninguém que visita fontes salgadas, como as que podem ser encontradas próximo ao Mar Morto, esperaria encontrar água salgada e água doce vindo da mesma fonte. E se isso ocorresse, a água salgada estragaria a doce; a má estragaria a boa.
O pomar e a vinha ensinam a mesma verdade. “Conhece-se o fruto pela árvore”. Jesus lembrou aos seus ouvintes que não se colhem “uvas dos espinheiros ou figos dos abrolhos” (Mt 7.16). Tiago faz eco a essa verdade quando pergunta: pode também a figueira produzir azeitonas ou a videira, figos? (v. 12).
A. F. Harper. Comentário Bíblico Beacon. Tiago. Editora CPAD. Vol. 10. pag. 176.
Tg 3. 12ª «...Acaso, meus irmãos, pode a figueira produzir azeitonas, ou a videira, figos? O autor sagrado toma uma outra ilustração da natureza, que mostra também a necessidade de coerência. Cada árvore frutífera produz seu tipo específico de fruta, c certamente não pode produzir, ora uma espécie, ora outra. Isso é impossível. E apesar de que isso seria uma deleitável curiosidade, qualquer pessoa que observasse o fenômeno, pensaria que é apenas uma perversão, algo em que a natureza errar a profundamente. E isso se daria especialmente se a mesma árvore produzisse, alternadamente, fruto comestível e fruto venenoso. Se esse fosse o caso, a árvore seria considerada uma afronta ao processo da natureza, e não apenas uma curiosidade. O homem, porquanto produz fruto bom e fruto venenoso, também é uma afronta e uma perversidade da natureza.
·...figueira... azeitonas... videira... Três frutos característicos da Palestina. Significados supostamente mais profundos têm sido visto no uso desses frutos, como se estivessem em foco lições morais e espirituais; mas não há que duvidar que tais interpretações são meras curiosidades, que não podem ser tomadas a sério: A figueira, símbolo de uma vida natural luxuosa, não pode produzir oliveiras, que simboliza a vida espiritual. A videira. O símbolo da teocracia e do cristianismo, afinal, não pode produzir figos, isto é, a felicidade externa, a plenitude da vida natural dos judeus. Portanto, seu sentido seria o que segue: Se alguém quer ser um judeu natural, não pode produzir os frutos dos filhos do Espírito; mas, se por outro lado, quiser ser cristão, não poderá contemplar ideais do judaísmo, sentando-se debaixo da figueira da prosperidade externa, esperando desfrutar de seu fruto». (Lange,- in loc.). O autor sagrado não estava apresentando qualquer simbolismo assim sutil, mas meramente ilustrava a monstruosidade do homem que, sendo comparado a uma árvore frutífera, produzia, alternadamente, fruto bom e fruto mau. Ariano, aluno de Epicteto, diz algo similar: Como poderia medrar uma videira, não como videira, mas como oliveira; ou uma oliveira, por outro lado, não como oliveira, mas como videira? Isso é impossível, inconcebível». As árvores, tal como os homens, são conhecidas por seus frutos, que mostram de que qualidades são eles. (Ver Mat. 7:20).
CHAMPLIN, Russell Norman, O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Candeias. Vol. 6. pag. 58.
Tg 3.12 A metáfora da figueira e da videira: plantas guardam fidelidade à sua espécie, somente nós cristãos, de forma antinatural, muitas vezes não o fazemos – principalmente no caso de nossas palavras. Novamente somos lembrados do que Jesus afirma no Sermão do Monte: “Uma boa árvore produz bons frutos” (Mt 7.16). – Todavia também acontece que uma árvore produza duas espécies de frutos. Em uma macieira pode haver ao mesmo tempo uma variedade nobre, de bom paladar, ao lado maçãs silvestres e não-comestíveis. Isso acontece em galhos que não foram enobrecidos. A única solução é cortar os galhos orgulhosos e selvagens, e enxertar ramos nobres. Do mesmo modo é preciso que em nós sejam cortados os “galhos orgulhosos” e implantados os “galhos nobres”, a saber, o Espírito de Deus. A Bíblia chama isso de arrependimento e renascimento. Deus visa concretizar unidade na natureza e em nossa vida. É esse seu propósito, e ele é capaz de fazê-lo.
Fritz Grunzweig. Comentário Esperança Carta De Tiago. Editora Evangélica Esperança.
3. Uma única fonte.
Tg 3.11,12 De uma mesma fonte, não pode jorrar água doce e água amargosa. Embora qualidades diferentes de água não possam fluir da mesma fonte, as palavras dos cristãos podem ser muito incoerentes. Em um momento, podemos falar de uma maneira que honre a Deus, e no momento seguinte, de uma maneira que dê a Satanás a força necessária para operar. Podemos escolher como vamos agir. Se não decidirmos, daremos a Satanás uma abertura para nos controlar. Devemos produzir o tipo de fruto em vista do qual fomos criados e regenerados para produzir - o fruto da justiça (veja Tg 3.18) -, da mesma maneira que se espera colher azeitonas de uma oliveira. Somente um coração renovado pode produzir palavras puras. Se a origem dos nossos pensamentos e atos é o amor de Deus em nossa vida, então não seremos capazes de gerar aquele tipo de palavras negativas contra o qual Tiago está nos advertindo.
Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. Vol. 2. pag. 679.
Tg 3.12b ·...fonte de água salgada pode dar água doce ...· O mar Morto, na Palestina, fica apenas acerca de vinte e cinco quilômetros de Jerusalém. Naquela área há muitos poços de sal, pantanais e fontes que contém água salgada em variegadas percentagens. Há grande abundância de riachos salgados e fontes salobras naquela região, além de fontes termais impregnadas de enxofre, que abundam no vale vulcânico do rio Jordão.
Portanto, se os leitores originais da epistola eram naturais da Palestina,
haveriam de entender perfeitamente a linguagem simbólica usada.
Haveriam de saber que existem fontes de água potável e também de água salobra, mas que é impossível que de um mesmo manancial jorrasse água boa e água salobra. Os mananciais de água potável trazem vida; os demais mananciais nada produzem senão odores asfixiantes. Somente o homem pode cultivar a prodigiosa monstruosidade de produzir o que é bom e hígido, para em seguida produzir influências e poderes malignos e mortíferos. Pelo menos no crente, que é alguém que está sendo transformado para compartilhar da imagem de Cristo, isso não deveria ocorrer; o N.T. dá a entender que isso, realmente, não sucederá jamais.
«Se a boca emitir maldições, assim se fazendo uma fonte salobra, não pode, sob hipótese alguma, emitir também o riacho potável do louvor e das boas obras; e ainda que pareça fazê-lo, tudo deve ser hipocrisia e espetáculo». (Alford. in loc.). Toda a bênção, de fato, é maculada pela língua que profere maldições; e até mesmo o Louvor não fica bem na boca do pecador.
«De certa feita foi apresentado em favor de um homem que fora criticado e condenado por motivo insatisfatório, que ele era 'um bom homem, com exceção de seu mau gênio'. ‘Tudo, menos o seu mau gênio!' Foi a resposta em nada errada. 'Como se o mau gênio não representasse nove décimos do erro religioso!' ‘Se alguém não tropeça no falar é perfeito varão'».
CHAMPLIN, Russell Norman, O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Candeias. Vol. 6. pag. 58.
Tg 3.12b Na Palestina, região árida e seca, quando se fala em fonte, fala-se de um lugar muitíssimo precioso. A fonte é um lugar onde os sedentos, os cansados chegam e encontram alento, vida, força, ânimo e coragem para prosseguirem a caminhada da vida. A Bíblia fala de Agar perambulando no deserto com seu filho Ismael. A água acabou, a sede implacável a dominou e o desespero tomou conta dela e do seu filho. Sem esperança, sentou-se longe do seu filho para chorar, pois não tinha coragem de vê-lo morrer na ânsia da sede implacável. Mas, do céu o anjo de Deus lhe falou. Uma fonte começou a jorrar água perto de Ismael e a esperança brotou em sua alma, a vida floresceu em seu peito e o futuro sorriu para ela (Gn 21.15-21). Assim é uma palavra boa: traz alento em meio ao cansaço; traz esperança em meio ao desespero; traz vida no portal da morte.
Que bênção você poder usar sua língua como uma fonte de refrigério para as pessoas, para abençoá-las, encorajá-las e consolá-las. Como é precioso trazer uma palavra boa, animadora e restauradora para uma alma aflita. A principal marca do cristão maduro é ser parecido com Jesus, o varão perfeito. Uma das principais características de Jesus era que sempre que uma pessoa chegava aflita perto dele saía animada, restaurada, com novo entusiasmo pela vida. Quando as pessoas chegam perto de você, elas saem mais animadas e encantadas com avida? Elas saem cheias de entusiasmo, dizendo que valeu a pena conversar com você? Você tem sido uma fonte de vida para as pessoas? Sua família é abençoada pelas suas palavras? Seus colegas de escola e de trabalho são encorajados corri a maneira de você falar?
LOPES. Hernandes Dias. TIAGO Transformando provas em triunfo. Editora Hagnos. pag. 68.
Tg 3.11 A imagem do poço: de uma fonte (ou do poço ligado a ela) não jorra simultaneamente água doce e água do mar. Mas em nós humanos essa estranha mistura ocorre constantemente. Mesmo no caso de um poço ela é concebível, a saber, quando estiver simultaneamente ligada a duas fontes. A circunstância de que de nossa vida sempre brotam duas coisas distintas se explica pelo fato de que somos abastecidos a partir de duas fontes diferentes: o Espírito de Deus e o espírito deste mundo. Por isso importa suplicar: “Conserva meu coração vazio para ti” (Michael Hahn). Igualmente é necessário que não corramos para lá e para cá, mas que nossa comunhão com Jesus se torne sólida e constante (Jo 7.38; Cl 2.7;Hb 13.9).Fritz Grunzweig. Comentário Esperança Carta De Tiago. Editora Evangélica Esperança.
fonte  www.mauricioberwaldoficial.blogspot.com

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