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terça-feira, 15 de agosto de 2017

Subsidio jovens conectar institução da Pascoa n.8 (2)






1. O pão.


Na noite em que seria a última dos hebreus no Egito, Deus os preparou para uma saída repentina, mas não sem se alimentarem. A ordem divina aos hebreus não foi apenas para que sacrificassem um cordeiro e colocassem o sangue dele na entrada da casa, mas também para que se alimentassem de pão sem fermento, ervas amargas e do próprio cordeiro.Cada um deles tinha uma representação para os hebreus, que deveria ser passada de geração a geração, para que se lembrassem do quanto Deus operou grandemente em prol dos filhos de Israel.
De acordo com a descrição bíblica, o pão deveria ser sem fermento. A massa não deveria passar pelo processo de fermentação, ou seja, seria levada ao fogo tão logo estivesse pronta, sem ter de esperar para crescer. A ideia era mostrar que os israelitas teriam pouco tempo para preparar sua última refeição como escravos, pois logo sairiam para uma grande jornada. E evidente que o uso do fermento poderia fazer com que a massa dobrasse seu tamanho e alimentasse mais pessoas, mas a orientação divina indicava a pressa com que os judeus iriam comer para saírem logo do Egito.COELHO, Alexandre; DANIEL, Silas. Uma Jornada de Fé. Moisés, o Êxodo e o Caminho a Terra Prometida. Editora CPAD. pag. 40.

O Pão e o Vinho na Comunidade Judaica

Nas terras do antigo Oriente o pão e o vinho, assim como determinados produtos, eram as formas mais comuns de alimentação. O pão, iehem, que aparece cerca de duzentas e oitenta vezes no Antigo Testamento, em termos gerais significa “alimento”, “sustento”, indicando sua presença indispensável para o sustento do povo hebreu.

O pão era o principal alimento. A expressão “comer pão”, em hebraico, significava “fazer uma refeição”.1 Noventa e cinco por cento dos habitantes do mundo antigo tiveram como base alimentar os derivados do trigo, além de água e vegetais. Escreve I. D. Lucírio: “natural da região do mediterrâneo e oriental médio, o trigo começou a ser cultivado em 8500 a.C. e se tornou uma das principais fontes de alimento do mundo antigo, que não vivia sem pão”.2 Sara apressou-se em preparar pão para os viajantes (Gn 18.1-6); os que trabalharam no campo se alimentaram de pão (Rt 2.14); durante as guerras o pão era usado como alimento básico para os soldados (1 Sm 16.20); no episódio da multiplicação, pães e peixes foram usados por Jesus (Mt 14.13-21; Mc 6.30-44).

O pão devia ser tratado com respeito, sendo proibido jogar fora até as migalhas. Talvez os judeus utilizassem cães domésticos para esta função — comer “... das migalhas que caem da mesa dos seus donos” (Mt 15.27).O pão mais comum no mundo antigo era feito de cevada, alimento dos pobres, por ser mais barato. O pão de trigo era um luxo. O grão era moído por mulheres ou escravos entre duas mós, cuja farinha fina era usada para cozer bolos e também para fins litúrgicos. Três eram os métodos de cozimento: 1.0 tannur (forno), tubo cônico onde a massa era cozida sobre pedras quentes; 2. Bandejas redondas de metal colocadas sobre três pedras, onde era aceso o fogo; 3. A massa, colocada sobre cinzas quentes. Os judeus empregavam o pão para fins religiosos, sendo o ato uma espécie de gratidão pelos cuidados providenciais de Deus quando simbolicamente entregavam, nos atos litúrgicos, parte do que foi provido por Ele.

Além dos animais usados nos sacrifícios veterotestamentários, os elementos do pão apareciam em quase todos os atos sacrificiais, na classe de “ofertas de cheiro suave”, que não tratavam do peca K Siinlii Ceio do, mas falavam de gratidão, comunhão e consagração. O pão era usado em ofertas pacíficas (Lv 7.12) e ofertas das primícias (Nm 15.17-20). Naturalmente, fazia parte das cerimônias da Páscoa, e, posteriormente, na celebração da Santa Ceia cristã, “E, tomando um pão, tendo dado graças, o partiu...” (Lc 22.19) O pão não podia ser cortado, mas partido. Esse gesto era comum entre as famílias judaicas, onde o pai, ao iniciar uma refeição, tomava um pão e, após dar graças ao Senhor, partia-o em pedaços e distribuía-os entre os membros de sua família.
A origem do vinho é antiga. Sua produção no Oriente Médio data da pré-história. O texto sagrado indica que Noé o utilizou (Gn 9-20ss). Havia no mundo antigo diversos tipos de bebidas, entre elas o suco de romã, de tâmaras, leite e shechar — uma espécie de cerveja feita de cevada e painço. Entretanto, não se comparavam ao vinho.O vinho fabricado na Palestina era geralmente tinto, conforme indica a expressão “sangue da uva” (Gn 49.11; Dt 32.14).

O lagar, local onde se fazia o vinho, em geral ficava na própria vinha. As escavações arqueológicas realizadas na antiga cidade de Gabaon revelam que o lagar, segundo John McKenzie, era composto de dois tanques, talhados na pedra a diversos níveis, com um pequeno canal que levava do nível superior ao inferior.A primeira compressão se fazia espremendo a uva com os pés (Ne 13.15); era um trabalho festivo, acompanhado de gritos (Jr 25.30; 48.33) e de instrumentos musicais. Em seguida, os cachos eram espremidos por meio de uma haste com uma pedra pesada, ou por meio de paus que serviam de alavanca para os pesos. O suco da uva depois era colocado em tinas ou recipientes de couro para a fermentação.

O vinho é um dom e uma bênção do próprio Deus (Dt 7.13; Pv 3.10; Os 2.10), e evidentemente, à semelhança do pão, fazia parte nas ações litúrgicas do povo judeu. Em sentido geral, todas as refeições têm para o judeu sentido sagrado. O alimento e a bebida são dons de Deus, dádivas que os judeus não esquecem em sua orações:

Sobre o pão:

“Bendito sejas, ó eterno, nosso Deus, Rei do universo, que da terra tirais o pão.”
Sobre o vinho:
“Bendito sejas, ó eterno, nosso Deus, Rei do universo, que criastes o fruto da vinha.”
Sobre o alimento:
“Bendito sejas, ó eterno, nosso Deus, Rei do universo, que criastes tantas formas de iguarias.”
Sobre as frutas das árvores: “Bendito sejas, ó eterno, nosso Deus, Rei do universo, que criastes os frutos da terra.”
Sobre os produtos do solo: “Bendito sejas, ó eterno, nosso Deus, Rei do universo, que criastes os frutos do solo.”
Depois das refeições:
“Bendito sejas, ó eterno, nosso Deus, Rei do universo, que alimentais todas as criaturas.”Roberto dos Reis Santos. A Santa Ceia. Editora CPAD. pag. 9-11.

Êx 12.11 Comê-lo-eis à pressa. Essa foi a instrução final. Israel estava com pressa para deixar para trás a servidão. O cordeiro pascal era comido estando as pessoas em pé, de sandálias e as vestes cingidas. Esses eram sinais externos da pressa que eles sentiam, por ordem de Deus. Esse foi um dos quatro elementos que não prosseguiram na observância da páscoa em tempos posteriores. Ver as notas sobre Êxo. 12.6 quanto a isso. O cajado e as sandálias eram objetos que as pessoas usavam fora da casa. Assim, apesar de estarem ainda dentro de suas casas, eles estavam preparados para sair delas, prontos para a jornada. Comiam vesti- dos para viajar. Já tinham estado no Egito por tempo bastante. Um novo lar e um novo destino esperavam por eles.
As sandálias usualmente eram tiradas por ocasião das festividades e dias santos. Ver Gên. 18.4,5; Luc. 7.44; João 13.5. Na páscoa, porém, essa situação era revertida. 
O cajado era companhia constante dos viajantes, seu apoio e ajuda, e, ocasionalmente, sua defesa contra algum animal ou bandido que porventura ata- cassem. Ver Sal. 23.4.A páscoa. A palavra hebraica equivalente deriva-se de um termo que significa “coxear” ou “saltar” (II Sam. 4.4; I Reis 18.21,26). Mas aponta para o fato que o anjo destruidor passou por cima das casas protegidas pelo sangue do cordeiro, aplicado às ombreiras e verga da porta (Êxo. 12.23).
Temos aqui o primeiro uso da palavra páscoa na Bíblia. Alguns pensam que a palavra é de origem egípcia e significaria então “abrir as asas para protegei, mas a maioria dos estudiosos prefere o sentido do hebraico. Ver os vs. 24-27 quanto ao fato de que a páscoa foi fatal para os egípcios, mas serviu de livramento para o povo de Israel.

Êx 12.34 Provisões Básicas. Os israelitas muniram-se de massa de trigo para a sua primeira refeição no deserto. E também levaram amassadeiras, ou seja, bacias de madeira, que podiam ser usadas para o fabrico do pão. Sua partida súbita não lhes permitiu levarem pão normal, ou seja, levedado. Mas a cena também fez parte da observação da festa dos pães asmos (ver sobre isso no Dicionário, e comentários na introdução a Êxo. 12.1). Os israelitas partiram quando ainda esta- va escuro (Deu. 16.1), provavelmente pouco antes do alvorecer. Cf. 0 vs. 39.
Êx 12.35 A Espoliação dos Egípcios. Isso havia sido predito bem antes, como parte necessária do êxodo. Ver Exo. 3.21,22 e 11.2,3, onde aparecem notas completas sobre a questão, visto que o ponto já tinha sido mencionado nesses dois trechos, sobretudo no décimo primeiro capítulo do Êxodo. A curiosa tradução, “pediram em- prestado”, mesmo que seja possível com base no hebraico, seria um pequeno toque de humor do autor sacro. Alguns eruditos pensam que houve, realmente, um saque, mas que Moisés abrandou na narrativa, para que parecesse que os egípcios se mostraram generosos. Tinham medo de perder a vida, e, naquele momento, eram vítimas fáceis diante de qualquer tipo de aproveitamento.
Desde os dias de Abraão, quando foi firmado o Pacto Abraâmico (ver as notas a respeito em Gên. 15.18), o exílio e a subsequente libertação tinham sido preditos. Ver Gên. 15.13,14. Este texto conta como essa servidão chegou ao fim, e como Israel começou a voltar para a sua Terra Prometida. A Abraão foi revela- do que seus descendentes sairiam do Egito levando “grandes riquezas". Isso incluía tanto o que eles haviam acumulado na terra de Gósen, como o que agora os egípcios lhes tinham doado. Sem dúvida isso serviu de reparação. Os ex escravos mereciam tudo quanto tinham adquirido. Ver no Dicionário 0 artigo intitulado Reparação (Restituição).

Êx 12.36 Generosidade e Saque. A combinação desses dois atos permitiu que Israel extraísse grandes riquezas dos aterrorizados egípcios. Uma pessoa fará quase qualquer coisa para salvar a sua vida. Os egípcios julgaram-se pouco mais do que pessoas mortas (vs. 33), pois Moisés poderia desfechar uma praga de modo súbito e generalizado. Assim, os antes escravizados israelitas receberam o seu salário, a paga pelas muitas décadas de cativeiro e trabalho árduo. “Israel arrancou deles suas riquezas e bens, suas possessões mais valiosas" (John Gill, in loc.). Artapano (apud Euseb. Praepar. Evan. 1.9 c. 27, par. 436) falou sobre as bacias de madeira, sobre ricos tesouros e sobre vestes que os israelitas receberam da parte dos egípcios, e a esse testemunho, Ezequiel, autor de tragédias teatrais, adicionou a sua palavra (apud Euseb., idem, c. 29, par. 443).CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 349; 352-353.


2. As ervas amargas (Êx 12.8).

As ervas amargas, conforme se entende, dão a entender que eram uma representação da amargura com que os israelitas foram tratados no Egito. Não era o tipo de iguaria que provavelmente trazia alegria em uma mesa, mas sua utilização naquela refeição mostrava aos israelitas o sofrimento pelo qual haviam passado, coisa que, se dependesse dos planos de Deus, jamais se repetiria.COELHO, Alexandre; DANIEL, Silas. Uma Jornada de Fé. Moisés, o Êxodo e o Caminho a Terra Prometida. Editora CPAD. pag. 40-41.

ERVAS AMARGAS

No hebraico, merorim amargores e palavra usada apenas por três vezes no A. T. (Êxo. 12:8; Núm. 9:11 e Lam. 3:15). O hebraico diz apenas «amargores», uma palavra tio geral que agora não sabemos quais ervas poderiam estar em foco. Alguns têm pensado em verduras como a chicória, a alface, a acelga, a azeda, etc. Alguns pensam no agrião. Nos tempos modernos, os judeus empregam a escarola e outras verduras, em um total de cinco espécies, para conseguirem uma salada amargosa. Alguns intérpretes supõem que, nos livros de Êxodo e Números, as ervas amargas eram apenas a hortelã.
Uso de Ervas na Páscoa. Nas Escrituras o amargor» simboliza aflição, miséria e servidão (Exo. 1:14; Rute 1:20; Pro. 5:4), a iniquidade (Jer. 4:18) e também o luto e a tristeza (Amôs 8: 10). Em face desses significados simbólicos, os israelitas receberam ordens para celebrar a páscoa utilizando-se de ervas amargas para relembrarem a amarga escravidão que haviam sofrido no Egito (Êxo. 12:8; Núm. 9:11). Os documentos escritos que chegaram até nós, provenientes  do antigo Egito, mostram que eles usavam várias ervas amargosas em suas saladas, e é bem possível que Israel tivesse empregado algumas delas na celebração da cerimônia da páscoa (ver o artigo).CHAMPLIN, Russell Norman, Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Vol. 2. Editora Hagnos. pag. 431-432.

Êx 12.8 A carne assada no fogo. Alguns têm pensado que o rito, antes de fazer parte da páscoa, consistia em comer carne crua. Mas essa prática teria sido descontinuada por Israel. 0 trecho de Deuteronômio 16.7 parece sugerir que carne cozida era uma alternativa para a carne assada. A proibição ao consumo de sangue não permitia que a carne fosse comida ema. A Mishna diz que o cordeiro era assado mediante 0 uso de um espeto de madeira de romãzeira, que atravessava a carcaça. Não eram permitidos nem metais e nem grelhas. Em suas condições primitivas, no deserto, 0 povo de Israel podia assar o cordeiro com mais facilidade do que usar qualquer outra forma de cozimento. Posteriormente, porém, os cordeiros eram cortados em pedaços e cozidos (I Sam. 2.14,15).“Originalmente, o matzoth, a festa dos pães asmos, era distinto da páscoa” (J. Coert Rylaarsdam, in loc.). Porém, havia uma festa preliminar e primitiva dos pães asmos, em conjunção com a páscoa. Todos esses ritos desenvolveram-se em tempos posteriores, e todos eles, em alguma forma primitiva, provavelmente antecederam o evento do êxodo e da páscoa.

Ervas amargas. Essas ervas simbolizavam os sofrimentos de Israel antes de sua libertação, e, como tipo, apontavam para os sofrimentos de Cristo. A Mishna (Pesahim, 2.6) dá os ingredientes necessários, sobre os quais comentamos no artigo acima referido.CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 349.

Êx 12.8 As ervas amargas (de variedade não especificada e, portanto, provavelmente apenas uma nomenclatura geral; talvez alface selvagem seja o que se quis dar a entender) eram provavelmente um tempero primitivo, embora mais tarde os judeus as considerassem um símbolo do amargor da escravidão de Israel. O evangelista pode ter visto aqui a chave para a “ mirra” amarga que foi misturada com o vinagre oferecido a Cristo na cruz (Mc 15:23), especialmente tendo-se em vista que Ele era considerado a vítima pascal (1 Co 5:7).R. Alan Cole, Ph. D. ÊXODO Introdução e Comentário. Editora Vida Nova. pag. 103.

AS ERVAS AMARGAS

Vemos nas "ervas amargosas", que deviam acompanhar os pães asmos, a significação e mesma utilidade moral. Não podemos desfrutar da participação dos sofrimentos de Cristo sem recordarmos o que tornou necessários esses sofrimentos, e esta recordação deve, necessariamente, produzir um espírito de mortificação e submissão, ilustrado, de um modo apropriado, nas ervas amargosas da festa da páscoa. Se o cordeiro assado representa Cristo sofrendo a ira de Deus em Sua Própria Pessoa na cruz, as ervas amargosas mostram que o crente reconhece a verdade que Ele sofreu por nós. "O castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados" (Is 53:5).
Por causa da leviandade dos nossos corações é bom compreendermos a profunda significação das ervas amargosas. Quem poderá ler os Salmos 6,22,38,69,88, e 109, sem compreender, em alguma medida, o significado dos pães asmos com ervas amargosas1?- Uma vida praticamente santa, unida a uma profunda submissão de alma, deve ser o fruto da comunhão verdadeira com os sofrimentos de Cristo, porque é de todo impossível que o mal moral e a leviandade de espírito possam subsistir na presença desses sofrimentos.
Mas, pode perguntar-se não sente a alma um gozo profundo no conhecimento que Cristo levou os nossos pecados, e que esgotou, inteiramente, por nós, o cálice da ira justa de Deus? Por certo que é assim. E este o fundamento inabalável de todo o nosso gozo. Mas, poderemos nós esquecer que foi" por nossos pecados" que Ele sofreu Poderemos perder de vista a verdade, poderosa para subjugar a alma, que o bendito Cordeiro de Deus inclinou a Sua cabeça sob o peso das nossas transgressões? Certamente que não. Devemos comer o nosso cordeiro com ervas amargosas; as quais, não se esqueça, não representam as lágrimas de um sentimentalismo desprezível e superficial, mas sim as experiências profundas e verdadeiras de uma alma que compreende com inteligência espiritual o significado e efeito prático da cruz.
Contemplando a cruz, descobrimos nela aquilo que elimina a nossa culpa e dá doce paz e gozo. Porém, vemos que ela põe de lado, inteiramente, também, a natureza humana— representa a crucificação da "carne" e a morte do "homem velho" (veja-se Romanos, 6:6; Gl. 2- .20; 6:14; Cl. 2:11). Estas verdades, nos seus resultados práticos, implicam muitas coisas "amargosas" para a nossa natureza: exigem a renúncia própria, a mortificação dos nossos membros que estão sobre a terra (Cl 3:5), e a consideração do "homem velho" como morto para o pecado (Rm 6). Todas estas coisas podem parecer terríveis de encarar; porém, uma vez que se há entrado na casa cujas portas estão manchadas com o sangue veem-se de uma maneira muito diferente. As mesmas ervas que, para o gosto de um egípcio, eram, sem dúvida, tão amargosas, formavam uma parte integral da festa de redenção de Israel. Aqueles que são remidos pelo sangue do Cordeiro, e conhecem o gozo da comunhão com Ele, consideram como uma "festa" tirar o mal e ter a velha natureza no lugar da morte.C. H. MACKINTOSH. Estudos Sobre O Livro De Êxodo. Editora Associação Religiosa Imprensa da Fé.

3. O cordeiro (Êx 12.3-7).

Deveria ser um animal macho, de um ano, sem manchas no corpo e sem defeitos físicos. Esses eram requisitos para a celebração da Páscoa, mas a colocação do sangue nos umbrais da porta é que foi eficaz para que o anjo da morte não passasse nas casas dos israelitas: “E aquele sangue vos será por sinal nas casas em que estiverdes; vendo eu sangue, passarei por cima de vós, e não haverá entre vós praga de mortandade, quando eu ferir a terra do Egito” (Êx 12.13).
Observe que obedecer à ordem de Deus integralmente fez a diferença na Páscoa. De nada adiantaria separarem o cordeiro perfeito, prepararem-no como uma refeição que deveria ser comida nos moldes designados e simplesmente se esquecerem de que o sangue vertido do cordeiro deveria ser colocado na porta da casa. Essa ordem era de pouca valia? Pense você mesmo: Se fosse pai ou mãe judeu com vários filhos e, ao se esquecer desse pequeno detalhe, perdesse seu primeiro filho? Portanto, os israelitas levaram a sério essa ordem divina.
Aprenda que quando Deus dá detalhes para que sigamos em uma empreitada, esses detalhes devem ser seguidos com rigor, sob pena de perdermos algo muito custoso para nós mesmos. O sangue do cordeiro deveria estar na porta das casas. Ele impediria a morte no lar da família que temia ao Senhor.COELHO, Alexandre; DANIEL, Silas. Uma Jornada de Fé. Moisés, o Êxodo e o Caminho a Terra Prometida. Editora CPAD. pag. 41.

PÁSCOA, CRISTO COMO A

"...Cristo, nosso Cordeiro pascal, foi imolado» (I Cor. 5:7). No seu contexto, essa declaração tem um sentido moral. Deveríamos desvencilhar-nos de todos os elementos estranhos à espiritualidade, visto que Cristo fez o seu grande e eterno sacrifício, que é o agente de nossa purificação moral. Cumpre-nos abandonar nossa velha maneira de viver.CHAMPLIN, Russell Norman, Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Vol. 5. Editora Hagnos. pag. 102.

Êx 12.3 Congregação de Israel.  Aos dez deste mês. Dia da instituição e observância da páscoa. A páscoa era uma observância de cada família, e 0 cordeiro pascal era a figura central. No livro de Deuteronômio o caráter doméstico é substituído por um feriado religioso nacional. Finalmente, tornou-se um dos sacrifícios efetuados no templo. Ver Eze. 45.21-25; Lev. 23.5; Esd. 6.19,20; II Crô. 30; 35.1-19; Jubileus 49.
As orientações aqui dadas, a escolha do cordeiro no décimo dia do primeiro mês etc., de acordo com a Mishna (ver a respeito no Dicionário), aplicavam-se somente ao rito original, o qual sofreu modificações em tempos posteriores.
Um cordeiro. No hebraico, seh, filhote da ovelha ou da cabra. Ambos os filhotes eram usados durante a páscoa, mas acabou prevalecendo, por costume, o cordeiro, de acordo com uma antiga tradição. Segundo a casa dos pais. A nação de Israel estava organizada por famílias, clãs, tribos e príncipes. Essa observância era importante para as famílias, e, então, para a nação, em todas as suas expressões. Um cordeiro era selecionado para cada família, a menos que esta fosse muito pequena, quando então duas famílias podiam reunir-se para celebrar juntas a páscoa. Estavam envolvidas razões econômicas (ver o vs. 4).
Êx 12.4 Compartilhando a Páscoa. Sacrificar um cordeiro era um evento econômico avantajado. Uma família ou casa pequena podia compartilhar um cordeiro com outra família. Josefo diz-nos que dez pessoas era 0 número mínimo de uma casa (Guerras, vi.9.3). Esse número tornou-se 0 padrão para a organização de uma congregação ou minis sinagoga judaica. Quando duas famílias se uniam para celebrar a festa, elas ficavam separadas no aposento, de costas uma para a outra, e assim era preservada a unidade doméstica, apesar da cooperação. Um cordeiro pascal precisava ser consumido inteiro, e uma família dificilmente poderia fazer isso em uma única refeição. Ver Êxo. 12.10. Nenhuma pessoa podia comer sozinha do cordeiro pascal. A festa não tinha valor no caso de uma pessoa isolada. 
Era uma festa doméstica, uma observância comunal. A espiritualidade sempre se manifesta melhor em um esforço grupal, o que não isenta o indivíduo de outras práticas e observâncias solitárias, mas o convida a participar do espírito de comunidade.Por aí calculareis quantos bastem. Em outras palavras, cada cordeiro seria morto para um certo número de pessoas, as quais, juntas, deveriam observar a páscoa.

Êx 12.5 O cordeiro será sem defeito. Não poderia haver nenhum tipo de defeito físico, deformação, enfermidade etc. Como é óbvio, isso fala da impecabilidade do Cordeiro de Deus. Ver I Ped. 1.19 e João 1.29.
Macho de um ano. Ou um animal que já tivesse completado seu primeiro ano de vida, ou que ainda estivesse dentro de seu primeiro ano de vida, sem ter ainda atingido essa idade. A Septuaginta fala em um ano completo, 0 que tem levado a maioria dos estudiosos a pensar em uma idade exata do animal a ser sacrificado. Mas há quem suponha que a prática original fosse abater um cordeiro ainda bem novo, talvez com apenas algumas semanas de nascido. Uma vida preciosa era sacrificada com esse propósito religioso. Todas as vidas preciosas pertencem a Deus Pai; e é Sua responsabilidade cuidar de todas elas. Oh, Senhor, concede-nos tal graça!
Um cordeiro ou um cabrito. Portanto, originalmente, qualquer desses filhotes podia ser usado, embora depois fosse tradicional servir um cordeiro. Os Targuns mostram que a preferência era dada ao cordeiro, embora também se usasse, ocasionalmente, um cabrito.
Êx 12.6 Décimo quarto dia. O animai a ser sacrificado era separado do rebanho no décimo dia do mês, e, então, guardado para o sacrifício por quatro dias. Os rabinos alistam quatro coisas supostamente derivadas dessa exigência, a qual acabou não sendo preservada senão no começo da história de Israel, a saber: 1. Originalmente, os cordeiros foram consumidos na terra de Gósen, na residência de cada família israelita. 2. O cordeiro era separado no décimo dia do primeiro mês. 3. O sangue do cordeiro abatido era usado para lambuzar ambas as ombreiras e a verga da porta de entrada de cada casa. 4. O cordeiro era comido às pressas.
Quando foi descontinuada a exigência acerca do décimo dia, naturalmente também foi eliminada a exigência referente ao décimo quarto dia. Talvez aquele período intermediário de quatro dias desse ao povo tempo amplo para que as pessoas se certificassem de que o animal não tinha defeito. Essa questão não podia ser tratada de modo superficial. Em tipo, de acordo com alguns intérpretes, isso mostra Cristo preservado em Sua infância, enquanto estava sendo preparado para Sua missão expiatória.
Todo o ajuntamento da congregação de Israel. No começo, isso indicava que cada família cumpriria o seu dever religioso. Todas as famílias, em seu conjunto, formavam a congregação de Israel. Posteriormente, passou a haver um sacrifício comunal, quando a questão se tornou parte da adoração no templo. Os chefes de família reuniam-se em um só lugar para efetuar o sacrifício comunal. Os críticos veem aqui uma referência a esse costume posterior, e não à forma primitiva da observância. A Mishna entende que três grupos de famílias entravam sucessivamente no átrio do templo, para matar os cordeiros escolhidos. Nesse caso, para preservar a exigência original de que o sangue fosse aspergido, os chefes de família formavam uma espécie de brigada com baldes, apanhando 0 sangue dos animais sacrificados e, então, aplicando-o às ombreiras e às vergas das portas de cada casa. Ou, então, o sangue era derramado ao pé do altar, que assim veio a substituir, posteriormente, as portas de entradas das residências.
No crepúsculo da tarde. Era o horário do sacrifício. Logo, tratava-se de uma festa noturna, celebrada durante o tempo da lua cheia (vs. 8; ver também Isa. 30.29). De acordo com a ortodoxia judaica, o abate do animal ocorria ao aproximar-se a noite. A Mishna diz-nos que era apropriada qualquer hora depois do meio-dia para esse abate. Os samaritanos, os caraítas e os saduceus especificavam o crepúsculo, antes de as trevas absolutas cobrirem a terra. A prática original por certo era consumir o cordeiro pascal durante a noite. Josefo explanou que, em seus dias, o sacrifício tinha lugar entre a nona e a décima primeira horas (entre as 15 horas e as 17 horas, Guerras, 1.6, see. 3). Jesus foi crucificado à hora nona (Mat. 26.17).
Tomarão do sangue. Ou seja, aquela porção do sacrifício que, de acordo com a antiga crença, destinava-se ao poder divino. Ver Lev. 1.5. Originalmente, o sangue foi aplicado às ombreiras e à verga da porta de cada casa, ou seja, a parte ais santa e dedicada da casa (Lev. 21.6; Deu. 6.9). No dia da matança dos primogênitos no Egito, isso atuou como uma medida protetora contra o anjo destruidor, que, vendo o sangue aplicado, passaria por sobre a casa assim protegida. V« os vss. 22 e 23 deste capítulo, como também Êxo. 4.24, e as notas expositivas 3á existentes.
No Dicionário ver os artigos Sangue e Expiação (quanto a este seus pontos quinto e sexto). Ver também ali os verbetes Expiação e Expiação pelo Sangue. E na Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia ver 0 artigo Expiação pelo Sangue de Cristo.
Alguns estudiosos supõem que o uso do sangue, conforme aparece na primeira páscoa, realmente antecedeu o evento, como um rito antigo que apelava aos poderes divinos em busca de proteção contra forças espirituais malignas, para que fosse preserva a paz na família. A porta, como entrada que dava acesso à casa, seria o lugar lógico onde era aplicado o sangue protetor.Vida ou Morte. O mesmo anjo destruidor (o Anjo de Yahweh) que matou os primogênitos do Egito também foi o anjo protetor de Israel. Assim foi e assim será sempre: escolhemos como o Poder Divino haverá de relacionar-se conosco. No caso dos israelitas, o cordeiro era morto em lugar dos filhos primogênitos, o que aponta para o poder vicário do sacrifício de Cristo.
Talvez o sangue também simbolizasse um laço que congregava a família e a comunidade, tendo-se tornado assim um sinal do pacto que todos eles compartilhavam com Yahweh.Expiação. O sangue do cordeiro pascal fazia uma expiação simbólica pelos membros da família que se protegesse com o sangue aplicado à porta de sua casa. Isso os protegeu da ira divina que estava à solta naquela noite.CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 348-349.

Êx 12.3. Toda a congregação de Israel. Esta é a primeira ocorrência no Pentateuco do que viria a ser um termo técnico para descrever Israel em sentido religioso {‘êdãh ocorre frequentemente com este sentido; em Deuteronômio e livros mais recentes a forma preferida é qãhãl) e que subjaz o uso da palavra ekklêsia (igreja) no Novo Testamento. A palavra “ congregação” não é um termo abstrato: implica no ajuntamento da nação de Israel, normalmente com propósito religioso.
Aos dez deste mês. É provável que os israelitas primitivos, tal como os chineses, dividissem o mês em três partes de dez dias cada, sendo a primeira destas a “ entrada” e a última a “ partida” . Nosso conceito de “ crescente” e “ minguante” é semelhante, embora baseado numa divisão do mês em duas partes. Tal como a Páscoa, o Dia de Expiação caía no décimo dia de um outro mês (Lv 23:26,27). Esta explicação é preferível à suposição de que o número dez era tido como sagrado. A noite do décimo quarto dia (quando o cordeiro devia ser morto, v. 6) seria exatamente a metade do mês, quando presumivelmente haveria lua cheia.
Um cordeiro. O termo hebraico, êeh, é neutro e deveria ser traduzido “ cabeça de gado (miúdo)” , aplicável igualmente a ovelhas e cabras de qualquer idade. Os israelitas, tal como os chineses, pareciam considerar qualquer distinção entre ovelhas e cabras uma subdivisão sem importância.Talvez por causa disso, “ separar os bodes das ovelhas” veio a ser uma expressão proverbial para indicar o discernimento divino ao tempo do Novo Testamento (Mt 25:32). Quem conhece as ovelhas da Ásia, pequenas, de cor marrom ou preta e com pelo curto e crespo, sabe bem da dificuldade em distingui-las, exceto pelas caudas. Além disso, o seh poderia ser de qualquer idade: o versículo 5 diz que deveria ser “ filho de um ano” , expressão que pode significar “ do primeiro ano” , ou seja, “ nascido há um ano ou menos” . Era assim, pelo menos, que entendiam os rabis. As traduções modernas, que contêm a expressão “ macho de um ano” , estão provavelmente forçando ideias ocidentais de cronologia a um texto asiático. Em qualquer caso, porém, é apenas esta descrição de sua idade que nos mostra que o sacrifício deveria ser um “cordeiro” e não uma “ ovelha” adulta.
Para cada família. A Páscoa era uma comemoração doméstica e familiar, o que demonstra sua origem antiga. Aqui não há templo, nem tenda da congregação, nem altar nem sacerdote: a ideia de representação, porém, se não mesmo substituição, é claramente sugerida.Êx 12.4. Por aí calculareis. Em dias mais recentes, o número mínimo de pessoas que poderia comer um cordeiro era dez adultos; este número, porém, foi alcançado através de uma exegese artificial. No principio, parecia ser questão de apetite, ou do tamanho do cordeiro, ao invés de teologia.

Êx 12. 5. Macho de um ano. O sacrifício deveria ser um macho jovem e sem defeito algum, presumivelmente representando a perfeição da espécie. Se já tivesse realmente um ano de idade, já estaria plenamente desenvolvido.

Êx 12.6. No crepúsculo da tarde. Literalmente, “ entre as duas noites” . Estudiosos judeus não chegam a um acordo quanto ao significado exato da frase. A expressão é usada para descrever a hora do sacrifício vespertino regular (29:39) e a hora em que as lâmpadas da tenda da congregação eram acesas (30:8). O pietismo ortodoxo do judaísmo farisaico entendia a frase como uma referência ao período da tarde entre a hora em que o calor do sol começava a diminuir (digamos 3 ou 4 horas) e o pôr-do-sol. Outros grupos preferiam o período entre o pôr-do-sol e a escuridão, ou outras explicações semelhantes.
7. Tomarão do sangue. Dificilmente se poderia classificar a Páscoa como um sacrifício, no sentido mais recente da palavra. Não era diretamente ligada a pecado, embora fosse “ apotropaica” no sentido de evitar o “ golpe” divino, havendo portanto um ritual cruento a ela associado.
O fato de haver um ritual cruento não é em si mesmo digno de nota: notável mesmo é o não haver qualquer associação de sacerdotes com um tipo de rito que mais tarde seria estritamente limitado à sua participação.
É claro, portanto, que esta cerimônia surgiu antes do estabelecimento do sacerdócio “ profissional” em Israel. Como presumivelmente acontecia no período patriarcal, o chefe da família fazia as vezes de sacerdote.
Todavia, a despeito deste resquício de tradição patriarcal, as ombreiras e vergas sugerem vida sedentária, tal como Israel vivia em Gósen. Embora, estritamente falando, não haja aqui o conceito de “ expiação” , o princípio básico do sacrifício cruento é o mesmo: representa uma vida que foi sacrificada (Lv 17:11).R. Alan Cole, Ph. D. ÊXODO Introdução e Comentário. Editora Vida Nova. pag. 101-103.

A Instituição da Páscoa. A Festa dos Pães Asmos 

Moisés e Arão aqui recebem do Senhor aquilo que deveriam posteriormente transmitir ao povo com relação à celebração da páscoa, para a qual é pré-fixada uma ordem, um novo estilo a ser observado quanto ao seu calendário (w. 1,2): Este mesmo mês vos será o princípio dos meses. Até aqui eles haviam começado o seu ano a partir de meados de Setembro, mas daqui por diante eles deveriam começá-lo a partir de meados de Março, ao menos em todos os seus cálculos eclesiásticos. Note que é bom começar o dia, e começar o ano, e especialmente começar a nossa vida, com Deus. Este novo cálculo iniciava o ano com a primavera, que renova a face da terra, e era usada como um símbolo da chegada de Cristo, Cantares 2.11,12. Nós podemos supor que, enquanto Moisés estava trazendo as dez pragas sobre os egípcios, ele estava orientando os israelitas a se prepararem para a sua partida que poderia acontecer a qualquer momento. É provável que ele tivesse acabado com a dispersão deles reunindo-os gradualmente, pois aqui são chamados de ‘A congregação de Israel” (v. 3). Além disto, aqui as ordens são enviadas a uma congregação.
O espanto e a pressa deles, é fácil deduzir, eram grandes. Ainda mais agora que eles devem se dedicar à observância de um rito sagrado, em honra a Deus. Note que não devemos nos esquecer da nossa religião, nem mesmo quando nossas mentes estiverem repletas de preocupações, e nossas mãos estiverem repletas de trabalho. Também não devemos permitir que haja em nós qualquer tipo de indisposição para com os atos de devoção.
T Deus determinou que, na noite em que eles sairiam do A Egito, eles deveriam, em cada uma de suas famílias, matar um cordeiro, ou que duas ou três famílias, se fossem pequenas, comessem juntas um cordeiro. O cordeiro deveria ser preparado quatro dias antes, e, naquela tarde, eles deveriam matá-lo (v. 6) como um sacrifício. Não de forma estrita, pois este não era oferecido no altar, mas como uma cerimônia religiosa, reconhecendo a bondade de Deus para com eles, não apenas ao protegê-los das pragas infligidas aos egípcios, mas libertando-os através delas. Veja a origem da religião em família, E perceba a conveniência da reunião de pequenas famílias para a adoração religiosa para que esta possa se tornar mais solene.
no cordeiro morto desse modo, eles deveriam comer assado (nós podemos supor, em seus vários alojamentos), com pães asmos e ervas amargosas, porque deveriam comê-lo apressadamente (v. 11), não deixando nada para o dia seguinte. Pois eles dependeriam de Deus para o pão de cada dia, e não deveriam se inquietar pelo amanhã. Aquele que os conduzia os alimentaria.
Antes de comerem a carne do cordeiro, eles deveriam borrifar o sangue sobre as ombreiras das portas, v 7. Através disso, suas casas seriam distinguidas das casas dos egípcios, e assim os seus primogênitos estariam protegidos da espada do anjo destruidor, vv. 12,13. Uma obra terrível seria realizada nesta noite no Egito. Todos os primogênitos, tanto dos homens quanto dos animais deveriam ser mortos, e julgamentos seriam executados contra os deuses do Egito. Moisés não menciona o cumprimento neste capítulo, mesmo assim ele fala sobre isso em Números 33.4. É muito provável que os ídolos que os egípcios adoravam tenham sido destruídos, os de metal derreteram, os de madeira foram consumidos, e os de pedra foram feitos em pedaços, de onde Jetro deduz (cap. 18.11): O Senhor é maior que todos os deuses. 
O mesmo anjo que exterminou os seus primogênitos aniquilou os seus ídolos, que não eram menos queridos para eles. Foi-lhes ordenado que aspergissem o sangue do cordeiro sobre as ombreiras das portas para a proteção de Israel, um gesto que seria aceito como um exemplo de sua crença nas advertências divinas e de sua obediência aos preceitos divinos. Note que: 1. Se em tempos de calamidade geral, Deus protege o seu próprio povo e coloca um sinal sobre as pessoas, elas serão escondidas no céu ou debaixo do céu, e serão protegidas do impacto dos julgamentos ou ao menos de seus aguilhões.
2. O sangue da aspersão é a segurança do justo em tempos de calamidade geral; é isso que os marca para Deus, tranquiliza consciências, e lhes dá ousadia e acesso ao trono da graça. E assim se torna um muro de proteção em volta deles e uma parede divisória entre eles e os filhos desse mundo.
Esta ordenança deveria ser observada anualmente em suas futuras gerações como uma festa do Senhor, ao qual a festa dos pães asmos foi acrescentada, e durante a qual, por sete dias, eles deveriam comer apenas pães sem fermento, como um memorial por estarem inevitavelmente limitados a esse tipo de pão por muitos dias após a sua saída do Egito, w. 14-20. Esse compromisso é imposto para sua melhor orientação, e para que eles não pudessem se enganar com respeito à páscoa. E também para despertar a uma diligente observância deste ritual aqueles que, no Egito, tinham se tornado tolos e descuidados nos aspectos da religião. Agora, sem dúvida, havia muito do Evangelho nessa celebração. Ela é frequentemente mencionada no Novo Testamento, e através dela nos é pregado o Evangelho. Esta pregação também se estendia a eles, que não podiam olhar firmemente para o fim dessas coisas. Hebreus 4.2; 2 Coríntios 3.13.
1. O cordeiro pascal era uma tipificação do Salvador. Cristo é a nossa Páscoa, 1 Coríntios 5.7. 
(1) Deveria ser um cordeiro. E Cristo é o Cordeiro de Deus (Jo 1.29), frequentemente chamado no Apocalipse de “O Cordeiro”, manso e inocente como um cordeiro, calado ante os tosquiadores, diante dos açougueiros. 
(2) Deveria ser um macho de um ano (v. 5), uma primícias; Cristo se ofereceu no meio de seus dias, não na infância com os bebês de Belém. Isso denota a força e a suficiência do Senhor Jesus, em quem está o nosso auxílio.
 (3) Deveria ser um cordeiro sem mácula (v. 5), simbolizando a pureza do Senhor Jesus, um cordeiro imaculado, Hebreus 7.26; 1 Pedro 1.19. O juiz que o condenou (como se o seu julgamento fosse feito apenas como a inspeção que era feita no tocante aos sacrifícios, para verificar se eram sem mácula ou não) o declarou inocente. 
(4) Deveria ser separado com quatro dias de antecedência (w. 3,6), indicando a designação do Senhor Jesus para ser o Salvador, tanto no propósito quanto na promessa. Podemos observar que, como Cristo foi crucificado durante a páscoa, Ele entrou solenemente em Jerusalém com quatro dias de antecedência, no mesmo dia em que o cordeiro pascal era separado. 
(5) O cordeiro deveria ser morto, e assado no fogo (w. 6-9), o que simbolizava os sofrimentos intensos do Senhor Jesus, até a morte, e morte de cruz. A ira de Deus é como fogo, e Cristo se fez maldição por nós. 
(6) Deveria ser morto por toda a congregação no entardecer, entre os dois dias, isto é, entre três e seis horas da tarde. Cristo sofreu no fim do mundo (Hb 9.26) pela mão dos judeus, uma multidão deles (Lc 23.18), e pelo bem de todo o seu Israel espiritual. (7) Nenhum osso do cordeiro deve ser quebrado (v. 46), o que é expressamente relatado como uma profecia que foi cumprida em Cristo (Jo 19.33,36), simbolizando a força inquebrantável do Senhor Jesus.HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo Testamento Gênesis a Deuteronômio. Editora CPAD. pag. 260-261.

III - CRISTO, NOSSA PÁSCOA.

1. Jesus, o Pão da Vida (Jo 6.35,48,51).

Um pão pode ter mais de um sabor. Pode ter mais de uma forma. Pode ser feito com diversos ingredientes. Pode ser barato ou caro. Pode ser mais leve ou mais pesado. Mas sua função mais importante é saciar a fome. É para isso que eles são feitos. Por que Cristo é considerado o pão da vida?
Porque Ele mesmo disse isso: “Eu sou o pão da vida; (' aquele que vem a mim não terá fome” (Jo 6.35). Ele promete saciar a necessidade humana no que concerne às questões da vida e à relação com Deus, ao perdão dos pecados e à vida eterna. A fome que temos de Deus é saciada em Cristo Jesus.COELHO, Alexandre; DANIEL, Silas. Uma Jornada de Fé. Moisés, o Êxodo e o Caminho a Terra Prometida. Editora CPAD. pag. 41-42.(estudaalicao.blogspot.com)
fonte www.mauricioberwaldoficial.blogspot.com


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PAZ DO SENHOR

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