1. Uma família exemplar.
RECABE, RECABITAS
No hebraico, o nome significa carreteiro, pois deriva-se de uma raiz que significa «montar», «dirigir». Consideremos estes pontos:
1. Um filho de Rimom, um benjamita de Beerote. Com seu irmão, Baaná, os dois guerrilheiros assassinaram traiçoeiramente a Isbosete, seu rei, mas foram devidamente castigados por Davi (II Sam 4:2,5,6,9).
2. A casa de Recabe, ou seja, os recabitas, famosos por sua regra de total abstenção de vinho, também não edificavam casas, não semeavam e não plantavam vinhas, mas viviam em tendas (ler. 35:6-8).
a. Relação com os queneus, De acordo com I Crô, 2:55. certos queneus «vieram de Hamate, pai da casa de Recabe». Para interpretarmos corretamente o texto, precisaremos compreender «Hamate- e «pai». Antes de tudo, Hamate pode ser o nome de um lugar, bem como um locativo: 1. nessa lista de Judá (I Crô. 2-4), os nomes dos chefes de clãs são mencionados de tal modo que também se tornam nomes locativos; contudo, o fraseado desse trecho é estranho. 2., A preposição «de», antes de Hamate, parece dar a entender que os queneus em foco vieram de um lugar, Hamate (cí, a LXX alexandrina eks Aimàth). 3. De acordo com Ju1. 4: 11,17, o grupo de Heber, o queneu, separou-se dos queneus que descendiam de Hobabe, armando tenda em Cades de Naftali, na mesma região geral de Hamate (cf. Jos. 19:35-37). Em segundo lugar, o termo «pai» pode dar a entender que os recabitas eram aparentados aos queneus, ou que Hamate havia sido o fundador dos recabitas como uma guilda profissional. Em qualquer dos casos, o texto se reveste de interesse porque alguns dos queneus ganhavam a vida como trabalhadores de metais que provavelmente era a profissão dos recabitas. Ver Queneus.
b. Posição social e religiosa de Jonadabe, fundador da disciplina dos recabitas (lI Reis 10:15,23; Jer. 35:6,14). Os eruditos diferem em sua opinião sobre a posição social deles, pensando alguns que eles seriam homens simples do deserto, e outros que seriam nômades criadores de rebanhos. Mas se tem pensado até que eles eram uma guilda socialmente importante.
Além disso, a designação «filho de Recabe» (lI Reis 10: 15) talvez não indique uma verdadeira relação de pai-filho, mas apenas um membro de uma guilda associada à profissão dos carreteiros. Essa designação também poderia indicar que Jonadabe era nativo de um lugar chamado Recabe, talvez porque ali houvesse muitos carreteiros. Talvez por isso Jeú levou Jonadabe em seu carro, na viagem a Samaria. Finalmente, o diálogo entre Jeú e Jonadabe serve para confirmar uma aliança militar (cf. II Reis 10: 16 com I Reis 22:4; II Reis 3:7). Uma coisa é clara. Por causa do lugar proeminente que o novo governante lhe deu (lI Reis 10:16,23), sua influência não era coisa de pequena monta.
Quanto à suaposição religiosa, ele era um defensor radical do nome de Yahweh, sob a ameaça de um crescente baalisrno, durante o reinado da casa de Onri. A declaração de que Jonadabe «lhe vinha ao encontro» (de Jeú) , mostra que Jonadabe tomou a iniciativa (ver II Reis 10:15).
c. Regras de Jonadabe. Alguns estudiosos pensam que as regras dele visavam à preservação da simplicidade primitiva, ou seja, a manutenção do nomadismo, pois a vida civilizada, inevitavelmente, leva à apostasia para longe de Yahweh. Essa maneira de entender repousa sobre três pressupostos: a abstenção de bebidas alcoólicas é própria da sociedade nômade; viver em tendas indica nomadismo; e desdenhar da agricultura é sinal seguro de nomadismo. Contudo, outros estudiosos não aceitam essa interpretação, tendo exposto opiniões alternativas.
d. Aprovação de Yahweh aos recabitas, O Senhor não recomendou tanto as regras deles, mas a obediência deles às suas regras, contrastando-os com os demais membros da nação de Israel, que não obedeciam ao Senhor.
e. Sobrevivência dos recabitas. O Senhor prometeu que devido à obediência dos recabitas, nunca lhes faltariam representantes nas gerações sucessivas (Jer. 35:19). O cumprimento dessa promessa se verifica das seguintes maneiras: 1. o titulo do Salmo 71, na LXX: «dos filhos de Jonadabe e dos primeiros cativos»; 2. uma referência a Malquias, que reparou a "Porta do Monturo-, quando da restauração de Jerusalém sob Neemias (Nee. 3:14); 3. uma tradição judaica no sentido de que as filhas deles se casaram com sacerdotes; 4. uma duvidosa afirmativa de Hegesípo de que um sacerdote recabita protestou contra o martírio de Tiago (Eusêbio, Hist. 1I,23); 5. Uma declaração no Talmude de que os recabitas tinham um dia especial, o sétimo do mês de Abe; 6. até hoje existiriam professos descendentes da seita, no lraque e no Iêmen.CHAMPLIN, Russell Norman, Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Vol. 5. Editora Hagnos. pag. 573.
Jr 35.1-19 — O encontro de Jeremias com os recabitas, como indicado em Jeremias 35.11, deu-se próximo do final do reinado de Jeoaquim, que morreu em dezembro de 598 a.C. Nabucodonosor deu ordens às tropas amonitas, moabitas, arameias (sírias) e caldeias para atacar os rebeldes de Judá sob o comando de Jeoaquim (2 Rs 24.2).Esses ataques revelam o motivo de os recabitas terem deixado seu território e buscado refúgio em Jerusalém. O relato é semelhante em forma ao relato do ato simbólico. A ligação entre o encontro com os recabitas e o relato da decisão de Zedequias de cancelar a libertação dos escravos (Jr 34) serve para ilustrar a fidelidade à aliança com um exemplo concreto.
35.1 — Nos dias de Jeoaquim. Jeoaquim reinou de 609 a 598 a.C.
35.2 — Os recabitas eram um grupo bastante unido de descendentes dos queneus (Jz 1.16; lCr 2.55). Esse grupo foi conhecido primeiramente a partir da história de Jonadabe, filho de Recabe, que ajudou Jeú a expulsar os profetas de Baal de Samaria (2 Rs 10.15-28). Os recabitas viviam como nômades rejeitando todo tipo de vida urbana ou agrária. Eles se recusavam a beber vinho ou bebida forte e não cultivavam vinhedos. Também não faziam nenhum outro tipo de plantio.Muitos teólogos acreditam que eles fossem um clã de ferreiros. Os recabitas foram convidados por Jeremias a entrar em uma das câmaras que circundavam o pátio do templo de Deus para uma demonstração simbólica.
35.3-5 — Homem de Deus refere-se a alguns profetas conhecidos e anônimos emissários de Deus que transmitiam mensagens específicas (1 Sm 2.27; 1 Rs 12.22; 13.1; 2 Rs 1.9). Aparentemente Hanã se agradou da pregação de Jeremias. No templo e na presença dos principais administradores daquele edifício, Jeremias testou a fidelidade dos recabitas à sua tradição colocando vinho diante deles e mandando que bebessem.
35.6-10 — Os recabitas se recusaram a beber o vinho, com base no ensino de Jonadabe, seu antepassado.
Obedecemos. Essa palavra expressa a fidelidade pura dos recabitas à suas tradições, em antítese ao fracasso de Judá em guardar a aliança (Jr 3.13; 7.23,24).
35.11 — A ameaça militar de Nabucodonosor havia trazido uma mudança. Embora estivessem contrariando sua tradição, os recabitas procuraram proteção contra os babilónios atrás dos muros de Jerusalém.
35.12-15 — Aceitareis instrução, para ouvirdes as minhas palavras. Esse fraseado baseia-se nas palavras dos recabitas (Jr 35.8) e no oráculo de Jeremias em Jeremias 7.28. Os recabitas haviam obedecido às instruções de seu ancestral Jonadabe. No caso de Judá, embora o próprio Deus houvesse instruído os israelitas a respeito da aliança e apresentado a mensagem repetidas vezes através de muitos profetas, o povo não o obedecera. Madrugando e falando ilustra a persistência dos muitos profetas na história de Israel.
35.16,17 — Os recabitas não descumpriram o mandamento de Jonadabe, mas os israelitas continuamente se rebelavam contra os ensinamentos de Deus.
35 .18 ,19 — Uma bênção é pronunciada à família fiel dos recabitas. Sua dedicação às tradições é descrita por meio de um trio de verbos: obedecestes, guardastes, fizestes.EarI D. Radmacher: Ronald B. Allen: H. Wayne House. O Novo Comentário Bíblico Antigo Testamento com recursos adicionais. Editora Central Gospel. pag. 1176-1177.
35.1ss - O código de conduta dos recabitas se assemelhava ao dos nazireus, que faziam um voto especial de dedicação a Deus (Nm 6). Hã 200 anos. os recabitas obedeciam ao voto de seus antepassados de abster-se de vinho. Enquanto o resto da nação quebrava sua aliança com Deus. esse grupo permaneceu firme em seu compromisso. Deus queria que todo o seu povo fosse tão comprometido em sua aliança com Ele quanto os recabitas se mantinham fiéis a seu voto. Deus mandou Jeremias tentar os recabitas com vinho, para demonstrar o compromisso e a dedicação deles. Deus sabia que náo quebrariam o voto.35.6 - Jonadabe, filho de Recabe. uniu-se a Jeú para rernover a adoração a Baal do Reino do Norte (2 Rs 10.15-28).
35.13-17 - Há um vivido contraste entre os recabitas e outros israelitas.
(1) Os recabitas mantinham seus votos a um líder humano falível; Israel quebrou sua aliança com seu infalível Deus. (2) Jonadabe disse ã sua família, certa vez, para náo beber vinho e ela lhe obedeceu; Deus ordenou constantemente que Israel se convertesse de seu pecado, e a naçào nào atendeu. (3) Os recabitas obedeciam às leis que tratavam de questões temporais; Israel se recusou a obedecer às leis de Deus. relacionadas a questões eternas. (4) Os recabitas obedeciam a duzentos anos; Israel desobedecia por centenas de anos. (5) Os recabitas seriam recompensados; Israel seria castigado.Freqüentemente, estamos dispostos a observar determinados costumes simplesmente por causa da tradição; no entanto.devemos obedecer muito mais à Palavra de Deus, porque é eterna.APLICAÇÃO PESSOAL. Bíblia de estudo. Editora CPAD pag. 999-1000.
2. Um exemplo de fidelidade.
Jz 1.16,17 — As referências ao sul (isto é, Neguebe) nos versículos 9 e 15 ligam-se aos descendentes do queneu — o sogro de Moisés, Jetro (Ex 3.1). Essa conexão familiar havia estabelecido relações amistosas entre os israelitas e os queneus, que eram os midianitas, no deserto (Nm 10.29- 32). Seu acordo harmonioso com Judá cumpre as palavras de Moisés em Números 10.29.
EarI D. Radmacher: Ronald B. Allen: H. Wayne House. O Novo Comentário Bíblico Antigo Testamento com recursos adicionais. Editora Central Gospel. pag. 405.
Jz 1.16. Os filhos do queneu, sogro de Moisés. Neste ponto, o sogro de Moisés é chamado de “queneu”, por motivo de sua origem racial. O manuscrito Vaticanus diz aqui “Jetro", em harmonia com Êxo. 3.1; e o Alexandrino diz “Hobabe”, em consonância com Núm. 10.29 e Juí. 4.11. Ver no Dicionário o artigo denominado Jetro, quanto a uma discussão sobre essa personagem e sua variedade de nomes, bem como seu relacionamento com o povo de Israel. Ele também é chamado de Reuel, em Êxo. 2.18 e Núm. 10.29. Ver também o Dicionário quanto a esse nome e quanto ao nome queneu. Os queneus formavam um ramo dos amalequitas, mas, diferentemente, viviam em bons termos de amizade com Israel, desde os dias de Moisés. Parece claro que alguns queneus acompanharam os israelitas em sua saída do Egito, ajudando-os na conquista da Terra Prometida. Quanto à ligação deles com os amalequitas, ver I Sam. 15.6, e com os midianitas, ver Êxo. 18.1 (Juí. 1.16). O sogro de Moisés tinha sido um sacerdote midianita (ver Êxo. 18.1).CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 1000.
2 Reis 10.15,16 — Jonadabe significa o Senhor é generoso.
Ele entrou no carro de Jeú e partiu com este como um observador. Jonadabe foi um filho de Recabe ascético e nómade. Os recabitas eram conhecidos por sua fidelidade a Deus e aos austeros regulamentos previstos por Jonadabe (Jr 35.1-16).
2 Reis 10.17 — Conforme a palavra que o SENHOR dissera. O feito de Jeú foi uma sanção profética (v. 10).
2 Reis 10.18-28 — Os últimos feitos de Jeú, o exterminador, serviram para organizar um ataque frontal à adoração a Baal. O sincretismo religioso foi constante no Reino do Norte desde o princípio (1 Rs 12). Jeroboão I combinara a adoração a Yahweh com diversos elementos da adoração a Baal e a outras divindades cananeias, o que perdurou até a ascensão de Acabe, quando a religião de Israel alcançou o seu ponto mais baixo, com a adoração oficializada e patrocinada pelo governo a Baal (1 Rs 16.31).
A erradicação dos sacerdotes oficiais de Baal alavancada por Jeú, descrita nesta seção, foi um grande passo no extermínio do mal do Reino do Norte. Entretanto, a partir desse momento, houve o retorno do sincretismo religioso, herança do reinado de Jeroboão I e de seus sucessores (v. 31). Portanto, o erro da adoração a Baal em Israel continuou até mesmo após a sua extinção por Jeú, só que de forma não tão visível quanto no reinado de Acabe.
2 Reis 10.18-20 — Finalmente, Jeú combateu a adoração a Baal. Com uma mentira, ele reuniu todos os profetas de Baal em um único lugar, o templo de Baal em Samaria (v. 21; 1 Rs 16.32).
Jeú fingiu ser um defensor mais veemente desse deus do que Acabe. Ele chegou ao ponto de decretar uma assembleia solene a Baal na nação. 2 Reis 10.21-23 — A casa de Baal era o mesmo templo que tinha sido construído por Acabe (1 Rs16.32). Fazendo os profetas de Baal usarem as vestimentas diferentes, Jeú os marcou para morrerem.
Além disso, Jeú pediu aos adoradores de Baal que inspecionassem a casa, para que nenhum dos servos do SENHOR estivesse entre eles. 2 Reis 10.25-28 — Acabando de fazer o holocausto. Não se pode precisar se eram os profetas de Baal ou o próprio Jeú quem estava fazendo o holocausto. Se era Jeú, fora a maneira mais eficaz de evitar que os sacerdotes suspeitassem de qualquer perigo. Jeú seguiu o exemplo de Elias no monte Carmelo (1 Rs 18.40) e feriu-os. Contudo, as execuções de Jeú foram mais duras, pois ele reuniu todos os sacerdotes e os profetas de Baal da nação.
A expressão até ao dia de hoje indica que, mesmo depois da queda de Samaria, até o tempo em que o texto foi escrito, era possível ver o repugnante lugar onde se localizava o templo de Baal.
A declaração destruiu a Baal se refere somente às formas explícitas de adoração a Baal.EarI D. Radmacher: Ronald B. Allen: H. Wayne House. O Novo Comentário Bíblico Antigo Testamento com recursos adicionais. Editora Central Gospel. pag. 610-611.(esatudalicao.blogspot.com)
fonte www.mauricioberwaldoficial.blogspot.com
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