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sexta-feira, 11 de agosto de 2017

JESUS ESCOLHE SEUS DISCIPULOS (1)



                                                                                                                     

Quem eram os discípulos escolhidos por Jesus? Pessoas simples, habitantes de uma cidade sem importância para a antiga Palestina. Pessoas que não tinham alto grau de instrução, mas que acreditaram na mensagem do meigo nazareno.
Na presente aula, devemos ressaltar que o nosso Senhor não chamou os doze homens para serem apóstolos objetivamente, mas, primeiramente, para discípulos. Pessoas disponíveis a aprender, e igualmente, desaprender os equívocos aprendidos ao longo da vida religiosa e, principalmente, ansiosos em imitar o Mestre de Nazaré.
O discipulado de Jesus é assim. Chama pessoas, do ponto de vista humano, incapazes de desenvolver algum projeto de vida. E mostra-lhe o maior projeto que ser humano algum pôde imaginar: o Reino de Deus. Quando fomos chamados por Jesus a viver o Evangelho, percebemos que não estávamos prontos a dizer "sim" para o seu projeto. O nível do Evangelho é alto de mais para a nossa natureza caída. Mas ao despirmo-nos de nós mesmos e procurarmos ser mais parecido com Jesus, o Evangelho será parte da nossa vida e ficará impregnado à nossa natureza. Então passamos a ser uma nova criação, ter outra mente e outra perspectiva de vida que só encontramos com o meigo nazareno.
O chamado de Jesus é um convite para não mais olhar para si mesmo, uma convocação para olhar para o outro. Uma decisão de renunciar aos próprios anseios e uma atitude de viver a vida que não é mais sua, mas de Deus.
A mensagem do Reino de Deus é absolutamente oposta ao modo de o mundo comunicar seus valores às pessoas. O Reino de Deus não faz violência para convencer alguém de alguma ideia, enquanto que o sistema de vida mundano é violento, arrogante e predatório em convencer o outro acerca dos seus valores. Embora saibamos que os valores do mundo são destruidores para um projeto de vida digna, não fazemos terrorismo ou algo do tipo. Simplesmente somos chamados a sermos pescadores de homens, de almas, de sentimentos, de pessoas. Levar vida, onde há morte; paz, onde reina a guerra; alegria, onde reina a tristeza; bondade, onde reina a perversidade; esperança, onde reina a ausência dela.
Em Jesus, somos chamados a sermos arautos do Evangelho para pessoas sem Deus, sem dignidade, sem alegria de viver. Nele, todo dia somos estimulados a testemunhar com a vida a verdade daquilo em que acreditamos e cremos. Sim, Jesus, a nossa razão de ser. É o sentido último da nossa vida. Podemos dizer "sim" ao seu convite? — Vem e segue-me!Revista ensinador. Editora CPAD. Ano 16 - N° 62. pag. 38.


COMENTÁRIO INTRODUÇÃO


A Natureza do Chamado

Uma outra coisa posta em destaque diz respeito à natureza do chamado de Jesus. Esse chamado é de graça e não tem nenhum custo a mais. Todavia, o grau de compromisso dessa decisão é muito alto. Jesus não engana ninguém nem camufla as implicações envolvidas no seu chamado. E um chamado que deve ser aceito de forma consciente por aquele que o abraça (Mc 1.15).Nesse aspecto o chamado é começar tudo de novo (Jo 3.3-8). O compromisso com o Reino e o chamado deve estar acima de qualquer vinculo familiar (Lc 9.60). Quem o acolheu não pode mais voltar atrás (Lc 9.62). E uma pérola preciosa e quem a achou deve se desprender de tudo para tê-la. Enfim quem o aceita deve se desprender de tudo para se dedicar a Ele (Mt 13.4446).

O Perfil dos Chamados

E interessante também o perfil dos chamados por Jesus. Figueira e Junqueira põe em evidência esses perfis. Eram humanos, limitados e imperfeitos.

Os exemplos:

Pedro — era generoso e entusiasta (Mc 14.29,31), mas, na hora do perigo e da decisão, o seu coração encolhia e ele voltava atrás (Mt 14.30; Mc 14.66-72).
Tiago e João - estavam dispostos a sofrer por Jesus (Mc 10.39), mas queriam ter mais poder que os outros (Mc 10.35-41), e eram temperamentais (Lc 9.54). Jesus deu-lhes o apelido de “filhos do trovão” (Mc 3.17).
Filipe — tinha muito jeito para colocar os outros em contato com Jesus (Jo 1.45,46), mas não era prático em resolver os problemas (Jo 6.5-7; 12.20-22). Jesus certa vez o censurou (Jo 14.8,9).
Natanael — era bairrista 0o 1.46), mas diante da evidência reconhece que Jesus é o Messias (Jo 1.49).
André - era mais prático. Foi ele que encontrou o menino com cinco pães e dois peixes (Jo 6.8,9).
Tomé - era generoso, disposto a morrer com Jesus (Jo 11.16). Mas também era cabeçudo e teimoso, capaz de sustentar a sua opinião, uma semana inteira, contra o testemunho de todos os outros (Jo 20.24,25).
Mateus — era publicano e como tal era excluído da religião judaica.
Simão - era Cananeu ou Zelote (Mc 3.18). Fazia parte de um partido dos zelotes que se opunha ao governo romano.
Judas - guardava o dinheiro do grupo (Jo 12.6; 13.29).
Joana — era esposa de Cusa, procurador de Herodes, que governava a Galileia. Junto com Susana e outras mulheres, ela seguia a Jesus e o servia com seus bens (Lc 8.2-3).
Maria Madalena — era nascida na cidade de Magdala. Jesus libertou-a de sete demônios (Lc 8.2).
Marta e Maria - eram irmãs, que junto com Lázaro, o irmão delas, viviam em Betânia, perto de Jerusalém (Jo 11.1).
Nicodemos - Era membro do Sinédrio, o Supremo Tribunal da época.

Jesus, o Discipulado e o Espírito Santo

Por último, desejo pôr em destaque o papel do Espírito Santo no discipulado. O terceiro evangelho, como faz em outras partes, aqui também põe os carismas do Espírito a serviço do discipulado. “Fiz o primeiro tratado, ó Teófilo, acerca de tudo que Jesus começou, não só a fazer, mas a ensinar, até ao dia em que foi recebido em cima, depois de ter dado mandamentos, pelo Espírito Santo, aos apóstolos que escolhera; aos quais também, depois de ter padecido, se apresentou vivo, com muitas e infalíveis provas, sendo visto por eles por espaço de quarenta dias e falando do que respeita ao Reino de Deus. E, estando com eles, determinou-lhes que não se ausentassem de Jerusalém, mas que esperassem a promessa do Pai, que (disse ele) de mim ouvistes. Porque, na verdade, João batizou com água, mas vós sereis batizados com o Espírito Santo, não muito depois destes dias” (At 1.1-5).
Lucas destaca que Jesus deu mandamentos aos apóstolos através do Espírito Santo (At 1.2). O Espírito Santo foi um instrumento eficaz no amoldamento dos discípulos de Jesus. Sem a participação efetiva do Espírito do Senhor nenhum programa de discipulado ou recrutamento cristão será eficaz.José Gonçalves. Lucas, O Evangelho de Jesus, o Homem Perfeito. Editora CPAD. pag. 63-65; 67.

A escolha que Jesus fez dos doze discípulos que gradualmente se reuniram ao seu redor é uma importante referência na história do evangelho.
Tal ato divide o ministério do nosso Senhor em duas partes provavelmente muito semelhantes quanto à duração, mas diferentes quanto à extensão e a importância do trabalho realizado em cada uma. No período inicial Jesjjs trabalhou sozinho; suas obras milagrosas estavam confinadas a uma área limitada, e seu ensino era, em sua maior parte, de caráter elementar. Mas na ocasião em que os doze foram escolhidos, a obra do reino "assumiu dimensões que requeriam organização e divisão de trabalho. O ensino de Jesus estava começando a ser de natureza mais profunda e elaborada, e suas atividades beneficentes estavam crescendo muito.
E provável que a escolha de um número limitado de discípulos para ser seus companheiros íntimos e constantes tenha se tornado uma necessidade para Cristo, em conseqüência de seu próprio sucesso ao fazer discípulos. Seus seguidores eram tão numerosos a ponto de serem um impedimento aos seus movimentos, especialmente nas longas jornadas que marcam a parte posterior de seu ministério. Era impossível que todos os que criam pudessem então continuar a segui-lo de modo literal, para onde quer que Ele fosse: o grande número de pessoas agora poderia ser apenas de seguidores ocasionais. Mas era seu desejo que alguns homens escolhidos estivessem consigo em todos os momentos e em todos os lugares — seus companheiros de viagem em todas as suas jornadas, testemunhando toda a sua obra e ministrando às suas necessidades diárias. E assim, nas palavras singulares de Marcos: “E subiu ao monte e chamou para si os que ele quis; e vieram a ele. E nomeou doze para que estivessem com ele...
Estes doze, contudo, como sabemos, deveriam ser mais que meros companheiros de viagem ou servos comuns do Senhor Jesus Cristo. Eles deveriam ser, então, aprendizes da doutrina cristã, e ocasionais cooperadores das obras do reino, e mais tarde agentes treinados, escolhidos por Cristo para propagar a fé depois que Ele deixasse a terra. A partir do momento em que foram escolhidos, de fato, os doze iniciaram um aprendizado regular para o grande ofício do apostolado, no curso do qual deveriam aprender, na privacidade de um relacionamento íntimo diário com seu Mestre, como deveriam ser, agir, crer, e ensinar como suas testemunhas e seus embaixadores no mundo. Doravante o treinamento desses homens deveria ser uma parte constante e proeminente da obra pessoal de Cristo. Ele os orientava à noite a respeito do que deveriam falar de dia, e falava aos seus ouvidos o que nos anos posteriores anunciariam publicamente.
A ocasião em que ocorreu essa eleição (embora não se conheça tal data com precisão) é fixa em relação a certos eventos-chave da história do evangelho. João se refere aos doze como uma companhia organizada na ocasião em que o Senhor realizou o milagre de alimentar mais de cinco mil pessoas, e do discurso sobre o Pão da vida na sinagoga de Cafarnaum, proferido pouco tempo após aquele milagre. Desse fato aprendemos que os doze foram escolhidos pelo menos um ano antes da crucificação; pois o milagre da multiplicação dos alimentos ocorreu, de acordo com o quarto evangelista, logo após a festa da Páscoa. A partir das palavras ditas por Jesus aos homens que havia escolhido, transmitindo a sua pergunta em relação à fidelidade devida a ele depois da multidão tê-lo abandonado: “Não vos escolhi a vós os doze? E um de vós é um diabo”4, concluímos que a escolha não era tão recente. Os doze haviam estado juntos durante tempo suficiente para dar ao falso discípulo a oportunidade de mostrar o seu verdadeiro caráter.
Voltando agora aos evangelistas sinópticos, encontramo-los tentando estabelecer a posição da eleição em referência a dois outros eventos ainda mais importantes. Mateus fala pela primeira vez dos doze como um corpo distinto em relação à sua missão na Galiléia. Ele não diz, contudo, que foram escolhidos imediatamente antes e com referência direta a tal missão. Antes, fala como se a fraternidade apostólica já existisse anteriormente, sendo estas as suas palavras: “E, chamando os seus doze discípulos...”
Lucas, por outro lado, faz um relato formal da eleição, como um prefácio de seu relatório do Sermão ia Montanha, dando a impressão de que um evento ocorreu logo após o outro5. Finalmente, a narrativa de Marcos confirma o ponto de vista sugerido por essas observações de Mateus e Lucas, isto é, os doze foram chamados pouco antes da realização do Sermão da Montanha, e um tempo considerável antes de terem sido enviados em missão para pregar e curar. Está escrito: “E subiu ao monte (t )6 e chamou para si os que ele quis” — a subida obviamente se refere à ocasião em que Jesus subiu antes de pregar seu grande discurso.
Marcos continua: “E nomeou doze para que estivessem com ele e os mandasse a pregar e para que tivessem o poder de curar as enfermidades e expulsar os demônios”. Aqui há uma alusão feita a uma intenção da parte de Crist® de enviar seus discípulos em uma missão, mas a intenção não é representada e imediatamente executada. Nem pode ser dito que a execução imediata esteja implícita, embora não tenha sido expressa; o evangelista faz um relato da missão como consta em vários capítulos seguintes em seu Evangelho, iniciando com estas palavras: “Chamou a si os doze, e começou a enviá-los de dois a dois...
Deve ser considerado, então, como toleravelmente certo, que o chamado dos doze tenha sido um prelúdio à pregação do grande sermão sobre o reino, em cuja fundação eles teriam, posteriormente, uma participação ainda mais distinta. Não podemos determinar com exatidão em que período do ministério de nosso Senhor o sermão em si deve ser precisamente alocado. Nossa opinião, contudo, é que o Sermão da Montanha foi proferido próximo ao primeiro ministério prolongado de Cristo na Galiléia, durante o tempo passado entre as duas visitas a Jerusalém em ocasiões de festas mencionadas no segundo e no quinto capítulo do Evangelho de João.
O número da companhia apostólica é significativo e, sem dúvida, uma questão de escolha, assim como a composição daquele grupo seleto.
Um número maior de homens elegíveis poderia ser facilmente encontrado no círculo de discípulos que, mais tarde, não se tornou menor que setenta auxiliares na obra evangelística; e um número menor pode ter servido a todos os propósitos presentes ou futuros do apostolado. O número doze foi recomendado por óbvias razões simbólicas. Expressava de uma forma feliz e figurada o que Jesus reivindicava ser e o que veio fazer e, deste modo, fornecia apoio à fé e estímulo à devoção de seus seguidores. Isto sugeriu de forma significativa que Jesus era o divino Rei messiânico de Israel, que veio para estabelecer o reino cujo advento fora anteriormente previsto pelos profetas em linguagem fervorosa, sugerida pelos dias de felicidade da história de Israel, quando a comunidade teocrática existia em sua integridade, e todas as tribos da nação escolhida eram unidas sob a casa real de Davi. Sabemos que o número doze estava designado a conter tal significado espiritual através das próprias palavras de Cristo aos apóstolos em uma ocasião posterior, quando, ao descrever as recompensas que os esperavam no reino pelos serviços e sacrifícios prestados, Ele disse: “Em verdade vos digo que vós, que me seguistes, quando, na regeneração, o Filho «do Homem se assentar no trono da sua glória, também vos assentareis sobre doze tronos, para julgar as doze tribos de Israel”.

E possível que os apóstolos conhecessem muito bem a importância espiritual do seu número, e tenham encontrado nele o encorajamento para a terna e ilusória esperança de que a vinda do reino não deveria ser apenas um cumprimento espiritual das promessas, mas uma restauração literal de Israel em relação à sua independência e integridade política. O risco de tal equívoco era um dos obstáculos relacionados ao número doze em particular, mas não foi considerado por Jesus como uma razão suficiente para estabelecer outro. Seu método de procedimento nesse caso, como em todas as coisas, era continuar o que era verdadeiro e certo, e então corrigir os equívocos à medida que surgissem.A. B. BRUCE. O Treinamento Dos Doze. Editora CPAD. pag. 45-48.

I - O MESTRE
1. SEU ENSINO.

Aqui Jesus conclui o seu discurso—«Quando Jesus acabou de proferir estas palavras...» expressão essa nem sempre encontrada apôs os principais discursos de Jesus, no evangelho de Mateus. Essas palavras assinalam a conclusão de cada um dos cinco trechos principais dos "discursos (ensinos) de Jesus, em Mateus. Tal expressão se acha também em 11:1; 13:53; 19:1 e 26:1. Essas cinco principais secções formam a base sobre a qual foi escrito) o evangelho. Essas secções são 1. Caps. 3 a 7. 2. Caps. 8 a 10. 3. Caps. 11a 13. 4. Caps. 14 a 18. 5. Caps. 19 a 25. Os capítulos 26 a 28 formam a conclusão, sem discursos de ensinos.
^Maravilhadas», ‘lespantadas». Literalmente, são expressões fortes como «fora de si» ou “atônitas”. As amostras dos discursos dos rabinos, na Miskna, na Gemara e no Talmude, usualmente eram secas, insípidas, desconjuntadas, que continham declarações desconexas sobre todos os problemas humanos. P^ciam ter receio de falar, a nâo ser com o apoio de ãlgum antecessor. Tem', todavia, grandes trechos no Talmude. Jesus falava por si mesmo, escudado em sua própria autoridade, pelo Espírito de Deus, na hora certa; mas até hoje hâ casas (vidas) edificadas sobre a areia, e por isso caem. Ver nota sobre o Talmude, em Marc. 7:3.
Alguns mss, como C(l) 33, e certo número de versões latinas e siríacas, adicionam, no fim destes versículos, «...e os fariseus». Não é acréscimo autêntico. Talvez tenha resultado de uma extensão natural do texto. Entre as traduções, somente F contém o acréscimo. Ver nota detalhada sobre os «escribas», em Marc. 3:22; sobre os «fariseus», em Marc. 3:6; e sobre os «saduceus», em Mat. 22:23; e também sobre o «sinédrio», em Mat. 22:23.
Principais diferenças entre Cristo e as autoridades religiosas dos judeus:
1. Jesus falou sobre coisas de grave importância, e não sobre ritos, lavagens, etc. 2. Jesus praticava o que ensinava. 3. Jesus ensinava com energia e clareza notáveis. 4. Jesus confirmava os seus ensinos por meio de milagres, comprovando assim que era aprovado por Deus. 5. Jesus ensinava como quem tem o direito de acrescentar ensinos à lei, qual novo Moisés, e nâo como as autoridades religiosas dos judeus, que sempre citavam outros, por lhes faltar autoridade pessoal. 6. Jesus sempre falou para aumentar a glória do Pai, ao passo que muitos falavam só para aumentar a glória e a reputação de si mesmos entre os homens. 7. Jesus tinha o poder de outorgar compreensão aos seus ouvintes (graça divina). S. A doutrina de Jesus era perfeita e espiritual,—com os conceitos humanos acrescidos à lei pelas autoridades religiosas. 9. Jesus falava como Messias, Rei do reino dos céus, posiçâo essa que os mestres da lei nâo tinham o direito de imitar. 10. Jesus àlava como ser desenvolvido, mesmo sendo homem, algo que os outros não obtiveram.
CHAMPLIN, Russell Norman, O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Candeias. Vol. 1. pag. 337.

Nos dois últimos versículos, tomamos conhecimento da impressão criada pelo diseurso de Cristo nos seus ouvintes. Foi um excelente sermão, provável que Ele tenha falado muito mais, porém estas palavras não foram registradas. Sem dúvida, as palavras que saíram da sua boca, de cujos lábios se derramava a graça, contribuíram poderosamente para isso. Portanto:
1. Eles ficaram admirados com a sua doutrina. Acredita-se que poucos tenham sido levados a segui-lo, mas naquele momento todos ficaram maravilhados. Veja bem: Será que é possível acreditar que as pessoas admirem um bom sermão e ainda assim permaneçam na ignorância e na incredulidade? Ficam admiradas, mas não se tornam santificadas?
2. Talvez a razão disso seja que, apesar de ensinar com autoridade, Ele não era como os escribas. Os escribas pretendiam ter a mesma autoridade de qualquer um dos mestres, e eram apoiados por todas as vantagens externas que conseguiam. Porém, a sua pregação era pobre, vazia e insípida. Falavam como se não fossem mestres daquilo que pregavam, suas palavras não vinham de alguém que tivesse força ou vida, e repetiam as palavras como os alunos repetem as lições. Mas Cristo pronunciava o seu discurso da mesma maneira que um juiz pronuncia uma sentença. Ele realmente fazia seus discursos com um tom de autoridade. Suas lições eram leis, e a sua palavra era uma palavra, de comando. Cristo, sobre a montanha, mostrava mais autoridade que os escribas na cadeira de Moisés. Dessa forma, quando Cristo ensina às almas através do seu Espírito, Ele ensina com autoridade. Ele disse: “Haja luz. E houve luz” .HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Novo Testamento MATEUS A JOÃO Edição completa. Editora CPAD. pag. 90.

Quando Jesus parou de falar, a grande multidão, que fascinada o ouvia, estava em estado de espanto. Em nosso idioma é muito difícil, talvez impossível, reproduzir o exato sabor do pitoresco verbo usado no original para descrever o estado do coração e da mente do povo. As várias versões em português traduzem o termo por “maravilhadas” (Atualizada), “admirou-se” (Corrigida), “extasiadas” (Bíblia de Jerusalém). The Amplified New Testament traz: “estavam atônitos e dominados de perplexa admiração." Essas traduções são todas elas muito úteis. O significado literal do original é “ficaram como que fora de si”. Tem-se sugerido “tirados de seus sentidos”. Compare-se também com o alemão “ser trazido para fora de si” (Lenski, op. cit., p.305) e o holandês “derrotados para fora do campo ”. O tempo do verbo mostra que esse estado de assombro não foi só uma experiência momentânea, mas que durou algum tempo. Poder-se-ia muito bem perguntar: Quais foram algumas das razões desse sentimento de admiração e assombro? Mt 13.54,55 poderia fornecer parte da resposta. Não obstante, com base no próprio sermão e em 7.28 (“não como os seus escribas”), os seguintes temas merecem consideração: a. Ele falava a verdade (Jo 14.6; 18.37). O arrazoado corrupto e evasivo caracterizava os sermões de muitos dos escribas (Mt 5.21 ss.).
b. Ele apresentava assuntos de grande relevância, questões de vida, morte e eternidade (ver todo o sermão). Eles com freqüência desperdiçavam seu tempo com trivialidades (Mt 23.23; Lc 11.42).
c. Havia sistema na pregação de Jesus. Segundo o Talmude deles comprova, eles com freqüência divagavam sem parar.
d. Ele excitava a curiosidade ao fazer uso generoso de ilustrações (5.13-16; 6.26-30; 7.24-27; etc.) e exemplos concretos (5.21—6.24; etc.), como o sermão o revela do princípio ao fim.

Os discursos deles eram com freqüência áridos como o pó.

e. Ele falava como aquele que amava os homens, como aquele que se preocupava com o bem-estar eterno de seus ouvintes e apontava para o Pai e seu amor (5.44-48). A falta de amor por parte deles é evidente com base em passagens tais como 23.4,13-15; Mc 12.40; etc.
f. Finalmente, e este aspecto é o mais importante, pois ele é especificamente declarado aqui (v.28). Ele falava “com autoridade” (Mt 5.18,26; etc.), porque sua mensagem vinha diretamente do coração e mente do Pai (Jo 8.26), daí também vir do mais profundo de seu próprio ser e das Escrituras (5.17; 7.12; cf. 4.4,7,10). Eles estavam constantemente aproveitando fontes falíveis, citando um escriba ou outro. Eles tentavam tirar água de cisternas rotas. Ele extraía de si mesmo, pois era (e é) “a fonte de águas vivas” (Jr 2.13).
HENDRIKSEN. William. Comentário do Novo Testamento. Mateus I. Editora Cultura Cristã. pag. 540-541.

2. SEU EXEMPLO.
O supremo exemplo:

1. Três coisas um pai deve a seus filhos, três coisas um mestre deve a seus alunos: Exemplo... exemplo... exemplo.
2. Jesus deu o supremo exemplo, ver notas em Fil. 2:3-11.
3. Paulo servia de um subexemplo notável, ver notas em I Cor. 11:1.
4. Há algumas crenças que têm grande importância. Certamente, uma delas é: seguir o exemplo de Cristo. Se seguires meu exemplo, poderás fazer as obras que eu faço e até maiores! (João 14:12). Deve haver poder nesse exemplo.
5. Não basta saber; é mister seguir. Senhor, não é de conhecimento que precisamos; é de força de vontade.
6. O versículo nos deixa bracejando em águas profundas. Quem é o Ideal? Do que consiste a vereda? C risto é o ideal; e o seu cam inho é a vereda. Pode o homem mortal atingir esse alvo? Em seu Espírito, sim; mas jamais por iniciativa própria apenas.
7. O exemplo específico que aqui nos é recomendado seguir é o do serviço humilde prestado ao próximo. Jesus destacou, no versículo seguinte, que essa é a essência mesma da grandeza autêntica.
O último pensamento destacado neste versículo pelo autor sagrado é ouve dos púlpitos evangélicos, porque expressa não só a necessidade da conformidade moral com Deus, mas também a própria participação em sua natureza.

Whittier expressou esse conceito como segue:

Por tudo quanto ele requer de mim, Sei o que Deus deve ser.
Essa verdade, ainda que de formam odificada, tam bém tem transparecido no sistema do estoicismo, conforme é expressa, ainda que debilmente, nesta citação de Sêneca: «Precisamos escolher algum homem bom, tendo-o sempre diante dos olhos, para que vivamos como se ele nos vigiasse e para que pratiquemos tudo como se ele nos estivesse vendo». Se substituirmos aqui homem bom por «Deus», teremos atingido em cheio a verdade encerrada nesta passagem do evangelho de João.
John Stuart Mill ( Três Ensaios sobre a Religião ) descobriu o princípio contido neste texto, e, considerando-o elevadíssimo, comentou: «Até hoje não seria fácil, mesmo para um incrédulo, encontrar melhor exemplo da regra da virtude, passando-a do abstrato para o concreto, do que esforçar-se alguém por viver de tal modo que Cristo aprove».
Além disso, salienta-se a necessidade de alguma alma grande e nobre seguir à frente das outras, a fim de guiar no caminho, preparando-lhes a vereda, pela qual todos finalmente terão de seguir e da qual se beneficiarão, conquistando, eventualmente, o mesmo terreno que foi conquistado pelo pioneiro; Esse ideal teve o seu cumprimento na pessoa de Jesus.
«Não é tanto aquilo que vos tenho feito, e, sim, como eu vos fiz, façais vós também. A imitação não deve ser realizada senão mediante a aplicação do mesmo princípio de amor e de abnegação, em todas as variegadas circunstâncias da vida em que somos postos». (Ellicott, in loc.): No tocante à questão do serviço humilde e mútuo, entre os crentes, Jesus estabeleceu o grande exemplo. Ele baixou-se a fim de lavar os pés de seus discípulos, embora, mais do que qualquer outro, ele é quem deveria ter sido servido. A vida inteira, pois, deve servir-nos de palco no qual atos de serviço humilde, em favor de nossos semelhantes, devem ser feitos; e isso com o propósito de exibir o espírito humilde demonstrado por Jesus, em nossa vida. A exposição acima tem procurado enfatizar os aspectos simbólicos e espirituais do ato do lava-pés, realizado por Jesus em favor dos discípulos; e também tem salientado como em todas as facetas da vida, devemos seguir o exemplo de humilde serviço humanitário. Porém, dar atenção exclusiva a essa parte do sentido do texto sagrado é fazer injustiça ao versículo que ora consideram os. O autor deste evangelho obviam ente tencionava que a cerim ônia do lava-pés fosse p raticad a pela igreja cristã inteira, como símbolo daquele serviço leal que devemos incorporar no coração mesmo de nossas vidas cristãs. Os versículos catorze e quinze deste décimo terceiro capítulo servem de defesa da perpetuidade e da obrigação dessa prática; porquanto a leitura simples e honesta dos mesmos convence qualquer crente sincero do que não é fácil qualquer outra interpretação. (Quanto a um tratamento completo acerca da obrigação (ou da não-obrigação) dessa prática do lava-pés, conforme ela tem sido encarada pela igreja cristã, através dos séculos, ver as notas expositivas referentes ao vs. 5 deste mesmo capítulo).CHAMPLIN, Russell Norman, O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Candeias. Vol. 2. pag. 506.

Jo 13:15 / exemplo, para que façais o que eu fiz: o contexto demonstra que Jesus tem em mente primordialmente um exemplo moral. Contudo, de modo algum fica excluído o exemplo litúrgico (i.e., os discípulos em seu culto deverão literalmente encenar o simbolismo do lava-pés). Isso é verdade de forma especial à luz do fato que, neste Evangelho, o ato simbólico de lavar os pés substitui o ato simbólico da instituição da Ceia do Senhor. João conhece, ou está advogando, a prática do lava-pés nas comunidades cristãs com as quais está familiarizado. Essa prática seria um meio de a comunidade cristã dramatizar a responsabilidade de seus membros de serem servos uns dos outros e, desse modo, concretizar integralmente no mundo o perdão e o amor de Jesus.
Entretanto, não é provável que João tenha em mente estabelecer uma “ordenança” ou um “sacramento”, o lava-pés, a fim de com ele substituir a Ceia do Senhor, que está no centro do culto cristão. A omissão da Santa Ceia no Evangelho de João explica-se, talvez, pela inclusão, antes, do sermão da sinagoga, cujo tema é o pão da vida (esp. 6:52-58), que tomou supérfluo o registro da instituição da Ceia do Senhor. Se João houvesse considerado o lava-pés como prática litúrgica, provavelmente o teria visto como apenas uma parte do que aconteceu ao redor da mesa do Senhor, talvez como preparativo para a eucaristia propriamente dita.
J. Ramsey Michaels. Comentário Bíblico Contemporâneo. João. Editora Vida. pag. 256.

Jo 13.15 ―Porque eu vos dei um exemplo, para que vós façais como eu vos fiz.‖ Representa uma distorção do evangelho se virmos em Jesus apenas um ―exemplo‖, ao qual queremos imitar com nossas próprias forças. Nessa leitura se ignoraria o que Jesus disse em Jo 3.1ss ao sério fariseu Nicodemos sobre a necessidade do novo nascimento. Por outro lado, também não podemos nem devemos negar que Jesus é ―exemplo‖. Em consonância, ele próprio está se colocando a seus discípulos como ―exemplo‖ precisamente em sua função apostólica. Acrescenta-se que no grego a palavra ―como‖ (kathos) não possui apenas um sentido comparativo, mas também uma conotação de justificativa. Devem ―fazer como Jesus fez‖; porém somente podem fazê-lo porque Jesus agiu primeiro dessa forma com eles.
Werner de Boor. Comentário Esperança Evangelho de João. Editora Evangélica Esperança.(estudaalicao.blogspot.com)
fonte www.mauricioberwaldoficial.blogspot.com


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PAZ DO SENHOR

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