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sexta-feira, 11 de agosto de 2017

O PECADO DA COBIÇA E INVEJA (1)





NÃO COBIÇARÁS

"Não cobiçarás a casa do teu próximo; não cobiçarás a mulher do teu próximo, nem o seu servo, nem a sua serva, nem o seu boi, nem o seu jumento, nem coisa alguma do teu próximo" (Êx 20.17).
Este mandamento tem uma particularidade que o faz diferir dos outros nove. Enquanto os mandamentos anteriores referem-se ao comportamento exterior e direto da pessoa, o décimo mandamento reporta-se ao comportamento subjetivo, íntimo e interior do indivíduo. Ou seja, este mandamento está relacionado ao que a pessoa pensa e sente quando da sua peregrinação existencial.
Quem pode entrar na consciência de alguém e desvendar o que se passa por lá? Graças a Deus ninguém possui tal capacidade, exceto o próprio Deus na pessoa consoladora do Espírito Santo. Este fala à nossa consciência e coração. Quaisquer crentes têm uma voz interna a falar automaticamente ao coração quando o desejo insano de se apropriar do que pertence aos outros brota no coração. O Espírito Santo fala conosco!
Atentai para o ensinamento do Evangelho: "Ouvis-tes que foi dito aos antigos: Não cometerás adultério. Eu porém, vos digo que qualquer que atentar numa mulher para a cobiçar já em seu coração cometeu adultério com ela" (Mt 5.27,28). Quer dizer que basta um olhar para caracterizar o pecado de adultério? Mas quem julgará isso? Ora, simples: o Espírito Santo fala consciência da pessoa. O que Jesus nunca propôs é que apenas os atos visíveis sejam transformados. O nosso Senhor ataca a raiz dos problemas. Enquanto muitos escribas supervalorizavam o exterior e as obras que faziam, Jesus de Nazaré queria saber da motivação das pessoas. Qual a nossa motivação de ir à Igreja? De estar com pessoas? Será que a motivação é nobre? Autêntica? Legítima? Pura?
Hoje em dia, propagandas na televisão, no rádio, nas revistas, na internet e em todo lugar possível são feitas para alimentar o consumismo no povo. Tais propagandas criam pseudo-necessidades para as pessoas sentirem-se infelizes, até mesmo inferiores as outras enquanto não tiver adquirido aquele objeto da propaganda. Fabricantes de marcas famosas não têm o pudor de usarem os corpos das mulheres para popularizar suas marcas. Usam as mulheres como iscas em anzol para atrair consumidores a fabricas dos seus produtos. O consumismo tem dominado tanto a vida das pessoas que leva quase todos a violarem o princípio do décimo mandamento.Revista ensinador. Editora CPAD Ano 16 - N° 61. pag. 42.

INTRODUÇÃO

O Decálogo conclui com um mandamento que proíbe o desejo ilícito, a cobiça sem sugestão alguma de ato, pois diz respeito primariamente à motivação, e não à ação concreta. A cobiça é um mal devastador muito comum ainda hoje em nossa cultura ocidental materialista. Trata-se de uma atitude de natureza interna que pode expressar-se em ato real. Toda ação boa ou ruim começa no pensamento. Os outros mandamentos proíbem atos; aqui, a proibição diz respeito ao desejo, não ao desejo em si, mas ao desejo daquilo que pertence a outro. Não é pecado desejar bens e conforto, as coisas boas de que necessitamos na vida.Esequias Soares. Os Dez Mandamentos. Valores Divinos para uma Sociedade em Constante Mudança. Editora CPAD. pag. 131-132.

Controlando os desejos (v. 17). O primeiro e o décimo mandamentos tratam daquilo que se encontra no coração, enquanto os outros oito concentram-se em ações exteriores. Pessoas gananciosas transgridem todos os mandamentos de Deus a fim de satisfazer seus desejos, pois o coração do pecado é o pecado no coração (Mt 15:19). Cobiçar é alimentar desejos interiores por qualquer coisa que Deus considera pecaminosa. Foi esse mandamento que "abateu" Saulo de Tarso e que convenceu esse fariseu bem-sucedido de que ele era um pecador (Rm 7:1-14; ver Lc 12:15; Ef 5:3; Cl 3:5).
Os dez mandamentos terminam com uma ênfase no bom relacionamento com nosso próximo, pois o segundo maior mandamento é amar ao próximo como a si mesmo (Mt 22:34-40; Lv 19:18). Se amamos nosso próximo, não cobiçamos o que ele tem, não roubamos dele, não mentimos sobre ele nem fazemos qualquer uma das coisas que Deus proíbe em sua Palavra. Por isso, o amor é o cumprimento da lei (Rm 13:8-10). No entanto, só Deus pode mudar o coração pecaminoso (Hb 10:14-18), dando-nos o amor de que precisamos para lhe obedecer e levando-nos a nos preocupar com os outros (Gl 5:22-26; Rm 5:1-5).WIERSBE. Warren W. Comentário Bíblico Expositivo. A.T. Vol. I. Editora Central Gospel. pag. 291.

O Décimo Mandamento (v. 17). não cobiçarás ... O verbo traduzido cobiçam , em hebraico, significa um "messy, desejo egoísta e indomável" e "ter prazer em". Então, tem um duplo significado; é um desejo secreto de algo que pertence a outro, e é uma ação que vem da vontade de assumir desejada (ver 34:24, Dt 07:25) .. Este comando e o oitavo garantia do direito fundamental à propriedade privada.
O mandamento é uma proibição contra a inveja. O membro da comunidade não deve cobiçar a família de nosso vizinho, ou sua propriedade, ou qualquer coisa dela. Tudo que você precisa é um outro dom de Deus, e cobiçar o que seu vizinho é desprezar o que ele tem. Então, a cobiça é rejeitar a providência de Deus. O primeiro mandamento havia estabelecido o relacionamento correto com Deus. A última é a correta relação um ao outro; no entanto, isso depende da relação primária com o Senhor.Daniel Carro; José Tomás Poe; Ruben O. Zorzoli. Comentário bíblico mundo hispano. Editora Mundo Hispanico. Casa Batista de Pulblicaiones.

I. O DÉCIMO MANDAMENTO

1. ABRANGÊNCIA.

O décimo mandamento aborda a responsabilidade do israelita sobre o pecado do pensamento. É um recurso divino que Deus proveu para habilitar o israelita a obedecer os mandamentos anteriores. A cobiça é um dos piores pecados, o pecado que não se vê. Essa é a sua característica distintiva em relação aos outros, pois não é possível ser conhecido. Isso mostra que o Legislador divino é onisciente, pois ele conhece o mais íntimo do coração humano, nossos desejos e intenções (1 Rs 8.39; 1 Cr 28.9; Jr 17.10; At 1.24). Deus se interessa não só pelos corretos atos concretos, não apenas pelo cerimonialismo na adoração, mas principalmente pela pureza de um coração sincero. Isso mostra o lado espiritual do Decálogo; nem tudo é apenas jurídico. A ideia central é não desejar aquilo que pertence ao outro.Esequias Soares. Os Dez Mandamentos. Valores Divinos para uma Sociedade em Constante Mudança. Editora CPAD. pag. 132.

O último dos mandamentos (Êx 20.17), de alguma maneira, é um resumo dos outros e, ao mesmo tempo, é muitíssimo diferente deles em termos da perceptibilidade da ofensa em pauta. A ofensa tem que ver com uma disposição ou inclinação interior que, na verdade se não for verificada, pode se manifestar no comportamento, mas que pode nunca ser detectada por um sinal exterior. Entretanto, a cobiça por algo que pertence a outro, quer visível quer não, é pecado contra Deus, o doador de todas as coisas, e contra o indivíduo que é o receptor da graciosa concessão dele. Cobiçar a propriedade de um irmão equivale a roubá-la; pois se, na verdade, a ânsia de ter a posse for forte o bastante pode bem levar ao roubo, uma clara violação do oitavo mandamento. Da mesma forma, o homem que cobiça a esposa de seu irmão já tem propósitos adúlteros em relação a ela e, se não for reprimido, é provável que quebre o sétimo mandamento e tenha um caso ilícito com ela. Se for impedido de fazer isso pelo marido da mulher, o infrator pode chegar até mesmo a cometer homicídio a fim de satisfazer seus impulsos lascivos.
Vista dessa maneira, a cobiça parece bem menos benigna que à primeira vista; pois é um indício de uma atitude pecaminosa que não precisa encontrar expressão ativa a fim de ser ofensiva à aliança e à comunidade da aliança. Esse último dos mandamentos, em alguns aspectos, é o mais sugestivo do ponto de vista teológico porque localiza a nascente do comportamento pecaminoso do homem exatamente ao lugar a que pertence, bem no fundo do coração e da mente. Jesus entendeu bem isso ao dizer: “Vocês ouviram o que foi dito: ‘Não adulterarás’. Mas eu lhes digo: Qualquer que olhar para uma mulher para desejá-la, já cometeu adultério com ela no seu coração” (Mt 5.27,28).Eugene H. Merrill. Teologia do Antigo Testamento. Editora Shedd Publicações. pag. 337-338.

Neste ponto, no tocante ao décimo mandamento, aprendemos que a lei aplica-se não somente aos atos, mas também aos sentimentos e intenções do coração. Em outras palavras, a lei envolvia sentimentos interiores, e não apenas atos externos. O sétimo mandamento proíbe o sexo com a mulher de outro homem; e o décimo mandamento proíbe o desejo disso. Neste ponto, a lei aproxima-se da abordagem feita por Jesus a respeito, em Mat. 5.21 ss. Todos os pensamentos devem ser levados ao cativeiro a Cristo (II Cor. 10.5). Se o oitavo mandamento proíbe o roubo, 0 décimo proíbe até mesmo o desejo de roubar.
Por conseguinte, o décimo mandamento opera como uma espécie de limiar das noções neotestamentárias sobre essas mesmas questões. O Novo Testamento repete dez dos mandamentos, deixando de fora aquele atinente ao sábado. Mas o dia do Senhor ou domingo, embora não seja um sábado ou descanso, envolve as implicações espirituais do mandamento relativo ao sábado, enaltecendo e iluminando o sentido espiritual do sábado.CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 395.

Este último mandamento está por baixo dos quatro precedentes, visto que atinge o propósito do coração. Matar, adulterar, roubar e mentir são resultados de desejos errados que inflamam nosso ser. E singular que a lei hebraica inclua este desafio ao nosso pensamento e intenção. “Os antigos moralistas não reconheciam esta condição” e não condenavam os desejos maus. Mas é no coração onde se inicia toda a rebelião, e este mandamento revela o aspecto interior de todos os mandamentos de Deus. Paulo reconheceu este aspecto interior da lei quando se conscientizou de sua condição pecaminosa (Rm 7.7). Muitas pessoas são absolvidas de crimes com base em atos exteriores, mas são condenadas quando levam em conta os pensamentos interiores. Estes desejos cobiçosos são, por exemplo, pela propriedade ou pela mulher pertencente ao próximo (17). Tais desejos criminosos precisam ser purgados pelo Espírito de Deus; só assim viveremos em obediência perfeita à santa lei de Deus.Leo G. Cox. Comentário Bíblico Beacon. Êxodo. Editora CPAD. pag. 192.(estudalicao.blogspot.com)
fonte www.mauricioberwaldoficial.blogspot.com


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