2. MUDANÇA DE VALORES.
O Senhor os exorta a não ficarem apreensivos com os cuidados perturbadores e desconcertantes pelas coisas necessárias para a manutenção da vida: Não estejais apreensivos pela vossa vida, v. 22. Na parábola anterior Ele havia nos dado aviso contra o ramo da avareza do qual os ricos estão em maior perigo; ou seja, uma complacência sensual quanto à abundância dos bens deste mundo. Agora os seus discípulos poderiam pensar que não estavam correndo este risco, pois eles não tinham fartura nem variedade em que pudessem se gloriar.
Portanto, o Senhor aqui os adverte contra um outro ramo da avareza, ao qual eles estão mais sujeitos à tentação, o de terem apenas um pouco neste mundo (que, na melhor hipótese, era o caso dos discípulos, muito mais agora que haviam deixado tudo para seguir a Cristo), sentindo uma ansiosa solicitude pelas coisas que são necessárias para a manutenção da vida: “Não estejais apreensivos pela vossa vida, seja pela preservação dela, se estiver em perigo, ou pela provisão que deve ser feita para ela, seja de comida ou de roupas, o que comereis ou o que vestireis” . Esta é a advertência que o Senhor havia enfatizado, Mateus 6.25 e versículos seguintes. E os argumentos usados aqui são em boa parte os mesmos, tendo como propósito o nosso encorajamento para lançarmos todo o nosso cuidado sobre Deus, que é o modo correto de nos tranquilizarmos.
Uma busca excessiva e ansiosa das coisas deste mundo, mesmo das coisas necessárias, não é algo que convenha aos discípulos de Cristo (w. 29,30): “A despeito daquilo que outros façam, não pergunteis o que haveis de comer ou o que haveis de beber. Não andeis inquietos com preocupações confusas, nem vos canseis com trabalhos constantes. Não vos apresseis em perguntar o que haveis de comer ou beber como os inimigos de Davi que vagueavam buscando o que comer (SI 59.15) ou como a águia que, de longe, descobre a sua presa, Jó 39.29. Que os discípulos de Cristo, portanto, não apenas trabalhem pelo alimento, mas peçam-no a Deus todos os dias; que eles não tenham mentes duvidosas; me meteorizesthe - Não sejam como os meteoros no ar, que são lançados aqui e ali por todo vento; não subam ou caiam, como eles, mas mantenham uma constância em si mesmos; sejam equilibrados e firmes, e tenham seus corações fixos; não vivam em suspense cuidadoso; não deixem que suas mentes fiquem continuamente perplexas entre a esperança e o medo, permanecendo sempre angustiados”.
Que os filhos de Deus não fiquem apreensivos; porque:
(1) Isto seria agir como os filhos deste mundo: “Porque os gentios do mundo buscam todas essas coisas, v. 30. Aqueles que só buscam os cuidados do corpo, e não os da alma, só para este mundo, e não para o porvir, não olham além daquilo que comerão e beberão; e, não tendo um Deus totalmente suficiente para buscar e em quem confiar, eles se sobrecarregam com cuidados ansiosos sobre estas coisas. Mas isto não vos convém. Vós, que fostes chamados deste mundo, não deveis vos conformar com este mundo, nem andar no caminho deste povo, Isaías 8.11,12. Quando os cuidados excessivos dominam a nossa vida, devemos pensar: “O que sou eu, um cristão ou um pagão? Batizado ou não batizado? Sendo um cristão batizado, será que devo me igualar aos gentios, unindo-me a eles naquilo que buscam?”
(2) E desnecessário que eles estejam apreensivos com os cuidados pelas coisas necessárias para o sustento da vida; porque eles têm um Pai no céu que sempre cuida deles, que toma conta deles: “Vosso Pai sabe que necessitais delas, e considera isto, e suprirá todas as vossas necessidades de acordo com as riquezas da sua glória. Pois Ele é o vosso Pai, que vos fez sujeitos a estas coisas; portanto, Ele mesmo usará sua compaixão e suprirá todas elas. Vosso Pai, que vos sustenta, vos educa e reserva uma herança para vós, portanto, Ele cuidará para que não vos falte nada”.HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Novo Testamento MATEUS A JOÃO Edição completa. Editora CPAD. pag. 625-626.
Por causa disso, pelo fato de que a vida não depende de bens terrenos, porém exclusivamente de Deus, o crente não precisa preocupar-se ansiosamente. O crente não somente está livre da busca ávida por bens terrenos e do apego doentio aos mesmos (veja o oposto: o agricultor), mas está igualmente isento da torturante preocupação com as necessidades imperiosas do corpo. Porventura Deus, que concedeu o bem maior, a vida física, não poderia e não desejaria cuidar também da coisa menor, a saber, sua preservação?
A falta de confiança na providência paternal de Deus é desmascarada pela referência aos corvos, que não providenciam nem armazenam sua comida e apesar disso são alimentados por Deus. Lucas expressa-se com extrema precisão. Ele não afirma que os corvos não colhem, mas que não possuem depósitos nem paiol, e nem por isso morrem de fome. Ao contrário de Mateus, o presente evangelista cita os corvos, por ser proverbial o cuidado que Deus tem com seus filhotes (Jó 38.41; Sl 147.9).
A santa despreocupação que Jesus recomenda aos discípulos não tem nada a ver com descuido leviano. Preocupar-se confiando na bondade paternal de Deus impele à oração denodada, mas ao mesmo tempo também ao trabalho dedicado. Jesus critica a preocupação que acredita que tudo depende unicamente de si mesmo. Lutero distingue com precisão: “A preocupação vinda do amor foi ordenada; porém a que passa ao largo da fé, essa é proibida.”
Às preocupações que atormentam as pessoas no mundo (v. 29s) Jesus contrapõe a única preocupação que deve tomar conta do crente (v. 31ss). Com a expressão “povos do mundo” Jesus não se refere apenas aos gentios – nesse caso teria afirmado sucintamente: os gentios – mas também aos judeus que, ao se recusarem a ingressar no reino de Deus e do Messias, condenam-se a tornar-se “povo deste mundo” como os demais, e a permanecer fora do verdadeiro povo de Deus, ao qual as palavras do v. 30ss se dirigem com exclusividade.
O Senhor recomenda empenho absoluto pelo reino de Deus. Essa demanda não é distinta da forma “Buscai primeiro!” (Mt 6.33). Também ali trata-se de uma procura que exclui qualquer outra. Crisóstomo diz acerca dessa demanda do Senhor: “Não fomos criados com o propósito de alimentar-nos, beber e vestir-nos, mas para agradar a Deus.”
Jesus visa dizer: no entanto, resta unicamente uma preocupação e busca digna para vós, discípulos, a busca pelo reino de Deus. Aqui retornamos ao terreno do Pai Nosso. O reino de Deus significa o senhorio de Deus. A vontade de Deus deve acontecer, razão pela qual a pessoa deve estar íntima e integralmente dedicada a Deus em todos os momentos. Então já não é necessário pensar na segurança exterior por meio de dinheiro e bens. Ao libertarem-se da posse passageira adquirem um patrimônio não-transitório, a riqueza em Deus. Nesse caso, eventuais bens existentes passam a ser somente um penhor de Deus, confiado a seus filhos e destinado a ser usado para tornar o reino de Deus real em nós e por meio de nós. A fé entrega tudo completamente nas mãos de Deus, para que ainda “acrescente” o que considerar correto.
Em Mateus (Mt 6.33) o texto do v. 31: “Antes buscai, aspirai a, almejai o seu reino, e isso (trata-se das coisas terrenas) vos será acrescentado!” ocorre em uma passagem do Sermão do Monte, quando Jesus confronta os fariseus com sua ganância.Fritz Rienecker. Comentário Esperança Evangelho de Lucas. Editora Evangélica Esperança.
Lc 22,23. As palavras anteriores foram dirigidas à multidão, mas estas aos discípulos de Jesus. O que Jesus passa agora a dizer advém das Suas palavras anteriores, conforme demonstra Por isso eu vos advirto.
É aos Seus que Jesus diz: Não andeis ansiosos pela vossa vida. O crente pode tomar providências razoáveis de antemão para as suas necessidades, mas não deve preocupar-se com a comida e com as roupas. A vida é maior do que tais coisas (cf. 12:15).
Lc 29,30. Jesus ordena (e não aconselha) Seus seguidores a não se preocuparem. A preocupação é uma grande inibidora da ação: viver preocupado é perder tudo quanto é de importante na vida. Os discípulos não devem indagar (com preocupação) acerca da comida e da bebida. Isto, naturalmente, não exclui o esforço legítimo, mas certamente proíbe a concentração nestes itens. Phillips consegue o sentido com: “Não deveis colocar vosso coração naquilo que comeis ou bebeis” (cf. o rico tolo, 12:16-20). De modo semelhante, os discípulos não devem entregar-se a inquietações. A preocupação com a comida e as roupas pode ser apropriada para os gentios de todo o mundo (uma designação rabínica comum dos gentios; ver SB), mas não é apropriada para o povo de Deus. Vosso Pai sabe que necessitais delas; e Aquele que conhece a necessidade a suprirá.Leon L. Morris. Lucas. Introdução e Comentário. Editora Vida Nova. pag. 201-203.
IV - A MISSÃO
1. PREGAR E ENSINAR.
No Novo Testamento há um total de quatro palavras usadas para indicar a «pregação», indicando as idéias de «dizer as boas novas», «pregar», «ensinar», «proclamar», «mestre», «pregador», etc.:
1. Euangelizesthai, «anunciar as boas novas». Esse verbo é usado por cinqüenta e cinco vezes, conforme exemplificamos em seguida.
A forma nominal, euaggélion, «boa nova», é usada por quase cento e cinqüenta vezes.
2. Kataggéllein, «proclamar», «pregar», «proclamar as boas novas». Essa forma verbal é usada por dezoito vezes no Novo Testamento.
A forma nominal, kataggeleús, «pregador», «proclamador», ocorre por apenas uma vez, em Atos 17:18.
3. Kerússein, «anunciar», «proclamar». Esse verbo é usado por sessenta e uma vezes. A kérugma é a «coisa pregada» a «mensagem do evangelho». Essa palavra é usada por oito vezes no Novo Testamento.
Essa palavra indica a pregação apostólica, que é a mensagem central e o fundamento do Novo Testamento.
4. Didaché, «ensino». Essa palavra aparece por trinta vezes no Novo Testamento, referindo-se à doutrina de Jesus e de seus apóstolos.
O adjetivo didáskalos, «mestre», um título dado a Jesus, e então aos mestres em geral, é usado por cinqüenta e oito vezes.
Didásko, o verbo, «ensinar», é utilizado por noventa e sete vezes.
2. Importância da Pregação e do Ensino
Temos enfatizado essa importância no artigo intitulado Ensino. A grande abundância de referências ao ensino e à pregação demonstra o papel primordial dessas funções, no Novo Testamento. O texto de I Cor. 1:18,21 mostra-nos que, no conceito dos gregos incrédulos, a pregação era uma «tolice». Eles preferiam a sabedoria filosófica. Porém, através da pregação do evangelho é que a salvação é outorgada aos homens. O trecho de Rom. 10:14,15 mostra que o pregador é uma figura necessária dentro do modus operandi de Deus, para anunciar a mensagem de Deus aos homens. O próprio Senhor Jesus deixou-nos o exemplo, tendo sido ele o supremo pregador, não somente à face da terra, mas também no hades (ver I Ped. 3:19 e 4:6).CHAMPLIN, Russell Norman, Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Vol. 5. Editora Hagnos. pag. 367.
Jesus anunciou o Reino pregando a Palavra de Deus e curando os enfermos. Se Ele tivesse se limitado a pregar, as pessoas poderiam imaginar o seu Reino com um caráter apenas espiritual. Por outro lado. se tivesse curado sem pregar, talvez elas não percebessem a importância espiritual da missão de Jesus.
A maioria dos ouvintes esperava um Messias que traria riqueza e poder à nação judaica; o povo preferia os benefícios materiais ao discernimento espiritual. A verdade sobre Jesus é que Ele é o Deus encarnado, tem duas naturezas: uma divina e outra humana; possui espírito, alma e corpo; a salvação que Ele oferece é tanto para a alma quanto para o corpo. Qualquer ensino que enfatize a salvação da alma à custa do corpo ou o contrário distorce as Boas Novas de Jesus Cristo.BÍBLIA APLICAÇÃO PESSOAL. Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. Editora CPAD. pag. 1366-1367.
Para Jesus, o motivo primordial do envio dos doze foi a grande miséria do povo eleito, completamente abandonado por seus mestres e líderes (cf. Mt 9.35-38). Seus apóstolos, ou “os doze”, como costuma ocorrer em Lucas o termo técnico do grupo mais restrito de discípulos do Senhor (Lc 9.10; 17.5; 22.14; 24.10), deveriam fazer soar a voz do grande Pastor entre um povo que definhava e se encontrava disperso, que vagava como ovelhas sem pastor.
O Senhor tinha o objetivo de conduzir seus eleitos, que até então apenas o acompanhavam como testemunhas, a um trabalho vocacionado autônomo. Por intermédio deles ele visava disseminar a notícia do reinado de Deus em todas as cidades e localidades da Galileia. A verdadeira proclamação da salvação, para a qual somente a efusão do Espírito Santo os capacitaria, ainda não estava associada a essa atuação. Cumpria-lhes apenas anunciar que o reino de Deus, alvo do anseio geral, apareceria e que Jesus, o fundador desse governo de Deus, estava no meio deles.
A expressão synkalesámenos = “ele convocou” designa uma reunião solene e é mais expressiva que o termo proskáleisthai = “chamar a si”, que ocorre em Marcos e Mateus.
A tarefa recebida pelos apóstolos não era ir “à frente” do Senhor, mas seguir os rastos dele aqui e acolá. Não os envia para semear, mas para colher; não para começar, mas para continuar o que ele mesmo já começara. Por essa razão eles tinham de examinar caso a caso quem era digno de recebê-los. Por isso tinham de sacudir o pó quando, depois da pregação de seu Senhor, sua nova tentativa era outra vez desprezada. Somente assim passamos a compreender a proibição de levar grande equipamento de viagem. Afinal, os discípulos não iam como estranhos para o meio de inimigos, mas como amigos para uma região em que o próprio Senhor já lhes havia aberto os caminhos. Quanto mais Jesus vislumbra o desenvolvimento da grande tarefa de sua vida, tanto mais ele insiste na grave e dura seriedade da decisão. Para que os pensamentos do coração se revelassem com clareza, ele envia agora seus apóstolos.
Os exorcismos e curas de enfermos por parte dos apóstolos enviados tinham a finalidade de confirmar a verdade de sua proclamação e apontar para Jesus, o doador dessas dádivas da graça. O reinado de Deus não deveria ser fundado e construído sobre força humana. Por isso também Jesus concedeu aos discípulos o carisma extraordinário da cura.
Por um lado, a incumbência dos discípulos era retomar a atividade de João Batista, que em breve encerraria sua carreira na terra. Mas, por outro lado, havia mais (cf. Lc 7.28). Para esses filhos do reino de Deus, o Senhor havia acrescentado à pregação também a capacidade e a autoridade de realizar milagres. Não há relatos de que João Batista tenha realizado milagres.
A transmissão do poder milagroso de Jesus a seus alunos foi de certo modo prefigurada na transmissão do espírito de Elias para Eliseu. Com o mesmo manto com que Elias dividiu as águas do rio Jordão, Eliseu o divide ao retornar [2Rs 2.8-15].Fritz Rienecker. Comentário Esperança Evangelho de Lucas. Editora Evangélica Esperança.
2. LIBERTAR E CURAR.
Aqui está um relato geral das muitas curas que Cristo realizou. Esta cura da sqgra de Pedro trouxe-lhe pacientes em grande número. “Ele curou alguém assim, por que não eu? O amigo de alguém, por que não o meu?” Agora nos é contado: 1. O que Cristo fez (v. 16). (1) Ele expulsou os demônios. Ele expulsou os espíritos malignos “com a sua palavra”. Deve haver muitos representantes de Satanás, por permissão divina, naquelas doenças para as quais causas naturais são apontadas (como no caso das feridas de Jó), especialmente nas doenças mentais; mas, na época em que Cristo estava no mundo, parece ter ocorrido uma maior liberdade do diabo para possuir e atormentar os corpos das pessoas. Ele veio com grande ira, pois sabia que seu tempo era curto. E Deus sabiamente ordenou que assim fosse, para que Cristo pudesse ter oportunidades mais freqüentes e claras de mostrar o seu poder sobre Satanás, e o propósito e desígnio de sua vinda ao mundo, que eram desarmar e despojar Satanás, para acabar com o seu poder e destruir as suas obras. E o sucesso do Senhor Jesus foi tão glorioso quanto o seu desígnio.
(2) Ele “curou todos os que estavam enfermos”; todos sem exceção, embora os pacientes tivessem sempre uma condição muito ruim, e os casos fossem sempre muito difíceis.
2, Como as Escrituras foram cumpridas neste caso (v. 17). O cumprimento das profecias do Antigo Testamento era o grande objetivo que Cristo tinha em vista, e a grande prova de que Ele era o Messias, Dentre outras coisas que foram escritas a respeito dele, temos (Is 53.4): “Verdadeiramente, ele tomou sobre si as nossas enfermidades e as nossas dores levou sobre si” - isto se refere a 1 Pedro 2.24, e neste texto é interpretado que Ele levou os nossos pecados.; aqui podemos interpretar que Ele levou as nossas enfermidades; os nossos pecados se tornam as nossas enfermidades, em meio aos nossos sofrimentos. Cristo levou embora o pecado por meio da sua morte e levou embora as doenças por meio dos milagres da sua vida. Assim, podemos dizer que Ele, então, levou sobre si as nossas enfermidades quando carregou os nossos pecados em seu próprio corpo sobre o madeiro; pois o pecado é a causa e o aguilhão das enfermidades. Muitas são as doenças e flagelos aos quais o nosso corpo está sujeito: e há mais sobre este assunto nos evangelhos - para nos apoiar e confortar - do que em todos os escritos dos filósofos.
Ele “ tomou sobre si as nossas enfermidades e as nossas dores levou sobre si” ; Ele os levou, ou seja, Ele os tirou de nós. Embora Ele nunca tenha estado doente, Ele sentia fome, sede e cansaço, foi atormentado em espirito, aflito e muito oprimido. Ele os carregou por nós em sua paixão e os sofreu conosco em sua compaixão, sendo tocado com o sentimento de nossas fraquezas; e desse modo Ele as carrega de nós e as torna leves, a não ser que retenhamos a nossa própria culpa. Observe quão enfaticamente isso está expresso aqui: “Ele tomou sobre si as nossas enfermidades e levou as nossas doenças” . Ele tinha tanto a capacidade como o desejo de intervir nesse assunto, e, como nosso médico, está interessado em lidar com nossas fraquezas e doenças, Essa parte do flagelo da natureza humana era uma preocupação particular que Ele evidenciou através da sua grande disposição para curar enfermidades. E Ele. não é menos poderoso ou menos compassivo agora, pois sabemos que a dificuldade para se chegar ao céu não foi reduzida com o passar do tempo.HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Novo Testamento MATEUS A JOÃO Edição completa. Editora CPAD. pag. 97-98.
«ELE MESMO tomou as nossas enfermidades e carregou com as nossas doenças». Profecia messiânica, que se acha em Is. 53:4. A citação foi tirada do hebraico, porque a LXX interpreta essa profecia como referência ao pecado. No grego a expressão é enfática. O Messias, Cristo Jesus, veio com a finalidade de aliviar o sofrimento humano. Esse versículo tem recebido diversas interpretações: 1. Refere-se ao ministério espiritual do Messias, ao levar o pecado do mundo. O texto de Isaías aborda exatamente isso, e a LXX reflete isso na tradução. 2. Segundo o uso de Mateus, indica apenas as doenças físicas.
A profecia, pois, expõe outro aspecto do ministério de Cristo; sem mencionar aqui a expiação pelo pecado. 3. Refere-se a ambas as_ coisas—o pecado e as enfermidades—, provavelmente considerando as doenças como resultantes do pecado, ou então com ligação direta ao' pecado; o Messias veio para tratar da enfermidade espiritual e física da natureza humana. Provavelmente o autor do evangelho concordaria com esta interpretação. Essa doutrina tem recebido várias interpretações exageradas, como: 1. A cura física está incorporada na expiação pelo pecado, e assim sendo, nunca é da vontade de Deus que seu povo adoeça. É verdade que, no fim, a expiação terá o efeito de eliminar as enfermidades físicas, mas isso só ocorrerá da transformação operada na ressurreição. Não é menos ridículo dizer que a morte física é agora eliminada pela expiação.
isto é, a morte no presente. A morte física, mais do que as doenças, demonstra que estados enfermos, e geralmente resulta das doenças. A expiação também e/immarti a morte na raça humana, mas isso só será total depois do milênio (I Cor. 15:24-26). A expiação eliminará finalmente as doenças, mas dizer que isso ocorre no presente é exagerar a doutrina. O próprio Paulo sofreu fisicamente. (Ver II Cor. 12:7). Paulo nunca atingiu a perfeição nesta vida (FU. 3:12). João declarou enfaticamente a permanência do pecado (I João 1:8), e somente o equivoco pode levar as pessoas a pensar de outro modo. Enquanto permanecer o pecado, permanecerão as enfermidades. 2. Outros abusam desse versículo, dizendo que Jesus sofreu de esgotamento espiritual por haver carregado os nossos pecados e doenças em oportunidades como esta. Não há que duvidar que algumas vezes ele sofreu de esgotamento físico e mental. Ver Marc. 5:30, quando dele saiu poder, ao curar; ver também Luc. 22:44 e Marc. 15:21.
Finalmente, seria um erro não notar que este versículo (além de ensinar certas doutrinas) mostra principalmente a simpatia e o espirito de misericórdia de Jesus para com a raça humana. Jesus não operou milagres para mostrar sua divindade, ilustrar as doutrinas, etc. , mas para aliviar o sofrimento humano, porquanto, como homem, participou desses sofrimentos e simpatizou com os homens. O versículo demonstra, mais do que qualquer outra coisa, a compaixão de Jesus.CHAMPLIN, Russell Norman, O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Candeias. Vol. 1. pag. 342.
Sem dúvida, tinha ensinado e pregado, e certamente se teria encontrado com seus acérrimos adversários. Agora tinha chegado a tarde. Deus deu aos homens o dia para trabalhar e a noite para o descanso. A tarde é o momento quando se deixa de lado o trabalho e começa o repouso. Mas não era assim para Jesus. No momento em que ele também necessitava o descanso, viu-se rodeado das clamorosas necessidades humanas e sem egoísmo, sem protestar, com uma generosidade divina, saiu ao encontro dos homens. Enquanto houvesse uma alma necessitada, não haveria descanso para Jesus.Esta cena traz à mente de Mateus certas palavras de Isaías (Isaías 53:4) onde se diz que o Servo de Deus levou nossas enfermidades e sofreu nossas dores.
O discípulo de Cristo não pode procurar descanso quando ainda há quem necessita ajuda e saúde; e o mais estranho é que seu cansaço desaparecerá e sua fraqueza se fortalecerá quando usar suas energias para ajudar a outros. De algum modo, quando chegarem as demandas, também virá o poder. E sentirá que pode seguir adiante por amor dos outros quando por si mesmo não daria mais nenhum passo.BARCLAY. William. Comentário Bíblico. Lucas. pag. 335.
Mt 8.17 Mateus destaca o cumprimento da profecia por Jesus, citando Isaías 53.4. Jesus tinha autoridade sobre todos os poderes malignos e todas as enfermidades terrenas. Ele também tem o poder e a autoridade para vencer o pecado. A doença nem sempre é a punição para o pecado, mas pode ser mais bem interpretada como uma possibilidade real e constante da vida num mundo caído. A cura física num mundo caído é sempre temporária. No futuro, quando Deus remover todo o pecado, não haverá mais doenças nem morte. Os milagres de cura de Jesus eram uma amostra do que todos os crentes irão um dia sentir no Reino de Deus.Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. Vol. 1. pag. 58.(estudalicao.blogspot.com)
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