“
Jo 3.16 O Evangelho inteiro encaminha-se para esse versículo. O amor de Deus não está dirigido somente a certo grupo de indivíduos, ele é oferecido ao mundo. O amor de Deus não é estático ou egoísta, mas se propaga e atrai outros para si. Aqui os atos de Deus definem o padrão do verdadeiro amor, a base de todos os seus relacionamentos: quando você ama alguém está disposto a se sacrificar, com ternura e de boa vontade, por essa pessoa. O amor sacrificial também é a prática de procurar formas de atender às necessidades daqueles que são amados. No caso de Deus, esse amor é infinitamente prático, pois se dispõe a salvar aqueles que não têm a esperança de se salvarem sozinhos. Mas Deus pagou um preço muito alto para nos salvar; Ele ofereceu o seu único Filho, o maior preço que Ele podia pagar.
Essa oferta foi feita a todo aquele que nele crê. “Crer” é mais do que aceitar intelectualmente que Jesus é Deus. Significa colocar a nossa fé e confiança naquele que é o único que pode nos salvar. Significa eleger a Cristo como o responsável pelos nossos planos atuais, e pelo nosso destino eterno. Crer é ter certeza de que suas palavras são seguras, e confiar nele para receber o poder de mudar.
Jesus aceitou o nosso castigo e pagou o preço pelos nossos pecados para evitar a nossa morte. Aqui a palavra perecer (ou morte) não significa a morte física, pois todos nós iremos morrer algum dia, mas se refere a uma eternidade longe de Deus. Aqueles que creem receberão essa bênção, a nova vida que Jesus comprou para nós - a vida eterna com Deus.
Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. Vol 1. pag. 503.
Ef 2.19 Os gentios não são mais estrangeiros nem forasteiros. Estas palavras descrevem pessoas que vivem em um país que não é o seu, sem qualquer dos direitos de cidadania daquele país. Os gentios eram “estrangeiros” em relação aos judeus, bem como a qualquer esperança (sem Cristo) de um relacionamento com Deus (2.12). Esta era a sua antiga posição. Por causa de Cristo, entretanto, os gentios tornaram-se cidadãos, com todos aqueles que haviam sido chamados para serem os concidadãos dos Santos. Os judeus e os gentios que depositam a sua fé em Jesus Cristo como seu Salvador tornam-se membros da família de Deus. (Veja Fp 3.20; Hb 3.2-6.)
Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. Vol 2. pag. 328.
Neste ponto, o apóstolo volta a falar sobre o estado dos gentios e repete o linguajar do versículo 12. Por Cristo, eles não são mais estrangeiros (xenoi) — “visitantes estrangeiros sem direitos na comunidade” — e forasteiros (paroikoi) — “residentes estrangeiros com direitos temporários e limitados”. A atual relação com Deus na qualidade de redimidos do Senhor não é nem um pouquinho inferior aos judeus. Paulo se serve de três ilustrações para expressar a unidade extraordinária que prevalece na comunhão dos crentes judeus e gentios.
1. “Concidadãos dos Santos” (19a)
Nesta metáfora, retirada da vida citadina, o apóstolo garante aos gentios que “os seus nomes estão inscritos no mesmo rol cívico com todos a quem ‘o Senhor contará quando somar as pessoas”’. Antigamente, os judeus eram os santos, cidadãos da cidade de Deus, e os gentios eram os estrangeiros. A situação não é mais esta. Os crentes gentios fazem parte do novo Israel (G1 6.16), que é formado por todos os cristãos. Eles compartilham todos os direitos e privilégios deste novo povo.
Willard H. Taylor. Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 9. pag. 142-143.
II Cor 5.18,19 Esta renovação de vida não é nenhuma obra humana. O próprio Deus já iniciou o trabalho. Somente Deus pode permitir que as pessoas se aproximem dele. Somente Deus pode satisfazer as suas exigências de justiça. Somente Deus pode salvar. Deus é o Autor e o Consumador da salvação (veja Hb 12.2). Deus reconciliou seu povo consigo mesmo por Jesus Cristo.
Quando confiam em Cristo, os crentes já não são mais inimigos de Deus. Por meio da obra expiatória de Cristo na cruz, Deus tornou os crentes parte da sua família. Jesus morreu no nosso lugar para que nós pudéssemos desfrutar da comunhão com Deus (1 Co 15.3). Como nós, os crentes, fomos reconciliados com Deus, recebemos o ministério da reconciliação, para levar as pessoas a se reconciliarem com Ele. Como Paulo tinha se reconciliado por intermédio de Cristo, tornou-se a sua missão pregar aquela mensagem. Caso os coríntios tivessem se esquecido do ponto central da mensagem de Paulo para eles, o apóstolo o repetiu; Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando os seus pecados. Deus, por intermédio da morte de Cristo na cruz, estava trazendo de volta todas as pessoas - judeus e gregos, igualmente - que tinham pecado (Rm 5.10; Ef 2.14-17). Embora fôssemos inimigos de Deus, Cristo nos alcançou e nos salvou da destruição certa. Ele até mesmo nos lavou para que pudéssemos nos aproximar de Deus com corações limpos (Cl 1.21,22).
Esta é verdadeiramente uma mensagem maravilhosa.
Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. Vol 2. pag. 215.
A reconciliação, com uma dupla noção:
1. Como um privilégio inquestionável (w. 18,19). A reconciliação pressupõe a ruptura de uma amizade. O pecado causou essa ruptura. Ele quebrou a amizade entre Deus e o homem. O coração do pecador é preenchido de inimizade contra Deus, e Deus é ofendido verdadeiramente pelo pecador.
No entanto, existe a possibilidade da reconciliação; o Deus ofendido do céu está disposto a se reconciliar. E perceba: (1) Ele apontou o Mediador da reconciliação. Ele nos reconciliou consigo por meio de Jesus Cristo (v. 18). Deus deve ser reconhecido do início ao fim na tarefa e cumprimento do Mediador. Todas as coisas relacionadas à nossa reconciliação com Jesus Cristo vêm de Deus, que pela mediação de Jesus Cristo reconciliou o mundo consigo mesmo. Ele colocou-se na condição de ser reconciliado com os ofensores, sem causar qualquer agravo ou insulto à sua justiça ou santidade. Ele não imputa ao homem as suas transgressões e desiste do rigor do primeiro concerto, que foi quebrado, não insistindo na vantagem que Ele poderia ter legitimamente contra nós pela quebra da aliança. Ele está disposto a formar um novo pacto, uma nova aliança de graça, e, de acordo com o teor dela, Ele está livre para perdoar todos os nossos pecados e justificar livremente, pela sua graça, todo aquele que crer. (2) Ele estabeleceu o “...ministério da reconciliação” (v. 18). Pela inspiração de Deus, foram escritas as Escrituras, que contêm a palavra da reconciliação, mostrando-nos que a paz foi feita pelo sangue da cruz, que a reconciliação foi operada, e nos orientou em como podemos estar interessados por ela. Ele estabeleceu o ofício do ministério, que é o ministério da reconciliação.
Os ministros devem abrir e proclamar aos pecadores os termos da misericórdia e reconciliação e persuadi-los a concordar com eles. Porque: 2. A reconciliação é entendida aqui como nosso dever indispensável (v. 20). Da mesma forma que Deus está pronto a ser reconciliado conosco, nós também devemos nos reconciliar com Ele. E é o grande alvo e plano do evangelho que a palavra da reconciliação prevaleça contra os pecadores para que abandonem a sua inimizade contra Deus. Ministros fiéis são embaixadores de Cristo, enviados parar tratar com os pecadores acerca de paz e reconciliação: Eles vêm em nome de Deus, com suas súplicas, e agem em nome de Cristo, fazendo aquilo que Ele fez quando esteve nesta terra e o que Ele deseja que seja feito agora que está no céu. Que condescendência maravilhosa! Embora Deus não possa ser considerado um perdedor na disputa ou desavença, nem um ganhador na paz, no entanto, pelos seus ministros Ele suplica para que os pecadores abandonem a sua inimizade e aceitem os termos que Ele oferece, para que possam ser reconciliados com Ele, com todos os seus atributos, com todas as suas leis, e com todas as suas providências, e creiam no Mediador, e aceitem a redenção e concordem com todo o seu evangelho. Para nos encorajar a fazer isso, o apóstolo acrescenta o que deveria ser bem entendido e devidamente considerado por nós (v. 21), a saber: (1) A pureza do Mediador: Ele “...não conheceu pecado”. (2) O sacrifício que ofereceu: Ele foi feito “...pecado por nós”; não um pecador, mas pecado, isto é, uma oferta pelo pecado, um sacrifício pelo pecado. (3) O fim e desígnio de tudo isso:
“...para que, nele, fôssemos feitos justiça de Deus” e justificados livremente pela graça de Deus pela redenção que está em Cristo Jesus. Observe: [1] Como Cristo, que não conheceu pecado, foi feito pecado por nós, para que nós, que não temos justiça própria, fôssemos feitos nele justiça de Deus. [21 Nossa reconciliação com Deus somente ocorre por meio de Jesus Cristo e pelo seu mérito.
Portanto, devemos somente confiar nele e na sua justiça.
HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Novo Testamento ATOS A APOCALIPSE Edição completa. Editora CPAD. pag. 525.
Esta nova situação, na qual os homens são novas criaturas em Cristo, se deve ao ato criativo de Deus (cf. 4.6; Rm 3.25; 11.36). Tudo isso provém de Deus, testemunha o apóstolo, porque Ele nos reconciliou consigo mesmo por Jesus Cristo (18-19).181 A reconciliação envolve a superação da alienação pessoal (Ef 4.18) ou da hostilidade (Cl 1.21), causadas pela rebelião do homem contra o seu legítimo Soberano. O resultado é uma nova condição de paz (Rm 5.1; G15.22; Ef 2.12-17; Fp 4.7) e a restauração da comunhão.
E o homem que deve ser reconciliado, e não Deus, como no judaísmo,182 pois é Deus quem realiza a reconciliação. Certamente está envolvida a ira de Deus contra o pecado dos homens (Rm 1.18; 2.5), caso contrário os pecados que praticaram não seriam computados contra eles. Mas Deus, no seu amor sagrado, tomou a iniciativa. Na cruz de Cristo, Ele se tornou o Agressor e invadiu a vida humana extraviada com um amor cheio de perdão. “Se nós, sendo inimigos, fomos reconciliados com Deus pela morte de seu Filho... o amor de Deus está derramado em nosso coração” (Rm 5.10,5). A “maior mudança possível ocorreu no homem... na sua natureza completa e na sua vida”,183 que estão alteradas por causa da mudança do relacionamento entre Deus e o homem. O pecado é tratado adequadamente com (21) respeito ao que ele causou ao homem (Rm 7.5-25; 8.2) e também com respeito ao que ele significa diante da santidade de Deus (Rm 3.21-26).
Para Paulo e para os coríntios a reconciliação foi realizada. O caminho agora está aberto para todos, e ao apóstolo foi confiado o ministério da reconciliação. Este é o clímax da passagem e a razão final pela qual ele não pode viver para si mesmo (13-15). A sua tarefa é anunciar a novidade aos homens, isto é (“neste sentido”),184 Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo. Nenhuma vírgula deve ser colocada depois de Cristo (cf. ASV, RSV), pois o que Paulo quer destacar é o que Deus fez em Cristo.185 O elo (Rm 5.9-10) entre a reconciliação e a justificação (12) é mostrado na palavra imputando (“levando em conta”, ASV; cf, Rm 4.3-8). A obra da reconciliação, no entanto, não está completa no que diz respeito ao mundo,186 pois Deus pôs (“depositou”, Weymouth) em Paulo a palavra181 da reconciliação (cf. 1 Co 1.18). A palavra (logos), segundo Cullmann, “é a revelação final e definitiva como tal”.188 A palavra da reconciliação é a essência do ministério da reconciliação. A palavra qualifica plenamente todas as fases do ministério. Este ministério não trata basicamente de dar bons conselhos, mas sim de comunicar aos homens as boas-novas do que Deus fez em Cristo pelo mundo.
Frank G. Carver. Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 8. pag. 435-436.
II - BONS DESPENSEIROS DOS MISTÉRIOS DIVINOS
1. Com sobriedade e vigilância.
Despenseiros são as pessoas que tomam conta da despensa de uma casa, ou do lugar onde são guardados os alimentos e outros itens necessários à manutenção da família. O apóstolo Pedro exorta os destinatários da sua primeira carta, quanto à iminente vinda de Jesus, fazendo solene advertência sobre como os cristãos devem comportar-se, “como bons despenseiros da multiforme graça de Deus” (1 Pe 4.10).
1. O DESPENSEIRO DEVE SER SÓBRIO E VIGILANTE
Deve guardar a sobriedade e vigilância, em oração (1 Pe 4.7); essa advertência refere-se à simplicidade que deve caracterizar um servo de Deus, sobretudo aquele que tem a liderança, na casa do Senhor. Fala da constante vigilância sobre a vida cristã, ante os ataques diuturnos do Adversário. Ele anda como leão, buscando destruir vidas preciosas. O que administra o rebanho de Deus deve saber retirar da “despensa” de Deus o melhor alimento. E vigiar por suas vidas. E Pedro quem dá idêntica advertência em sua primeira carta: “Sede sóbrios, vigiai, porque o diabo, vosso adversário, anda em derredor, bramando como leão, buscando a quem possa tragar” (1 Pe 5.8; Mt 26.41).
Elinaldo Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a Deus e aos homens com poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 152-153.
SÓBRIO ou SOBRIEDADE
1. A palavra grega nepho, com suas derivadas, significa ser livre da embriaguez e de todas as formas de excesso; consequentemente, ser calmo, moderado, sereno, ter autocontrole e ser tranquilo no pensamento e nas ações (1 Ts 5.6,8; 1 Tm 3.2,11; 2 Tm 4.5; Tt 1.8; 2.2; 1 Pe 1.13; 4.7; 5.8).
2. A palavra grega sophroneo, com suas derivadas, significa estar em seu juízo perfeito, ser razoável ou sensato, agir prudente ou cuidadosamente (Mc 5.15; 1 Tm 3.2; Tt 1.8; 2.2,12; 1 Pe 4.7). É a antítese de existente, "estar fora de si" (2 Co 5.13); portanto significa exercer autocontrole não se entregando a paixões desenfreadas (Tt 2.6) nem ao orgulho (Rm 12.3). Sua forma nominal, sophrosyne, "sobriedade" (1 Tm 2.9,15) tem o sentido de moderação, e consequentemente modéstia e castidade (cf. Tt 2.5).
PFEIFFER .Charles F. Dicionário Bíblico Wycliffe. Editora CPAD. pag. 1845.
«...temperante...» No grego é «nephalios», que significa «temperado» especialmente no uso do vinho, «sóbrio». Noutros pontos do N.T., essa palavra é usada em I Tim. 3:11 e Tito 2:2; mas é usada sob forma diferente, a forma verbal, em I Tes. 5:6,8; II Tim. 4:5; I Ped. 1:13; 4:7 e 5:8. Esse termo pode significar «ajuizado», sem qualquer vinculação à ideia de bebidas alcoólicas, embora se possa pensar em um uso temperado de bebidas fortes.
Contudo, a fim de ser evitada a má aparência do mal, bem como da tentação ao alcoolismo, talvez seja melhor a abstinência total. (Ver o trecho de Efé. 5:18 quanto à nota expositiva geral contra o «alcoolismo»). Notar as palavras existentes no terceiro versículo deste capítulo, «...não dado ao vinho...», que reforça o que é dito neste versículo. Todo o pastor deveria evitar as leviandades da juventude.
«...sóbrio...» é tradução de «sophron», vocábulo grego que quer dizer «prudente», «previdente», «autocontrolado», ao passo que, quando aplicado a mulheres, esse adjetivo significava «casta», «decente», «modesta». Em todo o N.T. é usado somente aqui e em Tito 1:8 e 2:2,5, isto é, dentro das «epístolas pastorais». Trata-se de um dos cento e setenta e cinco termos usados exclusivamente nas «epístolas pastorais», e não no restante do N. T.
« ...modesto...» No grego é «kosmos», que significa «digno», «bem comportado», «sereno», palavra usada exclusivamente aqui e em I Tim. 2:9. Portanto, é uma daquelas cento e setenta e cinco palavras usadas somente nas «epístolas pastorais», em todo o N.T. Seu significado básico é «ordeiro». O «kosmos» (palavra correlata) é a «beleza organizada» da criação de Deus.
A forma verbal, «kosmeo», significa «ordenar», «arranjar» ou «adornar», mas também «dirigir». Um líder espiritual, sobretudo um pastor ou «supervisor» deveria ser autocontrolado, ordeiro, dono de boa conduta e de boa reputação.
CHAMPLIN, Russell Norman, O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Candeias. Vol. 5. pag. 309.
2. Amor e hospitalidade.
O DESPENSEIRO DEVE SER AMOROSO
Em segundo lugar, o despenseiro de Cristo deve ter “ardente caridade uns para com os outros, porque a caridade cobrirá a multidão de pecados” (1 Pe 4.8); todo crente fiel deve ser despenseiro de Deus; mas, como já refletimos, o obreiro, pastor, dirigente, ou líder de uma igreja, pastoreia ovelhas que não são suas. E cada ovelha é diferente da outra, em temperamento, formação, visão das coisas, e nem sempre é dócil e obediente. Há crentes que dão muito trabalho aos líderes. Como despenseiro da graça de Deus, o obreiro deve demonstrar amor em todas as ocasiões, no trato com todo o tipo de ovelha. Com as mais fracas, deve ser mais compreensivo; com as mais fortes, deve ser incentivador de sua fé e testemunho; com as feridas, deve ter sempre o bálsamo do amor e da compreensão; e com as que pecam, fazer uso da disciplina com amor, sem abuso de autoridade. Enfim, em qualquer situação o despenseiro deve ter amor. É característica do verdadeiro discípulo de Jesus (Jo 13.34,35).
O DESPENSEIRO DEVE SER HOSPITALEIRO
Deve ter hospitalidade para com “os outros, sem murmurações” (1 Pe 4.9); já foi visto que hospitalidade é acolhimento, bom trato com todas as pessoas, na administração da igreja local; ou do crente com seus irmãos, familiares, amigos e pessoas em geral. “Não vos esqueçais da hospitalidade, porque, por ela, alguns, não o sabendo, hospedaram anjos” (Hb 13.2). Há quem faça acepção de pessoas, discriminando os mais humildes ou menos favorecidos na vida humana. Essa não é atitude do despenseiro da casa de Deus. Esse deve ser sempre atencioso com todos, ajudando-os em suas necessidades espirituais emocionais e físicas, dentro de suas possibilidades. Não agir assim, é pecado (Dt 16.19; Tg 2.9).
Elinaldo Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a Deus e aos homens com poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 153-154.
I Ped 4.8 A caridade, o apoio e o incentivo mútuos também seriam uma grande defesa. Nenhum cristão é uma ilha; ninguém está sozinho.
Quando os crentes sentem o profundo amor da comunhão, eles têm a rede de apoio que pode ajudá-los em meio a qualquer crise. A mesma ideia de que a caridade cobrirá a multidão de pecados é encontrada em Provérbios 10.12: “O ódio excita contendas, mas o amor cobre todas as transgressões”. Pedro pode ter citado este provérbio, ou um provérbio da sua época que se baseava ligeiramente neste versículo. Isto não significa que o amor ignore, não preste atenção, ou tente esconder o pecado. Na verdade, Pedro provavelmente estava pensando novamente nas suas palavras de 4.1,2, de que os crentes devem viver o resto de sua vida de acordo com a vontade de Deus, e não conforme os desejos humanos. Sendo crentes, eles devem deixar de pecar. A “cobertura dos pecados”, portanto, é a capacidade que os crentes têm de perdoar uns aos outros, porque Cristo os perdoou.
A caridade age como um amortecedor, suavizando as irritações e os solavancos que são causados pelos companheiros de fé.
I Ped 4.9 Ser hospitaleiro é diferente de receber bem; é diferente de um entretenimento social. Receber bem concentra-se no anfitrião - a casa deve estar impecável; a comida deve estar bem preparada e ser abundante; o anfitrião deve parecer relaxado e ter um bom temperamento. Ser hospitaleiro, por outro lado, é algo que se concentra nos convidados. As suas necessidades -sejam um lugar onde se hospedar, alimentos, um ouvido atento, ou aceitação — são a principal preocupação. Isto pode acontecer em uma casa desarrumada; pode acontecer ao redor de uma mesa de jantar em que o prato principal é uma sopa. Os crentes não devem hesitar em compartilhar os seus recursos com aqueles que precisam de uma refeição ou de um alojamento somente por estarem muito ocupados, ou por não terem condições de receber bem. A hospitalidade é uma forte expressão de amor e caridade, que Pedro já havia ordenado que os crentes demonstrassem (4.8).
Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. Vol 2. pag. 728-729.
Demonstrando Hospitalidade, 4.9,10
Onde houver um viver vigilante haverá um viver digno. Isso significa que cada um deve usar aquilo que possui, embora seja modesto e escasso, para suprir as necessidades dos companheiros cristãos. Nos dias de Pedro isso podia ter significado aqueles que haviam sido forçados a sair de suas casas pela perseguição ou estavam fazendo uma longa jornada. Os cristãos devem ser hospitaleiros [...] sem murmurações, mesmo que isso signifique um peso adicional para eles. Reclamar do preço rouba as bênçãos de compartilhar com nossos irmãos.
O motivo por trás dessa generosidade é o amor: amor ao irmão necessitado e amor ao Pai celestial, de quem recebemos toda boa dádiva (cf. 1 Co 4.7). Nossos dons e talentos não são para uso próprio. Eles são uma responsabilidade de Deus para serem usados como Ele intenta, como bons despenseiros (10) devem usá-los: para abençoar outros. Esse serviço é um ministério, quer seja de talentos, dinheiro, influência ou outras bênçãos que Deus concedeu de maneira tão abundante; e todos receberam dons que podem ser compartilhados (cf. Rm 12 e 1 Co 12).
Roy S. Nicholson. Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 10. pag. 239.
A hospitalidade (v. 9). A hospitalidade aqui requerida é o acolhimento espontâneo e amoroso de estranhos e viajantes. O objetivo apropriado da hospitalidade cristã seria abrigar os cristãos entre si. A intimidade da sua relação e a necessidade da sua condição naquela época de perseverança e aflições obrigavam os cristãos a serem hospitaleiros uns para com os outros. As vezes os cristãos eram privados de tudo que tinham, e eram expulsos e levados a países distantes por sua segurança. Nesse caso, morreriam de fome se os seus irmãos cristãos não os recebessem.
Por isso, essa é uma regra sábia e necessária que o apóstolo estabeleceu aqui. E ordenada também em outras passagens (Hb 13.1; Rm 12.13). A maneira de cumprir esse dever é assim: precisa ser cumprido de maneira espontânea, amorosa e generosa “...sem murmurações” diante das despesas ou outras dificuldades. Aprenda: (1) Os cristãos devem não somente ser caridosos, mas hospitaleiros uns para com os outros. (2) Tudo o que o cristão fizer por conta da hospitalidade, deve fazê-lo com alegria, e sem murmurações. “De graça recebestes, de graça dai” (Mt 10.8).
HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Novo Testamento ATOS A APOCALIPSE Edição completa. Editora CPAD. pag. 879.
I Ped 4.9 As hospedarias da antiguidade viviam infestadas de prostitutas e assaltantes. Portanto, os cristãos, segundo a prática oriental comum, acolhiam em seus lares outros crentes que por ali passassem cm viagem, vindos de outras regiões. Pedro encoraja aqui essa prática. Supomos que a hospitalidade e a generosidade daqueles que viviam na mesma comunidade também está envolvida, e não meramente o acolhimento de crentes vindos de outras terras. A hospitalidade é apenas uma extensão do amor fraternal, uma subcategoria daquilo que aparece no versículo anterior.
·...sem murmuração...· No grego é gogausmos, ·queixa·, ·desprazer·.
Um homem que é exortado a convidar um viajante a abrigar-se cm sua casa, pode pensar consigo mesmo: ·Isso me custará dinheiro e perderei minha liberdade em casa·. Ao assim meditar, ele registra um pensamento de desprazer, o que fará de sua oferta de hospitalidade um motivo de murmuração. Tal hospitalidade não se baseia no amor; portanto, não é uma hospitalidade autêntica, do ponto de vista do cristianismo bíblico. Os supervisores e outros líderes eclesiásticos deveriam ser ·hospitaleiros, (ver I Tim. 3:2). Também deveriam ser ·amantes da hospitalidade· (ver Tito 1:8), porquanto normalmente se esperava que os lideres entre os cristãos é que receberiam em casa irmãos na fé em viagem.·
Nos dias de Pedro, os hotéis eram raros e distantes uns dos outros. As hospedarias eram caras e imorais. Os crentes em viagem encontravam abrigo nos lares de seus irmãos na fé. Não há que duvidar que o acolhimento a pregadores e crentes em viagem se tomou uma carga que podia ser sentida pesadamente pelos crentes. Agravando mais ainda a situação, visto que os edifícios eclesiásticos eram poucos, os lares eram usados como lugar de comunhão e culto. De fato, a causa missionária, tanto no passado como no presente, deve uma soma incalculável àqueles cujos lares foram abertos e que, em amor persistente c duradouro, praticaram a hospitalidade sem murmuração... Nosso Senhor deu novo sentido a tal hospitalidade, relacionando-a consigo mesmo: , ...era forasteiro e me hospedastes... sempre que o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes' (Mat. 25:35,40)». (Homrighausen, in loc.).
·De fato, sem a prática literal dessa virtude, as missões da igreja cristã teriam sido impossíveis». (Bigg, in loc.).
O crente que aceita a hospitalidade de outro deve ser suficientemente sábio para não permanecer por tempo demais. O trecho de Eclesiástico 29:25-28 descreve como um estranho que exagera da hospitalidade recebida, primeiramente recebe trabalhos manuais para fazer, e então é expulso. £ sinal de amor e consideração, da parte do hospedado, não exigir uma benevolência exagerada de seu hospedeiro.
A hospitalidade na antiga igreja cristã. Lemos que os cristãos primitivos determinavam até mesmo jejuns, a fim de que o alimento poupado pudesse ser conferido aos necessitados, aos estranhos e aos viajantes. Isso é amor verdadeiro cm operação.
I Ped 4.10 ·...Servi uns aos outros...· De modo geral, mas particularmente aqui devemos entender ·trabalho físico», isto é, a partilha de alimentos, de abrigo e de dinheiro, tal como na hospitalidade que acabara de ser recomendada.
·...conforme o dom que recebeu...· O trecho de Rom. 12:7 focaliza um dom de ·ministério», isto é, boas obras na forma de esmolas, de cuidados pelos enfermos, e de hospitalidade. Alguns crentes são especialmente dotados pelo Espírito, tomando-se ricos em atos de caridade, dispostos à realização de serviço bondoso, o que fazem com maneiras graciosas e corteses. Talvez alguns médicos, enfermeiras e filantropos, quando são também crentes espirituais, recebem tal dom, além de outros, que têm a oportunidade especial de ministrar as necessidades físicas dos outros. Algumas vezes tais pessoas também recebem amplos meios financeiros capacitando-se assim de se mostrarem generosas cm alto grau. O judaísmo e o cristianismo primitivo enfatizavam grandemente a importância das esmolas. (Isso é comentado nas notas sobre Atos 3:2. Comparar também com Tia. 1:27, onde a ·religião pura· é definida como a visita aos órfãos e às viúvas, em suas aflições, isto é, mediante a ministração às suas necessidades, além de conservar-se o crente imaculado do mundo). Tal ministração é a prática da regra áurea de Cristo, uma duplicação do seu amor. Portanto, esse ·ministério· é apenas a concretização da lei do amor, mencionada no oitavo versículo deste capítulo.
Este versículo, naturalmente, não só fala do dom especial da ·ministração às necessidades físicas», mas também impõe a todos os crentes o mesmo costume, ao ponto em que suas habilidades e circunstâncias lhes permitirem a participação. Cada homem tem um dom; e, no presente versículo, sem dúvida cada crente deve contribuir com o seu próprio. Em outras palavras, p eu s abençoa um homem, e então ele tem os meios para realizar um serviço de caridade para com outros, sem importar se esse serviço consiste cm hospedar alguém, cm dar esmolas ou em cuidar de enfermos ou necessitados. E assim aprendemos aquele principio básico, tão comum nas páginas do N.T., e que determina: ·Recebemos a fim de dar, não a fim de amontoar bens para nosso próprio conforto». Feliz é o homem que crê nisso e o pratica. Todo crente é um «mordomo, e não um proprietário» daquilo que possui. O mordomo deve mostrar-se ativo no uso de seus bens cm favor de outrem, e não na tentativa de juntar mais ainda para si mesmo.
·...despenseiros...· Cada pessoa é ímpar e tem uma missão sem igual, agora e na eternidade. (Ver as notas expositivas a esse respeito, cm Apo. 2:17). Ele recebe habilidades necessárias para o exercício apropriado de sua missão. Também recebe os meios financeiros para poder realizar sua obra.
Sua missão o transforma no tipo de pessoa que pode realizar um serviço específico. Um crente também pode receber várias missões; e todas cias. coletivamente consideradas, visam fazer dele um indivíduo sem-par. Uma missão é um meio de expressar a graça de Deus para com outros, pois nenhuma missão visa apenas o benefício do próprio indivíduo. Todos os dons de Deus se originam em sua ·graça. Essa é a fonte de tudo de bom que possuímos. Portanto, quando ministramos a outros, cm qualquer sentido que seja. meramente espalhamos ao redor a graça de Deus, do modo que nos foi apontado. A mordomia subentende tanto que nos foi confiada certa missão como também a existência de uma necessidade autêntica. A graça de Deus se reveste de variedade infinita, resultando em dádivas abundantes aos homens. Tornamo-nos ministros mediante quem essa abundância é distribuída. Não ·possuímos* aquilo que a graça de Deus nos dá pois tudo nos foi dado por empréstimo, temporariamente. Se nos recusarmos a contribuir, logo deixaremos de receber. Quando o povo de Israel ficou cobiçoso e recolheu mais maná do que era mister para o suprimento de um dia, o maná se estragou e soltou mau cheiro, tomando-se inútil. Assim, o homem que recebe, mas não dá logo se tornará inútil como despenseiro da graça do Deus, e sua alma será estragada, perdendo toda a similaridade com a natureza espiritual de Cristo. O próprio Cristo veio para servir, e não para ser servido. (Ver Mat. 20:28).
«...multiforme graça...» No grego, o adjetivo é·poikilos·, «diversificado», «de muitas espécies*. A graça divina se manifesta de muitos modos e se concretiza na vida humana de muitas maneiras. Cada crente recebeu tal graça, e está na obrigação moral de concedê-la a outros.
·...graça...» (Quanto a notas expositivas completas sobre a *graça*, ver Efé. 2:8). O que possuímos que não tenhamos recebido de Deus? *Pois quem é que te faz sobressair? c que tens tu que não tenhas recebido? e. se o recebeste, por que te vanglorias, como se o não ti veras recebido?» (I Cor. 4:7). Alguns agem como se o que têm fora produzido por eles mesmos. Concede-nos graça tal que possamos cumprir tua vontade E proferir tuas palavras e andar diante de teu rosto.
Profundos e calmos, como águas profundas e tranquilas. Concede-nos tal graça. (Christina Roasetti)
Dom: Consideremos os pontos seguintes a respeito: 1. Envolve qualquer coisa doada gratuitamente. 2. Indica alguma bênção dada graciosamente por Deus, de qualquer espécie, aos pecadores (ver Rom. 5:15.16 e 11:29). 3. Indica a graça da salvação (ver Efé. 2:9), mediante a qual a salvação é conferida aos homens. 4. Indica um preparo gracioso e divino para o serviço, algum dom espiritual, alguma operação extraordinária do Espírito Santo (ver I Tim. 4:14) ou mesmo os dons do Espirito Santo (ver os capítulos doze a catorze da primeira epistola aos Coríntios). 5. Indica a abundância de possessões físicas, usadas para benefício alheio: ou bens materiais suficientes para que deles possamos contribuir, embora não naquela profusão que poderíamos chamar de «abundante». Esse é o sentido que está em foco, talvez com alguma mistura com a quarta posição. Esta passagem pode ser ilustrada pela parábola dos ·talentos», narrada pelo Senhor Jesus, em Mat. 25:15. Alguns intérpretes acreditam que Pedro alude aqui a essa tradição, embora tal narrativa ainda não tivesse tomado forma escrita nos evangelhos canônicos, porquanto esta primeira epistola de Pedro foi escrita antes dos mesmos, com a única exceção possível do evangelho de Marcos.
CHAMPLIN, Russell Norman, O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Candeias. Vol. 6. pag. 156-157.
Heb 13.2 A segunda instrução é; Não vos esqueçais da hospitalidade para com estranhos. Este tipo de hospitalidade era importante porque naquele tempo as hospedarias eram caras, além de serem centros de práticas pagãs e atividades criminosas. Esta hospitalidade também ajudava a transmitir o Evangelho, porque os missionários itinerantes poderiam ir a mais lugares e ministrar a mais pessoas se não tivessem que se alojar em hospedarias. Estes “estranhos” que deveriam ser hospedados, entretanto, não deviam ser pessoas que trabalhassem contra o reino de Deus; ou seja, os crentes não deveriam receber em suas casas falsos pregadores ou ensinadores (2Jo 10,11; 3 Jo 5-9).(estrudaalicao.blogspot.com)
fonte www.mauricioberwaldoficial.blogspot.com
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