TEXTO DO DIA
"Rogo-vos. pois. irmãos, pela
compaixão de Deus. que apresenteis o vosso corpo em sacrifício vivo. santo e
agradável a Deus, que é o vosso culto racional (Rm 12 1).
SÍNTESE
Deus criou todas as coisas
ordenadamente. Nada veio do caos, tudo que existe tem uma razão de ser; assim
também no culto ao Senhor necessitamos de princípios básicos de organização.
AGENDA DE LEITURA
SEGUNDA - 1 Co 11.34: A necessidade
de ordem no culto
TERÇA - 1 Tm 2.8: A oração e o culto
a Deus
QUARTA - Ef 5.19:O louvor como parte
de nosso culto
QUINTA - Cl 3.16: A pregação da
palavra como um momento do culto
SEXTA - 2 Co 9.13: A administração
de ofertas no culto
SÁBADO – Cl 2.18: Cuidado com os
falsos cultos
OBJETIVOS
DEFINIR e problematizar o conceito
de liturgia.
ANALISAR o problema envolvendo a
liturgia entre os coríntios.
APRESENTAR os desafios envolvendo
a liturgia na Igreja atual
INTERAÇÃO
Carol (a) educador (a) o tema da
lição de hoje requer muita atenção devido algumas características especificas:
1) Cuidado para não transformar sua
aula numa discussão muito técnica, desinteressante e longe da realidade de seus
alunos:
2) Evite expor publicamente qualquer
liderança de sua igreja local ressalte sempre aos educandos que os fundamentos
de nossa discussão são gerais e impessoais;
3) Incentive a participação de seus
alunos de modo positivo, solicitando-os a sugestão de ações que podem tomar a
liturgia de sua igreja algo mais dinâmico e próximo à realidade da comunidade.
As sugestões organizadas podem, por exemplo, ser implementadas inicialmente nos
cultos ou atividades realizadas sobre a liderança dos jovens Que ao final de
sua aula, os corações de seus educandos estejam voltados a desenvolver
estratégias para abençoar efetivamente a igreja local superando todo tipo de
exageros ou desregramentos.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Você vai precisar de um aparelho de
reprodução de vídeos; seleção de vídeos. Apresente aos seus alunos fragmentos
de vídeos nos quais ocorram procedimentos louváveis ou reprováveis para que
depois eles possam apontar quais os erros e acertos de cada vídeo (diante da
impossibilidade de apresentação dos vídeos, que em último caso podem ser
apresentados no próprio celular do educador, crie algumas situações através das
quais os alunos possam fazer a análise sugerida). Ao final da discussão,
promova um momento de reflexão a respeito da necessidade de organização do
culto a Deus para que se evite exageros ou distorções.
TEXTO BÍBLICO
1 Coríntios 14-26-33
26 Que fareis, pois, irmãos? Quando
vos ajuntais, cada um de vós tem salmo, tem doutrina tem revelação, tem língua,
tem interpretação. Faça-se tudo para edificação.
27 E, se alguém falar língua
estranha, faça-se isso por dois ou. quando muito, três, e por sua vez, e haja
intérprete.
28 Mas, se não houver intérprete,
esteja calado na igreja e fale consigo mesmo e com Deus.
29 E falem dois ou três profetas, e
os outros julguem.
30 Mas, se a outro, que estiver
assentado, for revelada alguma coisa, cale-se o primeiro.
31 Porque todos podereis profetizar,
uns depois dos outros, para que todos aprendam e todos sejam consolados.
32 E os espíritos dos profetas estão
sujeitos aos profetas.
33 Porque Deus não é Deus de
confusão, senão de paz, como em todas as igrejas dos santos.
INTRODUÇÃO
Nesta lição, estudaremos questões
como: existe uma liturgia ideal? Liturgia, formalismo e fanatismo; culto à
forma X culto a Deus. Estudaremos a respeito da natureza, necessidade e lógica
da liturgia, compreendida como conjunto de procedimentos públicos que orientam
o culto a Deus.
I - LITURGIA
1. O que é liturgia?
O termo “liturgia" é derivado
de um vocábulo do mundo político da Grécia Antiga, que foi incorporado ao
contexto religioso. Definia-se como liturgia o trabalho que um cidadão exercia
em beneficio da coletividade. Tal atribuição não era percebida como um encargo,
mas com uma honra. Ações como serviço militar, responsabilidade em cargos
políticos, construção de bens públicos, todos eram concebidos como liturgia.
Quando introduzida no campo
religioso a palavra passou a designar a organização dos elementos cúlticos com
a finalidade de prestar adoração e louvor a Deus de forma coletiva e saudável.
Em o Novo Testamento textos como 2
Coríntios 9.12: Filipenses 2.17 e Hebreus 8.6, utilizam o termo que é
traduzido, respectivamente, como administração, serviço, ministério Pode-se
assim notar que a liturgia não tem um fim em si mesma, mas tem como objetivo
contribuir para que cada elemento do culto cumpra seu papel principal, que é
colaborar na adoração.
2. Quem precisa de liturgia?
Se vivemos em comunidade é natural
que em determinado momento surjam as divergências. Elas não são necessariamente
fruto do pecado ou da influência de Satanás, mas produto de nossas
singularidades. Essa natureza multifacetada da humanidade repercute no corpo de
Cristo, assim como nos ministérios que exercemos nele (Ef 411: Rm 12.6-8).
Diante dessa condição própria da
humanidade, o desenvolvimento de um conjunto de princípios para a organização
do culto é absolutamente necessário. Sem um ordenamento mínimo qualquer
organização humana toma-se caótica, até mesmo a adoração a Deus Deste modo, por
melhores que sejamos ou mais espirituais que nos achemos, todos necessitamos de
limites e sinais que nos apontem até onde podemos ir.
3. Quais os fundamentos de uma
liturgia.
O primeiro fundamento da liturgia é
o louvor a Deus. Tudo o que acontece no culto deve exaltar e bendizer ao Pai,
logo, se algo é realizado sem tal finalidade deve ser suprimido da devoção
coletiva.
A segunda razão de ser da liturgia é
a coletividade, isto é, tudo que envolve o processo de organização do culto
deve visar o bem comum, jamais o interesse individual. Por isso, gostos e
preferências particulares precisam ser deixados de lado.
O culto é organizado para glória de
Deus e alegria de todos os adoradores (Sl 32.11; 68.3).
O terceiro elemento da liturgia é a
organização; a aplicação da liturgia deve permitir que participação no culto
seja inteligível a todos. Não há nada indiscernível ou misterioso no culto;
tudo o que acontece deve promover uma adoração racional.
II - O PROBLEMA DO CULTO EM CORINTO
1. Corinto, uma igreja de excessos.
A igreja em Corinto espelhava a
comunidade na qual estava inserida: cheia de exageros e imoderação (1Co 4 8;
5,6) Não que aquela comunidade fosse apenas um reduto de pecados - apesar deles
existirem (1 Co 5.1.2; 8.12) -. mas. ao contrário. a graça de Deus fora
derramada ali de modo especial (2 Co 74:8.7:3.8,14).
Aquela igreja transbordava em
bênçãos de Deus (1 Co 1.7), esse talvez fosse o ‘bom problema" em Corinto:
havia tantos dons. bênçãos, milagres e ministérios, que se iniciou ali um
choque de atuações e serviços; enquanto alguns eram abençoados, outros eram
atribulados (1 Co 14.17). Foi algo tão sério que a comunidade chegou a
partidarizar-se em torno de algumas lideranças - as quais por sua vez possuíam
características ministeriais e carismáticas diferentes (1 Co 3.1-6). Diante
desse abençoado, mas problemático, excesso de dádivas, o que fazer?
2. A adoção de uma liturgia para
edificação coletiva.
Havia muitos talentos entre os
coríntios (1 Co 14. 26). Per isso, para o desenvolvimento espiritual de todos,
era necessário a adoção de um plano litúrgico para que as celebrações em
Corinto fossem edificantes para todos Logo, deveria haver espaço para tudo, do
louvor ao falar em línguas, passando pela profecia e pelo discernimento de
espirito. Um conceito chave, entretanto, era a ordem, de modo que cada um, a
partir de seu próprio relacionamento com Deus e no desenvolvimento de sua
adoração, deviam colaborar, individualmente, para o estabelecimento de um bom
ambiente de louvor a Deus. A desculpa de que o momento da adoração nos conduz
ao descontrole é inválida.
3. O principio do amor na
estruturação da liturgia.
Paulo deixa bastante claro que todas
as regras comunitárias, operações sobrenaturais, normas coletivas e manifestações
espirituais precisam ser mediadas pelo amor (1 Co 12.31). Nada deve ser feito
por revanchismo. sentimento de humilhação do próximo, ou narcisismo (1 Co
14.36).
Cada cristão daquela comunidade
tinha o privilégio de exercer seus dons e ministérios, desde que levasse em
conta que a existência desses era para a glória de Deus e serviço à comunidade
Sem a devida conciliação entre dons ministérios e amor. a bênção de Deus pode
tornar-se inválida (1 Co 14.19,23) Não existe culto sem a manifestação de Deus,
as operações espirituais sem a mediação do amor tornam-se puro exibicionismo e
espetáculo que somente atrapalham o culto e afastam a glória de Deus.
III - LITURGIA. FORMALISMO E
EXIBICIONISMO
1. O culto a Deus X o culto ao
culto.
A história é dinâmica, assim como o
desenvolvimento do povo de Deus. Durante o curso do desenvolvimento do plano
divino sobre a terra, o Senhor vem se utilizando de diversas estratégias para
auxiliar o seu povo no louvor: orientou a construção do tabernáculo e do
Templo. Exigiu sacrifícios de animais e agora pede sacrifícios de louvor (Hb
13.15). Se com Israel e a Igreja Primitiva as formas de cultuar a Deus mudaram
é natural que em nossas comunidades algo também se altere, sem contudo, a
essência ser perdida.
2. Formalismo.
Formalismo é uma observância estrita
a regras e formas, e isso em algumas igrejas vem se tornando um problema no
momento do culto. Em alguns lugares, o culto é tão mecânico que sua
previsibilidade engessa a adoração. Em outros casos, uma pessoa pode até não
andar realmente de acordo com os padrões de Deus, mas se ela seguir o
formalismo do culto, pode até ministrar a adoração. Isso é errado! Pois, os
adoradores verdadeiros mais do que seguir regras, seguem uma vida de obediência
a Deus. Não existe fervor nas orações, que já se tornaram vãs repetições. A
forma como o culto é apresentado é muito mais importante que o Deus que se
pretende adorar. Ir ã igreja tornou-se uma tradição.
3. O perigo da falta de ordem.
Semelhante a comunidade em Corinto, em
várias igrejas a abundância de dons. que deveria ser um sinal de bênção, tem se
tornado motivo de tribulação. Em alguns lugares há tanto louvor que não é
possível ter pregação da Palavra já em algumas comunidades o momento da oferta
tornou-se o centro do culto, ocupando a maior parte do tempo Como faz falta uma
boa e genuína liturgia nestes lugares.
SUBSÍDIO 1
O formalismo cansa a Deus
O culto levítico fora instituído, a
fim de que Israel adorasse a Deus de forma verdadeira e amorosa (Lv 20.7). Os
seus vários sacrifícios oferendas e oblações deveriam ser subentendidos como
figuras dos bens futuros (Hb 10.11). Infelizmente, os israelitas passaram, com
o decorrer do tempo, a adorar a própria adoração. Acabaram por considerar o
culto superior ao cultuado. E isso trouxe-lhes consideráveis prejuízos. Haja
vista o que aconteceu à serpente de bronze (Nm 21.8; 2 Rs 18.4) Na vida dos
judeus, cumprira-se o que, certa feita, afirmou Charles Montesquieu: A maior
ofensa que se pode fazer aos homens é tocar nas suas cerimônias e nos seus
usos’. De tal maneira o formalismo contagiou os judeus que, no tempo de
Jeremias, passaram eles a considerar o Templo do Senhor como mais importante
que o Senhor do Templo (Jr 7.4).
Achavam que, apesar de suas
iniquidades, os sacrifícios e oblações, que pensavam eles endereçar ao
Altíssimo, ser-lhes-iam mais do que suficientes para torná-los aceitáveis
diante de Deus (Jr 3.1-15). Como estavam enganados! [...] Assim é o
cristianismo nominal’ (ANDRADE. Claudionor. de Fundamentos Bíblicos de um
Autêntico Avivamento 1.ed Rio de Janeiro: CPAD. 2004 p 128).
SUBSÍDIO 2
"O espirito do profeta e o
Espirito do Senhor. Precisamos fazer a nossa parte, a fim de que o Espirito
realize a dEle. E isso esta relacionado com a liturgia, conjunto dos elementos
que compõem o culto cristão (At 2.42-47:1 Co 1426-40: Cl 3.16). Embora seja
possível liturgia sem culto, não há culto sem liturgia (Is 1.11-I7:2913: Mt
15.7-9:1 Co 11.17-22) A parte litúrgica compreende diversas partes do culto:
oração (At 12.12; 16.16); cânticos (1 Co 14.26. Cl 3.16); leitura e exposição
da Palavra de Deus (Rm 10.17: Hb 13.7); ofertas (I Co 16.1.2); manifestações e
operações do Espirito Santo (I Co 14.26-32); e bênção apostólica (2 Co 13.13;
Nm 6.23-27).
Tomando como base o livro de Atos
dos Apóstolos e as Epistolas (At 2.1-4; Ef 519; Cl 316). vejamos como era o
culto, nos tempos do Novo Testamento. A promessa da efusão do Espirito (Jl
2.28) cumpriu-se no dia de Pentecostes (At 2.16-18), quando os que estavam
reunidos foram 'cheios do Espirito Santo e começaram a falar em outras línguas,
conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem' (At 2.1-4) Essa
experiência pentecostal repetiu-se em outras ocasiões: At 814-20; At 917; At
10.44-48; At 19.1-7" (GILBERTO. Antonio. Teologia Sistemática Pentecostal
1.ed Rio de Janeiro CPAD. 2008. p. 208).
CONCLUSÃO
A importância da liturgia para o
desenvolvimento da adoração a Deus é algo que devemos continuamente reconhecer
Todos somos capazes de perceber quando a programação de um culto está mal
elaborada ou simplesmente não existe: isto porque essa irresponsabilidade afeta
coletivamente o louvor que se pretende apresentar ao Senhor Busquemos a Deus
com fervor, mas sempre numa perfeita organização.
HORA DA REVISÃO
1. Explique com suas palavras o que
é liturgia.
Resposta pessoal. (Sugestão: O
conjunto de procedimentos públicos que orientam o culto a Deus).
2. Por que a organização do culto
por meio de uma liturgia se faz tão necessária?
Para que se evite discórdia no
momento do culto a Deus, pois somos todos seres únicos e por isso diferentes
uns dos outros.
3. Quais os três fundamentos que
justificam a natureza da liturgia?
Adoração, coletividade e
organização.
4. Por que a igreja em Corinto
enfrentava problemas se ela era abundante em dons e ministérios?
Porque lhe faltava organização na
administração dos dons, isto é, na liturgia.
5. Que perigos corremos quando não
se adota uma liturgia básica para cultuar a Deus?
Exageros e excessos de um lado;
manipulação, controle personalista e formalismo do outro.
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PAZ DO SENHOR
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