Lições Bíblicas CPAD 3º Trimestre de
2012
Título: Vencendo as aflições da vida — Muitas
são as aflições do justo, mas o Senhor o livra de todas
Comentarista: Eliezer de Lira e Silva
Lição 10: A perda dos bens terrenos
Data: 2 de Setembro de 2012
TEXTO ÁUREO
“Nu saí do ventre de minha mãe e nu tornarei para
lá; o SENHOR o deu e o SENHOR o tomou; bendito seja o nome do SENHOR” (Jó
1.21).
VERDADE PRÁTICA
Ainda que percamos todos os nossos
bens, continuaremos a desfrutar de nosso bem maior: Cristo Jesus nosso Senhor.
HINOS SUGERIDOS
456, 459, 477.
LEITURA DIÁRIA
Segunda - Jó 1.1-22
As perdas na vida de Jó
Terça - Jó 1.13-15
Jó perde seu gado
Quarta - Jó 1.16
Jó perde seu rebanho
Quinta - Jó 1.17
Jó perde os camelos e funcionários
Sexta - Jó 1.18,19
Jó perde seus filhos
Sábado - Jó 42.10,12
Deus restaura a sorte de Jó
LEITURA BÍBLICA
EM CLASSE
Jó 1.13-21.
13 - E sucedeu um dia, em que
seus filhos e suas filhas comiam e bebiam vinho na casa de seu irmão
primogênito,
14 - que veio um mensageiro a Jó
e lhe disse: Os bois lavravam, e as jumentas pasciam junto a eles;
15 - e eis que deram sobre eles
os sabeus, e os tomaram, e aos moços feriram ao fio da espada; e eu somente
escapei, para te trazer a nova.
16 - Estando este ainda falando,
veio outro e disse: Fogo de Deus caiu do céu, e queimou as ovelhas e os moços,
e os consumiu; e só eu escapei, para te trazer a nova.
17 - Estando ainda este falando,
veio outro e disse: Ordenando os caldeus três bandos, deram sobre os camelos, e
os tomaram, e aos moços feriram ao fio da espada; e só eu escapei, para te
trazer a nova.
18 - Estando ainda este falando
veio outro e disse: Estando teus filhos e tuas filhas comendo e bebendo vinho,
em casa de seu irmão primogênito,
19 - eis que um grande vento
sobreveio dalém do deserto, e deu nos quatro cantos da casa, a qual caiu sobre
os jovens, e morreram; e só eu escapei, para te trazer a nova.
20 - Então, Jó se levantou, e
rasgou o seu manto, e rapou a sua cabeça, e se lançou em terra, e adorou,
21 - e disse: Nu saí do ventre de
minha mãe e nu tornarei para lá; o SENHOR o deu e o SENHOR o tomou; bendito
seja o nome do SENHOR.
INTERAÇÃO
O
materialismo é uma realidade na vida de muitos crentes que se deixaram levar
pelas falácias da Teologia da Prosperidade e da Confissão Positiva. A mente e o
coração, essencialmente, mergulhados numa perspectiva materialista de vida, não
podem dar lugar a essência e a verdade do Evangelho de Cristo, que diz: “Se
alguém quiser vir após mim, renuncie-se a si mesmo, tome sobre si a sua cruz e
siga-me” (Mt 16.24). Tomar a cruz, através do sofrimento de Cristo, é o convite
feito por Jesus a todos os discípulos que são dignos dEle (Mt 10.38).
OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar
apto a:
- Descrever as perdas humanas de Jó.
- Elencar as perdas de ordem material, afetiva e
espiritual de Jó.
- Conscientizar-se que mesmo nas perdas, podemos
desfrutar do amor divino.
ORIENTAÇÃO
PEDAGÓGICA
“Nu saí do ventre de minha mãe e nu
tornarei para lá; o Senhor o deu e o Senhor o tomou; bendito seja o nome do
Senhor” (Jó 1.21). O texto áureo da presente lição apresenta uma afirmação
existencial peremptória: o homem nasce sem bem material algum e morre sem levar
quaisquer bens terrenos. Para concluir o tópico II pergunte aos alunos o que
eles pensam acerca dessa assertiva de Jó. Ouça as respostas com atenção e
coordene o tempo de fala para não gerar uma celeuma. Em seguida conclua o
tópico afirmando que o importante na vida não é o que temos, mas o que somos
para Deus (Mt 16.26; Mc 8.36,37).
COMENTÁRIO
introdução
Palavra Chave
Perda: Ato ou efeito de deixar de
possuir ou de ter algo.
Num mundo materialista quase não há
espaço para encarar a realidade das perdas humanas. Até mesmo alguns crentes
parecem viver o mundo encantado das “vitórias e conquistas” a qualquer preço.
Contudo, perder filhos, imóveis e dinheiro, por exemplo, são consequências
naturais da vida, inclusive dos que seguem a Cristo. A grande questão é: Como
devemos nos comportar diante de tais acontecimentos? Já dizia certo pastor: “A
verdadeira fé não se mostra nas bênçãos que recebemos, mas na resignação ante a
soberania divina, mesmo quando perdemos o que Ele nos deu”. Nessa lição, à luz
da vida de Jó, estudaremos os princípios bíblicos para o crente lidar com as
perdas no caminho da vida.
I. JÓ E A EXPERIÊNCIA DAS PERDAS HUMANAS
1. Seu gado e rebanho. A
Bíblia descreve Jó como um homem íntegro e que cultivava uma vida de profundo
temor a Deus (1.1). Era bom patrão, bom esposo e um pai sempre presente e
preocupado com a vida espiritual e social dos filhos (1.5). Mas, de repente,
num só dia, ele viu todo seu gado e rebanho esvair-se. Os mensageiros, um a um,
vieram trazer-lhe as inesperadas e funestas notícias (1.14-16).
2. Seus servos. Além
de bois, camelos e ovelhas, os servos de Jó também tiveram suas vidas ceifadas,
como depreendemos dos versículos 15 a 17: “Aos moços feriram ao fio da espada”;
“fogo de Deus caiu do céu, e queimou as ovelhas e os moços, e os consumiu”; “e
aos moços feriram ao fio da espada”. Antes de findar o dia, a maioria dos
funcionários de Jó havia sido dizimada.
3. Seus filhos. O
mensageiro não havia ainda terminado de narrar os recentes sinistros a Jó,
quando um outro apareceu com uma notícia ainda mais trágica: “Eis que um grande
vento sobreveio dalém do deserto, e deu nos quatro cantos da casa, a qual caiu
sobre os jovens, e morreram” (v.19). Você pode imaginar, a essa altura dos
acontecimentos, o que se passou pela mente e coração de Jó?
Num só dia fora privado dos bens, dos
funcionários e dos filhos! Qual seria a sua reação? A de Jó foi rasgar o manto,
rapar a cabeça e sofrer a angústia natural de um pai que acabara de perder
todos os filhos; do patrão que ficara sem os funcionários e do homem rico
reduzido à extrema pobreza. Mas, contrariando a reação da lógica humana, Jó,
prostrado, adorou a Deus (1.20). Podemos sofrer e, até mesmo, viver as perdas
da vida. Nisso, somos humanos. Mas devemos, a exemplo de Jó, reconhecer a
grandeza e a soberania de Deus no processo da perda, ainda que soframos
duramente com ela (1.21).
SINOPSE DO TÓPICO (I)
Jó passou pela experiência das perdas de
todos os seus bens — gado, rebanho, funcionários e filhos — mas em tudo
reconheceu a soberania e a grandeza de Deus.
II. A PERDA DOS BENS
1. De ordem material. Por
intermédio de uma vida imediatista, alguns cristãos, em momentos de perdas
significativas, têm dificuldades de confiar em Deus. Quando se perde bens
materiais, seja por causa de uma administração deficiente, por roubo ou devido
à traição de pessoas que pareciam amigas, parece que o chão se abre e tudo vem
abaixo. Para lidar com tais questões não há receitas nem manuais. O que temos é
a promessa viva e real de Jesus (Mt 6.33). Acalme seu coração! E, em Cristo,
recomece com fé e coragem!
2. De ordem afetiva. Ser
preterido no namoro, ou no noivado, é um processo angustiante. Perder os pais,
por mais que seja algo esperado, não deixa de ser doloroso para o ser humano.
Sepultar o cônjuge é dilacerante para a alma. Enfrentar a separação no
casamento, principalmente por adultério, é como sofrer a amputação de um membro
do corpo. A dor finca suas estacas no âmago do nosso ser, traumatizando-nos
violentamente (Sl 42.11; 142.7). Devido ao apego emocional e sentimental que
temos por nossos familiares e por aqueles que nos cercam, as perdas de ordem
afetiva trazem pavor e sofrimento ao nosso coração. Por isso, ficamos sem
direção e mostramo-nos inconformados. É nessa hora que a nossa saúde psíquica é
comprometida, podendo, inclusive, comprometer-nos a vida espiritual e social (1
Rs 19.9,10). Por isso, não podemos nos esquecer do socorro divino. Sem Ele,
desmoronamo-nos.
3. De ordem espiritual. Uma
vez que a saúde emocional está comprometida, a crise espiritual rapidamente se
instaura. O crente desenvolve um sentimento de inércia para buscar a Deus. Ele
não vê fundamento algum para viver, e acaba desejando a própria morte (1 Rs
19.4). Não podemos ignorar a seriedade do assunto. Se as perdas existenciais na
vida do cristão não forem tratadas bíblica e equilibradamente, certamente
haverá consequências graves. Assim, um bom começo para superarmos as perdas e
angústias é lançar sobre o Senhor todas as nossas ansiedades, por que Ele tem
cuidado de nós (1 Pe 5.7,9).
SINOPSE DO TÓPICO (II)
O bom caminho para superarmos as perdas
de ordem material, afetiva e espiritual é lançar sobre o Senhor todas as
ansiedades, pois Ele cuida de nós.
III. MESMO NA PERDA PODEMOS DESFRUTAR O AMOR DE DEUS
1. Sua graça. O
coro do hino 205 da Harpa Cristã é bem significativo: “Graça, graça/ A mim
basta a graça de Deus: Jesus/ Graça, graça/ A graça eu achei em Jesus”. Num
momento de grande angústia, Paulo clamou ao Senhor, rogando-lhe que lhe
removesse um espinho que o incomodava intensamente. Jesus, porém, limitou-se a
responder-lhe: “A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na
fraqueza” (2 Co 12.9).
O apóstolo, então, passa a entender
que a sua força está na fraqueza, pois o poder de Cristo aperfeiçoa-se justamente
em nossas debilidades. A graça de Deus é insondável, infinita e incomensurável!
Essa graça resgatou-nos. E de tão completa, ela nos basta por si mesma.
2. Seu amor. A
graça de Deus é fruto do seu amor por nós. Sua graça é real na vida de todos os
que recebem a Cristo como o seu Salvador. O Pai conhece a dimensão do nosso
sofrimento e importa-se com cada um de nós. A maior prova disso está no fato de
que Ele ofereceu o seu Único Filho para morrer em nosso lugar (Jo 3.16). Sim,
Ele entregou seu precioso Filho por amor a nós. Seja qual for a sua perda,
sinta-se amado por Deus. Esse amor é poderoso para preencher todo o vazio e
solidão que nos ameaça destruir. Como o apóstolo do amor, podemos dizer: “Nós o
amamos porque ele nos amou primeiro” (1 Jo 4.19).
3. Deus intervém na história. Servimos
a um Deus que, em graça e amor inefáveis, intervém na história humana. Ele
interveio na tragédia existencial de Jó. Depois de um longo período de perdas,
angústias, dores e sofrimentos indescritíveis, o patriarca foi miraculosamente
restaurado, enquanto orava por seus amigos (Jó 42.10a). Não desista da sua
existência! Busque a Deus em oração. Ele não tarda em socorrer-nos. Como Deus
interveio na vida de Jó, fazendo com que o seu último estado fosse melhor que o
primeiro, Ele também entrará com providência em sua história. Ele não se
esqueceu de você.
SINOPSE DO TÓPICO (III)
Ainda que percamos os mais preciosos
bens, podemos desfrutar da graça e do amor de Deus. Ele intervém em nossa
história!
CONCLUSÃO
Podemos perder tudo nessa vida —
casa, dinheiro, emprego, excelentes oportunidades, relacionamentos, pai, mãe,
filho, filha, esposo, esposa e, até mesmo, a própria saúde. Mas, apesar de
todos os infortúnios, continuamos a crer no Evangelho de Cristo, pois Ele é o
nosso baluarte e fortaleza. Nele, as perdas redundam em ganhos eternos,
conforme afirma o profeta Habacuque: “Porquanto, ainda que a figueira não
floresça, nem haja fruto na vide; o produto da oliveira minta, e os campos não
produzam mantimento; as ovelhas da malhada sejam arrebatadas, e nos currais não
haja vacas, todavia, eu me alegrarei no Senhor, exultarei no Deus da minha
salvação. Jeová, o Senhor, é minha força” (Hc 3.17-19a). Alegre-se, pois, em
Deus e caminhe sem temor!
VOCABULÁRIO
Celeuma: Agitação
barulhenta; alvoroço, tumulto.
Funestas: Fatais, mortais, desventuras, desgraças.
Peremptória: Definitiva, terminante.
Preterido: Desprezado, rejeitado.
Sinistros: Acidentes, desastres.
Funestas: Fatais, mortais, desventuras, desgraças.
Peremptória: Definitiva, terminante.
Preterido: Desprezado, rejeitado.
Sinistros: Acidentes, desastres.
BIBLIOGRAFIA
SUGERIDA
PEARCEY, N. Verdade
Absoluta: Libertando o Cristianismo de seu cativeiro
cultural. 1.ed., RJ: CPAD, 2006.
RHODES, R. Por que coisas ruins acontecem se Deus é bom? 1.ed., RJ: CPAD, 2010.
RHODES, R. Por que coisas ruins acontecem se Deus é bom? 1.ed., RJ: CPAD, 2010.
EXERCÍCIOS
1. Como
a Bíblia descreve Jó?
R. A
Bíblia descreve Jó como um homem íntegro e que cultivava uma vida de profundo
temor a Deus.
2. Qual
foi a reação de Jó ao saber da perda dos bens, dos funcionários e dos seus
filhos?
R. Foi
a de rasgar o manto, rapar a cabeça e sofrer a angústia natural de um pai que
acabara de perder todos os filhos; do patrão que ficara sem os funcionários e
do homem reduzido à extrema pobreza.
3. Contrariando
toda a lógica humana, qual foi o ato de Jó, em relação a Deus, diante das
calamidades?
R. Prostrar-se
e adorar a Deus.
4. Por
que alguns cristãos têm dificuldades de confiar em Deus nos momentos de perdas
significativas?
R. Por
intermédio de uma vida imediatista — querer tudo para o aqui e o agora, não
admitindo derrotas ou subtrações, pois “somos feitos para vencer”.
5. Graça,
amor e intervenção divina na história. O que isso significa para você?
R. Resposta
pessoal.
AUXÍLIO
BIBLIOGRÁFICO
Subsídio Teológico
“O
sofrimento humano
O sofrimento do ser humano não é
novidade. Ele parece ser uma realidade sempre presente na raça humana. Em Jó
5.7 registra-se o seguinte: ‘Mas o homem nasce para o trabalho, como as faíscas
das brasas se levantam para voar’. Em Jó 14.1 afirma-se: ‘O homem, nascido da
mulher, é de bem poucos dias e cheio de inquietação’.
Há muito tempo, coisas têm acontecido
a pessoas boas, até mesmo com as pessoas de Deus dos tempos bíblicos. Quem pode
esquecer o horrível sofrimento de Jó (ele perdeu a família e suas posses)?
Davi, que estava para se tornar rei de Israel , por anos a fio, foi caçado e
perseguido pelo ciumento e furioso Saul (1 Sm 20.33; 21.10; 23.8). A esposa de
Oséias foi infiel (Os 1.2; 2.2,4). José foi tratado de maneira cruel por seus
irmãos e vendido como escravo (Gn 37.27,28). João Batista, a mando da enteada
de Herodes, foi decapitado (Mt 14.6-10). Paulo, inúmeras vezes, foi jogado na
prisão, sofreu naufrágio, foi açoitado e deixado quase morto e muito mais (2 Co
11.25).
Às vezes, os cristãos chegam a pensar
que quem obedece a Deus e procura ser um bom cristão não passará por
sofrimentos horríveis. Entretanto, se coisas ruins aconteceram com Jó, João
Batista e o apóstolo Paulo, com certeza elas podem acontecer com os bons
cristãos” (RHODES, R. Por que coisas ruins acontecem se Deus é bom? 1.ed.,
RJ: CPAD, 2010, pp.15,16).
Nenhum comentário:
Postar um comentário
PAZ DO SENHOR
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.