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quarta-feira, 27 de maio de 2015

Lições Bíblicas CPAD 2º Trimestre de 2000 Jesus e o amor

 

 

              Lições Bíblicas CPAD 2º Trimestre de 2000


Título: Os ensinos de Jesus para o homem atual
Comentarista: Elinaldo Renovato de Lima


Lição 6: Jesus e o amor
Data: 7 de Maio de 2000

TEXTO ÁUREO


Amarás, pois, ao Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento, e de todas as tuas forças; este é o primeiro mandamento (Mc 12.30).

VERDADE PRÁTICA


Jesus encarnou o amor de Deus pelos pecadores. E nós, seus servos, precisamos demonstrar amor na prática, a fim de nos parecermos com Ele.

LEITURA DIÁRIA


Segunda - Rm 5.8
Deus prova seu amor


Terça - 1 Co 13.1
Sem amor não somos nada


Quarta - 2 Co 5.14
O amor de Cristo nos constrange


Quinta - Gl 5.22
O amor é fruto do Espírito


Sexta - Ef 5.2
Andando em amor


Sábado - 1 Jo 4.8
Deus é amor

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE


Marcos 12.30,31; João 3.16; 13.34-35; Mateus 5.43-46.

Marcos 12
30 - Amarás, pois, ao Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento, e de todas as tuas forças; este é o primeiro mandamento.
31 - E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Não há outro mandamento maior do que estes.

João 3
16 - Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.

João 13
34 - Um novo mandamento vos dou; Que vos ameis uns aos outros; como eu vos amei a vós, que também vós uns aos outros vos ameis.
35 - Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros.

Mateus 5
43 - Ouvistes que foi dito: Amarás o teu próximo e aborrecerás o teu inimigo.
44 - Eu, porém, vos digo: Amai a vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam e orai pelos que vos maltratam e vos perseguem,
45 - para que sejais filhos do Pai que está nos céus; porque faz que o seu sol se levante sobre maus e bons e a chuva desça sobre justos e injustos.
46 - Pois, se amardes os que vos amam, que galardão tereis? Não fazem os publicanos também o mesmo?

PONTO DE CONTATO


O amor não é mera emoção. É uma qualidade da alma, mediante a qual o indivíduo sente ser natural servir ao próximo, tal como sempre quererá servir a si mesmo. Essa qualidade da alma é produzida pela influência transformadora do Espírito Santo (Gl 5.22).
Visto que o verdadeiro amor é fruto do Espírito Santo, significa que, a fim de obtê-lo, precisamos crescer espiritualmente. Precisamos utilizar os meios do desenvolvimento espiritual como o estudo da Palavra, a oração, a meditação, a prática das boas obras, a santificação e o uso dos dons espirituais. O amor desenvolve-se bem nesse solo.
Aquele que mais ama, mais se parece com Deus.

OBJETIVOS


Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
·        Explicar o real significado de amar a Deus de todo o coração, alma, entendimento e forças.
·        Reconhecer o dever de amar o próximo como a si mesmo.
·        Aplicar em sua vida o exemplo de Cristo, que nos amou a ponto de dar a sua vida para o resgate da nossa.

SÍNTESE TEXTUAL


O amor é uma disposição de caráter que leva a pessoa a considerar seus semelhantes com estima, respeito, justiça e compaixão. Amor cristão é obviamente, esse sentimento inspirado, exemplificado por Cristo e praticado pelos seus servos. Foi por amor que Deus enviou Jesus ao mundo. O amor é o resumo da lei de Deus. O amor é a finalidade dos mandamentos. O amor é uma das evidências da regeneração. O amor é, em resumo, a essência do Cristianismo. Por isso mesmo é necessário que cada crente faça uma reavaliação do seu procedimento, para que verifique o quanto tem obedecido ao Senhor no tocante à prática do amor em sua vida.

ORIENTAÇÃO DIDÁTICA


Na lei de Deus está expresso não somente o amor a Deus, mas o amor ao próximo. Somente pela graça de Deus, o homem pode amar os seus inimigos e bendizer os que o odeiam. Jesus, não injuriava; padecendo, não ameaçava, mas entregava-se àquele que julga justamente (1 Pe 2.22-23).
Tomando por base o enunciado acima, peça a seus alunos que apresentem três razões bíblicas por que os filhos de Deus devem amar os seus inimigos. Dê-lhes 5 minutos para o cumprimento desta tarefa. Esgotado o tempo, escreva no quadro de giz as razões relacionadas abaixo e compare-as com as apresentadas por seus alunos.
1) Para revelar que é filho do Pai celestial (Mt 5.45).
2) Para revelar que é diferente daquele que não é filho (Mt 5.46-47).
3) Para alcançar a perfeição do Pai (Mt 5.48).

COMENTÁRIO


introdução

Até hoje, ninguém foi capaz de definir o que é amor. Poetas, escritores e dramaturgos, sempre tentaram esboçar uma definição de amor, mas nunca conseguiram. Por que isto? Certamente, porque o amor, em sua expressão perfeita e absoluta, é o próprio Deus (1 Jo 4.8). Podemos dizer que o amor é a “pedra de toque” do cristão genuíno. O verdadeiro discípulo de Jesus é identificado pelo amor. Nesta lição, abordaremos alguns aspectos importantes desse tema.

I. AMAR A DEUS E AO PRÓXIMO

1. O primeiro mandamento: amar a Deus (v.30). Um escriba aproximou-se de Jesus e perguntou-lhe qual seria o “primeiro de todos os mandamentos” (Mc 12.28). O Mestre, serenamente, respondeu, citando Dt 6.5, que diz: “Amarás, pois, o SENHOR, teu Deus, de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu poder”.
a) “De todo o teu coração”. No Antigo Testamento, Deus disse: “Não terás outros deuses diante de mim” (Ex 20.3). Era um preceito, uma determinação legal. Nosso Senhor Jesus Cristo, tomou esse preceito e o transportou para a esfera do amor. O Senhor não admitia nem admite que o crente tenha outro deus além dEle, em seu coração. Não se pode servir a Deus com coração dividido. O amor a Ele devotado deve ser total, incondicional e exclusivo, verdadeiro e santo. É condição indispensável, inclusive, para poder encontrar a Deus: “E buscar-me-eis e me achareis quando me buscardes de todo o vosso coração” (Jr 29.13).
b) “De toda a tua alma”. A alma é a sede das emoções, dos sentimentos. Podemos dizer que é o centro da personalidade humana. O amor a Deus deve preencher todas as emoções e sentimentos do cristão. Maria disse: “A minha alma engrandece ao Senhor” (Lc 1.46). O salmista adorou: “Bendize, ó minha alma, ao Senhor, e tudo o que há em mim bendiga o seu santo nome. Bendize, ó minha alma, ao Senhor, e não te esqueças de nenhum de seus benefícios” (Sl 103.1,2).
c) “De todo o teu entendimento”. Isso fala de compreensão, de conhecimento. Aquele que ama a Deus de verdade, tem consciência plena desse amor, sendo, por isso, grato ao Senhor. É o culto racional (Rm 12.1b).
d) “De todas as tuas forças”. Certamente, o Senhor Jesus referia-se aos esforços espiritual, pessoal, emocional, e, muitas vezes, até físico, voltados para a adoração a Deus.
2. O segundo mandamento: amar ao próximo (v.31). Jesus, complementando a resposta ao escriba, acrescentou que o segundo mandamento, semelhante ao primeiro, é: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo”, concluindo que “Não há outro mandamento maior do que estes”. Os judeus, a exemplo dos orientais em geral, não valorizavam muito o amor ao próximo. O evangelho de Cristo trouxe nova dimensão ao amor às pessoas. Paulo enfatiza isso, dizendo: “porque quem ama aos outros cumpriu a lei” (Rm 13.8b); “O amor não faz mal ao próximo; de sorte que o cumprimento da lei é o amor” (Rm 13.10).

II. CARACTERÍSTICA DO VERDADEIRO DISCÍPULO

Jesus, dirigindo-se aos discípulos, de modo paternal, disse: “Filhinhos, ainda por um pouco estou convosco... Um novo mandamento vos dou”:
1. “Que vos ameis uns aos outros” (v.34). O discípulo de Jesus tem o dever de amar ao próximo, ou seja, a qualquer pessoa, independente de ter afinidade, amizade, ou não (Mc 12.31). Esse é um amor devido, que faz parte das obrigações dos que servem a Cristo. Contudo, o Senhor quer que amemos uns aos outros, como discípulos dEle, não apenas para cumprir um mandamento, mas por afeto, de modo carinhoso, mesmo. Paulo absorveu esse entendimento, e o retrata nas seguintes palavras: “Portanto, se há algum conforto em Cristo, se alguma consolação de amor, se alguma comunhão no Espírito, se alguns entranháveis afetos e compaixões” (Fp 2.1). Com isso, ele enfatiza o amor que consola, e os “entranháveis afetos e compaixões”. Esse é o amor que deve haver entre os crentes, de coração, e não só por obrigação. Nada justifica o crente aborrecer a seu irmão. Isso é perigoso. Pode levar à condenação (vide 1 Jo 3.15).
2. “Como eu vos amei a vós” (v.34). O padrão do amor cristão é o exemplo de Cristo. É o amor ágape, que tem origem em Deus, o qual nos amou de modo tão grande (1 Jo 3.1). Cristo demonstrou seu amor para conosco, de modo sacrificial. “Conhecemos a caridade nisto: que ele deu a sua vida por nós, e nós devemos dar a vida pelos irmãos” (1 Jo 3.16). Isto mostra que Jesus nos amou de verdade, de modo sublime. Por isso, precisamos expressar o amor pelos irmãos, não de modo teórico, porém prático: “Meus filhinhos, não amemos de palavra, nem de língua, mas por obra e em verdade” (1 Jo 3.18). A prática do amor deve começar em casa, entre marido e mulher, pais e filhos e, na igreja, entre pastores e fiéis, membros do Corpo de Cristo.
3. “Nisto conhecerão que sois meus discípulos” (v.35). Aqui, encontramos o padrão do verdadeiro discípulo de Jesus: “...se vos amardes uns aos outros”. Este “se” é o grande desafio ao verdadeiro discipulado. É importante que haja discípulos que façam outros discípulos. Contudo, mais importante é que os cristãos amem uns aos outros, pois, assim, demonstram serem discípulos de Cristo, em condições de obedecer ao Evangelho e, desse modo, viverem aquilo que pregam. Notemos que o Mestre não indicou outra característica pelos quais seus seguidores seriam conhecidos de todos. Não sabemos o impacto total dessas solenes palavras de Jesus entre os seus discípulos, mas Pedro mudou de ideia rapidamente (ver Jo 13.36-38).

III. O AMOR CRISTÃO GENUÍNO

1. “Amai a vossos Inimigos” (v.44). No Antigo Testamento, a norma era aborrecer o inimigo e amar apenas ao próximo, de preferência o amigo. Jesus contrariou toda aquela maneira de pensar e mandou que os cristãos amassem os próprios inimigos. Ao proferir essas palavras, certamente, os olhos dos ouvintes se arregalaram, causando-lhes grande impacto em suas mentes.
2. “Bendizei o que vos maldizem” (v.44). Sem dúvida alguma, os que ouviam o sermão olharam uns para os outros, indagando: “Que ensino é esse? Isso contraria tudo o que nos foi ensinado até agora!”. Podemos ver, na Bíblia, homens piedosos, como Davi, expressar até ódio aos seus inimigos: “Não aborreço eu, ó SENHOR, aqueles que te aborrecem, e não me aflijo por causa dos que se levantam contra ti? Aborreço-os com ódio completo; tenho-os por inimigos” (Sl 139.22).
3. “Fazei bem aos que vos odeiam” (v.44). O espanto deve ter sido completo entre todos que ouviam o Mestre pregar. Na Lei de Moisés, a ordem era “olho por olho e dente por dente” (Mt 5.38). Jesus mudou todo esse ensino e disse: “Eu, porém, vos digo que não resistais ao mal; mas, se qualquer te bater na face direita, oferece-lhe também a outra”, mandando que os seus seguidores façam bem aos que os odeiam! Se para os judeus, isso era terrível, não o é menos difícil para os crentes, hoje. Só um crente com “abundante graça” (At 4.33) e sob o controle do Espírito Santo (1 Pe 4.13,14) aceita e vive um ensino e uma prática como essa.
4. “Orai pelos que vos maltratam” (v.44). Jesus não disse em que termos se deve orar pelos que nos maltratam e nos perseguem. Mas, no contexto em análise, não deve ser com vingança e ódio. Certamente, devemos orar para que Deus mude seus pensamentos, as circunstâncias, e os salve, assim os nossos desafetos passem a agir de modo diferente.
5. “Para que sejais filhos do Pai que estás nos céus” (v.45). Aqui está todo o escopo do ensino de Jesus sobre o amor cristão. Não é amar por amar. Não é ingenuidade. É amor consequente, que tem um objetivo sublime a ser alcançado. Todo esse amor deve ser praticado, “para que sejais filhos do Pai que está nos céus; porque faz que o seu sol se levante sobre maus e bons e a chuva desça sobre justos e injustos”. Essa parte do sermão é concluída com a pergunta: “Pois, se amardes os que vos amam, que galardão tereis? Não fazem os publicanos também o mesmo?” (v.46).

CONCLUSÃO

Os ensinos de Jesus sobre o amor contrariam toda a lógica ou referencial humano a respeito do assunto. No Antigo Testamento, o comum era amar o amigo e aborrecer, e até odiar o inimigo. Jesus determina que o verdadeiro cristão deve amar o seu inimigo, orar por ele e abençoá-lo. É a superioridade da ética evangélica. Uma coisa é certa: muitos que se dizem cristãos não terão condições de ir ao encontro de Jesus, na sua vinda, pelo fato de aborrecerem a seu irmão (ler 1 Jo 3.15). Que Deus nos ajude a cumprir a doutrina cristã do amor.

VOCABULÁRIO


Afinidade: Relação, semelhança, analogia.
Desafeto: Sem afeto; adversário, inimigo, rival.
Dramaturgo: Autor de dramas; escritor que compõe peças teatrais; teatrólogo.
Esboçar: Traçar os contornos de; delinear, bosquejar, tracejar, planejar.
Escopo: Alvo, mira, intuito; intenção.
Incondicional: Não sujeito a condições; total, absoluto, irrestrito, integral.
Proferir: Pronunciar ou publicar em voz alta e clara.

EXERCÍCIOS


1. Por que, até hoje, ninguém conseguiu definir o que é o amor?
R. Certamente, porque o amor, em sua expressão absoluta, é o próprio Deus (1 Jo 4.8).

2. Como se enuncia o primeiro mandamento, ditado por Jesus?
R. “Amarás, pois, ao Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento, e de todas as tuas forças”.

3. Qual o segundo mandamento, semelhante ao primeiro?
R. “Amarás o teu próximo como a ti mesmo”.

4. Como Jesus disse que os discípulos seriam conhecidos por todos?
R. Se eles se amassem uns aos outros.

5. Para que Jesus mandou que os discípulos amassem seus inimigos?
R. Para que fossem filhos do Pai que está nos céus.

AUXÍLIOS SUPLEMENTARES


Subsídio Doutrinário


“A palavra grega ágape é mais frequentemente usada no tocante ao amor (‘caridade’) com grande lealdade, visto no seu grau mais elevado como uma revelação da própria natureza de Deus. É o amor inabalável, concedido livre e gratuitamente. O amor é o âmago em cada um desses textos bíblicos (Rm 12.9-21; 1 Co 13; Ef 4.25-5.2). Realmente, o amor é o princípio ético, a força motivadora e a metodologia correta para todos os ministérios. Sem o amor, há pouco benefício ao próximo e nenhum para quem exerce o dom. Os desentendimentos surgem, e a igreja fica dividida; as pessoas saem magoadas. O amor forma o alicerce para o ministério com os dons e o contexto em que estes devem ser recebidos e entendidos.” (Teologia Sistemática, CPAD, pág. 488).

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