Lições Bíblicas CPAD 2º Trimestre de 2000
Título: Os ensinos de Jesus para o homem atual
Comentarista: Elinaldo Renovato de Lima
Lição
3: Jesus
e a humildade
Data: 16 de Abril de 2000
TEXTO ÁUREO
“Tomai sobre vós
o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração, e
encontrareis descanso para a vossa alma” (Mt
11.29).
VERDADE PRÁTICA
Na escola da humildade, o Mestre Jesus ensina preciosas lições
de vida, elevando-nos a níveis mais altos de espiritualidade, concedendo-nos a
tão desejada paz interior.
LEITURA DIÁRIA
Segunda -
Pv 15.33
A
humildade precede a honra
Terça - At
20.19
Servindo
com humildade
Quarta -
Fp 2.3
Tudo
fazendo com humildade
Quinta - 1
Pe 5.5
Cingindo-se
de humildade
Sexta - Mt
18.4
Humilde
como criança
Sábado -
Tg 4.6
Deus dá
graça aos humildes
LEITURA BÍBLICA EM
CLASSE
Mateus
11.25-30.
25 - Naquele tempo, respondendo Jesus,
disse: Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, que ocultaste estas
coisas aos sábios e instruídos e as revelaste aos pequeninos.
26- Sim, ó Pai, porque assim te
aprouve.
27 - Todas as coisas me foram entregues
por meu Pai; e ninguém conhece o Filho, senão o Pai; e ninguém conhece o Pai,
senão o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar.
28 - Vinde a mim, todos os que estais
cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei.
29 - Tomai sobre vós o meu jugo, e
aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração, e encontrareis descanso
para a vossa alma.
30 - Porque o meu jugo é suave, e o meu
fardo é leve.
PONTO DE CONTATO
No seu ministério, Jesus sempre apresentou provas de sua
simpatia pelo estado e sofrimento da humanidade. Operou curas, não para provar
seu próprio poder e grandeza, mas porque anelava aliviar o sofrimento dos
homens.
Jesus não assumiu posição de autoridade e grandeza, como faziam
alguns líderes judeus, nem procurou qualquer privilégio pessoal ante o governo.
Viveu como homem pobre, no meio dos pobres, como humilde no meio dos humildes.
Finalmente submeteu-se à morte de cruz; tipo de morte que, sequer, podia ser
mencionado na polida sociedade romana; uma morte vergonhosa e horrível. Como
disse o apóstolo Paulo: “...humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à
morte, e morte de cruz”.
OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
·
Reafirmar o ensino de Jesus sobre a humildade.
·
Decidir submeter-se à vontade de Deus para cumprir todos os
desígnios por Ele estabelecidos.
·
Aplicar em sua vida diária o ensino de Jesus que diz “o que a si
mesmo se exaltar será humilhado; e o que a si mesmo se humilhar será exaltado”.
SÍNTESE TEXTUAL
Ser aluno de Jesus é ter um professor muito gentil e inclinado à
humildade, que nunca se impacienta com os que são lentos para aprender e jamais
é intolerante com os que tropeçam. “Aprendei de mim, que sou manso e humilde de
coração...” esta é a instrução que Jesus nos dá. Se alguém, na igreja, precisa
aprender a ser humilde, basta matricular-se na escola de Cristo.
O Senhor nos ensina em sua Palavra que a humildade é uma
condição na qual o orgulho e a arrogância são rejeitados.
Devemos ser humildes porque somos simples criatura; à parte de
Cristo, somos pecaminosos, logo, dependemos de Deus. A graça é dada aos
humildes, mas Deus resiste aos soberbos. Como crentes, devemos viver em
humildade uns para com os outros, considerando-os superiores a nós mesmos.
ORIENTAÇÃO DIDÁTICA
Peça a seus alunos que ilustrem o ensino bíblico da humildade
com exemplos da vida de servos de Deus narrados no Antigo e Novo testamentos.
Distribua para a classe folhas de papel ofício e solicite a seus
alunos que relacionem os personagens numa folha de papel. Depois recolha as
folhas e faça uma lista única contendo todos os exemplos citados, tanto no
Antigo quanto no Novo Testamento. Dê a eles cinco minutos para o desempenho
desta atividade.
COMENTÁRIO
introdução
Entre os ensinos de Jesus, certamente os que se referem à
humildade têm nEle um exemplo inigualável. Sendo Deus, fez-se homem,
sujeitando-se às tentações, ao sofrimento, “humilhou-se a si mesmo, sendo
obediente até à morte e morte de cruz” (Fp 2.8b). Sendo rico, fez-se pobre para
nos enriquecer eternamente; sendo onipotente, onisciente e onipresente,
“aniquilou-se a si mesmo, tomando forma de servo, fazendo-se semelhante aos
homens” (Fp 2.7).
I. REVELAÇÃO
AOS PEQUENINOS
1. Coisas ocultas aos sábios e entendidos (v.25b). Jesus, elevando sua voz aos céus, dirigiu-se a
Deus, e agradeceu-Lhe por haver ocultado “estas coisas aos sábios e
instruídos”. “Estas coisas” a que se referia Jesus eram as profundas verdades,
a “Palavra de Deus; o mistério que esteve oculto desde todos os séculos e em
todas as gerações e que, agora, foi manifesto aos seus santos”, “...são as
riquezas da glória deste mistério entre os gentios, que é Cristo em vós,
esperança da glória” (Cl 1.25-27). Quando Ele falou aquelas palavras, o mundo
já tinha conhecido Sócrates, Platão, Sófocles, e tanto outros filósofos da
antiguidade, sem contar os muitos sábios, ensinadores e mestres no reino de
Herodes. Entretanto, desde o nascimento de Cristo na manjedoura, até à
sublimidade de sua morte, nada foi revelado aos grandes daquele tempo. Da mesma
forma, hoje, as verdades do evangelho estão ocultas àqueles que se consideram
grandes, sábios e entendidos. A esses, falta a condição indispensável para ter
acesso aos arquivos dos céus — a humildade.
2. A revelação aos pequeninos (v.25b). No momento em que agradecia ao Pai por haver
ocultado as verdades dos céus aos “sábios e instruídos”, Jesus se alegrava por
haver Deus as revelado “aos pequeninos”. Sem dúvida, naquele contexto, Ele se
referia aos humildes, que se sentiam pequeninos diante de Deus. Os Evangelhos
comprovam esse fato. Havia tantas virgens em Israel, mas só Maria recebeu o
anúncio da encarnação de Jesus (Lc 1.28-35); havia muitos rapazes em Israel,
mas só José foi escolhido para ouvir sobre a vinda do “Emanuel” (Mt 1.19-23);
havia muitos pastores em Belém, mas somente alguns poucos tiveram a visão dos
anjos, anunciando o sublime evento (Lc 2.10-14). Eles eram pequeninos. Agora,
também, só os humildes, sejam eles pobres ou ricos; sábios ou ignorantes; só a
eles, os que temem a Deus, o evangelho é revelado pelo Espírito Santo.
II. CONVITE
GLOBAL
1. “Vinde a mim, todos...” (v.28a). O convite de Jesus aos homens não é
excludente, mas é inclusivo, pois é feito a “todos” que estão “cansados e
oprimidos”, ou seja, aos pecadores, sofridos e oprimidos, sob o fardo do
pecado, que lhes é imposto pelo Diabo. Infelizmente, a maioria das pessoas
encontra-se assim. Jesus, que não amou só a Israel, mas “...o mundo, de tal
maneira... para que todo aquele que nele crê não pereça...” (Jo 3.16), mandou
pregar o evangelho não só aos “eleitos”, mas “por todo o mundo”, “a toda
criatura” (Mc 16.15). Podemos dizer que o evangelho, no plano de Deus, é
globalizado. Aliás, os homens estão muito atrasados. Só agora falam de
“globalização”. A globalização de Deus já foi prevista, antes mesmo da criação
do mundo. Ainda assim, mesmo sendo um convite a “todos”, só têm condições de se
beneficiar dele os que são “pequeninos”, os “pobres” ou “humildes de espírito”
(vide Mt 5.3). Há muitos cansados do pecado, mas não têm condições de atender
ao convite de Jesus, pelo fato de se considerarem “grandes” perante Deus. Há ricos
humildes e pobres orgulhosos. Os primeiros tornam-se pequeninos e têm acesso às
coisas reveladas por Deus. Os últimos, mesmo pobres, tornam-se grandes,
distantes do evangelho.
2. Convite ao alívio divino (v.28b). Jesus convidou a todos os cansados e oprimidos,
prometendo-lhes alívio para suas vidas. O cansaço e a opressão do pecado têm
efeito terrível sobre as pessoas, a ponto de levar muitas à depressão, à
angústia profunda e até ao suicídio. Os que se embriagam, os que usam drogas,
os que se prostituem, os homossexuais, um dia acabam cansando. Muitos, porém,
não têm forças para romper os grilhões do pecado. Falta-lhes a força da
humildade para receberem o alívio prometido pelo Senhor. Quantos que enchem as
salas dos psiquiatras, dos psicólogos e clínicas de repouso, buscando alívio
para seus males espirituais e emocionais, pagando caro por tratamentos
demorados, muitas vezes sem sucesso. Quantos gostariam que fosse anunciada a
descoberta de um comprimido, uma pílula, que, tomada, propiciasse alívio para
alma, dando-lhes paz. Mas, infelizmente, a paz não vem em comprimidos. Só
Jesus, o “Príncipe da Paz” (Is 9.6) pode conceder a paz e o alívio aos
corações. Para isso é necessário que atendam ao convite de Jesus. E só podem
fazê-lo os “pequeninos” ou os humildes a quem o Senhor se referiu.
III. TOMANDO
O JUGO DE JESUS
1. Conceito de jugo. A palavra jugo designa um antigo instrumento
de trabalho que se colocava sobre uma junta de bois, para que os mesmos
trabalhassem juntos; é equivalente à canga, representada por uma madeira curva,
que se punha sobre o pescoço do boi, para mantê-lo preso ao carro ou ao arado
(Aurélio); também significa, figuradamente, opressão, sujeição.
2. O jugo de Jesus. “Tomai
sobre vós o meu jugo...” (v.29a). A palavra jugo dá ideia de algum tipo de
peso, de instrumento de opressão. O jugo de Jesus, no entanto, é diferente. Não
é pesado, nem opressor. Ele próprio afirmou: “Porque o meu jugo é suave, e o
meu fardo é leve” (v.30). Contudo, uma pessoa só pode aceitar o jugo de Jesus
se for humilde, após ter passado pelo teste da renúncia e de ter tomado a cruz
de cada dia (Lc 9.23). Os pobres ou humildes de espírito (Mt 5.3) aceitam o
jugo de Jesus, mesmo sabendo que isso implica ficar muitas vezes em desvantagem
perante o mundo, pelas consequências da decisão, em seguir ao Senhor. Já vimos
que podem perder pais, mães, irmãos, amigos e até bens, por causa do nome de
Jesus. Contudo, a visão espiritual, resultante do quebrantamento diante de Deus
e de sua palavra, os torna humildes o suficiente para aceitarem o jugo do
Senhor.
IV. CONVITE
AO APRENDIZADO
1. “Aprendei de mim...” (v.29). Existiram muitos mestres e ensinadores no
passado e ainda hoje. Contudo, ninguém jamais se igualou ao Mestre Jesus. Os
estranhos lhe reconheciam como mestre (Mt 9.11; 17.24); seus discípulos
reconheciam sua maestria; Ele próprio se apresentou como Mestre (Mt 23.8; Jo
13.13). Em sua ressurreição, Maria lhe chamou de “Raboni”, que quer dizer
Mestre! (Jo 20.16b).
2. “Que sou manso e humilde de coração” (v.29). Jesus demonstrou ser o Mestre por excelência.
Quando convidou os discípulos para aprenderem com Ele, tinha autoridade para
isto. Na noite que antecedeu sua morte, deu uma profunda lição de humildade.
Assumindo a posição de um escravo, tomou uma bacia com água, e pôs-se a lavar
os pés dos discípulos (Jo 13.5). Nenhum rabi (mestre) fizera aquilo antes.
Jesus lhes indagou: “Entendeis o que eu vos tenho feito?”. E acrescentou: “Vós
me chamais Mestre e Senhor e dizeis bem, porque eu sou” (Jo 13.12b,13), e lhes
disse que deveriam seguir o seu exemplo de humildade. Hoje, se alguém, na
igreja, precisa aprender a ser humilde, basta matricular-se na escola de Jesus.
Ele ensina, e não cobra nada, a não ser a obediência à sua Palavra. Suas aulas
não são teóricas, mas práticas, ou seja, “espírito e vida” (Jo 6.63).
3. Os humilhados são exaltados. É um ensino revolucionário o de Jesus.
Enquanto para os homens os exaltados são os grandes, os poderosos, o Mestre
contrariou todos os conceitos, e afirmou que o maior entre seus seguidores é
servo dos outros, e que “o que a si mesmo se exaltar será humilhado; e o que a
si mesmo se humilhar será exaltado” (Mt 23.11,12), constituindo-se um
verdadeiro paradoxo para a mente humana.
CONCLUSÃO
Jesus em seu viver foi um exemplo em tudo. Diferente de muitos
mestres, que ensinavam o que não faziam, e faziam o que não ensinavam, Ele
provou ao mundo que seus ensinos e sua doutrina estavam muito acima das
filosofias humanas, inspiradas no intelecto limitado e falho dos mortais. Seus
ensinos sobre a humildade foram por Ele vividos a cada dia no seu ministério,
quando “humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte e morte de cruz”.
VOCABULÁRIO
Encarnação: Mistério pelo qual Deus se fez homem.
Excludente: Que exclui.
Grilhão: Corrente que prende os condenados; cadeia, algema.
Inclusivo: Que inclui, encerra, abrange.
Língua celta: Grupo de línguas indo-europeias faladas pelos celtas.
Maestria: Qualidade de mestre; grande saber; sabedoria.
Paradoxo: Conceito que é ou parece contrário ao comum; contrassenso.
Sublimidade: Grande altura ou elevação; perfeição, primor, excelência.
Sujeição: Dependência; submissão, obediência.
Excludente: Que exclui.
Grilhão: Corrente que prende os condenados; cadeia, algema.
Inclusivo: Que inclui, encerra, abrange.
Língua celta: Grupo de línguas indo-europeias faladas pelos celtas.
Maestria: Qualidade de mestre; grande saber; sabedoria.
Paradoxo: Conceito que é ou parece contrário ao comum; contrassenso.
Sublimidade: Grande altura ou elevação; perfeição, primor, excelência.
Sujeição: Dependência; submissão, obediência.
EXERCÍCIOS
1. A quem se referia Jesus, quando falava dos
“pequeninos”?
R. Ele se referia aos humildes, que se
sentiam pequeninos diante de Deus.
2. A quem Jesus convidou para conceder-lhes alivio?
R. A todos os “cansados e oprimidos”.
3. Quais as características do “jugo” é do “fardo”
de Jesus?
R. Seu jugo é suave e seu fardo é leve.
4. Qual o exemplo de humildade que Jesus deu aos
discípulos?
R. Na noite anterior à sua morte, Ele
lavou-lhes os pés.
5. Qual o paradoxo apresentado por Jesus em relação
à humildade e à exaltação?
R. Os humilhados serão exaltados e os
exaltados serão humilhados.
AUXÍLIOS
SUPLEMENTARES
Subsídio
Teológico
“A palavra grega prautês transmite o conceito de ternura humilde que
tem mais solicitude pelo próximo que consigo mesmo. Jesus disse:
‘Bem-aventurado os mansos, porque eles herdarão a terra’ (Mt 5.5). A palavra
cognata praus significa ‘meigo’, ‘humilde’, ‘manso’,
‘suave’. Aristóteles a descreve como o meio-termo entre a disposição excessiva
à ira e a incapacidade de irar-se. A pessoa meiga tem o espírito disciplinado.
Potencialmente, todas as bênçãos espirituais estão à disposição de tal pessoa.
Esse espírito meigo, apesar de a própria palavra ‘mansidão’ não ser empregada
em Romanos, é descrita em 12.12-14 — a capacidade de perseverar na aflição e na
perseguição, servindo fielmente na oração e nos cuidados práticos com o
próximo. A mansidão sabe que Deus está cuidando de tudo, e por isso não toma a
vingança nas próprias mãos (Rm 12.17-21; Ef 4.26). Ao invés de sermos
grosseiros, egoístas e facilmente provocados à ira, demonstremos mansidão,
protejamos o próximo e perseveremos (1 Co 13.5,7). Nossa atitude uns para com
os outros deve ser completamente humilde, suave, sem arrogância (2 Co 10.1; Ef
4.2).
Com demasiada frequência, as manifestações espirituais têm sido
expressas de modo rigoroso e absolutista, com a manipulação das pessoas. Esse
método, ao invés de encorajar o próximo no ministério dos dons, chega mesmo a
sufocá-lo, mormente o ministério que provém do Corpo inteiro. Quão importante é
aprendermos a resguardar a dignidade e os brios morais uns dos outros! Seja
meigo!” (Teologia Sistemática, CPAD, pag. 491,492)
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PAZ DO SENHOR
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