O primeiro detalhe que nos chama a atenção nessa passagem é o vocábulo grego traduzido aqui por “ajuntamento”. Ele é o mesmo utilizado para referir-se às sinagogas judaicas: Synagoge. Curiosamente, como lembra o teólogo A. F. Harper, “esse é o único texto do Novo Testamento em que uma congregação cristã é chamada de sinagoga”’. O uso do termo “sinagoga” aqui sugere o óbvio: que Tiago está falando a cristãos judeus, isto é, a judeus convertidos ao Cristianismo, os quais ainda se reuniam por essa época em ajuntamentos ao estilo judaico2 e, por isso, muito provavelmente, ainda traziam consigo práticas das sinagogas de seus dias que se chocavam com o espírito do Evangelho. Tais práticas haviam, inclusive, já sido alvo da repreensão de Jesus, como podemos ver em Mateus 23.6. Inclusive, os escribas e fariseus, que Jesus censura nessa passagem por terem, dentre outros muitos comportamentos pecaminosos, o hábito de amarem “os primeiros lugares nas ceias e as primeiras cadeiras nas sinagogas”, eram, segundo o relato do evangelista Lucas, homens bem aquinhoados financeiramente e — conforme ele mesmo os define expressamente — “avarentos” (Leia Lucas 16.9- 15). A narrativa dos evangelhos dá a entender, por exemplo, que os fariseus Nicodemos e Simão, simpáticos a Jesus, eram ricos (Jo 3.1; Lc 7.36-50). Isso não quer dizer, claro, que todos os fariseus eram ricos. Só uma parte o era. Acredita-se que a maioria era de classe média. Os saduceus é que, provavelmente, eram, em sua maioria, ricos.
Na época de Jesus e Tiago, era comum homens de elevada posição social, política ou religiosa serem bajulados nas sinagogas, enquanto os mais pobres eram geralmente preteridos, desprezados. Durante o seu ministério terreno, Jesus chamou a atenção para esse comportamento mais de uma vez, condenando-o, como podemos ver em passagens como Mateus 12.41-44 e 23.6.
Mas, outro detalhe importante dessa cena descrita por Tiago é que ele não necessariamente se refere a crentes que costumeiramente frequentavam essas sinagogas cristãs, esses ajuntamentos de crentes em Cristo. E mais provável que ele esteja aludindo a ricos e pobres que apenas visitavam essas reuniões e não a membros regulares. Quanto a se eram crentes em Cristo ou não, como afirma Harper, “há divergência de opinião” entre os comentaristas bíblicos “se esses eram visitantes cristãos ou não cristãos”;3 mas, seja como for, “a verdade espiritual do texto não muda”, ela não é alterada pelo fato de os visitantes serem crentes ou não. A maioria, porém, acredita que Tiago se refira a visitantes ricos crentes, devido ao contexto da Epístola, que traz também repreensões voltadas exclusivamente para cristãos ricos que agiam como ímpios, como podemos ver no capítulo 5 desta Epístola e sobre o qual falaremos com detalhes no capítulo 12 deste livro.
Mais um detalhe a ser considerado é a descrição “com anel de ouro no dedo e com vestes preciosas” (Tg 2.2). Explica Harper que “o anel de ouro indicava que esse homem era do Senado ou um nobre romano”, pois “durante os primeiros anos do Império [Romano], somente homens nessa posição tinham o direito de usar esse tipo de anel”.4 Já “vestes preciosas” é uma referência a belas togas brancas, que eram uma vestimenta “usada frequentemente por candidatos a um oficio político”.
A expressão “abaixo do meu estrado” (Tg 2.3) é uma alusão ao fato de que, em uma sinagoga, “pessoas de uma posição inferior ficavam em pé ou sentavam no chão”. Logo, “abaixo do meu estra do” deve ser compreendido como “aos meus pés”. Isto é, enquanto as cadeiras das sinagogas e os demais assentos do ajuntamento eram reservados para os anciãos, escribas, fariseus e saduceus, e a qualquer outra pessoa na congregação que fosse detentora de privilegiada posição social, os pobres ficavam no pé ou no chão. E o mesmo estava ocorrendo nos ajuntamentos dos cristãos judeus, denuncia e repreende Tiago, que declara contundentemente: “Porventura não fizestes distinção dentro de vós mesmos e não vos fizestes juízes de maus pensamentos?” (Tg 2.4).
Alexandre Coelho e Silas Daniel. Fé e Obras, Ensinos de Tiago para uma Vida Cristã Autêntica. Editora CPAD. pag. 74-77.
Tg 2.2,3 Tiago nos propõe um vivido caso hipotético de estudo. Dois homens estavam entrando em uma reunião da igreja. Nós podemos supor que estes dois homens fossem visitantes, uma vez que são descritos somente pela aparência. Um dos homens era rico, como se observa por suas vestes preciosas e por seu anel de ouro no dedo. O outro era pobre e com sórdida vestimenta. Neste cenário, o homem rico é tratado com deferência e recebe um lugar de honra. Os crentes ficaram impressionados com ele. Ele tornou-se objeto de um serviço e de uma deferência especiais.
O homem pobre, no entanto, pode somente ficar em pé ou se sentar no chão (versão NTLH). Não lhe dão nem dignidade nem conforto. Tiago manifesta-se contra isto. É o nosso relacionamento com Cristo que nos dá dignidade, e não a nossa profissão ou as nossas posses. Quando nos reunimos para adorar, devemos estar conscientes de que, mesmo que conheçamos a todos os que estão no recinto. Cristo está presente, Se houver dois ou três de nós reunidos em seu nome, Ele está ali (Mt 18.20). Antes de adorar, devemos reconhecer a presença de Deus. Não podemos supor que Ele segue o seu próprio conselho? Quando Jesus se reúne conosco, Ele assume um lugar de honra ou compete pela nossa atenção? Ou imaginamos que Jesus ocupa o lugar de maior humildade entre nós e espera ser reconhecido como Senhor? Quando negligenciamos ou ignoramos os pobres ou desamparados, nós também estamos ignorando a Cristo.
Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. Vol 2. pag. 671.
Tg 2.2s “Se entrar em vossa reunião um homem”: Tiago, muito preocupado com a prática, cita, para a máxima clareza acerca do que quer dizer, um exemplo concreto. Não quer dizer que tenha acontecido dessa maneira: “Na hipótese de entrar em vossa reunião um homem…”
“Com anéis de ouro e um traje brilhante (alvo)”: provavelmente devemos imaginar alguém que não pertence à igreja. Em geral os cristãos eram pessoas humildes. O aparecimento de um homem assim representava uma raridade. E quando um homem desses se declarava pertencente à igreja, para ela isto significava uma honra e também ajuda contra as injunções de pessoas ricas e poderosas. O dirigente da reunião e mais alguns irmãos responsáveis o saúdam e acompanham até a primeira fila. Lá conseguem um lugar confortável para ele.
“Mas vem também um pobre em trajes sujos”: provavelmente também ele seja alguém que não faz parte da igreja. Talvez o dirigente fique um pouco irritado porque chegou tão tarde. Usa um traje sujo. Por sua origem e educação talvez nem mesmo esteja acostumado a cuidar muito da aparência. Talvez também seja um escravo que apenas naquele instante teve permissão de sair do trabalho, não tendo mais tempo para se lavar e trocar de roupa. De forma alguma será conduzido para fora. Anunciam-lhe que no canto, ao lado da porta, ainda existe espaço para ficar em pé e, se quiser, também poderá vir à frente e se sentar nos degraus do estrado elevado.
Talvez esses cristãos nem mesmo notassem algo. Tiago não critica a cortesia dos dirigentes da igreja para com o novo participante, nem as possibilidades modestas oferecidas pela sala de reuniões. O foco de sua crítica é a diferença que se faz. É sobejamente sabido que isso acontece no mundo. Afinal, o mundo não conhece outra nobreza do ser humano do que aquela obtida pela posição na sociedade. Isso porém não pode acontecer de jeito nenhum na igreja de Jesus. Na verdade o evangelho não nos concede nem o direito nem o dever de mudar as condições sociais pela revolução. Porém as diferenças sociais se mostram mínimas diante da dádiva preparada por Deus para o ser humano: “glória”. Tiago ensina a arcar com as consequências práticas do fato de que a glória concedida pelo “Senhor da glória” pesa infinitamente mais que a “glória” proporcionada por bens, posição, estudo e “vestes esplendorosas”.
Tiago praticamente nos obriga a encarar a pergunta sobre as nossas deficiências atuais nessa questão. É fácil criticar as condições sociais da Antiguidade ou dizer que há cem anos a igreja fracassou na questão social. Facilmente nos tornamos “cegos funcionais” em vista dos erros da nossa geração. Talvez façamos irrefletidamente o que mais tarde seremos forçados a reconhecer como falha grosseira.
a) Não sabemos se a velhinha que se assenta nos fundos sem alarde e ora pelos outros não realiza mais em prol dos frutos da reunião do que o famoso evangelista no púlpito. Por isso também nesse aspecto não devemos fazer acepções! b) Sejamos gratos pelo membro abastado da igreja que com seus auxílios e doações financia boa parte do trabalho. Mas por isso não devemos lhe dar preferência sobre outros (Mc 12.41-44). A alegria pelo renomado cientista que colabora na igreja tem toda a razão de ser, porém não deve levar a idolatrar essa pessoa. Colocaríamos o próprio em risco. c) Nosso objetivo é envolver os jovens nas responsabilidades das igrejas e congregações, onde existem, mas não de forma que os idosos passem a sentir-se desvalorizados. d) Operários estrangeiros e pessoas de cor de forma alguma podem ser tratados como pessoas de segunda categoria entre os cristãos. e) Não queremos tratar com desprezo pessoas moralmente problemáticas, viciadas etc. Se por um lado não podemos aprovar tudo isso, por outro não sabemos que circunstâncias e aflições as levaram a essa dependência e quantas lutas enfrentam. Seja como for: nosso Senhor está pronto para acolhê-las. Logo também nós queremos fazer o mesmo. f) Um ídolo de cunho especial é hoje a realização. Uma pessoa é classificada de acordo com o que é capaz de produzir. Por isso precisa existir um lugar em que essa regra cruel não vigore: a igreja de Jesus. Nela o ser humano, amado por Deus, tem valor em si. g) Observemos a nós mesmos: com que diferenciação na atitude interior eventualmente vamos ao encontro de pessoas, para quem levantamos o olhar, e para quem pensamos poder olhar de cima para baixo (em geral sem fundamento real)?
Fritz Grunzweig. Comentário Esperança Carta De Tiago. Editora Evangélica Esperança.
Tg 2.2-3 Esses versículos são um tipo de ética cristã para os “introdutores da igreja”. No entanto, na Igreja do primeiro século, eles foram provavelmente dirigidos, não aos introdutores, mas a qualquer membro da congregação que tinha um assento especial no culto. Talvez Tiago tivesse observado este tipo de tratamento preferencial na igreja de Jerusalém ou em alguma congregação vizinha que havia visitado. O ajuntamento (v. 2; gr., synagogue) seria o lugar onde os cristãos — provavelmente um grupo misto de convertidos judeus e gentios — se reuniam para adorar. E o mesmo termo usado para as sinagogas judaicas. Esta era uma palavra e uma forma de adoração que a Igreja Primitiva tomou emprestadas diretamente dos seus ancestrais hebreus. Deveria ser mencionado, no entanto, que esse é o único texto no Novo Testamento em que uma congregação cristã é chamada de “sinagoga”. Presumimos que o homem com anel de ouro e o pobre eram visitantes e não membros regulares. Há divergência de opinião se esses eram visitantes cristãos ou não cristãos. Isso, no entanto, não muda a verdade espiritual do texto. A atitude mostrada aos homens era errada em ambos os casos. E se o homem bem vestido era o tipo de pessoa descrito nos versículos 6,7, mesmo sendo membro, sua mudança de religião não havia transformado seu interior. O ato não cristão imediatamente julgaria o valor do homem pela aparência do seu traje. O anel de ouro indicava que esse homem era do Senado ou um nobre romano. Durante os primeiros anos do império, somente homens nessa posição tinham o direito de usar esse tipo de anel. Sórdida vestimenta significa uma toga branca. Essa vestimenta era usada frequentemente por candidatos a um ofício político. Atentardes (v. 3) deveria ser entendido como prestar atenção especial ao homem de aparência próspera. As cadeiras da sinagoga, ou outros assentos, eram geralmente guardados para os anciãos e escribas. Um lugar de honra nesses assentos seria oferecido a uma pessoa de posição. Pessoas de uma posição inferior ficavam em pé ou sentavam no chão. Abaixo do meu estrado pode ser entendido “aos meus pés” (RSV).
A. F. Harper. Comentário Bíblico Beacon. Tiago. Editora CPAD. Vol. 10. pag. 165.
3„ Não sejamos perversos (v.4).
O que quer dizer a expressão “juízes de maus pensamentos”? Trata-se de uma referência a juízes que julgam com base em pensamentos errados, equivocados, ou seja, tendo como fundamentos, padrões absolutamente equivocados, critérios iníquos.
Harper entende que a melhor tradução aqui seria “juízes com mais pensamentos”, que é a utilizada em inglês pela Revised Standard Version.7 Ele apresenta ainda um preciso resumo dos padrões errados desses cristãos que honravam os nobres e preteriam os pobres na congregação. Vejamos esse resumo:
Que tipo de pensamentos maus esses cristãos mal orientados estavam tendo?
1) Que a vestimenta fina era a marca de homens finos e que roupa comum significava caráter comum.
2) Que a riqueza é um marco do valor das pessoas.
3) Que a posição financeira fazia diferença na aceitação na igreja.
4) Que “sistemas de castas” sociais e econômicas são aceitáveis para Cristo e apropriadas para sua Igreja.
Ainda hoje, infelizmente, há pessoas que se deixam guiar por esses critérios iníquos. Isso só revela o quão distante os seus corações estão ainda do verdadeiro Evangelho. Como afirma Matthew Henry, “a deformidade do pecado nunca é verdadeira e totalmente discernida até que o mal dos nossos pensamentos seja revelado; e é isso que agrava extremamente as faltas do nosso temperamento e da nossa vida, que ‘toda imaginação dos pensamentos de seu coração era só má continuamente’ (Gn 6.5)”.9 Que Deus nos livre de cairmos nesse mesmo pecado! Que em nossas igrejas e no nosso dia a dia tratemos a todos com honra, amor e respeito, independente da condição social de cada um.
Alexandre Coelho e Silas Daniel. Fé e Obras, Ensinos de Tiago para uma Vida Cristã Autêntica. Editora CPAD. pag. 77-78.
Tg 2.4 Este tipo de distinção mostra que os crentes estão sendo dirigidos por motivos errados. Tiago condenou o seu comportamento, porque Cristo os tinha tornado um só (Gl 3.28). Por que é errado julgar uma pessoa com base na sua situação econômica? A riqueza pode ser um sinal de inteligência, de decisões sábias, e de trabalho árduo. Por outro lado, ela pode querer dizer simplesmente que a pessoa teve a boa sorte de nascer em uma família rica. Ela também pode até ser um sinal de avareza, desonestidade, e egoísmo. Quando honramos uma pessoa apenas porque ela se veste bem, estamos considerando a aparência como algo mais importante do que o caráter.
Outra suposição falsa que às vezes influencia o nosso tratamento dos ricos é a interpretação equivocada do relacionamento de Deus com a riqueza. E fácil, porém enganoso, acreditar que as riquezas são um sinal da bênção e da aprovação de Deus.
Mas Deus não nos promete recompensas ou riquezas terrenas; na verdade, Cristo nos convoca para que estejamos dispostos a sofrer por Ele e desistir de tudo para nos agarrarmos à vida eterna (Mt 6.19-21; 19.28-30; Lc 12.14-34; 1 Tm 6.17-19). Teremos riquezas incalculáveis na eternidade se formos fiéis na nossa vida atual (Lc 6.35; Jo 12.23-25; Gl 6.7-10; Tt 3.4-8).
Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. Vol 2. pag. 671.
Tg 2.4 “Porventura não caístes em contradição convosco mesmos?”: “Tendes a nobreza divina eterna e usais como parâmetro as pequenas coisas transitórias, aplicando-as uns aos outros! Isso não é inconsequente? Como nosso comportamento muitas vezes corresponde pouco à nossa percepção cristã correta! Com que facilidade nos metemos nos sulcos costumeiros de nossa atitude anterior e de nosso entorno!
“Vós vos tornastes juízes com (segundo) pensamentos perversos”: O termo grego ponerós = “mau” é usado no NT como substantivo que designa o maligno, o inimigo. Ele visa destruir a obra que Deus realiza em nós e através de nós: a) a “veste gloriosa”, os bens, o nível social se tornam um ídolo. Ele é levado mais a sério do que aquilo que Deus dá e faz, e até mesmo do que o próprio Deus. b) Em razão disso a igreja de Jesus sofre divisão. O amor esfria. Pessoas são magoadas. Eventualmente elas se distanciam da igreja e até mesmo de seu próprio Senhor. c) Debilita-se a eficácia da igreja em termos missionários, naquilo que ela diz, faz e é, tanto através daquilo que o ambiente mostra, como também em vista da autoridade interior perante Deus.
Fritz Grunzweig. Comentário Esperança Carta De Tiago. Editora Evangélica Esperança.
Porventura não fizeste distinção dentro de vós mesmos? (v. 4) tem duas interpretações possíveis. Alguns entendem que este texto faz distinções entre membros e, dessa forma, está dividindo a igreja. O NT Amplificado traduz da seguinte forma: “fazendo discriminação entre vós mesmos”. Outros interpretam a frase como sendo simplesmente um pensamento paralelo à última parte do versículo. A NEB traduz esse versículo da seguinte maneira: “Vocês estão percebendo que estão sendo incoerentes e julgam de acordo com padrões falsos?”. Juízes de maus pensamentos é melhor traduzido por: “juízes com pensamentos maus” (RSV), i.e., tendo pensamentos com motivações erradas. Esses juízes estavam usando padrões errados. Que tipo de pensamentos maus esses cristãos mal orientados estavam tendo? 1) Que a vestimenta fina era a marca de homens finos e que roupa comum significava caráter comum. 2) Que a riqueza é um marco do valor das pessoas. 3) Que a posição financeira fazia diferença na aceitação na igreja. 4) Que “sistemas de castas” sociais e econômicas são aceitáveis para Cristo e apropriadas para sua Igreja.
fonte www.mauricioberwaldoficial.blogspot.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário
PAZ DO SENHOR
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.