Uma proposta para afetar a vida religiosa de Daniel (6.6-9)
Elaboraram uma trama contra Daniel e falsamente exploraram a vaidade do Rei apresentando uma proposta. A proposta seria um decreto real que expressava o apoio unânime dos proponentes. Naturalmente, Daniel não sabia de nada porque agiram de forma que todos os subordinados do reino, “presidentes, prefeitos, conselheiros e governadores” concordaram com a proposta levada a Dario, o rei (6.7). A falsidade desse grupo de elite do palácio, próximos do rei, explorou a vaidade e o ego do rei para que, por 30 dias, ninguém fizesse oração a outro deus que não fosse a Dario. A ideia falsa e mentirosa era o fortalecimento do poder real do rei. Ora, a ideia agradou ao rei que desejava ser a corporificação da deidade, recebendo adoração dos seus súditos. Daniel não havia sido consultado sobre o edito e sabia que o objetivo era atingir a sua vida devocional de oração e comunhão com Deus. O rei caiu na trama daqueles inimigos de Daniel ficaram na espreita para encontrá-lo orando e, desse modo, ter de que acusar a Daniel diante do Rei. Entretanto, Daniel continuou do mesmo modo, cumprindo seus deveres políticos, bem como o seu tradicional costume de orar três vezes por dia ao seu Deus (Dn 6.10).
Elienai Cabral. Integridade Moral e Espiritual. O Legado do Livro de Daniel para a Igreja Hoje. Editora CPAD. pag. 92-93.
Dn 6.6 Então estes presidentes e sátrapas foram juntos ao rei. Aqueles réprobos formaram uma conspiração. Todos estavam na mesma equipe (pelo momento) porque tinham um inimigo comum, ao qual queriam derrubar. E apresentaram ao rei Dario, o medo, a questão que tinham planejado. Aproximaram-se do rei com o louvor usual, incluindo a costum eira saudação “Vive para sem pre!” (ver Dan. 2.4).
O vs. 21 deste capítulo mostra Daniel a dizer a mesma coisa. Essa saudação fazia parte da “etiqueta da corte” .
Dn 6.7 Todos os presidentes do reino. A Ridícula Conspiração. O fraco e vacilante monarca tomar-se-ia o único deus pelo espaço de 30 dias. Nem mesmo Bel (Marduque) receberia atenção durante esse tempo, assim como Yahweh, o Deus dos judeus. Haveria uma m aravilhosa lei de 30 dias, reforçada por um decreto real. Podemos entender que os reis medo-persas já estavam levando-se dem asiadamente a sério, pensando em si mesmos como se fossem deuses, pelo que ser o único deus por um curto tem po parecia ser algo lógico e elogioso. Ademais, isso apelava para a vaidade e o orgulho ridículo de Dario, fraquezas típicas dos políticos. O conluio era ridículo, e seria necessário um homem absurdo para cair diante dele. Mas o que o rei fez foi cair. Qualquer pessoa que desobedecesse seria entregue aos leões famintos, os quais, inocentemente, cumpririam os desejos dos conspiradores.
Seja lançado na cova dos leões. Um surpreendente número de antigos monarcas (incluindo Salomão) tinha jardins zoológicos particulares para os quais traziam toda a espécie de criaturas exóticas a fim de admirá-las. Note o leitor a imagem do profeta, em Eze, 19.1-9, onde um ieão é posto em uma gaiola e levado para a Babilônia. Dario tinha alguns leões de estimação. O termo aqui traduzido por “cova” corresponde à palavra hebraica traduzida por “cisterna” , pelo que devemos pensar em uma espécie de buraco que formava a cova dos leões. Nenhuma pessoa que caísse naquela cova poderia esperar voltar dali.
Desde os tempos mais remotos, na Mesopotâmia, os reis vinham sendo apodados de divinos e eram adorados.
Dn 6.8 Agora, pois, ó rei, sanciona o interdito. O rei, em sua vaidade e agindo de acordo com os costumes, recebeu bem a sugestão e imediatamente a implementou. O decreto saiu: durante 30 dias, o único deus seria Dario, o medo. Para a população em geral, não faria diferença qual dos deuses receberia atenção especial durante um mês. Havia tantas divindades e os cultos eram tão variegados que uma variação a mais não perturbaria a paz de ninguém, exceto, naturalmente, uma pessoa como Daniel, que rejeitava toda a falta de bom senso dos pagãos. Temos aqui uma lei escrita e, conforme todos sabemos, a lei dos medos e persas não se alterava. Essa parte do versículo tornou-se famosa e muito repetida, como um provérbio que indica coisas imutáveis. Ver os vss. 12 e 15, onde a afirmação é reiterada. Isso deve ser contrastado com o Brasil, a terra das novas leis. Em Est. 1.19 e 8.8 também encontramos a lei imutável daquele povo. O rei Dario foi infalível por 30 dias. O mito da infalibilidade humana é outra mentira que até pessoas bem-intencionadas gostam de promover,
Dn 6.9 Por esta causa o rei Dario assinou a escritura e o interdito. Dario assinou a lei que os governadores tinham traçado, pelo que ali estava ela, escrita e fixa. Diodoro Sículo (XVII.30) diz-nos que Dario III chegou a reconhecer a lei como perigosa e errada, mas até mesmo um rei não tinha poder para alterar uma lei decretada. E então Heródoto (Hist. V.25) informa-nos que um certo Sisamnes, juiz real, aceitou suborno para manifestar-se contra a lei e favorecer um cliente. Mas foi apanhado e esfolado vivo. Sua pele foi então usada para forrar um assento do tribunal, onde se assentariam outros juizes. E esses, podemos estar certos, não seguiriam o mau exemplo deixado por aquele juiz!
CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 3398.
A vida de Daniel nos ensina que a mesma pessoa que bajula é aquela que também maquina o mal contra os justos (Dn 6.5-9). Sabiam que Daniel era um homem de oração, bajularam o rei Dario, elevando-o ao posto de divindade por um mês. O projeto trazia como isca a exaltação e a lealdade ao rei. Mas a intenção era outra. O rei tornou-se refém de seu próprio orgulho e, por conseguinte, de seu próprio decreto. E assim, sentenciaram à morte o homem de confiança do rei.
Além da bajulação, usaram a mentira (v. 7). Atingiram Daniel com essa maniobra em que ele era o alvo e a vítima.
A vida de Daniel prova que um homem pode ser íntegro tanto na adversidade como na prosperidade. Muitos fraquejam quando passam pelo teste da adversidade. Daniel foi integro quando chegou a Babilônia como escravo. Ele resolveu firmemente não se contaminar. Agora ele passa pelo teste da prosperidade. Foi o primeiro ministro da Babilônia e agora e um governador do reino medo-persa. Sua integridade é a mesma. Ele não se deixa seduzir pela fama nem pela riqueza. Ele é um homem absolutamente confiável. A integridade nem sempre nos ajuda a granjear amigos. Gente íntegra é uma ameaça ao sistema de corrupção. Daniel incomodava a equipe de governo de Dario. Um funcionário honesto é uma ameaça para o sistema viciado pela corrupção. Uma jovem que não transige em seu namoro é vista como alguém antiquado. Um comerciante íntegro é uma ameaça para o sistema de propinas.
A vida de Daniel prova que a integridade implica em você fazer o que é certo quando ninguém olha ou mesmo quando todos transigem. Uma pessoa íntegra procura agradar a Deus mais que aos homens. Ela não depende de elogios nem muda sua rota por causa das críticas. Uma pessoa íntegra cumpre com a palavra empenhada e seu aperto de mão vale mais que um contrato. Daniel mantém-se íntegro apesar de haver uma debandada geral no governo de Dario. Ele sabia que sua integridade o tornava impopular diante dos outros líderes, mas sua consciência era cativa ao Senhor e comprometida com a verdade. Os opositores de Daniel odiaram-no não porque ele praticara o mal, mas porque ele praticara o bem. Eles bajularam e se tornaram hipócritas para alcançar o fim que desejavam, a morte de Daniel. Eles agiram em surdina, maquinaram nos bastidores, tramaram na escuridão.
Por ser fiel, você pode ser perseguido com maior rigor. As trevas aborrecem a luz. Os que andam na verdade perturbam os que vivem no engano. O íntegro é uma ameaça aos corruptos.
LOPES. Hernandes Dias. DANIEL Um homem amado no céu. Editora Hagnos. pag. 82-83.
Dn 6.6: “Então estes príncipes e presidentes foram juntos ao rei, e disseram-lhe assim: O rei Dario, vive para sempre!
"... foram juntos ao rei”. O presente versículo, nos lembra o Salmo dois (2), onde o furor das nações se levanta contra o Senhor e contra o seu ungido. O poema representa o mundo organizado contra o Senhor, deliberadamente contra o seu governo. Historicamente, o objeto do ataque dos ímpios era o ungido do Senhor, Davi. (Ver 1 Sm 24.6). Profeticamente falando, era o Messias, Jesus. (Ver At 4.25-27). Porém, quanto ao campo prático da vida, podemos aplicar isso à vida de Daniel, na corte de Babilônia; ele também foi vítima de ataques mortais da disputa ruidosa daqueles que imaginavam coisas vãs, isto é, que se rebelaram contra a fidelidade daquele servo fiel. Eles se “mancomunaram” e juntos compactuaram contra Daniel. Ainda hoje muitos servos de Deus têm sofrido as mesmas injustiças. Só o Deus de Daniel nos pode socorrer destes golpes mortais!
Dn 6.7: “Todos os príncipes do reino, os prefeitos e presidentes, os capitães e governadores, tomaram conselho, a fim de estabelecerem um edito real e fazerem firme este mandamento: que qualquer que, por espaço de trinta dias, fizer uma petição a qualquer deus, ou a qualquer homem, e não a ti, á rei, seja lançado na cova dos leões”.
"... uma petição a qualquer deus... e não a ti”. A sugestão, tomada de maneira falsa, tinha como objetivo envaidecer o ego do rei e dar uma expressão à sua nova autoridade. Tal mostra de lealdade da parte dos seus funcionários civis seria muito bem-vinda, sem dúvida, para aquele que durante sua vida vivia da própria glória. Os antigos Césares arrogavam também para si adoração divina e sob pena de morte que sofreria aquele que se recusasse a adorá-los. O Anticristo invocará também para si essa mesma prática, durante seu sombrio governo, “de sorte que se assentará, como Deus, no templo de Deus, querendo parecer Deus”. (Ver 2 Ts 2.4). O rei Dario, segundo nos parece, assinou aquele edito para beneficiar-se a si mesmo, sem se lembrar de que, por trás disso havia um inocente a ser condenado. Seus vassalos bem o sabiam. E é evidente que o rei só teve conhecimento da tragédia horas depois. Mas, existem pessoas como Herodes: só se arrependem depois. (Ver Mt 14.9 e ss.).
Dn 6.8: “Agora pois, ó rei, confirma o edito e assina a escritura, para que não seja mudada, conforme a lei dos medos e dos pensas, que se não pode revogai
“O rei, confirma o edito e assina a escritura”. O doutor Leon J. Wood, descreve o que segue: “Na qualidade de cristãos, precisamos ficar avisados contra a lisonja. Satanás usa essa ferramenta para realizar o seu trabalho maldoso. A lisonja já causou a queda de muitos dos servos do Senhor. Foram influenciados a fazer coisas que não fariam de outro modo. Isto tem causado sérios problemas para eles mesmos e para o trabalho de Deus como resultado”. A última parte do pedido - para que o rei sancionasse o decreto - seria a segurança de que não poderia ser mudado. Quando os decretos persas e medos eram sancionados e assinados pelo rei, tornavam-se irrevogáveis. Passavam a fazer parte da imutável lei dos medos e dos persas. (Ver Et 1.19; 8.8, etc.). A lisonja fizera a sua obra, e o rei concordou em assinar. Seu orgulho levou-o a ser enganado por aqueles que alegavam querer honrá-lo.
Dn 6.9: “Por esta causa o rei Dario assinou esta escritura e edito”.
“Por esta causa”. O texto em foco, dá continuidade à narrativa. Depois de organizada a conspiração contra o grande servo de Deus, os homens se aproximaram do rei. Vocês leitores são capazes de imaginar como fizeram, elogiando-o exageradamente para fazê-lo crer que realmente desejavam honrá-lo! Depois apresentaram o pedido de forma mentirosa, declarando que todos os presidentes, governadores, príncipes, conselheiros e prefeitos desejavam que o decreto proposto fosse assinado. Mas a justiça divina não falha! O profeta Isaias, assim descreveu em seu livro, capítulo 10.1, 2: “‘Ai dos que decretam leis injustas, e dos escrivães que escrevem perversidade, para prejudicarem os pobres em juízo, e para arrebatarem o direito dos aflitos do meu povo...” Este “ai” vem da parte de Deus e recai sobre aqueles inimigos de Daniel; eles nos versículos que se seguem, foram colhidos por suas próprias armadilhas. (Ver Ec 10.8).
Severino Pedro da Silva. Daniel vercículo por vercículo. Editora CPAD. pag. 112-114.
II - DANIEL, UM HOMEM ÍNTEGRO QUE NÃO TRANSIGIU COM SUA FÉ EM DEUS (Dn 6.10-16)
1. Nenhuma trama política mudaria em Daniel o seu hábito devocional de oração (Dn 6.10).
“Daniel,... três vezes no dia se punha de joelhos, e orava” (6.10). Nenhuma trama política mudaria seu hábito devocional de oração. Daniel soube do decreto do rei, mas não mudou seus hábitos cotidianos. De manhã, abria as janelas do seu quarto, voltadas para Jerusalém, e orava a Deus e pedia pela restauração do seu povo à sua terra. Daniel desde jovem entendeu que sua vida dependia da sua relação com Deus. A oração era o canal inteligente e racional pela qual ele seria guiado em suas decisões pessoais e políticas. A trama política visava neutralizar a voz de oração de Daniel. Em nossos dias, nossos políticos cristãos, comprometidos com o Senhor são desafiados a transigirem do conhecimento da Palavra de Deus para apoiarem decisões contraditórias que ferem frontalmente os princípios morais, éticos e religiosos da fé recebida em Cristo Jesus. Tão logo Daniel soube do edito real não mudou seu hábito de orar a Deus três vezes por dia. Ele não transigiria com sua fé, mesmo que lhe custasse a vida.
“Três vezes por dia faz a sua oração” (6.11). Era tudo o que seus inimigos queriam: encontrar um modo para acusar Daniel diante do rei e roubar-lhe o lugar e a posição de destaque que Daniel tinha para com o Rei. Teria que ser algo que atingisse o rei. Com ousadia, Daniel, mesmo sabendo do decreto do rei, não alterou seus hábitos. Continuou a abrir as janelas do seu quarto de dormir e, três vezes por dia, orava e dava graças a Deus. Não mudou sua postura de oração ao orar de joelhos. Daniel não escondeu nenhum dos seus hábitos.
Elienai Cabral. Integridade Moral e Espiritual. O Legado do Livro de Daniel para a Igreja Hoje. Editora CPAD. pag. 93-94.
Dn 6.10 Daniel, pois, quando soube que a escritura estava assinada. Entrega o Teu Fardo ao Senhor. Daniel tinha por costume orar três vezes ao dia, e parte de seu ritual era recolher-se em seu pequeno quarto especial de oração, abrir as janelas na direção de Jerusalém, sua terra natal e sede de Yahweh, ajoelhar-se e orar. Parte de suas orações consistia em ações de graças. Assim, estando agora ameaçado, ele continuou suas práticas, que eram bem conhecidas. Agora, porém, o homem era vigiado, com o objetivo de constatar se ele interrom peria seus costumes de fé religiosa durante aquele período crítico de 30 dias. Mas Daniel não interrompeu sua prática, pelo que foi facilmente descoberto e acusado. Cf. isso com o quarto construído para Eliseu pela m ulher sunamita (ver II Reis 4.10).
Essas câmaras eram edificadas no eirado plano das casas, provendo um lugar fresco e recluso para que ali o proprietário se ocupasse da adoração, oração e meditação. Cf. Isa. 2.1; Sal. 102.7; I Reis 17.19; II Reis 1.2; Juí. 8.5; Atos 1.13; 9.36,39. Daniel gostava de orar diante da janela aberta, enviando suas orações na direção de onde estivera o templo de Jerusalém . Da mesma forma Sara, em Tobias 3.11, orava defronte da janela aberta de sua casa, Berakhoth 4.1 menciona os três períodos de oração, e o costume se generalizou no judaísm o posterior.
O trecho de Eze. 8.16 menciona o costume de orar na direção do Oriente, a câm ara do sol nascente, mediante o qual toda vida terrena é sustentada.
... se punha de joelhos. Esta é uma das posturas comuns na oração, embora orar de pé parecesse ser a mais comum. Quando alguém ora de pé, tem mais energia para orar e não dorme. Mas ajoelhar em oração indica humildade e súplica intensa. Cf. I Reis 8.54; II Crô. 6.13; Esd. 9.5; Luc. 22.41; Atos 9.40; 20.36; 21.5. Quanto à posição de pé na oração, ver Mat. 6.5 e Mar. 11.25.
Diante do seu Deus. É precisamente neste ponto que encontramos o “crim e” de Daniel. Ele tinha desobedecido à ímpia regra dos 30 dias, e logo estaria à mercê dos leões sem m isericórdia.
Vemos pois o idoso homem Daniel, agora com mais de 80 anos, perseverando até o fim em suas práticas piedosas, a despeito das perseguições que lhe ameaçavam a vida.
CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 3398-3399.
Daniel não muda sua agenda ao saber que estava sentenciado à morte. Ele foi perseguido não por ser corrupto, mas por ser íntegro. Tramaram contra ele para afastá-lo do poder.
Dario caiu na armadilha da bajulação e se tornou refém de suas próprias leis. Daniel, seu homem de maior confiança, foi sentenciado à cova dos leões por causa de sua irretocável integridade. Daniel não foge nem transige, mas continua orando ao Senhor como costumava fazer (v. 10). As circunstâncias mudaram, mas não Daniel.
Aprendeu a ser íntegro na mocidade e jamais mudou sua rota. Mesmo ancião, prefere a morte a transigir com sua consciência.
Estou de acordo com a afirmação de Olyott: “A verdadeira cova dos leões de Daniel foi seu quarto”. Ali foi seu Getsêmani, em que certamente foi tentado. Ele sabia que poderia ser destroçado pelos leões. O diabo prefere que preservemos nossas vidas e percamos nosso testemunho. Certamente, ele deve ter sido tentado a transigir ao se ajoelhar para orar: “Por que não facilitar as coisas? Veja a posição de privilégios de que goza. Pense na influência que continuará exercendo se transigir só nesse ponto. Assegure seu futuro. Não ore a Deus em publico apenas durante este mês. Ore secretamente em seu coração, se quiser, mas por que fazê-lo como sempre fez? Certamente, você será notado e perderá tudo, inclusive a vida”. Daniel foi denunciado, preso e jogado na cova dos leões. Sua integridade não o livrou da inveja, fúria, astúcia e perseguição dos corruptos. Mas Deus o sustentou em seu quarto de oração e fechou a boca dos leões na cova da morte. Mesmo que você morra por causa de sua integridade, você ainda é bem-aventurado porque felizes são aqueles que sofrem por causa da justiça! Daniel enfrenta a conspiração de seus inimigos não com armas carnais, mas com oração (Dn 6.10,11). Dario assina uma sentença irrevogável, pois a lei é maior do que o rei. Dario caiu na arapuca da lei e da ordem. Não havia motivo para acusar Daniel, então arranjaram um. Ao fim, os culpados seriam os inocentes e Daniel seria morto pelas mãos do próprio rei, um inocente. O destino de Daniel estava lavrado. Sua sentença de morte foi assinada.
Como Daniel enfrentou aquela situação humanamente irreversível? Ele orou. Como ele orou? Do mesmo jeito que sempre orara. Não mudou a postura, nem o lugar, nem o conteúdo da oração. Vejamos algumas marcas de sua oração: em primeiro lugar, sua oração foi constante. Daniel tinha o hábito de orar. Ele não suspendeu sua prática de oração quando foi informado de que as circunstâncias eram desfavoráveis a ele. As circunstâncias mudaram, mas Daniel não.
Em segundo lugar, sua oração foi regular. Daniel ora três vezes ao dia (SI 55.17). Ele não se escondeu nem diminuiu seu ritmo de oração. Se não agendarmos nossa vida de oração, não orarmos. Tudo aquilo que é importante para nós deve estar em nossa agenda.
Em terceiro lugar, sua oração foi confiante. Ele orava com a janela aberta para as bandas de Jerusalém. Ele acreditava na promessa de 1 Reis 8.46-49, quando o templo foi consagrado. Ele orou com fé. Ele sabia que Deus podia intervir. Ele já tivera experiências com Deus.
Em quarto lugar, sua oração foi corajosa. Ele abre a janela como costumava fazer. Ele não se preocupa em fechar a janela. Ele sabe que é Deus quem nos livra. Dele vem nosso socorro.
Em quinto lugar, sua oração foi cheia de gratidão.
Daniel está sentenciado à morte, mas agradece a Deus em sua oração.
Finalmente, sua oração foi cheia de intensidade. Daniel não apenas orou e deu graças, ele também fez súplicas. Ele pôs toda a intensidade de sua alma em seu clamor a Deus. Súplica é oração com forte grau de intensidade.
LOPES. Hernandes Dias. DANIEL Um homem amado no céu. Editora Hagnos. pag. 84-86.
Dn 6.10: “Daniel, pois, quando soube que a escritura estava assinada, entrou em sua casa (ora havia no seu quarto janelas abertas da banda de Jerusalém), e três vezes no dia se punha de joelhos, e orava, e dava graças, diante de seu Deus, como também antes costumava fazei*’.
“... três vezes ao dia se punha de joelhos, e orava”. O versículo nos dá interessante evidência a respeito da oração no período bíblico posterior ao cativeiro, e ao mesmo templo o cumprimento das palavras de Salomão em 1 Rs 8.46-49a, que diz: “Quando pecarem contra ti (pois não há homem que não peque), e tu te indignares contra eles, e os entregares nas mãos do inimigo, para que os que os cativarem os levem em cativeiro à terra do inimigo, quer longe ou perto esteja; e na terra aonde forem levados em cativeiro tornarem em si, e se converterem, e na terra do seu cativeiro te suplicarem, dizendo: Pecamos, e perversamente obramos, e cometemos iniqüidade; e se converterem a ti com todo o seu coração e com toda a sua alma, na terra de seus Inimigos que os levaram em cativeiro, e orarem a ti para a banda da sua terra que deste a seus pais, para esta cidade que elegeste, e para esta casa que edifiquei ao teu nome, ouve então dos céus...” Daniel, o grande servo de Deus, foi inspirado nesta oração de Salomão e, a exemplo do salmista, orava de manhã, ao meio-dia e à tarde. Isto é, 9:00hs, 12:00hs, 15:00hs, respectivamente. (Ver SI 55.17).
Severino Pedro da Silva. Daniel vercículo por vercículo. Editora CPAD. pag. 114.
2. A momentânea vitória dos conspiradores.
(6.12-14) Nestes versículos está escrito que aqueles homens acharam Daniel orando a Deus. Imediatamente, se apresentaram diante do Rei e fizeram a acusação contra o homem de maior confiança de Dario e exigiram que o decreto fosse cumprido e Daniel sofresse a pena na cova dos leões.
(6.14) O Rei se entristeceu por causa de Daniel e descobriu que ele fora alvo da trama dos outros príncipes. Daniel era seu conselheiro fiel, e perde-lo seria uma tragédia para o seu reino. Esforçou-se ao máximo para não cumprir o decreto e livrar Daniel da cova dos leões, mas foi pressionado por aqueles homens e teve que cumprir a pena.
Elienai Cabral. Integridade Moral e Espiritual. O Legado do Livro de Daniel para a Igreja Hoje. Editora CPAD. pag. 94.
Dn 6.11 Então aqueles homens foram juntos. Como leões, aqueles homens estavam de emboscada, prontos a golpear o idoso homem assim que ele mostrasse que não desistiria de suas práticas religiosas, nem mesmo por 30 dias. Eles continuaram a observá-lo — e realmente ali estava ele, oferecendo suas abomináveis orações. Os leões o atacaram, contando com várias testemunhas do “crime”. Os pecados geralmente são com etidos em segredo, e por isso os culpados não são detectados. Mas Daniel praticara seu “pecado" abertamente e logo foi apanhado com a mão na massa.
Dn 6.12 O traiçoeiros governantes tinham o homem nas mãos. Conseguiram provas de suas acusações. Triunfantes, eles correram para contar ao rei a ousada infração de Daniel contra a lei real que não podia ser mudada nem retirada (vs. 8). O rei precisou concordar que o decreto se tornara oficial e não podia ser alterado, uma repetição do vs. 15. O rei foi apanhado (contra a própria vontade) por seu decreto, tal como a filha de Herodias conseguiu apanhar Herodes (ver Mat. 14.3).
Essa foi uma maneira crua mas eficaz de negociar. “Nabucodonosor estava acima da lei, mas Dario, o medo, tinha de obedecer às leis dos medos e persas. Isso ficou subentendido no contraste entre o ouro e a prata, na imagem do sonho de Nabucodonosor (ver Dan. 2.32,39)” (J. Dwight Pentecost, in loc.).
Dn 6.13 Então responderam, e disseram ao rei. A acusação assacada contra Daniel foi traição. Ele teria ignorado deliberadamente o ímpio decreto e continuado com suas orações três vezes ao dia. Ele sabia que uma lei oficial e temporária tinha sido assinada, mas desobedeceu abertamente. Além disso, ele era um daqueles desprezíveis “estrangeiros" (um humilde cativo de Judá) em quem ninguém podia confiar, conforme agora era comprovado. Cf. o preconceito contra os estrangeiros, em Dan. 2.25 e 5.13. “Ali estava um estrangeiro que tinha recebido os maiores favores por parte da corte, mostrando-se antagônico às leis do reino!" (Ellicott, in loc.). “... um cativo judeu, dentre todos os povos o mais odioso...” (John Gill, in loc).
Dn 6.14 Tendo ouvido o rei estas cousas. O rei tinha sido iludido e agora ficara “penalizado” por ter-se permitido cair em tão ridícula situação. Ele era esperto o bastante para reconhecer a razão real de ter sido tratado como um deus por um mês. A exaltação ao rei não era sincera, mas objetivava a derrubada de Daniel.
Tinha sido apenas um daqueles jogos doentios que os políticos geralmente jogam.
O rei insensato não era mais que um animal que fora apanhado na rede por caçadores maliciosos. O rei saiu totalm ente humilhado do episódio. Para seu crédito, Dario tentou, até o pôr-do-sol, livrar-se da rede, livrando também Daniel. “Ele resolveu salvar Daniel. Ficou trabalhando até o ocaso imaginando como poderia salvá-lo” (NCV). Mas todo esforço foi inútii por causa da teoria de que a lei dos medos e persas nunca muda. Caros leitores, esse incidente se parece com os dogmas de algumas pessoas. De fato, há pessoas que passam a vida toda sem mudar de mentalidade sobre coisa alguma. Porém, a verdade é que não existe crescimento sem que haja mudanças.
Dn 6.15 Então aqueles homens foram juntos ao rei. Aqueles réprobos novamente foram lembrar ao rei a natureza imutável das leis dos medos e dos persas (o que já fora dito nos vss. 8 e 12). Isso pôs fim aos esforços do rei por livrar tanto a si mesmo como a Daniel da maliciosa situação. Este versículo enfatiza a impotência do homem perante o mal, a menos que alguma intervenção divina o livre. O texto também ilustra que algumas leis são injustas, sendo também verdade que homens injustos ditam leis visando seu próprio benefício. Portanto, quando alguém diz “Assim determina a lei”, essa pessoa não está emitindo necessariamente um julgamento moral. Além disso, é melhor obedecer a Deus do que às leis dos homens, quando essas leis entram em conflito com a verdadeira avaliação do que é justo (ver Atos 5.29).
CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 3399.
Dn 6.11: “Então aqueles homens foram juntos, acharam a Daniel orando e suplicando diante do seu Deus”.
“Acharam a Daniel orando”. O presente texto e outros correlatos abordam um tema muito vasto nas Escrituras. A oração! Ela é vista por toda a extensão da Bíblia, tanto no Antigo como no Novo Testamento. “Quem quer que levante problemas difíceis só obterá resposta após uma luta longa e sincera com o Criador, quando, simultaneamente, deixará de questionar”. A oração é a primeira providência a tornar. Neste caso a Bíblia defende a tese a respeito da questão mais delicada: - Como é possível que um homem, embora íntegro, possa sofrer e só vencer orando? Mas na Bíblia, esta questão é apresentada como sendo da vontade de Deus, pois através deste método, Ele também mostra seu grande amor, tanto a seus filhos como a seus inimigos. O Senhor Jesus neste campo é o divino modelo: Ele entrou no mundo orando, viveu orando, e morreu orando. (Ver Lc 23.46; Hb 5.7; 10.5-7).
Dn 6.12: “Então se apresentaram, e disseram ao rei: No tocante ao mandamento real, porventura não assinaste o edito pelo qual todo o homem que fizesse uma petição a qualquer deus, ou a qualquer homem, por espaço de trinta dias, e não a ti, é rei, seria lançado na cova dos leões? Respondeu o rei, e disse: Esta palavra é certa, conforme a lei dos medos e dos persas, que se não pode revogar.
O presente versículo abrange uma série de fatores discutidos pelos inimigos de Daniel. No versículo anterior, os presidentes e príncipes que estavam por trás desse sombrio esquema foram observar a liberdade de Daniel para com seu Deus. Paulo, cerca de 595 anos depois, fala em seus escritos de falsos “irmãos”, e salienta: “E isto por causa dos falsos irmãos que se tinham entremetido, e secretamente entraram a espiar a nossa liberdade, que temos em Cristo Jesus, para nos porem em servidão” (G1 2.4). Na verdade, o próprio Satanás é chamado de o grande “acusador dos irmãos” (Ap 12.10). Ele é assim chamado devido à sua oposição a Deus e aos homens. Os cristãos precisam tomar muito cuidado para que o Diabo não tenha motivos reais de acusação. Seja como for, o homem acusador de seus irmãos está sendo um agente de Satanás e, por essa razão, põe por terra o valor do sangue de Jesus Cristo, nosso Senhor. (Ver 1 Jo 1.7 e ss.).
Dn 6.13: “Então responderam e disseram diante do rei: Daniel que é dos transportados de Judá, não tem feito caso de ti, é rei, nem do edito que assinaste, antes três vezes por dia faz a sua oração”.
“Não tem feito caso de tf’. Observamos neste versículo o mesmo espírito malicioso que existia no grupo que acusou Sadraque, Mesaque e Abdenego; eles disseram também a Nabucodonosor: “Há uns homens judeus, que tu constituíste sobre os negócios da província de Babilônia: Sadraque, Mesaque, Abdenego: estes homens, ó rei, não fizeram caso de ti; a teus deuses não servem, nem à estátua de ouro, que levantaste, adoram” (cap. 3.12). Certamente a coragem de Daniel é um desafio para todos nós. Ele estava pronto a colocar os interesses de Deus em primeiro lugar e a sua própria segurança em segundo. Por amor do seu testemunho, estava pronto a enfrentar a cova dos leões famintos. Paulo foi também um crente abnegado no serviço do mestre, chegou até dizer: "... estou pronto...” (Rm 1.15). O verdadeiro cristão está sempre pronto, pois não é mais ele que vive, mas Crista é que “vive” em sua vida.
Dn 6.14: “Ouvindo então o rei o negócio, ficou muito penalizado, e a favor de Daniel propôs dentro do seu coração livrá-lo, e até o pôr-do-sol trabalhou por o salvai*’.
“E até o pôr-do-sol trabalhou por o salvai. O versículo em foco diz que o rei, ao ouvir que Daniel tinha caído na armadilha, “ficou muito penalizado”. Isso, sem dúvida, pelo motivo de ser aquela lei por ele assinada irrevogável. Montgomery cita um exemplo no reinado de Dario III (336- 331 a.C.), em que este rei condenou à morte um homem que sabia ser inocente: “Imediatamente ele se arrependeu e se lastimou por ter errado grandemente; mas não era possível anular o que havia sido feito com autoridade real”. O texto em foco diz que o rei tentou salvar Daniel. Aqui se cumprem as palavras proféticas ditas por Daniel na interpretação do sonho do rei, descrita no capítulo dois deste livro. Isto é, o reino agora é de “prata” e não de “ouro”, O monarca Nabucodonosor matava a quem queria e conservava em vida a quem queria (Dn 2.38 e 5.19), coisa que Dario não podia fazer, pois era apenas representante do reino de “prata”.
Dn 6.15: “Então aqueles homens foram juntos ao rei, e disseram ao rei: Sabe, ã rei, que é uma lei dos medos e dos persas que nenhum edito ou ordenança, que o rei determine, se pode mudar”.
O presente texto mostra como os tiranos inimigos não permitiam ao rei ganhar tempo. A sentença que eles queriam tinha de ser pronunciada ali mesmo. A lei decretada pelo monarca medo era de caráter irrevogável, e aqueles servos maus, aproveitando-se da armadilha em que o rei caíra prevaleciam-se da própria honra do rei, sempre juntos, dizendo: “Sabe ó rei, que uma lei dos medos e dos persas...” Diante de tal oposição daqueles ministros, o rei só tinha um dos caminhos a seguir: ou transgredir a lei ou permitir que Daniel fosse lançado na cova dos leões. Ele optou pelo segundo caminho, ainda que contrário à vontade de Deus e à sua, mas é evidente que o falso decreto, para condenar o justo Daniel, passou por falta de vigilância da parte do monarca. (Ver 1 Pe 5.8).
Severino Pedro da Silva. Daniel vercículo por vercículo. Editora CPAD. pag. 114-117.
Daniel não foi poupado dos problemas, mas nos problemas (Dn 6.11-17). Seus inimigos agiram com maldade, orquestrando e tramando nos bastidores. Nesse processo, quatro coisas acontecem: em primeiro lugar, a descoberta (Dn 6.11). Os orquestradores contra Daniel encontraram-no orando. Era tudo que eles precisavam para levar adiante o plano de matá-lo. Em segundo lugar, a informação (Dn 6.12-15). A informação estava cheia de veneno: 1) acentuava o preconceito, falando de Daniel como um exilado, mesmo depois de setenta anos de integridade como o homem mais importante do governo; 2) acrescentava uma informação falsa, afirmando que Daniel não fazia caso do rei; e 3) ressaltava que tanto Daniel como o rei foram vítimas de uma trama.
LOPES. Hernandes Dias. DANIEL Um homem amado no céu. Editora Hagnos. pag. 86.
3. Preservando a integridade (Dn 6.18-22).
Dn 6.18 Então o rei se dirigiu para o seu palácio. O pobre rei Dario ficou extrem am ente desanim ado. Ele perdeu o apetite e nada com eu. Talvez ele estivesse ocupado em um je ju m religioso, m ediante o qual esperava salvar Daniel “de algum a m aneira” . Naquela noite ele não quis que houvesse a m úsica, a dança e os entretenim entos que faziam parte regular das “noites do rei”. Ele não dorm iu, e suponho que ele m uito orou ao Deus dos judeus, a despeito do decreto restringidor. Sem dúvida o rei não estava confiando em si m esm o naquela noite. Este versículo com bina adm iravelm ente com a experiência hum ana. Há tem pos em que as coisas saem de nosso controle, e som ente Deus pode fazer algum a diferença. Mas existe um a profunda agitação “lá fora”, pois as pessoas são envolvidas por situações im possíveis e não têm fé suficiente para livrar-se delas,
Esconder-m e-ei na Rocha fendida,
Até passarem as tempestades da vida;
Segura nesse bendito refúgio,
Não dando atenção à explosão m ais feroz.
(Mary D. James)
Dn 6.19 Pela manhã, ao romper do dia. O rei agitou-se e rolou em seu leito real a noite inteira, em meio a uma ansiedade nada real. Assim que o sol surgiu no horizonte, ele foi com coração pesado dar uma olhada na miserável cova dos leões. Ele tem ia olhar para dentro da cova. Talvez só houvesse ossos e pedaços do profeta Daniel. Porém, em seu desespero, ele correu para a cova. Som os lembrados de com o certas mulheres, e então um grupo de discípulos, correram para o túm ulo de Jesus, pois se espalhara a notícia de que ele tinha escapado daquele lugar miserável por meio de um milagre (ver João 20.4).
“Elevados oficiais, nos países do Oriente, moviam-se com pom posa lentidão, como sinal de sua dignidade. Se alguém era um a grande figura, não precisava andar com pressa. P ortanto, a pressa, por parte do rei, foi um elem ento do efeito dram ático deste relato” (A rthur Jeffery, in loc.). “Dario esperava... que o idoso estadista teria sido salvo por Deus, a quem servia (ver Dan. 3.17; 6.16)” (J. Dwight Pentecost, in loc.).
Dn 6.20 Chegando-se ele à cova, chamou por Daniel com voz triste. Chegando à cova, o rei era um destroço nervoso e, com voz chorosa, lam entável de ser ouvida, ele gritou pelo buraco, na esperança de que um homem vivo ouvisse e respondesse. O rei estava todo entusiasm ado com a idéia de que o Deus vivo e verdadeiro dos judeus, sobre o qual ele tinha ouvido, realm ente teria algum poder, a ponto de reverter a m iserável situação de Daniel. Daniel tinha servido bem esse Deus e estava disposto a ser um mártir, para evitar tornar-se um apostatado. Talvez por essa razão, Deus tivesse baixado Sua mão poderosa e fechado a boca dos leões. Por isso o rei perguntou: “Estás vivo, Daniei? Teu Deus fez algum grande feito em teu favor? Grita de volta se puderes!". "Teu Deus, a quem sem pre tens adorado, te salvou dos leões?” (NCV).
Dn 6.21 Então Daniel falou ao rei: Ó rei, vive para sempre! Para profunda adm iração do rei, uma voz saudávei e forte, a voz do próprio Daniel, respondeu. Ficam os sem pre surpresos quando Deus faz outro feito em nosso favor, que ultrapassa tudo quanto poderíam os fazer por nós mesmos. De fato, continuamos a ser surpreendidos, sem importar quantas vezes isso volte a acontecer.
Portanto, Senhor, continua enviando surpresas. Um homem tem de crer em tudo quanto vem de Deus, pois é Dele que os m ilagres provêm. Sempre é melhor crer de mais do que crer de menos. Oh! Senhor, concede-nos tal graça! Adem ais, tudo quanto temos a fazer é p e d ir.“... foi algo tão grande, que encheu o rei de admiração. A coisa foi realm ente extraordinária e adm irável" (John Gill, in loc.).
Daniel introduziu o que tinha a dizer acerca de sua libertação com uma típica saudação segundo a cortesia da corte: “Ó rei, vive para sem pre”.
CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 3399-3400.
O livramento (Dn 6.18-23). Você não pode evitar que os homens maus tramem contra você, mas você pode orar, e Deus pode frustrar o propósito dos ímpios. Os perversos não contavam com a intervenção de Deus, com o livramento do anjo do Senhor. Stuart Olyott narra essa situação da seguinte maneira: Naquela noite, Satanás não incomodou Daniel, porque este lhe havia resistido. Daniel teve a com panhia do Senhor Jesus Cristo! O anjo do Senhor que gu iou Jacó do início ao fim de sua longa vida, o anjo que andou com Sadraque, Mesaque e Abednego na forn alha de fogo - esse mesmo anjo abençoou Daniel, ficando ao seu lado durante aquela noite. A quele que, anos depois, mostraria Sua autoridade sobre os ventos e as ondas do mar, naquela noite demonstrou Sua autoridade sobre os leões ao restringir todos seus instintos naturais, a fim de não matarem brutalm ente a vítima que lhes fora apresentada!
LOPES. Hernandes Dias. DANIEL Um homem amado no céu. Editora Hagnos. pag. 86-87.
Dn 6.18: “Então o rei dirigiu-se para o seu palácio, e passou a noite em jejum, e não deixou trazer à sua presença instrumentos de música; e fugiu dele o sono”.
O texto em foco nos mostra quão grande é a segurança daquele que habita no esconderijo do Altíssimo, como bem descreve o salmista, no Salmo 91.1 e ss. Daniel, na cova dos leões famintos, estava mais sossegado do que o rei no palácio real. Assuero não dormiu uma noite e nela descobriu a dignidade e a nobreza de Mardoqueu, um judeu cativo (Et cap. 6). Para o servo fiel a seu Deus, sua confiança jamais será abalada por coisa alguma. Ainda que lhe seja necessário morrer por Cristo, ele permanece firme em seu propósito. (Ver At 7.55 a 60). João Evangelista foi deportado para a ilha de Patmos, só porque deu seu testemunho de que Jesus Cristo era o Filho de Deus; ali teve visões sublimes da glória de Cristo e das venturas eternas. Daniel também permaneceu firme e, como recompensa, teve a companhia dos anjos (Hb 11.33).
6.19: “Epela manhã cedo se levantou, e foi com pressa à cova dos leões”.
“E foi com pressa á cova...” O monarca medo, não conseguindo dormir aquela noite, levantou-se muito cedo e, com grande pesar na sua alma, foi à referida cova, onde, num estado de tranqüilidade, encontrava-se Daniel! O rei era possuidor, não de uma culpa simulada, mas sim, de uma culpa real. Um olhar introspectivo e retrospectivo colocou-o a par destas razões, que provocavam a intranqüilidade mental. No entanto, tais observações não são conseguidas facilmente. O homem tem a tendência de fugir da realidade a seu respeito. A declaração bíblica sobre isso é: “Os homens amaram mais as trevas do que a luz; porque as suas obras eram más. Porque todo aquele que faz o mal aborrece a luz...” (Ver Jo 3.19,20). Dn 6.20: “E, chegando-se à cova, chamou por Daniel com voz triste; e, falando o rei, disse: - Daniel, servo de Deus vivo! dar-se-ia o caso que o teu Deus, a quem tu continuamente serves, tenha podido livrar-te dos leões?
“Daniel, servo do Deus vivo. O profeta Jeremias, diz que o nosso Deus “é o Deus vivo e o rei eterno” (Jr 10.10). O fato da existência de Deus era tão natural, que não temos na Antiguidade remota nenhum vestígio de especulações sobre a origem ou o destino de Deus, embora a teologia ocupasse um lugar considerável nas crenças dos antigos povos. Assim, como a vida é uma realidade misteriosa que apenas se pode constatar e que ninguém sonha contestar, assim Deus é uma realidade que se impõe. Desde que Ele aparece nas primeiras páginas da Bíblia e da História, já aparece como um Deus grande e soberano, por ser um Deus vivo. Assim sendo, a expressão “Deus vivo” possui um caráter teológico menos contestado que outras afirmações que são dedicadas à sua existência. E “porque Deus é vivo, podemos falar dele como um ser vivo; mas também, porque dele falamos como de um ser vivo, não deixamos nunca de lembrar que Ele está vivo”.
Dn 6.21: “Então Daniel falou ao rei: O rei, vive para sempre!
"... vive para sempre.1”. A resposta de Daniel funciona como resposta à pergunta do rei que também se refere ao Deus vivo. (Ver Dt 5.26; Js 3.10; Jr 10.10; Mt 16.16; 1 Tm 3.15; Ap 7.2; 10.6, etc.). A resposta em foco é uma prova de que Deus realmente vive, e foi capaz de socorrê-lo. A eternidade de Deus é duração sem princípio e sem fim: é existência sem intermediação, sem limites ou dimensões; é um presente com ausência de limitações; em qualquer tempo Deus é vivo, sem passado ou futuro quanto á medição de sua vida. Sua eternidade é juventude sem infância ou velhice: vida sem nascimento ou morte; é hoje, sem o ontem ou o amanhã. A eternidade de Deus é, sem dúvida alguma, um sempiterno presente; Ele há de permanecer para sempre em majestade, e isolamento em si mesmo. Ele é sempre o mesmo quanto ao tempo e à importância. Ele vive para sempre. Não morre jamais!Severino Pedro da Silva. Daniel vercículo por vercículo. Editora CPAD. pag. 118-120.
fonte www.mauricioberwaldoficial.blogspot.com
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