Lições Bíblicas CPAD 3º Trimestre de 2001
Título: Hebreus — “... os quais ministram em
figura e sombra das coisas celestes”
Comentarista: Elinaldo Renovato
Lição
3: Cristo,
superior a Moisés
Data: 15 de Julho de 2001
TEXTO ÁUREO
“Porque ele é
tido por digno de tanto maior glória do que Moisés, quanto maior honra do que a
casa tem aquele que a edificou” (Hb 3.3).
VERDADE PRÁTICA
Se conservarmos firmes nossa fé e confiança em Cristo Jesus, Ele
será sempre o nosso fiel Sumo Sacerdote perante Deus.
LEITURA DIÁRIA
Segunda -
Sl 103.7
A
revelação de Deus a Moisés
Terça - Sl
77.30
Moisés, o
líder provido por Deus
Quarta -
Êx 2.11,12
Moisés
falhou ao agir segundo a carne
Quinta -
Dt 32.1-43
O canto de
Moisés
Sexta - Sl
105.26
Moisés,
servo do Senhor
Sábado -
Js 1.1-7
Moisés
reconhecido
LEITURA BÍBLICA EM
CLASSE
Hebreus
3.1-8,12,14.
1 - Pelo que, irmãos santos,
participantes da vocação celestial, considerai a Jesus Cristo, apóstolo e sumo
sacerdote da nossa confissão,
2 - sendo fiel ao que o constituiu,
como também o foi Moisés em toda a sua casa.
3 - Porque ele é tido por digno de
tanto maior glória do que Moisés, quanto maior honra do que a casa tem aquele
que a edificou.
4 - Porque toda casa é edificada por
alguém, mas o que edificou todas as coisas é Deus.
5 - E, na verdade, Moisés foi fiel em
toda a sua casa, como servo, para testemunho das coisas que se haviam de
anunciar;
6 - Mas Cristo, como Filho, sobre a
sua própria casa; a qual casa somos nós, se tão somente conservarmos firme a
confiança e a glória da esperança até ao fim.
7 - Portanto, como diz o Espírito
Santo, se ouvirdes hoje a sua voz,
8 - Não endureçais o vosso coração,
como na provocação, no dia da tentação no deserto.
12 - Vede, irmãos, que nunca haja em
qualquer de vós um coração mal e infiel, para se apartar do Deus vivo.
14 - Porque nos tornamos participantes
de Cristo, se retivermos firmemente o princípio da nossa confiança até o fim.
PONTO DE CONTATO
Você já resistiu à voz do Espírito Santo alguma vez na em sua
vida?
Resistir à voz de Deus tem sido a prática de muitos em nosso
meio, que semelhantemente aos hebreus no deserto, tornaram-se insensíveis e
desobedientes aos preceitos do Todo-Poderoso: habituaram-se com as bênçãos, sem
contudo, reverenciar, obedecer e servir ao Doador e Provedor de todos os
benefícios. Ouvir a voz de Deus e abster-se do mal são procedimentos de um
coração bom e fiel. O Senhor está sempre pronto para agraciar seu povo com o
suficiente “maná diário”, garantindo sobrevivência e crescimento espiritual.
Podemos estar certos de que não pereceremos no “deserto desta
vida”; nossa jornada culminará na prometida Canaã celestial.
OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
·
Considerar Cristo como nosso Sumo Sacerdote.
·
Reconhecer a superioridade de Jesus sobre Moisés.
·
Decidir não endurecer o coração ao ouvir a voz de Deus.
·
Destacar a importância de ser um participante de Cristo.
SÍNTESE TEXTUAL
Os crentes destinatários da epístola, são chamados de “santos”,
e devem, por serem participantes da “vocação celestial”, considerar Jesus não
apenas como apóstolo (um enviado de Deus), mas também Sumo Sacerdote, ao qual
devem confessar suas dificuldades. Se Moisés foi fiel em seu ministério, Jesus
muito mais, pois foi o autor, não somente do ministério, mas também da família
de Moisés. O Grande Libertador dos hebreus, por ser homem, não pôde ser
perfeito. Entretanto, Jesus deu-nos o exemplo de irrefutável perfeição.
O sacro escritor relembra a seus leitores que o povo de Israel
peregrinara no deserto por muitos anos, por não ter ouvido a voz de Deus
através de Moisés, e roga-os que não ajam da mesma forma, endurecendo seus
corações às ordens divinas.
ORIENTAÇÃO DIDÁTICA
Divida a turma em dois grupos. O primeiro, deverá listar as
semelhanças entre Moisés e Cristo. O segundo relacionará as diferenças. Ao cabo
desta parte da tarefa, solicite voluntários para destacarem os aspectos da
superioridade de Cristo sobre Moisés. Dê a eles dez minutos para o cumprimento
desta atividade.
Exemplos de semelhanças:
• Moisés livrou o povo da
escravidão do Egito;
• Jesus livrou o homem da
escravidão do pecado.
• Moisés foi o intermediário entre
Deus e o povo;
• Jesus é o mediador entre Deus e o
homem.
• Moisés instituiu o sistema
levítico;
• Jesus inaugurou o sistema da
graça.
Exemplos de diferenças:
• Cristo é Deus; Moisés apenas
conhecia a Deus.
• Cristo é Filho de Deus; Moisés
foi apenas servo.
• Cristo estabeleceu a “casa” da
qual Moisés era apenas uma parte (3.3).
COMENTÁRIO
introdução
Nesta lição, somos exortados a considerar Jesus Cristo como
“Sumo Sacerdote da nossa confissão”. Os israelitas tinham grande respeito aos
profetas e sacerdotes da antiga aliança, destacando-se entre eles Moisés e
Arão. Na Nova Aliança, Jesus é superior a todos eles, pois encarnou-se tomando
a forma humana, ou seja, tornou-se o Emanuel, “Deus entre nós”, concedendo a
gloriosa e eterna salvação para todos os que nEle crêem.
I. CONVOCAÇÃO
DOS SANTOS À ADORAÇÃO A CRISTO (v.1)
1. “Irmãos santos”. A palavra
santo vem do latim, sanctu, que,
originalmente, quer dizer aquele ou aquilo que “era estabelecido segundo a
lei”, passando depois a significar aquele ou aquilo “que se tornou sagrado”. No
Antigo Testamento, a palavra hebraica para santo é qodesh e seus derivados, que significam santo,
santificado, santificar, separar, pôr à parte. No Novo Testamento, a palavra
“santo”, no grego hagios, tem
sentido semelhante ao da língua hebraica; santos, segundo o ensino bíblico, são
somente aqueles que têm comunhão com Deus e com seu Filho, Jesus. Estes são
convocados para adorarem a Cristo, separados do mundo.
2. “Participantes da vocação celestial”. Os santos que vivem aqui na terra não são
apenas os mártires, ou os que fizeram algum milagre, como ensina o Catolicismo.
Os santos são pessoas de carne e osso, “participantes da vocação celestial”,
por aceitarem a Cristo como seu Salvador ao ouvirem o seu convite através do
evangelho.
3. Cristo, Apóstolo e Sumo Sacerdote. Os santos são convocados para considerar
“Jesus, apóstolo e Sumo Sacerdote da nossa confissão”. Ele foi, de fato, o
Apóstolo por excelência. Jesus foi enviado por Deus ao mundo, “não para que
condenasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por Ele” (Jo 3.17).
No Antigo Testamento, os sacerdotes intercediam pelo povo, tendo
que oferecer, por todos os pecantes, sacrifícios com sangue de animais, que
apenas encobriam o pecado. Na Nova Aliança, Jesus é o Sumo Sacerdote perfeito,
pois ofereceu o seu próprio sangue para nos salvar e nos apresentar a Deus com
a nossa confissão.
II. MAIOR
GLÓRIA DO QUE MOISÉS
1. Moisés, fiel como servo (v.5). Moisés foi fiel em sua casa, como acentua o
escritor, na condição de servo, sendo o mensageiro que testemunhou das “coisas
que haviam de vir”. Ele foi o porta-voz de Deus ao receber as tábuas da Lei no
Sinai, transmitindo, com fidelidade, a palavra que de Deus ouviu no monte. Ele
nada alterou do que recebeu do Senhor. Foi servo em sua casa, no âmbito do que
lhe foi confiado, e desincumbiu-se muito bem de sua tarefa na “casa” de Deus.
Por isso, foi considerado um modelo entre os homens (cf. Jr 15.1).
2. Jesus, fiel sobre sua própria casa (v.6). Jesus foi superior a Moisés. Este foi servo.
Aquele é o Filho, o Sumo Sacerdote constituído por Deus, posição que não foi
confiada a mais ninguém. Moisés, mesmo sendo fiel como homem, não foi perfeito.
Falhou em algum momento. No episódio em que Deus mandou que ele falasse à rocha
pela segunda vez, descontrolou-se emocionalmente e feriu-a, ao invés de falar
(Nm 20.11). Jesus, no entanto, nunca falhou. “Em tudo foi tentado, mas sem
pecado” (Hb 4.15).
3. A casa somos nós (v.6). Em nossa imperfeição, como poderíamos ser
chamados “casa” de Cristo para que Ele, nessa “casa”, fosse sumo sacerdote? Só
a graça de Deus pode explicar. A condição para que sejamos “casa” do Senhor, é
que tão-somente conservemos “firme a confiança e a glória da esperança, até o
fim”. O apóstolo Paulo teve de Deus revelação semelhante. Na primeira Epístola
aos Coríntios 6.19,20, lemos: “Ou não sabeis que o nosso corpo é o templo do
Espírito Santo, que habita em vós, proveniente de Deus, e que não sois de vós
mesmos?”. Diante disso, é grande a nossa responsabilidade para com essa “casa”,
em que, ao mesmo tempo, habitam Cristo, nosso Sumo Sacerdote, e o Espírito
Santo, nosso intercessor, que nos tem como seu templo.
III.
ADVERTÊNCIA QUANTO AO ENDURECIMENTO CONTRA DEUS
1. Ouvindo a voz do Espírito. A advertência é grave e solene: “Portanto, se
ouvirdes hoje a sua voz, não endureçais os vossos corações, como na provocação,
no dia da tentação no deserto...” (vv.7,8). Citando o Salmo 95.8-11 o escritor
admoesta os destinatários da carta valendo-se de fatos constrangedores,
relativos ao povo de Israel. Na advertência, o Espírito Santo os lembra para
não fazerem como seus pais, que provocaram a Deus no deserto com graves
atitudes: 1) Tentaram a Deus; 2) Provaram a Deus, mesmo tendo visto suas obras
por 40 anos (v.9; Êx 15.22-25; 17.1-7). Esse aviso quanto a ouvir o Espírito
Santo é significativo e oportuno para nós em nosso tempo, pois há crentes tão
insensíveis, em todos os sentidos, que suas consciências já se encontram
irremediavelmente cauterizadas (cf. 1 Tm 4.2).
2. Não endurecer o coração (v.8). O povo israelita, não obstante presenciar as
maravilhas do poder miraculoso de Deus no deserto, a começar pela passagem do
Mar Vermelho, rebelou-se contra o Senhor. Em conseqüência, Deus se indignou.
Manifestou a sua ira e decretou seu juízo: “Não entrarão no repouso de Deus”. Daquela
geração rebelde, todos os que tinham mais de 20 anos não entraram na Terra
Prometida. O endurecimento do coração é um obstáculo para o recebimento da
bênção de Deus.
3. Um coração mau e infiel (v.12). Outra advertência é dada pelo Espírito Santo
através do escritor da Epístola aos Hebreus, para que neles não houvesse “um
coração mau e infiel”, que viesse afastá-los “do Deus vivo”. O verbo afastar,
no texto, é apostenai (gr.), palavra que dá origem ao termo
apostasia. No versículo seguinte vem um conselho divino: “Antes exortai-vos uns
aos outros todos os dias, durante o tempo que se chama Hoje, para que nenhum de
vós se endureça pelo engano do pecado” (v.13). Muitos, por falta de orientação
e advertência (exortação), endurecem o coração para Deus, desviam-se e até
negam a fé, aceitando falsas doutrinas e envolvendo-se em práticas
extra-bíblicas, semelhantes às do espiritismo, incluindo “regressão espiritual”
e outras invencionices.
4. Como nos tornamos participantes de Cristo (v.14). O escritor nos mostra como nos tornamos
participantes de Cristo: “Se retivermos firmemente o princípio da nossa
confiança até o fim”. Essa afirmação é corroborada pelo que Jesus asseverou:
“...mas aquele que perseverar até o fim será salvo” (Mt 10.22). “Até o fim...”.
O homem só alcança a salvação plena quando aceita a Cristo como Salvador e
permanece em santidade, até a “redenção do nosso corpo” (Rm 8.23b). Se por um
lado é difícil iniciar a carreira cristã, mais difícil ainda é continuar e
terminá-la. Porém, todas as promessas futuras na eternidade estão reservadas
para os vencedores, os que completam a carreira, como diz o apóstolo Paulo (2
Tm 4.7).
CONCLUSÃO
A superioridade de Cristo em relação a Moisés é incontestável.
Moisés era homem imperfeito e falho, mesmo tendo de Deus uma missão tão grande.
Jesus, nosso Salvador, mesmo na condição humana, em face de sua missão
salvífica, “em tudo foi tentado, mas sem pecado”. Nós, cristãos, precisamos
honrar a Jesus Cristo, o Sumo Sacerdote da nossa confissão.
VOCABULÁRIO
Âmbito: Contorno, periferia; circunferência, espaço
delimitado.
Cauterizar: Aplicar cautério a, queimar.
Corroborar: Confirmar, comprovar.
Desincumbir-se: Dar cumprimento a uma incumbência.
Imperfeição: Qualidade de imperfeito; defeito, incorreção.
Ofício: Ocupação ou trabalho especializado.
Pecante: Que ou quem peca habitualmente; pecador.
Cauterizar: Aplicar cautério a, queimar.
Corroborar: Confirmar, comprovar.
Desincumbir-se: Dar cumprimento a uma incumbência.
Imperfeição: Qualidade de imperfeito; defeito, incorreção.
Ofício: Ocupação ou trabalho especializado.
Pecante: Que ou quem peca habitualmente; pecador.
EXERCÍCIOS
1. Quais são os dois ofícios de Cristo,
apresentados nesta lição?
R. Apóstolo e sacerdote da nossa
confissão.
2. Onde Moisés foi fiel?
R. Em toda a sua casa.
3. Em que condição somos casa de Cristo?
R. “Se conservarmos firme a confiança e
a glória da esperança até o fim”.
4. Qual a advertência para quem ouve a voz do
Espírito Santo?
R. Não endurecer o coração.
5. Qual a conseqüência de um coração mau e infeliz?
R. Apartar-se do Deus vivo.
AUXÍLIOS
SUPLEMENTARES
Subsídio
Teológico
“Havendo declarado o pensamento central do sacerdócio de Cristo,
e antes de desenvolvê-lo nos capítulos 5 a 7, o autor interrompe o assunto, a
fim de estabelecer, sob outro ponto de vista, a superioridade do Novo Concerto
sobre o Antigo. Ele já demonstrou que Cristo é superior aos anjos, os
mediadores espirituais da Lei; agora demonstra que também é superior a Moisés,
o homem que promulgou a Lei.
O autor, ao abordar o assunto, emprega a expressão ‘o mundo
futuro’, ou ‘o século que há de vir’ (2.5; 6.5) — que no grego écukoumenen (literalmente ‘o mundo vindouro habitado’).
Ele se refere ao reino de Deus que será estabelecido entre os habitantes da
Terra.
Isso leva, naturalmente, à comparação entre os fundadores da
velha teocracia judaica, sob Moisés e Josué, e Jesus, do novo Reino. A posição
de Moisés para com o sistema judaico torna necessário o argumento, porque os
cristãos hebreus estavam confusos sobre esse ponto.
O ponto de comparação, no versículo 2, prende-se ao fato de que
tantos Moisés como Cristo se ocuparam da administração de economia divina:
aquele, sob a velha ordem da Lei; este, sob a nova ordem da graça de Deus,
tendo ambos cumprido fielmente suas responsabilidades. Mas o autor apresenta em
seguida uma série de contrastes que demonstram a glória muito superior de Jesus.”
(Comentário Bíblico Hebreus, CPAD, págs. 129-131).
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PAZ DO SENHOR
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