Lições Bíblicas CPAD 3º Trimestre de 2001
Título: Hebreus — “... os quais ministram em
figura e sombra das coisas celestes”
Comentarista: Elinaldo Renovato de Lima
Lição
10: A
eficácia do sacrifício de Cristo
Data: 2 de Setembro de 2001
TEXTO ÁUREO
“Porque, tendo a
lei a sombra dos bens futuros e não a imagem exata das coisas, nunca, pelos
mesmos sacrifícios que continuamente se oferecem cada ano, pode aperfeiçoar os
que a eles se chegam” (Hb 10.1).
VERDADE PRÁTICA
Os sacrifícios diários do Antigo Concerto não foram eficazes
para a salvação dos pecadores. O sacrifício de Cristo, oferecido uma só vez,
garante-nos a certeza da eterna salvação, pela fé em seu nome.
LEITURA DIÁRIA
Segunda -
Cl 2.17
Sombra das
coisas futuras
Terça - Lv
16.21
Pecados
sobre um animal
Quarta -
Mq 6.6,7
Dúvidas
quanto ao sacrifício
Quinta -
Sl 40.6
Sacrifício
rejeitado
Sexta - Jo
17.19
Jesus
santificou-se por nós
Sábado -
Hb 9.12
Uma eterna
redenção
LEITURA BÍBLICA EM
CLASSE
Hebreus
10.1,3,4,9-12,14,19,22-25.
1 - Porque, tendo a lei a sombra dos
bens futuros e não a imagem exata das coisas, nunca, pelos mesmos sacrifícios
que continuamente se oferecem cada ano, pode aperfeiçoar os que a eles se
chegam.
3 - Nesses sacrifícios, porém, cada
ano, se faz comemoração dos pecados,
4 - porque é impossível que o sangue
dos touros e dos bodes tire pecados.
9 - Então, disse: Eis aqui venho, para
fazer, ó Deus, a tua vontade. Tira o primeiro para estabelecer o segundo.
10 - Na qual vontade temos sido
santificados pela oblação do corpo de Jesus Cristo, feita uma vez.
11 - E assim todo sacerdote aparece
cada dia, ministrando e oferecendo muitas vezes os mesmos sacrifícios, que
nunca podem tirar pecados;
12 - mas este, havendo oferecido um
único sacrifício pelos pecados, está assentado para sempre à destra de Deus,
14 - Porque, com uma só oblação,
aperfeiçoou para sempre os que são santificados.
19 - Tendo pois, irmãos, ousadia para
entrar no Santuário, pelo sangue de Jesus,
22 - Cheguemo-nos com verdadeiro
coração, em inteira certeza de fé; tendo o coração purificado da má consciência
e o corpo lavado com água limpa,
23 - retenhamos firmes a confissão da
nossa esperança, porque fiel é o que prometeu.
24 - E consideremo-nos uns aos outros,
para nos estimularmos à caridade e às boas obras,
25 - não deixando a nossa congregação,
como é costume de alguns; antes, admoestando-nos uns aos outros; e tanto mais
quanto vedes que se vai aproximando aquele dia.
PONTO DE CONTATO
Os profetas anunciaram uma Nova Aliança. Em que ela se baseia?
Qual a sua precípua finalidade? Ela indica o único caminho que conduz o homem a
Deus. A Nova Aliança propicia a entrada ao trono divino, mediante o perdão e o
esquecimento de todos os pecados. Cristo inaugurou-a com o sacrifício de si
mesmo. Agora já não precisamos continuar fazendo os sacrifícios levíticos. O
que aqueles sacrifícios não podiam fazer, foi feito pelo sacrifício de Cristo
sobre a cruz.
OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
·
Descrever a forma como o Velho Pacto foi substituído pelo Novo.
·
Enunciar os privilégios e responsabilidades dos crentes no Novo
Pacto.
·
Valorizar o sacrifício perfeito de Cristo.
SÍNTESE TEXTUAL
Instituído por Deus, os sacrifícios de animais eram a única
forma de se aplacar a ira divina contra o pecado e aproximar o homem do seu
Criador. Entretanto, tais sacrifícios demonstraram ser ineficazes porque apenas
aplacavam temporariamente a ira de Deus, mas não removiam o pecado. Desta
forma, havia a necessidade de um sacrifício único e perfeito, que propiciasse
aos homens a certeza da reconciliação com Deus.
O autor da epístola em estudo não apenas apresenta Cristo como o
último Sumo Sacerdote, mas como o sacrifício perfeito diante de Deus;
sacrifício que tira definitivamente os pecados.
ORIENTAÇÃO DIDÁTICA
O preparo da lição faz parte dos deveres do professor, e deve
ser feito tendo em vista a necessidade do aluno, e não a do professor. O que
interessa a um aluno adulto, não interessa a um jovem ou a uma criança.
Preparar uma lição sem pensar nisso é ficar diante da classe
pregando no deserto. O professor deve preparar a lição tendo em mira três
propósitos para com o aluno: 1) O que desejo que meus alunos aprendam? 2) O que
desejo que meus alunos sintam? 3) O que desejo que meus alunos façam? (A
Escola Dominical, CPAD).
Para esta lição, peça a seus alunos que tentem identificar, no
texto em estudo, quais as quatro fraquezas do sacrifício levítico. Observe o
esquema abaixo:
Os sacrifícios levíticos...
1) Não podem tornar perfeitos os ofertantes (v.1);
2) Não podem satisfazer a consciência quanto ao pecado (v.2);
3) Não podem apagar a memória dos pecados (v.3);
4) Não podem tirar os pecados (v.4).
COMENTÁRIO
introdução
No Antigo Testamento, os sacrifícios eram repetidos todos os
dias por sacerdotes comuns. O sumo sacerdote entrava todos os anos no lugar
santíssimo para oferecer sacrifícios por si mesmo e pelo povo. Mas, como tudo
isso era “sombra dos bens futuros”, tais sacrifícios não aperfeiçoavam ninguém.
Com Cristo, nosso Sumo Sacerdote, temos a certeza da plena salvação que nos
aperfeiçoa, até que um dia cheguemos “a varão perfeito, à medida da estatura
completa de Cristo” (Ef 4.13). E isso só ocorrerá no céu.
I. SACRIFÍCIOS
INEFICAZES
1. A sombra dos bens futuros (v.1). O Antigo Pacto se constituía de sacrifícios,
holocaustos, oblações e oferendas, que eram figuras “dos bens futuros”, ou
seja, do evangelho de Cristo, que nos trouxe as riquezas da graça de Deus, a
começar pela salvação de nossas almas, através do sacrifício vicário de Jesus.
Por serem sombras e não a realidade, os sacrifícios de animais não puderam
aperfeiçoar “os que a eles se chegam”.
2. O sangue de animais não tirava os pecados (vv.2-4). Para que serviam aquelas ofertas, se o
escritor diz que “é impossível que o sangue dos touros e dos bodes tire
pecados” (v.2)? Os sacrifícios não levavam os homens a Deus, mas serviam, por
antecipação, de meio para expiação. A palavra expiação no hebraico tem o significado
de “cobrir” os pecados, num delito contra a Lei.
3. Deus preparou um corpo para Jesus (v.5). Somente no corpo humano (encarnação), Ele
poderia ser aceito por Deus como oferta perfeita no lugar do homem pecador. No
Antigo Testamento, os sacrifícios eram substitutos imperfeitos. O corpo de
Cristo foi a solução de Deus para substituir todos os sacrifícios imperfeitos
do Antigo Testamento. Seu sangue, derramado na cruz, não apenas cobriu os
pecados, mas tirou-os, e lançou-os nas profundezas do mar (Mq 7.19). João
exclamou: “Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo” (Jo 1.29).
II. O
PRIMEIRO FOI TIRADO PARA O ESTABELECIMENTO DO SEGUNDO
1. Cristo obedeceu a Deus (v.9). Jesus foi obediente até à morte (Fp 2.8). Ele
cumpriu todos os desígnios divinos no intuito de salvar o homem da perdição
eterna. Sua morte foi prova inconteste da sua total resignação, obediência e
submissão à vontade de Deus. Ele afirmou: “Eis aqui venho, para fazer, ó Deus,
a tua vontade”. Trata-se de uma lição de valor espiritual inigualável para
todos nós: Jesus, sendo Deus, voluntariamente despojou-se de sua glória, e
apresentou-se ao Pai na disposição irrestrita de cumprir cabalmente o plano
divino de redenção da humanidade (ver Fp 2.5-8).
2. O Velho Pacto substituído pelo Novo (v.9). Ao dizer a Escritura “tira o primeiro para
estabelecer o segundo”, vemos a substituição definitiva do antigo sistema legal
mosaico, no qual os sacrifícios eram ineficazes para salvação, pelo Novo Pacto,
estabelecido por Cristo, com seu sacrifício perfeito.
3. Comparação entre o velho e o Novo Concerto. A lei não transformava o homem em termos
morais; o evangelho de Cristo transforma, pois “é o poder de Deus para salvação
de todo aquele que crê” (Rm 1.16); a lei apenas condenava o culpado; a graça de
Deus o liberta. A lei consistia de símbolos da realidade; a graça consiste na
realidade dos símbolos; a lei era “o ministério da morte” (2 Co 3.7); a graça é
“lei do Espírito de vida, em Cristo Jesus” (Rm 8.2).
III. UM
SACRIFÍCIO PERFEITO
1. Santificados pela oblação do corpo de Cristo (v.10). Oblações eram ofertas incruentas (sem sangue),
inanimadas, oferecidas a Deus tais como: vinho, azeite, flor de farinha, etc.
Se de um lado, Cristo ofereceu seu próprio sangue como
holocausto em nosso favor, por outro, Ele foi aceito como oferta de cheiro
suave a Deus, “feita uma vez”, de modo que, em Cristo, somos aceitos por Deus.
2. Sacrifício único (vv.11-14). O escritor lembra que os sacerdotes, no Velho
Pacto, diariamente ofereciam sacrifícios que não podiam tirar pecados. E
acentua que Cristo ofereceu “um único sacrifício pelos pecados”, demonstrando a
eficácia do seu auto oferecimento a Deus pelos pecadores. Acrescenta que Cristo
está “assentado para sempre à destra de Deus” “...esperando até que os seus
inimigos sejam postos por escabelo de seus pés”.
3. Sacrifício que aperfeiçoa. Diferente dos sacrifícios do Antigo Pacto, que
apenas cobriam temporariamente o pecado, mas não transformava o pecador, o
sacrifício de Cristo constituiu-se “numa só oblação”, que “aperfeiçoou para
sempre os que são santificados” (v.13; ver v.10). Aqui temos algo que a lei não
podia fazer: santificar as pessoas. Com o advento da graça, somos santificados
pela Palavra (Jo 17.17), pela fé em Cristo (At 26.18) e pelo sangue de Jesus (1
Pe 1.2).
IV.
PRIVILÉGIOS E RESPONSABILIDADES DO CRENTE EM JESUS
1. Entrar no santuário de Deus (v.19). No Antigo Pacto, as
pessoas comuns do povo não podiam adentrar no santuário propriamente dito. Só
chegavam até ao pátio, que era a parte exterior do tabernáculo. Em Cristo, no
entanto, homens e mulheres salvos são “sacerdotes reais” (1 Pe 2.9), e têm
“ousadia para entrar no Santuário pelo sangue de Jesus”. Este é um privilégio
que só os fiéis lavados e remidos pelo sangue de Cristo podem ter. Tais crentes
não precisam de medianeiros, guias, orixás ou gurus. Jesus é “o único mediador
entre Deus e o homem” (1 Tm 2.5).
2. Como chegar a Deus (vv.22-25). Não se pode chegar a Deus de
qualquer maneira. O escritor, em sua incisiva exortação, nos mostra os cuidados
que devemos ter para chegarmos à presença de Deus:
a) “Com verdadeiro coração”. Só podemos ter acesso ao Pai e ser aceitos por
Ele se tivermos um coração sincero, limpo e puro (Mt 5.8).
b) “Em inteireza de fé”. O crente, ao buscar a presença de Deus, não
pode ter dúvida alguma de sua existência, do seu poder e de sua graça.
c) “Tendo o coração purificado da má consciência”. Para Deus não valem as aparências. Ele vê o
interior do homem. O salmista disse que Deus nos sonda e entende o nosso
pensamento (Sl 139.1,2). Se dermos lugar à iniquidade, Ele não nos ouvirá (Sl
65.18).
d) “O corpo lavado com água limpa”. Certamente, o texto bíblico aqui refere-se à
purificação do crente pela Palavra, como se lê em Ef 5.26: “purificando-a com a
lavagem da água, pela Palavra”, isto em relação à Igreja.
e) Retendo firmes a confissão da esperança. Em Hb 3.6 somos exortados a “conservar firme a
confiança e a glória da esperança até ao fim”. A confissão da esperança indica
a nossa fé nas gloriosas e infalíveis promessas de Deus, “porque fiel é o que
prometeu”.
f) Considerando uns aos outros, estimulando-nos “à caridade e às
boas obras”. O bom
relacionamento entre os crentes é condição importante para o acesso a Deus. A
caridade (amor em ação) é a marca do cristão. Boas obras são dever do salvo (Ef
2.10).
g) “Não deixando a nossa congregação”. Aqui não se refere ao sentido físico: deixar a
igreja local para ir congregar-se em outro bairro; mas sim, que não devemos
deixar de congregar-nos, de nos reunirmos, tendo em vista a necessidade da
comunhão coletiva. Somos membros uns dos outros (Rm 12.5). É equivocada e
carnal a ideia de que alguém pode ser “crente em casa”, a menos que esteja
doente.
h) “Admoestando-nos uns aos outros”. Admoestar, aqui, tem no original o sentido de
animar, encorajar. Essa prática, quando realizada com amor, tem grande efeito no
fortalecimento e encorajamento espiritual da comunidade cristã.
CONCLUSÃO
Diante do que estudamos nesta lição, cremos que não há lugar
para qualquer dúvida quanto à superioridade do Novo Concerto, baseado no
perfeito e único sacrifício de Cristo em relação ao antigo, realizado na base
de sacrifícios de animais, que apenas cobriam provisoriamente os pecados do
povo.
VOCABULÁRIO
Advento: Vinda, chegada, aparecimento.
Delito: Fato que a lei declara punível, crime.
Desígnio: Intento, plano, projeto.
Inconteste: Que não é conteste, afirmativo.
Incruento: Em que não houve derramamento de sangue, que não custou sangue.
Oblação: Ação pela qual se oferece qualquer coisa a Deus.
Resignação: Renúncia espontânea de uma graça ou de um cargo.
Vicário: Que toma o lugar de outrem ou de outra coisa.
Delito: Fato que a lei declara punível, crime.
Desígnio: Intento, plano, projeto.
Inconteste: Que não é conteste, afirmativo.
Incruento: Em que não houve derramamento de sangue, que não custou sangue.
Oblação: Ação pela qual se oferece qualquer coisa a Deus.
Resignação: Renúncia espontânea de uma graça ou de um cargo.
Vicário: Que toma o lugar de outrem ou de outra coisa.
EXERCÍCIOS
1. Por que os sacrifícios de animais não puderam
aperfeiçoar os ofertantes?
R. Por serem sombras “dos bens futuros”,
e não a realidade.
2. Qual o significado da palavra expiação?
R. Significa “cobrir” os pecados, como
exigência para a reparação de um delito.
3. Por que Deus preparou corpo para Jesus?
R. Porque somente no corpo da carne (na
encarnação), Ele poderia ser aceito por Deus como substituto perfeito para o
homem pecador.
4. Que significa a expressão: “tira o primeiro para
estabelecer o segundo”?
R. Refere-se à substituição definitiva
do antigo pelo novo concerto.
5. Que significa a expressão “não deixando a nossa
congregação”?
R. Que não devemos deixar de reunirmos,
tendo em vista a necessidade da comunhão coletiva.
AUXÍLIOS
SUPLEMENTARES
Subsidio
Teológico
“O sangue dos touros (Hb 10.4). O sangue de animais era apenas uma provisão ou
expiação temporária pelos pecados do povo; em última análise, era necessário um
homem para servir como substituto da humanidade. Por isso, Cristo veio à terra
e nasceu como homem a fim de que pudesse oferecer-se a si mesmo em nosso lugar
(2.9,14). Além disso, somente um homem isento de pecado poderia tomar sobre si
nosso castigo pelo pecado (2.14-18; 4.15) e, assim, de modo suficiente e
perfeito, satisfazer as exigências da santidade de Deus (cf. Rm 3.25,26).
Aperfeiçoou para sempre os... santificados (Hb 10.14). A oferenda única de Cristo na cruz e seu
resultado (i.e., a salvação perfeita) são eternamente eficazes todos quantos
estão santificados ao se chegarem a Deus por meio de Cristo (v.22; 7.25) Note
que a palavra no grego ‘santificar’, aqui e no versículo 10, são particípios
presentes que enfatizam a ação contínua no tempo presente.
Quando vedes que se vai aproximando aquele dia (Hb 10.25). O dia da volta de Cristo para buscar os seus
fiéis está se aproximando. Até chegar esse dia, enfrentaremos muitas provações
espirituais e muitas falsificações na doutrina. Devemos congregar-nos
regularmente para encorajarmos mutuamente e nos firmarmos em Cristo e na fé
apostólica do novo concerto.” (Bíblia de Estudo Pentecostal, CPAD, págs.
1914, 1915).
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