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segunda-feira, 24 de julho de 2017

Subsidio adolescer a obra social fazer o bem n.5


   

SUBSIDIO ADOLESCER N.5 A OBRA SOCIAL DA IGREJA .

                             Professor Escritor Mauricio Berwald

Palavra Chave
Ação Social: Ações em benefício dos necessitados.

DIANTE DO NECESSITADO, A NOSSA FÉ SEM OBRAS É MORTA (Tg 2.14-17).

Como chegar ao lar de uma pessoa que se encontra em necessidades materiais e apenas orarmos por ela dizendo “Deus está no controle de tudo”? Tal atitude é a que Tiago chama de fé sem obras. A fé vivida apenas no campo da mera especularização espiritual é uma fé sem vida, encanto e compromisso com o outro. A verdadeira fé consiste em amar a Deus acima de todas as coisas, com toda a nossa força, de todo o nosso entendimento, de toda a nossa alma e de todo o nosso coração (Mc 12.30,31). Uma fé simples, entretanto, de uma implicação inimaginável.
A fé do Evangelho está diametralmente entrelaçada ao amor. Não a toa ela aparece como uma das três virtudes teologais, juntamente com o amor (1Co 13.13). Deste, o apóstolo Paulo diz: “porque quem ama aos outros cumpriu a lei [...] e, se há algum outro mandamento, tudo nesta palavra se resume: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo. O amor não faz mal ao próximo; de sorte que o cumprimento da lei é o amor” (Rm 13.8-10). Contra o amor não há lei. A vontade de Deus é que o ser humano viva a vida sem que a determine, pois quem ama não pode fazer outra coisa senão o bem (Jr 31.33).
Quando Tiago fala de boas obras sabemos que ele se refere às ações concretas de misericórdias. Então, remetemo-nos logo ao tema da salvação pelas boas obras. Talvez pelo medo de relacionar boas obras à salvação, muitos em nossas igrejas vêm ignorando o mandamento de Jesus para fazermos alguma coisa em favor dos pobres. Além disso, precisamos ponderar com os nossos alunos que não são as obras que salvam, mas, por outro lado, são elas que revelam se de fato somos salvos ou não (Ef. 2.8-10). E um dia, todos seremos julgados, pelas obras que realizamos em relação a outro ser humano cujo Senhor, Jesus, pode ser encontrado em cada estado de necessidade (Mt 25.31-46).
Use o espaço desta lição, professor, para ensinar que não se pode fazer dicotomia entre a fé e a ação. Do contrário, a fé se mostrará morta como um corpo que sem o fôlego de vida. Dê uma olhada em volta da sua igreja local. Talvez ela se situe em meio a uma comunidade carente. Uma pergunta pode ser feita à sua classe: o que podemos fazer de ação social pela nossa comunidade?

1. Fé e obras. Ao ler desavisadamente a Epístola de Tiago o leitor pode afirmar que ela contradiz os ensinamentos do apóstolo Paulo quanto à doutrina da salvação pela fé (Rm 4.1-6). Todavia, ao estudarmos cuidadosamente o tema em questão, veremos que os ensinos paulinos e os de Tiago em hipótese alguma se contradizem. Quando Paulo escreve sobre as obras, ele se refere à Lei — o orgulho nos rituais judaicos e na obediência a um sistema de regras religiosas — equanto que Tiago, às obras de misericórdia ao próximo necessitado. O meio-irmão do Senhor não se opôs ao apóstolo dos gentios. Enquanto Paulo anunciava ao pecador a salvação pela graça mediante a fé (Ef. 2.8), Tiago doutrinava os crentes sobre a impossibilidade de vivermos a fé de Cristo sem manifestar os frutos de arrependimento (Mt 3.8). O primeiro preocupou-se com a causa da salvação e o segundo, com o efeito dela.
2. O cristão e a caridade. “A fé não acompanhada de ação é morta”, declara Tiago. “Fazer”, “realizar” e “agir” são atitudes que integram a religião pura e imaculada: ajudar os necessitados nas suas necessidades. A fé, quando não produz tais frutos, é morta. A fim de ilustrar tal verdade, Tiago inquire retoricamente os servos de Deus dizendo que se oferecermos, a um irmão ou a uma irmã, que estejam padecendo necessidade, apenas uma palavra de “incentivo” e não lhes dermos as coisas de que eles necessitam, isso não resolverá o problema. Diante de alguém necessitado, o que precisa ser feito? Orar e despedi-lo sem nada? Se assim procedermos, nossa oração não servirá para nada. Aliás, como ensina João, a pessoa que não se compadece dos necessitados não tem o amor de Deus em sua vida (1Jo 3.17,18). Tal aspecto já havia sido ensinado por Jesus ao dizer que, no socorro àqueles que precisam de ajuda, acolhemos o próprio Senhor (Mt 25.40).
3. A “morte” da fé. A concepção de fé apresentada na Epístola de Tiago é a confiança em Deus: “Tu crês que há um só Deus?” (v.19). Logo, as obras de que Tiago fala, consistem na expressão da vontade de Deus, ou seja, amar o próximo, visitar os enfermos, defender os direitos dos pobres, praticar a justiça, etc. Esta é a fé viva em Deus! A epístola nos ensina que se amamos o outro, não amamos segundo as nossas concupiscências, mas segundo o amor de Deus por nós. Este amor nos estimula a amar o ser humano independentemente de quem ele seja. Ame o próximo e mostrará uma fé viva. Não ame, e se confirmará: a tua é fé está morta.

 ASSISTÊNCIA SOCIAL, UM IMPORTANTE NEGÓCIO 
Era imperioso aos apóstolos devotarem-se à oração e ao ensino da Palavra de Deus. Doutra forma, como haveriam de edificar a Igreja na sã doutrina? Todavia, estavam eles mais do que cientes: as obras de misericórdia são também importantes. Que os crentes, pois, sobressaiamos igualmente pelas boas obras (Mt 5.16; At 9.36; Ef 2.10). Não alerta Tiago que a fé sem as obras é morta? (Tg 2.17). A assistência social na Igreja Cristã não será menosprezada.
1. O “importante negócio”. O trabalho assistencial foi considerado pelos apóstolos um “importante negócio” (At 6.3). Por isso houveram-se eles com diligência na escolha dos melhores homens para exercê-lo. Na Igreja de Cristo, o socorro aos necessitados também é visto como prioridade.
Havendo incumbido os diáconos de zelar pelo socorro aos pobres, a Igreja Primitiva demonstra ser possível exercer o serviço cristão em sua plenitude. Em sua despensa havia tanto o pão que desce do céu como o pão que brota da terra. Que exemplo às igrejas de hoje! A ordem do Senhor não será esquecida: “Dai-Ihes, vós mesmos, de comer” (Mt 14.16).
2. Servindo à Igreja de Cristo. Tanto os doze apóstolos como os sete diáconos porfiaram em servir à Igreja. Os primeiros com a oração e a Palavra; os segundos, com o ministério cotidiano. Um não pode subsistir sem o outro. Sanada a dificuldade com a assistência às viúvas gregas, informa-nos Lucas: “Crescia a palavra de Deus, e, em Jerusalém, se multiplicava o número dos discípulos; também muitíssimos sacerdotes obedeciam à fé” (At 6.7 — ARA). 
Ministros de Cristo, temos duas prioridades: a oração e a proclamação da Palavra de Deus. Todavia, que jamais venhamos a descurar das obras de misericórdia. O Mestre jamais deixou de saciar os famintos. Por que agiríamos nós diferentemente? É hora, portanto, de zelarmos pelo ministério cotidiano, para que o nome de Cristo seja exaltado e magnificado sempre.

“A Comunhão Quebrada
Os crentes se dedicam a formar uma comunidade de comunhão (At 2.42), que acha expressão em compartilhar as possessões com os necessitados. Como exemplo positivo de comunhão, Lucas chamou atenção a Barnabé (At 4.36,37); em contraste, Ananias e sua esposa são exemplos negativos (At 5.1-11). No capítulo 6, Lucas informa um desarranjo na comunhão causado pela negligência da comunidade para com suas viúvas gregas. No meio de tremendo progresso da Igreja, este problema coloca a unidade eclesiástica em sério perigo. Nesta época, a comunidade cristã consiste em dois grupos: os judeus gregos (hellenistai, ‘crentes de fala grega’) e os judeus hebreus (hebreaioi, ‘crentes de fala aramaica’). Os judeus gregos de Atos 6 são crentes que foram fortemente influenciados pela cultura grega. [...] Os cristãos de fala aramaica são mais fortes nas tradições religiosas palestinas e mostram mais restrição em atitude para com a lei judaica e o templo. Sendo mais agressivos na abordagem, os judeus helenísticos provocavam raiva. Em pelo menos uma ocasião a pregação agressiva de um crente de fala grega na sinagoga helenista em Jerusalém termina em apedrejamento. Os judeus helenistas apresentavam o evangelho com tal zelo que eventualmente os oponentes os compelem a fugir de Jerusalém para salvar a própria vida (At 8.1-3)” (Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. 2.ed. RJ: CPAD, 2004, p.657).

“O Descontentamento Social
Afirma o eminente teólogo da Universidade de Salamanca Lorenzo Turrado: ‘A queixa dos helenistas, a julgar pela iniciativa tomada pelos apóstolos, parece que tinha sério fundamento’. A situação que se desenhava deixou os apóstolos mui preocupados. Como israelitas, sabiam eles que a injustiça e a desigualdade sociais eram intoleráveis aos olhos de Deus (Dt 15.7,11). Não foi por causa da opressão que o Senhor desterrara a Israel? A palavra de Ezequiel não tolera dúvidas: ‘O povo da terra tem usado de opressão, e andado roubando e fazendo violência ao pobre e ao necessitado, e tem oprimido injustamente ao estrangeiro’ (Ez 22.29). Infelizmente, a questão social continua a ser descurada por muitos ministros do Evangelho. Acham eles que a desigualdade social é um problema que cabe apenas ao governo resolver. Mas a Bíblia não ensina assim. Embora a Igreja de Cristo seja um organismo espiritual e desfrute da cidadania celeste, ela é vista como uma comunidade administradora de uma justiça que tem de exceder a do mundo (Mt 5.20). O comentário é de Broadman: ‘Os cristãos têm infligido quase tantas feridas à comunhão quanto os perseguidores externos, abrigando em si preconceitos raciais, religiosos e de classe. Esse preconceito leva à discriminação, e a discriminação destrói a unidade dos crentes. Estas distinções não deviam ter entrado na Igreja, naquela época, e não devem entrar hoje’” (ANDRADE, C. Manual do Diácono. 1.ed. RJ: CPAD, 1999, pp.17,18). 

As implicações de Atos 6
“Paternalismo. Talvez a primeira lição que deva ser aprendida é a de que a liderança espiritual da igreja precisa evitar o paternalismo. A maneira de se desenvolver uma igreja amadurecida não é impor soluções ‘de cima para baixo’, mas envolver a congregação na solução do problema, e confiar aos membros um papel significativo na tomada de decisões.
Confiança. Teria sido tão fácil tornar-se defensivo e argumentar em quem se deveria ou não colocar a culpa. Em lugar disso, a congregação concentrou-se no problema e os cristãos de fala aramaica demonstraram confiança em seus irmãos, ao fazer os cristãos de fala grega responsáveis pela distribuição a todos.
Prioridades. Os líderes espirituais da igreja precisam concentrar sua atenção ‘na oração e no ministério da palavra‘ (6.4). Mas as preocupações materiais dos crentes também precisam de atenção. E aqueles que lidam com as ‘coisas práticas’ precisam ser pessoas ‘cheias de fé e do Espírito Santo’.
Flexibilidade. Precisamos estar prontos para reagir às necessidades. Frequentemente, nossas igrejas estão encerradas em antigos programas ou antigos cargos. Em lugar de procurar com criatividade satisfazer as necessidades à medida que elas surgem, nós lutamos para manter o mecanismo da igreja. Este incidente na vida da Igreja Primitiva nos lembra de que as pessoas são mais importantes do que as constituições de nossa igreja, e que a inovação não é uma palavra feia” (RICHARDS, L. O. Comentário Histórico Cultural do Novo Testamento. 1.ed. RJ: CPAD, 2007, pp.263-64).


A Igreja de Cristo, como a agência por excelência do Reino de Deus, tem uma responsabilidade social muito grande e urgente a cumprir neste mundo. Nossa missão de pregar o Evangelho a toda criatura não nos isenta da responsabilidade de socorrer a todos os que necessitam de cuidados materiais.Este compromisso não pode ser ignorado, pois suas bases acham-se tanto no Antigo quanto em o Novo Testamento.

I. POBREZA: UMA REALIDADE SEMPRE PRESENTE

1. Os pobres. No mundo em que vivemos, apesar da decantada globalização, há um desnível social iníquo e perverso. De um lado, estão os pobres e marginalizados; de outro, os ricos e poderosos. Isto evidencia claramente a ganância e a presunção dos que, desprezando os preceitos bíblicos, buscam lucrar com a miséria de seus semelhantes. Contra os tais, levanta-se o profeta Isaías: “O espólio do pobre está em vossas casas. Que tendes vós que afligir o meu povo e moer as faces do pobre?”(ls 3.14,15). Deus abomina a injustiça social.
2. O problema da fome. Ao criar a terra, o Senhor providenciou todos os meios para que todas as nossas necessidades fossem dignamente supridas: “Então, a terra dará o seu fruto” (Sl 67.6). Mas por causa do pecado, a escassez e a má distribuição dos recursos naturais passaram a fazer parte de nosso cotidiano. E assim a fome, por exemplo, tornou-se um dos problemas mais agudos do mundo atual. São milhões de pessoas, em todos os continentes, vivendo abaixo da linha de pobreza enquanto alguns poucos se regalam tripudiando sobre a miséria alheia.
3. Precisamos ouvir a voz de Deus. O crente não pode tornar-se insensível ante o drama da miséria espiritual, moral e social. Em nosso país, há os chamados “bolsões de miséria” que nos envergonham como povo e debilitam-nos como nação. São milhões de pessoas sofrendo todos os tipos de necessidade. Não podemos esquecer-nos de que Deus se preocupa com a situação integral do homem.A Igreja, como sal e luz tem um papel muito importante a desempenhar neste mundo injusto e perverso.A pobreza é uma realidade social que decorre da Queda.

II. QUESTÕES SOCIAIS NO ANTIGO TESTAMENTO

1. Os ricos e os pobres em Israel. Em Israel sempre houve pobres (Dt 15.11; Jo 12.8). A pobreza decorria de vários fatores: catástrofes naturais, colheitas ruins, guerras e desvios espirituais do povo que sempre acarretavam a correção divina. Nessas ocasiões, pela Lei de Moisés, os mais ricos deveriam assistir os mais pobres: “Livremente abrirás a tua mão para o teu irmão, para o teu necessitado e para o teu pobre na tua terra” (Dt 15.11). Infelizmente, isto nem sempre ocorria, levando os profetas a denunciarem a injustiça e a opressão entre os israelitas.
Deus não mudou. Ele continua a demandar de seu povo que seja solidário com os mais necessitados.
2. A escravidão em Israel. Embora paradoxal, a escravidão fazia parte do contexto social israelita. No entanto, quando comparamos o regime escravista judaico com o de outras nações, observamos uma distinção considerável entre ambos. Enquanto os povos vizinhos escravizavam para explorar vilmente o ser humano, a escravidão em Israel dava-se por razões econômicas. Quem não tinha dinheiro para saldar uma dívida quitava-a com a sua mão-de-obra. Em caso de falência, por exemplo, o israelita vendia-se como escravo ao seu irmão. Todavia, o tempo de servidão não poderia ultrapassar seis anos. Depois desse período, o escravo era liberto (Êx 21.2; Dt 15.1-18). E o seu senhor, por seu turno, teria de suprir as suas necessidades para que ele pudesse dar início a uma vida digna (vv.13,14).
Quando lemos a Epístola de Paulo a Filemom, convencemo-nos, de imediato, que devemos tratar nossos irmãos, principalmente os que nada possuem, com toda a dignidade e respeito, porque Jesus assim o faz.
3. O socorro aos pobres. O socorro aos pobres é uma recomendação bíblica: “Aprendei a fazer o bem; praticai o que é reto; ajudai o oprimido; fazei justiça ao órfão; tratai da causa das viúvas”(Is 1.17). Em Israel, os órfãos, as viúvas e os estrangeiros eram vítimas constantes de intensa penúria e opressão (Jr 7.6). Todavia, o Senhor ordenou aos israelitas que os tratassem com amor e misericórdia. Se o cuidado com os carentes fosse negligenciado, os profetas não hesitavam em denunciar energicamente as injustiças (Jr 34.8-11,16,17). Não podemos ser omissos em relação ao sofrimento do próximo. Segundo a Lei de Moisés, os mais ricos deveriam assistir os mais pobres. 
III. O NOVO TESTAMENTO E A AÇÃO SOCIAL DA IGREJA

1. Nos Evangelhos. O Senhor Jesus Cristo ensinou a generosidade e a hospitalidade para com os pobres (Lc 14.12-14). A relevância do tema pode ser vista no final do sermão profético de Jesus, quando Ele, categoricamente, revela quem participará do Reino de Deus: “Vinde, benditos de meu Pai, possuí por herança o Reino que vos está preparado desde a fundação do mundo; porque tive fome, e destes-me de comer; tive sede, e destes-me de beber; era estrangeiro, e hospedastes-me; estava nu, e vestistes-me; adoeci, e visitastes-me; estive na prisão, e fostes verme” (Mt 25.34-36). Você tem agido como Jesus ensinou?
2. Na Igreja Primitiva. A Igreja Primitiva desenvolveu um excelente trabalho social (At 2.42; 4.32), erradicando a necessidade de entre seus membros (At 4.34,35). Dando prosseguimento a esse importante trabalho, o apóstolo Paulo recolheu ofertas entre as igrejas gentias para a assistência aos crentes hebreus de Jerusalém (Rm 15.25-29). As boas obras são evidências de uma fé viva em Deus, conforme afirma Tiago. Os que afirmam estarem salvos pela fé em Cristo, devem demonstrar sua fé por intermédio das obras (Tg 2.14-26).
3. Na Igreja atual. A Igreja, à semelhança de Israel no Antigo Testamento, tem um compromisso social diante do Senhor: “Se abrires a tua alma ao faminto e fartares a alma aflita, então, a tua luz nascerá nas trevas, e a tua escuridão será como o meio-dia. E o Senhor te guiará continuamente, e fartará a tua alma em lugares secos, e fortificará teus ossos; e serás como um jardim regado e como um manancial cujas águas nunca faltam” (Is 58.10-11; cf. Mt 5.13-16). Sua igreja tem observado esse compromisso social? Você também é responsável pelos pobres e necessitados.Os servos de Deus têm o compromisso de socorrer os pobres e necessitados.

A Igreja Primitiva não se intimidou com as perseguições nem se omitiu em cumprir sua missão social. Além de espalhar o Evangelho por todo o mundo, soube como socorrer os aflitos e necessitados. Mostremos, pois, ao mundo o nosso Deus. Ele não se limitou a criar os céus e a terra, mas intervém amorosamente na vida dos filhos dos homens e “faz justiça aos oprimidos; que dá pão aos que têm fome; que liberta os encarcerados; que abre os olhos aos cegos; que levanta os abatidos; que guarda os peregrinos e que ampara o órfão e a viúva” (Sl 146.7-9). Façamos a nossa parte!

“O que acontecia na Igreja Primitiva? Não era uma experiência comunista como querem os sectários de Marx e Lênin. A única coisa que o comunismo logrou foi produzir uma legião de excluídos e miseráveis. A Igreja de Cristo, porém, já em seu nascedouro, mostrou o que pode fazer o amor de Deus com o qual o Espírito Santo nos unge o coração. Um amor que se traduz em prática e não em meros conceitos.
A comunidade dos bens, prática observada nos primeiros dias da Igreja, quando os crentes, premidos pelas circunstâncias e urgências da época, ‘vendiam suas propriedades e fazendas e repartiam com todos, segundo cada um tinha necessidade’ (At 2.45).
A Igreja em Jerusalém experimentava uma verdadeira koinonia. Stott elucida-nos este interessante aspecto da união cristã: ‘Assim, koinonia é uma experiência trinitária; é a parte que temos em comum com Deus Pai, Filho e Espírito Santo. Mas Koinonia é a palavra que Paulo usou para a oferta que recolheu entre as igrejas gregas, e koinonikos é a palavra grega para generoso’” (ANDRADE, C. As Disciplinas da Vida Cristã. 1.ed., RJ: CPAD, 2008 pp.119,120).

“[...] A propriedade privada é um dom de Deus para ser usado com o propósito de estabelecer a justiça social e cuidar do pobre e do necessitado. O ladrão arrependido é orientado a não mais roubar, mas sim trabalhar com as mãos e assim ganhar o sustento e ‘para que tenha o que repartir com o que tiver necessidade’ (Efésios 4.28, ênfase acrescentada). Poucos temas nas Escrituras se evidenciam de forma tão direta e clara do que as ordens de Deus para que nos preocupemos com os menos afortunados. ‘Aprendei a fazer o bem’, Deus brada, ‘praticai o que é reto; ajudai o oprimido; fazei justiça ao órfão; tratai da causa das viúvas’ (Isaías 1.17). Através do mesmo profeta, Deus anuncia que o verdadeiro jejum não é um ritual religioso vazio: ‘Porventura, não é também que repartas o teu pão com o faminto e recolhas em casa os pobres desterrados? E, vendo o nu, o cubras e não te escondas daquele que é da tua carne?’ (Isaías 58.7). Jesus aprofunda nosso sentimento de responsabilidade, falando que ao ajudarmos o faminto, o desnudo, o doente e o encarcerado, estamos, na verdade, servindo-o (Mateus 25.31-46).
Mesmo assim os pobres nunca são reduzidos a meros recebedores passivos de caridade; eles devem trabalhar em troca de benefícios. Esse princípio é melhor exemplificado nas leis do Antigo Testamento que exigiam dos proprietários deixarem generosas margens da colheita ao redor dos campos para que assim os pobres pudessem colher o suficiente para se manterem vivos (Levítico 19.9-10; Deuteronômio 24.19-22) No Novo Testamento, Paulo censura severamente os que se recusam a trabalhar e urge que eles ‘trabalhando com sossego, comam o seu próprio pão’ (2 Tessalonicenses 3.12). Os pobres devem manter dignidade como pessoas competentes e responsáveis capazes de cuidar de si próprios” (COLSON, C.; PEARCEY, N. E Agora, Como Viveremos? 1.ed., RJ: CPAD, 2000 pp.454,55).
fonte www.mauricioberwaldoficial.blogspot.com



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