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quarta-feira, 12 de julho de 2017

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   RESUMO DA BIOGRAFIA DO APÓSTOLO PAULO RESUMO DA BIOGRAFIA DO 

Professor Escritor Mauricio Berwald

Nasceu mais ou menos na mesma altura que Cristo. O seu nome da circuncisão era Saulo e provavelmente foi-lhe também dado na infância o nome de Paulo “para que o usasse no mundo gentílico”, assim como “Saulo” seria o nome hebraico. Era natural de Tarso, a capital da Cilícia, uma província romana, a sudeste da Ásia Menor. Esta cidade ficava nas margens do Rio Cidro, que era navegável até aqui, formando-se, assim, um vasto centro de tráfego comercial com muitos países ao longo das praias mediterrânicas e também com países da Ásia Menor Central. Tornou-se, deste modo, numa cidade que se distinguiu pela riqueza dos seus habitantes.

Tarso era também a sede de uma famosa universidade com uma reputação ainda maior do que as universidades de Atenas e Alexandria, as outras universidades que existiam na altura. Aqui nasceu Saulo e aqui passou a sua juventude, sem dúvida gozando da melhor educação que a sua cidade natal podia oferecer. O seu pai pertencia à facção judaica mais estrita - os Fariseus. Era da tribo de Benjamim, de sangue judeu puro e não misturado (At 23:6; Fp 3:5). Nada sabemos sobre a sua mãe; mas existem razões para concluir que ela era uma mulher pia e que exerceu toda a sua influência materna na moldagem do caráter do seu filho. É isso que, mais tarde, ele pôde dizer de si mesmo: que, desde a sua infância, era “segundo a justiça que há na lei, irrepreensível” (Fp 3:6).

Lemos sobre a sua irmã e o filho desta (At 23:16) e sobre outros familiares (Rm 16:7, 11, 12). Embora judeu, o seu pai era um cidadão romano. Não se sabe como conseguiu este privilégio. “Pode ser comprado, ou ganho através de serviços notáveis para o Estado, ou adquirido de várias outras maneiras; de qualquer maneira, o seu filho nascera livre. Era um privilégio valioso e que se provou ser muito útil para Paulo, embora talvez não da maneira que o seu pai imaginara.” Talvez a carreira mais natural para ele seguir fosse a de mercador. “Mas ficou decidido que… ele deveria ir para a universidade e tornar-se um rabi, ou seja, um ministro, um professor e um advogado, tudo congregado sob um único título.”

De acordo com o costume judeu, contudo, ele aprendeu um ofício antes de entrar propriamente na preparação mais direta para aquela sagrada profissão. O ofício em que se formou foi o de fazer tendas a partir de tecidos de pele de cabra, um ofício que era muito comum em Tarso.

Tendo-se completado a sua educação preliminar, Saulo foi enviado, quando tinha cerca de treze anos, para a grande escola judaica relacionada com a instrução sagrada, em Jerusalém, como estudante da lei. Foi aluno do aclamado Rabi Gamaliel e lá passou muitos anos num estudo elaborado das Escrituras e das muitas questões relacionadas com elas e com as quais os rabis se exercitavam. Durantes estes anos de estudo diligente, ele viveu “em toda a boa consciência”, sem se deixar corromper por qualquer dos vícios daquela grande cidade.

Quando terminou os estudos, ele terá deixado Jerusalém e voltado para Tarso, onde é provável que, por alguns anos, se tenha envolvido em algo relacionado com a sinagoga. Volta a Jerusalém pouco depois da morte de Cristo. Aí, inteira-se dos pormenores relacionados com a crucificação e o nascimento da nova seita dos “Nazarenos”.

Durante os dois anos a seguir ao Pentecostes, o Cristianismo foi calmamente espalhando a sua influência em Jerusalém. Estevão, um dos sete diáconos, deu um testemunho público mais aguerrido de que Jesus era o Messias e isto conduziu a uma maior excitação entre os judeus e a uma maior disputa nas suas sinagogas. Estevão e os seguidores de Cristo foram perseguidos e Saulo teve, nessa altura, um papel proeminente. Nesse momento, era provável que ele fosse membro do Grande Sinédrio e se tivesse tornado num líder ativo na furiosa perseguição, através da qual os governantes procuravam exterminar os Cristãos.

Mas o objetivo desta perseguição também falhou. “Os que fugiram, iam por todo o lado pregando o Evangelho.” A fúria do perseguidor foi, desse modo, ainda mais estimulada. Ouvindo que alguns fugitivos se tinham refugiado em Damasco, ele obteve do sumo sacerdote cartas que o autorizariam a perseguir esses cristãos. Era uma viagem de 208 Km e que duraria talvez seis dias. Durante esse tempo, ele e os seus ajudantes caminharam com um passo firme, “respirando ameaças e morte.” Mas a crise da sua vida estava ali à mão. Ele chegara ao último estádio da sua viagem e Damasco já aparecia no horizonte. Saulo e os seus companheiros continuaram mas foram rodeados por uma luz brilhante. Saulo caiu por terra, aterrorizado. Uma voz soou aos seus ouvidos: “Saulo, Saulo, porque me persegues?” O Salvador ressuscitado ali estava, vestido com o traje da sua humanidade glorificada. Em resposta à ansiosa pergunta do perseguidor atingido, ‘Quem és tu, Senhor?’, Ele respondeu: “Eu sou Jesus a quem tu persegues” (At 9:5; At 22:8; At 26:15).

Este foi o momento da sua conversão, o mais solene da sua carreira. Cego por causa da luz ofuscante (At 9:8), os seus companheiros conduziram-no para a cidade onde, absorto em profundos pensamentos durante três dias, ele não bebeu nem comeu (At 9:11). Ananias, o discípulo que vivia em Damasco, foi informado, através de uma visão, da mudança que ocorrera na vida de Saulo e foi enviado para lhe devolver a vista e batizá-lo na igreja de Cristo (At 9:11), talvez para o “Sinai da Arábia,” provavelmente com o propósito de estudar e meditar na maravilhosa revelação que lhe fora feita. “Um véu de profunda escuridão paira sobre a sua visita à Arábia. Nada se sabe dos locais por onde andou, dos pensamentos e ocupações em que se envolveu enquanto lá esteve, nem das circunstâncias da crise que deve ter modelado todo o curso da sua vida posterior. Diz Paulo: “Imediatamente me dirigi à Arábia.”
O historiador passa por cima deste incidente (comparar com At 9:23 e 1Rs 11:38, 39). É uma pausa misteriosa, um momento de suspense na história do apóstolo, uma calma que precede a tumultuosa tempestade que foi a sua ativa vida missionária.” Voltado, depois de três anos, a Damasco, ele começou a pregar o Evangelho “ousadamente no nome de Jesus” (At 9:27) mas logo foi obrigado a fugir (At 9:25; 2Co 11:33) dos judeus e a refugiar-se em Jerusalém. Ali ele se demorou durante três semanas mas foi novamente forçado a fugir (At 9:28, 29) da perseguição. Volta à sua Tarso natal (Gl 1:21) onde, durante provavelmente cerca de três anos, o perdemos de vista. Ainda não chegara o tempo em que ele deveria iniciar o seu trabalho de pregação do Evangelho aos gentios.

Com o tempo, a cidade de Antioquia, a capital da Síria, tornou-se no cenário de uma grande atividade cristã. Aí, o Evangelho andou firmemente pelo seu próprio pé e a causa de Cristo prosperou. Barnabé, que fora enviado de Jerusalém para Antioquia, a fim de aí superintender toda a obra, viu que era trabalho demais para si e, lembrando-se de Saulo, dirigiu-se a Tarso à sua procura. Saulo respondeu prontamente ao chamado que lhe foi dirigido e foi para Antioquia que, durante “um ano inteiro” se tornou no centro dos seus trabalhos, tendo sido coroado de êxito. Os discípulos foram aí chamados “cristãos” pela primeira vez (At 11:26).

A igreja de Antioquia propôs-se, então, a enviar missionários aos gentios e Saulo e Barnabé, com João Marcos como auxiliar, foram os escolhidos. Esta foi uma época áurea na história da igreja. Os discípulos deram real cumprimento à ordem do Mestre: “Ide a todo o mundo e pregai o Evangelho a toda a criatura.”Os três missionários partiram para a sua primeira viagem missionária. Saíram de Seleucia, o porto de Antioquia e passaram por Chipre, que ficava a cerca de 128 Km a sudoeste. Em Pafos, Sérgio Paulo, o pró cônsul romano, converteu-se, Saulo assumiu o comando e passou a ser conhecido por Paulo.
Os missionários dirigiram-se depois para o continente e percorreram 10 ou 11 Km pelo Rio Cestro acima até Perge (At 13:13), onde João Marcos abandonou a obra que faziam e voltou para Jerusalém. Os dois homens percorreram depois mais cerca de 160 Km, passando pela Panfília, pela Pisídia e por Licaónia. As três cidades mencionadas fazem parte da Antioquia da Pisídia, onde Paulo pronunciou o seu primeiro sermão (At 13:16-51; comparar com At 10:30-43). Passaram também por Icónio, Listra e Derbe. Voltaram, depois, pelo mesmo caminho, a fim de visitarem e encorajarem os conversos e ordenarem anciães em cada cidade, para que velassem pelas igrejas que se tinham formado. De Perge, foram diretamente para Antioquia, de onde tinham partido.

Depois de aí permanecerem “durante muito tempo”, provavelmente até 50 ou 51 d.C, surgiu uma grande controvérsia na igreja por causa da relação dos gentios com a lei mosaica. Com o propósito de resolverem esta questão, Paulo e Barnabé foram enviados como delegados, a fim de consultarem a Igreja em Jerusalém. O Concílio ou Sínodo que aí se reuniu (At 15), decidiu-se contra a ala judaizante; e os delegados, acompanhados por Judas e Silas, voltaram a Antioquia, levando consigo o decreto do Concílio.

Após uma pequena pausa em Antioquia, Paulo disse a Barnabé: “Vamos visitar novamente os nossos irmãos em todas as cidades onde pregamos o Evangelho do Senhor e vejamos como eles estão.” Marcos propôs-se a acompanhá-los; mas Paulo recusou-se a deixá-lo ir. Barnabé estava resolvido a levar Marcos e, assim, ele e Paulo tiveram uma grande discussão. Acabaram por se separar e nunca mais se encontraram. Paulo, contudo, mais tarde, fala de Barnabé com respeito e pede a Marcos que venha ter com ele a Roma (Cl 4:10; 2Tm 4:11).

Paulo leva Silas consigo, em vez de Barnabé e inicia a segunda viagem missionária em 51 d.C. Desta vez foi por terra, revisitando as igrejas que já tinha fundado na Ásia. Mas ele ansiava por pregar em “regiões mais distantes” e ainda foi até à Frígia e à Galácia (At 16:6). Contrariamente às suas intenções, ele foi obrigado a permanecer na Galácia por causa de uma “fraqueza da carne” (Gl 4:13, 14). A Bitínia, uma populosa província nas margens do Mar Negro, estava agora no seu horizonte e Paulo desejou lá ir; mas foi-lhe vedado o caminho, pois o Espírito o guiou noutra direção. Dirigiu-se às margens do Egeu e chegou a Troas, na costa noroeste da Ásia Menor (At 16:8). Da viagem entre Antioquia e Troas não existe qualquer registro, a não ser algumas referências que lhe são feitas na Epístola de Gálatas (At 4:13).

Enquanto esperava em Troas pelas indicações de Deus quanto ao que deveria fazer a seguir, ele teve uma visão de um homem natural da Macedónia. Este apareceu perante ele e disse-lhe: “Passa à Macedônia e ajuda-nos” (At 16:9). Paulo reconheceu na visão uma mensagem de Deus. Passou por Helesporto, que o separava da Europa e levou as novas do Evangelho até ao mundo ocidental. Na Macedônia, abriu igrejas em Filipos, Tessalônica e Beréia. Deixando esta província, Paulo seguiu para Acaia, “o paraíso das pessoas de renome e gênio.” Chegou a Atenas mas partiu depois de uma breve estadia (At 17:17-31).
Os atenienses receberam-no com um frio desdém e ele não visitou mais a cidade. Seguiu para Corinto, a sede do governo romano na Acaia e aí permaneceu durante um ano e meio, sendo bastante bem sucedido. Enquanto lá esteve, escreveu as suas duas epístolas à igreja de Tessalônica, as suas primeiras cartas apostólicas e depois viajou para a Síria, a fim de conseguir chegar a tempo da realização da festa do Pentecostes, em Jerusalém. Estava acompanhado por Áquila e Priscila, que ficaram em Éfeso, onde ele chegou após uma viagem de treze ou quinze dias. Aportou em Cesareia e dirigiu-se a Jerusalém. Tendo “saudado a Igreja” que ali se encontrava, festejou o Pentecostes e partiu para Antioquia, onde permaneceu “por algum tempo” (At 18:20-23).

Iniciou, então, a sua terceira viagem missionária. Viajou por terra, percorrendo as “regiões superiores” (as regiões mais orientais) da Ásia Menor e chegando a Éfeso, onde ficou durante três anos, envolvido constantemente na obra de Deus. “Esta cidade era, naquele tempo, a Liverpool do Mediterrâneo. Possuía um porto esplêndido, onde se concentrava todo o tráfico marítimo, sendo, também, uma importante via marítima para todo o mundo; e, assim como Liverpool tem à sua volta as grandes cidades do condado de Lancashire, também Éfeso tinha a rodeá-la as cidades que são mencionadas, juntamente com ela própria, no livro de Apocalipse: Esmirna, Pérgamo, Tiatira, Sardo, Filadélfia e Laodicéia. Era uma cidade muito rica e dada a toda a espécie de prazer, sendo famosa pelos seus teatros e hipódromos.” Ali se lhe abre uma porta bem eficaz. Os seus auxiliares ajudaram-no na sua obra, levando o Evangelho até Colosso e Laodicéia e a outros lados onde conseguiram chegar.

Pouco depois da sua partida de Éfeso, o apóstolo escreveu a sua Primeira Epístola aos Coríntios. Os ourives que trabalhavam a prata e faziam pequenas imagens, sentiram-se em perigo e organizaram um motim contra Paulo. Este saiu da cidade e seguiu para Troas (2Co 2:12), donde partiu para se encontrar com Tito na Macedônia. Aqui, em consequência do relatório que Tito lhe trouxera de Corinto, ele escreveu a sua Segunda Epístola àquela igreja.
Tendo passado, provavelmente, a maior parte do Verão e do Outono na Macedônia visitando aí as igrejas, especialmente as de Filipos, Tessalônica e Bereia, talvez até penetrando mais para o interior, até às margens do Adriático (Rm 15:19), dirigiu-se à Grécia, onde permaneceu durante três meses, passando talvez a maior parte do seu tempo em Corinto (At 20:2). Durante a sua permanência na cidade, escreveu a sua Epístola aos Gálatas e também a grande Epístola aos Romanos. Três meses depois, deixou a Acaia e foi para a Macedônia, passando pela Ásia Menor e chegando a Mileto, onde discursou para os presbíteros efésios, a quem ele mandara dizer que desejava reunir-se com eles (At 20:17). Viajou depois para Tiro, chegando finalmente a Jerusalém, talvez na primavera de 58 d.C.

Enquanto esteve em Jerusalém, na festa do Pentecostes, quase foi morto pelos judeus, no templo. Salvo daquela violência pelo comandante romano, foi levado como prisioneiro para Cesareia onde, por diversas razões, ele ficou detido durante dois anos no pretório de Herodes (At 23:35). “Paulo não foi mantido em total reclusão; ele tinha, pelo menos, a fileira de barracas onde estava detido. Podemos imaginá-lo a percorrer as plataformas que o levavam até ao Mediterrâneo e a olhar melancolicamente por sobre as águas na direção da Macedônia, da Acaia e de Éfeso, onde os seus filhos espirituais se sentiam quebrantados por causa dele, ou talvez se deparassem com perigos e, desse modo, precisassem desesperadamente da sua presença. Foi uma providência misteriosa que assim salvaguardou as suas energias e condenou o ardente obreiro à inatividade, embora nós agora possamos ver qual a razão para que tal acontecesse. Paulo necessitava de descanso.
Após 22 anos de incessante evangelização, ele precisava de tempo livre para recolher a colheita da experiência… Durante estes dois anos, ele nada escreveu; foi um tempo de atividade mental e de um progresso silencioso.” Ao fim desses dois anos, Pórcio Festo sucedeu a Félix no governo da Palestina e o apóstolo foi novamente ouvido por ele. Mas julgando ter o direito de reclamar o privilégio de um cidadão romano, ele apelou para o imperador (At 25:11). Tal apelo não podia ser passado por alto e Paulo foi enviado para Roma, à guarda de um tal Júlio, um centurião da “Corte Augusta.” Após uma longa e perigosa viagem, ele acabou por chegar à cidade imperial provavelmente no princípio da primavera de 61 d.C. Aqui, foi-lhe permitido que ocupasse a sua própria casa alugada, sob constante custódia militar. Este privilégio foi-lhe concedido, sem dúvida, porque ele era um cidadão romano e, por isso, não poderia ser preso sem antes ter sido julgado.
Os soldados que guardavam Paulo eram mudados frequentemente e, assim, ele teve oportunidade de pregar o Evangelho a muitos deles durante esses “dois anos inteiros”, obtendo a bênção de ver o interesse pelo Evangelho espalhar-se por entre a guarda imperial e até mesmo chegar à casa de César (Fp 1:13). Ele era procurado tanto por judeus como por gentios (At 28:23, 30, 31) e, deste modo, o seu encarceramento “tornou-se num meio de propagação do Evangelho” e a sua “casa alugada” transformou-se no centro de uma influência piedosa que se espalhou por toda a cidade. De acordo com a tradição judaica, a casa estava situada perto do atual bairro de residência obrigatória para os judeus, que tem sido o bairro judeu em Roma desde os tempos de Pompeu até aos dias de hoje. Durante este período, o apóstolo escreveu as suas Epístolas aos Colossensses, aos Efésios, aos Filipenses, a Filémon e provavelmente aos Hebreus.

O primeiro encarceramento terá chegado ao fim e Paulo foi declarado inocente, talvez porque não surgiram testemunhos contra ele. Mais uma vez ele voltou à sua obra missionária, indo visitar a Europa Ocidental e Oriental e a Ásia Menor. Durante este período de liberdade, ele escreveu a sua Primeira Epístola a Timóteo e a Epístola de Tito. O ano da sua libertação coincidiu com o incêndio de Roma, que Nero achou conveniente atribuir aos cristãos. Paulo é preso e é mais uma vez levado para Roma como prisioneiro. Durante este encarceramento, terá escrito a Segunda Epístola a Timóteo, a última que ele escreveu. “Não poderá haver grandes dúvidas sobre o fato de ele ter comparecido novamente no tribunal de Nero e de, desta vez, ter sido considerado culpado.
Em toda a história, não pode haver mais aterradora ilustração da ironia da vida humana do que a cena de Paulo perante o tribunal de Nero. No julgamento, vestido de púrpura, estava um homem que, num mundo perverso, atingira a fama de ser o pior e o mais malvado ser que existia, um homem maculado com todos os crimes, um homem cujo ser estava tão impregnado de todos os vícios imagináveis e inimagináveis, que o seu corpo e a sua alma eram, tal como disse alguém naquele tempo, nada mais do que um conjunto de lama e sangue; e no banco dos acusados estava o melhor homem que o mundo conheceu, os seus cabelos encanecidos pelos trabalhos que realizara para o bem dos homens e para a glória de Deus. O julgamento terminou: Paulo foi condenado e entregue ao carrasco. Foi levado para fora da cidade, levando atrás de si a população mais baixa. Chegaram ao local fatal; ele ajoelhou-se ao lado do tronco; o machado do carrasco brilhou ao sol e caiu; e a cabeça do apóstolo do mundo rolou na poeira” (provavelmente em 66 d.C.), quatro anos antes da queda de Jerusalém.
OS ANOS FINAIS E O MARTÍRIO
Se assumirmos que Paulo é o autor das cartas pastorais (1 Timóteo, 2 Timóteo e Tito), podemos traçar o provável curso dos eventos dos últimos anos de Paulo. Romanos 15:28 mostra que a intenção de Paulo era entregar as arrecadações e ir em direção a Roma e depois para a Espanha. O fato de ele ter sido preso em Jerusalém não só atrapalhou seus planos mas também o fez perder tempo que ele queria gastar em outro lugar. Nós sabemos que algum tempo depois de 61 D.C., Paulo deixou Tito em Creta (Tito 1:5) e viajou através de Mileto, sul de Éfeso. Viajando em direção a Macedônia, Paulo visitou Timóteo em Éfeso (1 Timóteo 1:3). No caminho, Paulo deixou seu manto e seus livros com Carpo em Trôade (2 Timóteo 1:3). Isso indica que a intenção dele era voltar ali para pegar as suas coisas.
De Macedônia, Paulo escreveu sua carta afetuosa porém apreensiva a Timóteo (62-64 D.C). Ele havia decidido passar o inverno em Nicópolis (Tito 3:12), noroeste de Corinto, mas ainda se encontrava na Macedônia quando escreveu esta carta a Tito. Essa carta é parecida com 1 Timóteo, mas com um tom mais rigoroso. Nela há uma última referência ao eloqüente e zeloso Apolo (Tito 3:13), que ainda trabalhava para o evangelho por mais de dez anos depois de ter conhecido Paulo em Éfeso (Atos 18:24). Neste ponto da história o caminho de Paulo é desconhecido. Ele pode ter passado o inverno em Nicópolis, mas ele não retornou a Trôade como ele havia planejado (2 Timóteo 4:13).
Em algum ponto os romanos provavelmente o prenderam novamente, pois ele passou um inverno em Roma na Mamertime Prison, passando frio na cela gelada de pedra enquanto escrevia a sua segunda carta a Timóteo (66-67 D.C). Ele podia estar antecipando isso quando pediu para Timóteo lhe trazer o seu manto (2 Timóteo 4:13,21). Nós só podemos especular quais eram as acusações contra Paulo; alguns sugerem que Paulo e os outros cristãos podiam ter sido acusados (falsamente) de terem incendiado Roma. Era, no entanto, contra a lei pregar a fé cristã. A proteção que havia sido dada aos judeus tinha sido retirada dessa nova religião estranha. Paulo sentiu o peso dessa perseguição. Muitos o abandonaram (2 Timóteo 4:16), inclusive todos os seus colegas na Ásia (1:15) e Demas que amava ao mundo (4:10). Apenas Lucas, o médico e autor do livro de Lucas e Atos, estava com ele quando ele escreveu a sua segunda carta a Timóteo (4:11). Crentes fiéis que estavam escondidos em Roma também manteram contato (1:16; 4:19, 21).
Ele pediu a Timóteo que viesse ao seu encontro em Roma (4:11), e aparentemente Timóteo foi. O pedido de Paulo que Timóteo o trouxesse seus livros e o seu pergaminho indica que ele estava estudando a palavra até o fim. O apóstolo Paulo teve duas audiências diante dos romanos. Na sua primeira defesa só o Senhor ficou do seu lado (2 Timóteo 4:16). Lá não só ele se defendeu como também defendeu o evangelho, ainda na esperança que os gentios escutassem sua mensagem. Aparentemente não houve um veredicto, e Paulo foi "livre da boca do leão" (4:17). Apesar de Paulo saber que morreria em breve, ele não temeu. Ele foi assegurado que o Senhor o daria a coroa da justiça no último dia (4:8). Finalmente, o apóstolo em si escreveu encorajar todos os que criam "O Senhor seja com o teu espírito. A graça seja com vosco" (2 Timóteo 4:22, RSV). Depois disso, a escritura não menciona mais Paulo.
Nada sabemos sobre a segunda audiência de Paulo, mas provavelmente resultou em sentença de morte.
Não temos nenhum relato escrito do fim de Paulo, mas foi provavelmente executado antes da morte de Nero no verão de 68 D.C.. Como um cidadão romano, ele deve ter sido poupado das torturas que os seus companheiros de mártir haviam sofrido recentemente. A tradição diz que ele foi decapitado fora de Roma e enterrado perto dali. A sua morte libertou Paulo "partir e estar com Cristo, o que é muito melhor" (Filipenses 1:23).

Fonte: Ilumina
Conclusão
Esta sinopse da biografia de Paulo, nos dá uma visão panorâmica da vida desse homem de Deus, facilita o entendimento e detalhes que às vezes ficamos em duvida, e muitas vezes não temos um “link” para unir os pensamentos ou organizá-los.
Alem da biografia de Paulo, temos ainda nessa sinopse, acontecimentos e personagens da época os quais podemos usa para um estudo mais detalhado, o que nos dará maior habilidade ao discursar sobre o contexto histórico do Novo Testamento.

Bibliografia Mundo biblico cd rom


              I. A PRIMEIRA VIAGEM MISSIONÁRIA (At 13 — 14)
 A Primeira Viagem Missionária

“[...] como pôde o apóstolo Paulo, em tão pouco tempo, evangelizar os principais centros do Império Romano e, finalmente, instalar-se em Roma com a irresistível mensagem do Evangelho? Ou melhor: como pôde um único homem revolucionar toda a sua época? A resposta não exige muita abstração. Em primeiro lugar, era Paulo um mensageiro extraordinário do Senhor, através do qual foi o evangelho universalizado. Além disso, utilizou-se ele da infra-estrutura do império para viajar de cidade em cidade, de província em província e de reino em reino. Providencialmente, não precisava de nenhum passaporte especial: era um cidadão romano. Somente um Deus, que é a mesma sabedoria, haveria de predispor todas as coisas a fim de que a mensagem da cruz chegasse aos confins da terra. [...] Em Antioquia, o apóstolo Paulo desempenhou uma importante etapa de seu ministério. E daqui, partiu ele para a sua primeira viagem missionária. Após o Concílio de Jerusalém, retornou à cidade com as resoluções tomadas pelos apóstolos e anciãos (At 15.23). Sua segunda viagem missionária também teria Antioquia como ponto de partida. Atualmente, Antioquia não passa de uma modesta povoação. Para nós, no entanto, será conhecida sempre como a igreja missionária por excelência” (ANDRADE, C. Geografia Bíblica. 11.ed. RJ: CPAD, 2001, pp.227-29).

1. De Antioquia a Chipre (At 13.1-12). A primeira viagem missionária de Paulo ocorre logo após ter sido ele comissionado pelo Espírito Santo (vv.2,3). Orientado pelo mesmo Espírito, o apóstolo, juntamente com Barnabé, embarca em Selêucia, porto marítimo de Antioquia, em direção à Ásia Menor (v.4). Com isto, Lucas demonstra ser o Espírito de Cristo o verdadeiro protagonista de Atos dos Apóstolos (v.9).
Já em Chipre, cidade natal de Barnabé (At 4.36), desembarcam em Salamina, onde havia uma considerável população judaica. Ali anunciam a Palavra do Senhor à sinagoga local. Depois, viajando em direção à ilha de Pafos, proclamam o Evangelho de Cristo às suas aldeias e povoados.
2. De Chipre a Antioquia da Pisídia (At 13.13-52). De Pafos, subindo o rio Cestro, Paulo chega a Perge, região da Panfília, cuja população era devota de Diana (Ártemis). Após uma viagem de 160 quilômetros, o apóstolo chega a Antioquia da Pisídia, onde havia uma grande comunidade judaica e um posto militar romano.
Na sinagoga local, Paulo proclama o evangelho aos judeus da Diáspora, conduzindo muitos à conversão. Não poucos prosélitos também aderem à fé. No sábado seguinte, uma grande multidão congrega-se, a fim de ouvir a Palavra de Deus. Os judeus incrédulos, porém, saem a blasfemar e a incitar a cidade contra o apóstolo.
3. De Icônio ao regresso a Antioquia (At 14.1-28). Localizada no entroncamento de Éfeso, Tarso e Antioquia, era Icônio uma cidade mui estratégica à difusão do evangelho. Como de costume, Paulo põe-se a evangelizar os judeus da dispersão. Muitos crêem. Outros, porfiando em sua incredulidade, incitam as gentes contra os apóstolos.
Temendo por suas vidas, Paulo e Barnabé deixam Icônio e dirigem-se a Listra e a Derbe, cidades da Licaônia.
Em Listra, que tinha como padroeiro a Zeus, o maioral dos deuses gregos, os apóstolos pregam e restauram a saúde a um coxo de nascença. Abismados pelo milagre, os licaônios atribuíram o prodígio à manifestação de Zeus e Hermes (At 14.11,12). E já completamente fora de si, puseram-se a oferecer sacrifícios aos apóstolos que, energicamente, impediram-nos (At 14.15).
Logo em seguida, os que eram adorados como deuses são tratados como a escória da humanidade. Uma multidão, procedente de Antioquia e Icônio, incita as pessoas a apedrejarem a Paulo, que é dado como morto (At 14.19). No entanto, a semente ali plantada haveria de florescer e frutificar. Logo depois de serem comissionados pelo Espírito Santo, a igreja de Antioquia enviou Paulo e Barnabé em sua primeira viagem missionária.

  
II. A SECUNDA VIAGEM MISSIONÁRIA (At 15.36 — 18.28)

 
1. Em direção à Ásia (15.36 — 16.8). Após a ruptura com Barnabé, prossegue Paulo na companhia de Silas, que também era profeta (At 15.32). Em Listra, une-se a eles um jovem greco-hebreu — Timóteo, a quem o apóstolo escreveria duas epístolas.
Deixando Antioquia, passaram pela Síria e Cilicia. Confortando as igrejas na fé, informando-as acerca da resolução do Concílio de Jerusalém (16.4,5). Em ato contínuo, atravessam a região da Frígia e da Galácia. Mas o Espírito Santo, sempre na direção dos atos de seus apóstolos, interrompe-lhes a jornada, conduzindo-os por um itinerário que haveria de mostrar-se vital à expansão do Cristianismo.
2. Em direção à Europa (16.12 — 18.18). Em Trôade, Paulo é orientado, numa visão, a seguir para a Macedônia. Rumo a Filipos, passa pela Samotrácia e por Neápolis, até chegar a Filipos. Esta foi a primeira cidade da Europa a receber o evangelho. E Lídia, a primeira européia a receber a Cristo, constrange os apóstolos a hospedarem-se em sua casa.
Nessa cidade, Paulo expulsa o espírito de adivinhação de uma jovem que, por intermédio desse artifício, dava grandes lucros a seus senhores (At 16.16-18). Vendo estes que a fonte de seu ganho secara, incitaram a cidade contra os apóstolos que, levados ao tribunal, foram postos em prisão.
No cárcere, Paulo e Silas adoravam a Deus quando um terremoto abriu-lhes as portas da cadeia. O episódio constrangeu o carcereiro e toda a sua família a converterem-se a Cristo (At 16.31). Já libertos, seguiram eles a Tessalônica, passando por Anfípolis e Apolônia. E dali, prosseguiram a pé por 64 quilômetros até a cidade.
3. Regresso (18.18-22). De Atenas, dirigiu-se Paulo a Corinto, a mais importante metrópole da Grécia. Na cidade, fez contatos com Áquila e Priscila. Aos sábados, consagrava-se ele a proclamar o evangelho aos judeus e gentios ali residentes. Seu grande esforço resultou na conversão do principal da sinagoga — o irmão Crispo. A permanência de Paulo em Corinto foi de um ano e seis meses. Despedindo-se da igreja ali estabelecida, dirigiu-se a Éfeso, na província da Lídia. Em seguida, retorna a Antioquia via Jerusalém. O Espírito Santo conduz o apóstolo Paulo a realizar sua segunda viagem missionária.

 
III. TERCEIRA VIAGEM MISSIONÁRIA (At 18.23 — 28.31)

 
1. De Antioquia a Macedônia (18.23 — 20.3). De Antioquia, Paulo dirigiu-se a Éfeso, objetivando confirmar a igreja local. Como alguns discípulos nada sabiam sobre o Espírito Santo, pôs-se o apóstolo a doutriná-los acerca da Terceira Pessoa da Santíssima Trindade. Em seguida, orou para que o Espírito de Deus sobre eles viesse. Imediatamente, começaram a falar noutras línguas e a profetizar.
Como resultado de seu trabalho, a superstição é vencida na cidade.
2. De Filipos a Jerusalém (20.6 — 21.17). Nessa seção de Atos, Paulo encerra a sua terceira viagem missionária. Visita a Macedônia e a Grécia. Logo a seguir, retorna a Ásia (20.1-6). Alguns fatos marcaram-lhe o regresso: seu longo discurso, a ressurreição de Êutico e o comovente discurso aos anciãos de Éfeso. Apesar de alertado divinamente sobre os perigos que o aguardavam em Jerusalém, chega à Cidade Santa.
3. Paulo em Jerusalém. Em Jerusalém, Paulo reúne os anciãos da Igreja em casa de Tiago e narra o que Deus fizera aos gentios através de seu ministério. Ante o relato, os presbíteros preocupam-se com a reação dos judeus a respeito de Paulo. O temor não era infundado: Paulo é acuado e agredido pela multidão. Todavia, o Senhor preserva-lhe a vida, providenciando para que seja levada a Roma, onde era mister que proclamasse o evangelho.O Espírito Santo conduzia Paulo de cidade em cidade, fortalecendo-o para que realizasse sua terceira viagem missionária.Nas viagens missionárias de Paulo, vemos clara e meridianamente os Atos do Espírito Santo. Sim, o Espírito Santo continua a operar maravilhas no campo missionário, fazendo o evangelho chegar aos confins da terra. Quando intimado pelo Senhor, não se furte. Responda: “Eis-me aqui, envia-me a mim”.
 
 I. VIAGEM DE PAULO A ROMA (At 27.1 — 28.10)
 
Constrangido a apelar para César, o apóstolo Paulo é conduzido agora pelas autoridades romanas à capital do império. O que parecia um simples traslado de preso, haveria de ser registrado pela história como o início da maior expansão do Cristianismo que, conquistando toda a Europa Ocidental, não tardaria a chegar aos pontos mais ignorados do planeta.
1. De Cesareia a Roma (27.1-44). Em sua viagem, o apóstolo conta com a assistência de Lucas e de um crente macedônio chamado Aristarco (ver 19.29; 20.4; Cl 4.10; Fm 24). Como diz o sábio rei de Israel, é na angústia que nasce o irmão (Pv 17.17; 18.24). Além disso, o centurião que lhe cuida da segurança, trata-o com deferência e humanidade. Permite-lhe inclusive que visite a igreja em Sidom. Quando Deus nos envia, até os inimigos fazem-se amigos e os amigos tornam-se irmãos.
Açoitada pela voragem do mar, segue a nau lenta e dificultosamente até Mirra, na Lícia. Desta cidade, zarpam em direção da Itália em um navio procedente de Alexandria. Embora prisioneiro, o apóstolo mantém o controle da situação. Mostra uma autoridade moral e espiritual que viria a surpreender a todos naquela nau. Haja vista a advertência que faz ao centurião quanto aos perigos que os aguardavam em seu trajeto a Roma. O militar, que de início prefere ouvir o piloto a Paulo, ver-se-á mais adiante obrigado a reconhecer a oportunidade de seu conselho.
2. Paulo na ilha de Malta (At 28.1-10). Forçados a desembarcar em Malta, localizada ao sul da Sicília, todos são tratados com singular bondade pelos naturais da terra. Ali, opera o Senhor, por intermédio de Paulo, sinais e maravilhas. Aquele que se mostrara imune à víbora que se achava oculta nos gravetos, cura o pai de Públio, magistrado local, e recupera a saúde a muitos ilhéus. Dessa maneira, semeia Paulo uma igreja que não tardaria a florescer. Apesar das dificuldades que você enfrenta, querido missionário, Deus quer operar o sobrenatural por seu intermédio.
3. Paulo chega a Roma (At 28.11-15). Decorridos três meses, o navio que conduziria Paulo a Roma, zarpa generosamente suprido pelos malteses. Desembarcam em Siracusa, chegam a Régio e aportam em Putéoli. Aqui, instados pelos irmãos, o apóstolo juntamente com seus companheiros hospedam-se por sete dias.
Já em Roma, encontra-se com alguns irmãos na praça de Ápio. O Senhor jamais abandona os seus mensageiros, mesmo distantes da pátria querida, faz-nos Ele sentir-nos em casa. Você passa por alguma provação? Parece que o trabalho não avança? Não se deixe abater. A Palavra de Deus jamais voltará vazia. Você ficará surpreso com o que o Cristo está para realizar através de seu ministério.Paulo sofreu um naufrágio em sua viagem a capital do império romano, porém, Deus guardou a vida do seu servo, livrando-o da morte.

 
II. O EVANGELHO É PROCLAMADO NA CAPITAL DO IMPÉRIO (At 28.16-31) 
Se o Senhor decretou fosse o evangelho conhecido em toda a Roma, por que manteve encarcerado o seu maior campeão? Neste momento, talvez esteja você aprisionado a entraves burocráticos dentro e fora de nossas fronteiras. Não se desespere. Ninguém haverá de algemar a mensagem da cruz. Não há protocolo capaz de barrar a vontade de Deus.
1. Prisão domiciliar (28.16). Como não recaía sobre Paulo nenhuma acusação de crime capital, era-lhe permitido morar por sua própria conta. Apesar de vigiado por um soldado, tinha liberdade de ler, escrever, receber visitas e, naturalmente, evangelizar. Terá aquele militar se convertido a Cristo? Não tenho dúvidas. Mesmo sem liberdade, o Senhor deixa-nos livres para realizar a sua obra.
2. Apologia entre os judeus (28.17-22). De sua prisão domiciliar, Paulo convoca os líderes da comunidade judaica para expor-lhes os eventos que o trouxeram sob algemas a Roma. Como apóstolo dos gentios, aproveita ele para anunciar que Jesus era, de fato, o Messias de Israel. Alguns deixam-se persuadir, outros preferem continuar na incredulidade. Entre os gentios, contudo, o evangelho põe-se a expandir até mesmo na elite romana. Na exposição da Palavra de Deus, seja um autêntico apologeta. Apresente, com mansidão e firmeza, as razões da esperança cristã.
3. Progresso do evangelho em Roma (28.23-31). Roma era o centro político, econômico e cultural do mundo. Apesar de sua grandeza e não obstante a sua importância, a cidade fizera-se notória pela lassidão moral e pela degenerescência de seus costumes. Em seus termos, os cultos mais extravagantes e as mais exóticas religiões. E os deuses encontradiços em cada praça e logradouro?
Gente de toda parte misturava-se pelas ruas de Roma. Berço de notáveis oradores, políticos, generais e juristas, era a cidade marcada pela injustiça, ignorância e por uma soberba tola e animalesca. Haja vista as deferências cultuais que recebiam imperadores como Nero e Calígula.
Todavia, ali estava um poder que haveria de sobrepor-se sobre a todos os mais afamados símbolos e potentados romanos: o Evangelho de Cristo Jesus. Haveria este de avançar com muito mais determinação do que as mais aguerridas legiões romanas. Avançaria sim e conquistaria nações sem impedimento algum.Paulo foi conduzido pelas autoridades até Roma. Ali, em prisão domiciliar, ele pregou o evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo.Se Lucas deixa em aberto os Atos dos Apóstolos, por que iríamos nós fechar as portas que o Espírito Santo nos abre todos os dias? Sim, portas à evangelização nacional e portas às missões transculturais. Aproveitemos, pois, o Centenário das Assembleias de Deus no Brasil, para dar continuidade à evangelização dos povos. Atos 1.8 é uma ordenança que não pode ser esquecida. Se nos dispusermos a ir, todos os impedimentos ser-nos-ão tirados. 
 
                                         Paulo em meio à tempestade
“A experiência de Paulo na tempestade, dentro da vontade de Deus, contrasta com a de Jonas, que estava em desobediência. Comparando as duas, notamos: Paulo viajava para cumprir sua sagrada vocação. Jonas fugia da chamada que recebeu. Este se escondeu e dormiu durante a tempestade. Aquele dirigia as operações e encorajava os passageiros. A presença de Jonas no navio era a causa da tempestade. O navio em que Paulo viajava seria preservado de todo dano se os tripulantes respeitassem seu aviso (At 27.9,10). Jonas foi forçado a dar testemunho acerca de Deus (Jn 1.8,9). Paulo, com boa vontade e coragem, falou acerca da sua visão e do seu Deus. A presença de Jonas no navio ameaça a vida dos gentios. A presença de Paulo era uma garantia para a vida dos seus companheiros de viagem. O navio em que Jonas viajava recebeu alívio quando ele foi jogado no mar. A conversão de Paulo salvou a tripulação do navio no qual era prisioneiro. Há muita diferença em atravessar uma tempestade dentro e fora da vontade de Deus! Paulo, andando segundo o querer de Deus, em comunhão com Ele tornou-se bênção para todos quantos atravessavam o perigo com ele. Conforme Paulo anunciou, todos escaparam ilesos para a terra. Ficaram na ilha durante o inverno, um período de três meses. Mais uma vez foi manifestada a presença de Deus através de Paulo” (PEARLMAN, M. Atos. 1.ed., RJ: CPAD, 1995, pp. 248-49).  

                                                Auxílio Geográfico
 
  •    Malta — “A ilha e pequena, com cerca de 29 quilômetros de extensão e 13 de largura. Está situada entre a Silícia e a costa africana. Provavelmente, seja o local identificado como a ‘baía de São Paulo’. Na época de Paulo, Augusto alojou, no local, veteranos aposentados do exército. A população falava, além do grego, sua língua original fenícia” (RICHARDS. L. O. Guia do Leitor da Bíblia. Uma análise de Gênesis a Apocalipse capítulo por capítulo. 1.ed., RJ: CPAD. 2005, p.733).
   •    Roma — “Antiga rainha do mundo, acha-se edificada às margens esquerdas do Rio Tibre, sobre sete colinas. A cidade é mencionada nos Atos, na Epístola de Paulo aos Romanos e na Segunda Epístola a Timóteo.
No tempo de Pompeu, muitos foram os judeus levados a Roma como cativos. Para eles, o governo reservara um território na margem direita do Tibre. Apesar de desfrutarem dos favores de Júlio César e Augusto, foram os judeus perseguidos por Cláudio que resolveu expulsá-los da capital do império (At 18.2).
Muitos, todavia conseguiram permanecer em Roma, pois quando Paulo aqui chegou, como prisioneiro do Império, encontrou uma considerável colônia judaica (At 28.17)” (ANDRADE, C. Geografia Bíblica. A geografia da Terra Santa é uma das maneiras mais emocionantes de se entender a história sagrada. 11.ed., RJ: CPAD, 2001, p.248).
fonte www.mauricioberwaldoficial.blogspot.com
 

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