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quinta-feira, 22 de outubro de 2015
lições BETEL adultos 4 trim- a misericordia 25/10/2015
O exercício da
misericórdia manifesta a graça de Deus
TEXTO AUREO
“Porque bem
pode ser que ele se tenha separado de ti por algum tempo, para que o retivesses
para sempre.” Fm 15
Comentarista:
Pastor José Fernandes Correia Noleto
VERDADE
APLICADA
Através da
revelação da graça, nasceu uma nova relação, na qual todas as diferenças
externas são abolidas, pelo fato de que todos nos tornamos irmãos e filhos do
mesmo Pai.
OBJETIVOS DA
LIÇÃO
• Mostrar quem
são as figuras principais da epístola, o que elas tipificam e o pano de fundo
da história;
• Ensinar como
se deu a conversão de Onésimo, e como Filemom deveria aceitá-lo e perdoá-lo;
• Esclarecer
como Onésimo se tornou um teste de fé para Filemom.
TEXTOS DE
REFERÊNCIA
Fm 10 - Peço-te
por meu filho Onésimo, que gerei nas minhas prisões;
Fm 11- O qual
noutro tempo te foi inútil, mas agora a ti e a mim muito útil; eu to tomei a
enviar.
Fm 12 - E tu
toma a recebê-lo como às minhas entranhas.
Fm 13 - Eu bem
o quisera conservar comigo, para que por ti me servisse nas prisões do
evangelho;
Fm 14 - Mas
nada quis fazer sem o teu parecer, para que o teu benefício não fosse como por
força, mas, voluntário.
Fm 15 - Assim,
pois, se me tens por companheiro, recebe-o como a mim mesmo.
Fm 16 - E, se
te fez algum dano, ou te deve alguma coisa, põe isso à minha.
Introdução
A epístola
dirigida a Filemom é de uma preciosidade inigualável no Cânon Sagrado. Ela
revela o que a graça de Deus pode realizar na vida de pessoas escravas e sem
perspectivas como Onésimo, o escravo que se tornou irmão.
1 Conhecendo os
personagens
A epístola não
nos revela o que realmente Onésimo usurpou de seu senhor Filemom. Ela apenas
diz que ele fugiu em direção a Roma e pode ter furtado algo de valor para
garantir-se (Fm 18,19). Por meio de circunstâncias não registradas na Palavra
de Deus, Onésimo conheceu o apóstolo Paulo na prisão e tomou-se cristão.
Vejamos o perfil de cada personagem para compreender melhor as lições de vida
desta epístola.
1.1. Filemom, o
líder da igreja
Ao que parece,
Filemom era um rico cidadão de Colossos. Sua conversão se operara através da
pregação do apóstolo e existem fortes laços de amizade entre eles (Fm 1722).
Filemom é descrito por Paulo como um homem de amor e de fé, tanto para com
Jesus Cristo quanto para com o povo de Deus. Seu amor era prático. Ele reanimava
os santos por meio de suas palavras e de seu trabalho (Fm 7). As igrejas do
Novo Testamento reuniam-se nos lares (Rm 16.5,23; ICo 16.19). É bem provável
que a igreja na casa de Filemom fosse uma das duas congregações de Colossos (Cl
4.15).
Explique para os
alunos que, por se tratar de um homem muito rico, Filemom tinha escravos em sua
casa, uma prática comum, visto que mais de um terço da população do Império
Romano estava sob o jugo da servidão. Ressalte para eles que a posição dos
escravos no Império Romano era muito humilhante. Um escravo não era visto como
uma pessoa; era uma ferramenta vivente. Qualquer senhor tinha direito de vida e
morte sobre seus escravos. Poderia condená-los a tarefas pesadas, ordenando até
que trabalhassem acorrentados no campo. O senhor poderia castiga-los com golpes
de vara, ou até mesmo marcá-los na fronte como se marcava um animal. Caso
fossem ladrões ou fugitivos e, se comprovasse que era impossível corrigi-los,
este senhor poderia crucificá-los.
1.2. Onésimo, o
escravo fujão
Onésimo nasceu
escravo, sem Deus e sem esperança (Ef2.11,12). Certamente, motivado pela
pregação que ouviu, desejou ser livre e partiu para Roma. Ele escolheu seu
próprio caminho de liberdade, mas algo parece não ter mudado em sua vida e
resultou em uma prisão, pior ainda que a escravidão. É nessa hora que ele
encontra um preso chamado Paulo, que lhe anuncia a salvação e daí por diante,
ele se torna um homem livre e útil ao apóstolo (Fm 10-14). Paulo escreve uma
carta a seu filho na fé Filemom, dizendo que receba a Onésimo como um filho
gerado em suas entranhas. Onésimo agora deve voltar, mas volta numa condição
diferente. Ele retorna como irmão em Cristo (Rm 8.1).
Explique para
os alunos que a manifestação da graça salvadora é fruto do Deus Salvador que nos
ama profundamente em Cristo. O nosso Deus nos ama não para barganhar conosco,
mas porque Ele é amor (lJo 4.8). Reforce para eles que o Evangelho de Cristo é
o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê (Rm 1.16). Comente com
eles que a manifestação do Evangelho da graça de Deus revista a nossa condição
vil, a ação soberana de Deus em nos buscar em Cristo e a plena segurança que
temos nEle. É por causa desta graça que temos o lindo cântico de Moisés em
Apocalipse 15.3, 4. O Senhor Jesus deixou bem claro o motivo da Sua vinda:
buscar e salvar o que se havia perdido (Lc 19.10). Deus é glorificado quando um
homem é salvo por Sua maravilhosa graça. Exatamente como na vida de Onésimo.
1.3. Paulo, um
tipo de Cristo
Na epístola,
Paulo tipifica o Senhor Jesus Cristo, Onésimo, a humanidade pecadora e escrava,
e Filemom, o Pai, que deve conceder o perdão ao pecador regenerado por Cristo.
Paulo gostaria de ficar com Onésimo, mas o envia de volta a Filemom, porque não
deseja fazer nada sem o seu consentimento (Fm 13, 14). O cristianismo não
existe para ajudar os crentes a escaparem de seus pecados. Ele existe para
capacitar os seguidores de Cristo a enfrentar o passado e a elevar-se acima
dele. Onésimo tinha escapado, mas deveria voltar e enfrentar as consequências
de seus atos.
Esclareça para
os alunos que o cristianismo não é uma fuga dos erros do passado. É a conquista
de uma nova vida (Jo 8.12; Rm 6.4). Onésimo morava dentro da igreja, mas não
era livre. Ele encontrou sua liberdade numa prisão. Que paradoxo! Dois presos
se encontram numa prisão e um preso liberta o outro. Paredes podem aprisionar
um corpo, mas jamais poderão aprisionar o espírito.
2 A conversão
de Onésimo
Como escravo
fugitivo, Onésimo deveria ser punido se voltasse para a casa de seu senhor.
Porém, a graça de Deus o encontrou. Agora, as coisas mudaram de figura porque,
diante de Deus, Filemom também deverá recebê-lo como um irmão e perdoá-lo por
seus agravos (2Co 2.10).
2.1. Um filho
gerado nas prisões
Paulo afirma a
Filemom que Onésimo em outro tempo lhe era inútil. Ele faz um trocadilho com o
significado de seu nome que quer dizer “útil”. E diz: “agora” a ti e a mim
muito útil (Fm 11). Agora quando? Agora que a Palavra de Deus o transformou.
Dentro da prisão, a vida de Onésimo sofre uma grandiosa mutação (Fm 9,10). Ele
passa da condição de escravo a irmão de Filemom. Agora Onésimo tem um defensor,
Paulo, que prepara uma carta de próprio punho e endereça a Filemom,
testemunhando aquela transformação e coloca-se diante de Filemom como um seguro
para Onésimo. A prisão de Paulo foi a solução para a vida de Onésimo (2Tm
2.9,10).
Mostre para os
alunos que, geralmente, quando não compreendemos os propósitos divinos,
reclamamos das situações adversas que estamos passando. Paulo foi para a prisão
por causa de Cristo e por amor a Cristo. Paulo descobriu a beleza do Evangelho
numa prisão. Ele era livre, mesmo algemado e preso numa cela. Se não estivesse
lá, Onésimo não seria salvo. O que Pardo pudesse pensar ser injustiça era uma
oportunidade para a salvação de um perdido (Fm 10).
2.2. A humilde
intercessão de Paulo
Paulo não se
apresenta a Filemom como apóstolo ou líder, mas como prisioneiro de Cristo e
como amigo (Fm 1). Paulo declara que Onésimo é seu filho na fé e, dirigindo-se
com amor, traça um elogio ao trabalho que executa em sua casa e como as pessoas
que recebem sua palavra testemunham com alegria (Fm 5-7). Paulo não usa sua
autoridade apostólica. Ele pede com um carinho especial de pai para que Filemom
o receba e afirma que gostaria que Onésimo ficasse em Roma para ajudá-lo, mas
sabendo a quem ele pertence, o envia para que haja uma reconciliação (Fm 8-14).
E finaliza dizendo: “Escrevi-te confiado na tua obediência, sabendo que ainda
farás mais do que digo” (Fm 21).
Comente com os
alunos que, quando nos preocupamos e oramos pelos nossos amigos, o Senhor
recompensa-nos abundantemente, concedendo-nos até aquilo que não pedimos (Jó
42.10). Esclareça para eles que, mesmo em situações de profunda crise, a
intercessão em favor dos outros traz grandíssima recompensa (Et 4.14-17; 8.15
17). Informe para eles que Daniel orava três vezes ao dia. Ele era um
deportado. Ele estava longe dos seus em terra estranha, mas intercedia pela sua
família e pelos seus concidadãos todos os dias. A recompensa veio de várias
maneiras. Ele foi salvo da boca dos leões. Ele tomou-se um príncipe e o chefe
dos sábios. Ele foi exaltado perante o rei e, por fim, foi agraciado com a
presença de um anjo, fazendo dele um profeta escatológico (Dn 10.2,3; 11; 12).
Informe para os alunos que, além das grandes vantagens que a intercessão traz à
igreja, à família, ao país e aos crentes em particular, o intercessor é
contemplado com a graça e a misericórdia de Deus de forma abundante, traduzida
em bênçãos, tal como aconteceu com os servos de Deus no passado.
2.3. Recebe-o
como a mim mesmo
Onésimo
encontrou no cárcere de Roma nada menos que o homem que havia pregado para o
seu senhor. Pode-se dizer que Onésimo foi um homem agraciado em todos os
sentidos. Ao interceder, Paulo relembra algo a Filemom: “Ainda que tenha em
Cristo grande confiança para te mandar o que te convém, todavia peço-te antes
por amor” (Fm 8, 9). Vai ser duro para Filemom considerar como irmão a um
escravo fugitivo, mas é exatamente o que Paulo lhe ordena (Fm 17). O apóstolo
também se propõe a pagar todas as perdas que Onésimo tenha acarretado a
Filemom, lembrando-o sutilmente que ele lhe deve muito mais que valores,
deve-lhe sua vida espiritual (Fm 18-20).
Informe aos
alunos que o versículo 19 de Filemom dá a entender que foi Paulo quem levou
Filemom a fé em Cristo. O apóstolo usa esse relacionamento especial para
incentivar o amigo a receber Onésimo. Filemom e Onésimo não eram somente irmãos
espirituais no Senhor; eles também foram gerados pelo mesmo “pai espiritual” (Fm
10; ICo 4.15).
3. Perdendo
para ganhar
Se algum dia
Filemom anunciou o Evangelho a Onésimo não o sabemos. Mas, ao abraçar ao
Senhor, a conversão de Onésimo gerou uma nova relação, onde as diferenças
externas foram abolidas e para Filemom era aceitar ou rejeitar (ICo 12.13; G1
3.28).
3.1. Filemom
perde um escravo e ganha um irmão
Onésimo sai
como ladrão e retorna como irmão. A graça fez em que Filemom e Onésimo se
encontrassem num mesmo nível porque Cristo era Senhor de ambos. Paulo diz que
Filemom o perdera por um tempo para tê-lo para sempre (Fm 15). Ou seja, foi
preciso que ele perdesse para poder ganhar (Fp 3.8). Onésimo tinha fugido como
escravo e era como tal que retornava, mas agora não só era um escravo, era
também um irmão amado no Senhor. Aquele que antes o servia por medo e de maneira
obrigatória, agora o serviria com amor e como uma pessoa da família (lJo 4.16).
Explique para
os alunos que essa nova relação nunca dava ao escravo o direito de ser
negligente, nem de aproveitar-se; fazia dele um servo mais eficiente, porque
agora devia fazer as coisas de tal maneira que pudesse oferecê-las a Cristo.
Quanto ao senhor significava que já não trataria seu servo como uma coisa, mas
sim como uma pessoa e como um irmão em Cristo.
3.2. Onésimo, a
provação de Filemom
Precisamos
estar atentos para entender como Deus está se movendo, para que as verdades do
mundo espiritual não passem despercebidas (ICo 2.14,15). Primeiro, Onésimo
furta algo e foge, depois é preso e encontra-se com Paulo, o pai na fé de
Filemom e o líder da igreja que presidia. Nada disso aconteceu por acaso.
Onésimo se constituiu em um grande teste de fé para Filemom, porque qualquer
reação contrária à fé que anunciava poderia manchar seu ministério. O teste de
fé era exercer o amor e o perdão que ensinava (Mt 6.15; Ef 4.32).
Informe para os
alunos que depois, a pedido de seu líder, Filemom deveria reconhecê-lo como
irmão. Pergunte a eles qual seria a sua reação em uma situação como essa.
Pergunte se estariam dispostos a cumprir os ditames que a graça reserva para
cada um de nós.
3.3. Onésimo, o
bispo de Éfeso
Cinquenta anos
mais tarde, levado para execução desde sua igreja em Antioquia até Roma,
Inácio, um dos grandes mártires cristãos, escreve cartas, que ainda existem, às
igrejas da Ásia Menor. Detém-se em Esmirna e dali escreve à igreja de Éfeso. No
primeiro capítulo de sua carta, fala muito a respeito de seu maravilhoso bispo.
E qual é o nome do bispo? Onésimo. E Inácio faz exatamente o mesmo trocadilho
que Paulo tinha feito: “E Onésimo de nome e por natureza, útil para Cristo”. Onésimo,
o escravo fugitivo, chegaria a ser, com o passar dos anos, nada menos que
Onésimo, o grande bispo de Éfeso (Cl 2.6; 4.9).
Esclareça para
os alunos que o futuro declarou o que realmente foi gerado naquela prisão onde
Paulo e Onésimo um dia se encontraram. Merece ser destacado para eles que as
prisões podem ser a incubadora que Deus cria para que venhamos a dar frutos que
abençoarão milhares de vida.
Conclusão
É preciso mais
do que amor para resolver problemas. O amor deve pagar um preço. Deus nos salvou
por Seu amor e deu Seu Filho por nós (Jo 3.16). Deus salva os pecadores pela
graça (Ef 2.8, 9). A graça de Deus é o Seu amor, que cobriu o salário do
pecado, nos resgatou e nos deu a vida eterna (Rm 6.23).
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PAZ DO SENHOR
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