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sábado, 17 de outubro de 2015

lição jovens CPAD amigos n.4 25/10/2015

     

                             Lições Bíblicas CPAD

                       Jovens  4º Trimestre de 2015 

                                     



Título: Estabelecendo relacionamentos saudáveis — Vivendo e aprendendo a viver
Comentarista: Esdras Costa Bentho 

Lição 4: Relacionamento entre amigos
Data: 25 de Outubro de 2015


TEXTO DO DIA

O homem que tem muitos amigos pode congratular-se, mas há amigo mais chegado do que um irmão (Pv 18.24).

SÍNTESE

Os amigos são dádivas de Deus. Grandes amigos tornam-se grandes irmãos.

AGENDA DE LEITURA

SEGUNDA — Pv 17.17
Grandes amigos tornam-se grandes irmãos


TERÇA — Pv 18.24
Amigos mais chegados do que irmãos


QUARTA — Pv 14.20
“Amizade” obtida por meio das riquezas


QUINTA — Pv 16.28
O difamador separa os melhores amigos


SEXTA — Pv 22.11
Regras para ter amigos famosos


SÁBADO — Pv 27.10
Não se deve abandonar o amigo na adversidade

OBJETIVOS

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
·        COMPREENDER os conceitos bíblicos de amigo;
·        REFLETIR sobre as bases nas quais construímos amizades;
·        REPENSAR os relacionamentos virtuais.

INTERAÇÃO

O verdadeiro amigo está presente em todas as circunstâncias. Ele se cala, quando preciso. Aconselha, quando necessário. Sorri, quando todos à nossa volta parecem nos odiar. Quando erramos, lá está ele, disposto a nos compreender. Amigos assim, não estão à venda! Não se encontram a granel! São especiais! São, simplesmente, amigos. Seja amigo de seus alunos. Conquiste a confiança e o apreço deles. Invista no seu relacionamento com eles.

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

Professor, inicie a aula perguntando aos alunos se eles conhecem a expressão “Amigo da Onça”. Peça-lhes que comentem o que eles entendem da expressão. A seguir, explique-lhes que “Amigo da Onça” é uma expressão popular que significa “falso amigo”. Originalmente foi um personagem criado por Péricles de Andrade Maranhão (1924-1961) para a revista O Cruzeiro, em 1943. Esse personagem era um sádico que colocava os seus “amigos” em situações embaraçosas. Numa dessas ilustrações (09/05/1959), uma senhora com cerca de quase 80 anos está visitando um museu arqueológico e contemplando a ossada de um dinossauro, quando, de repente, o “Amigo da Onça” pergunta: “Conheceu algum pessoalmente?”. Ninguém precisa e nem deseja um amigo sem tato ou que não respeita os sentimentos alheios, não é mesmo? Você pode imprimir da internet algumas dessas ilustrações do “Amigo da Onça”, ou outra qualquer. Procure pela expressão ou pelo nome de Péricles de Andrade Maranhão.

TEXTO BÍBLICO

1 Samuel 18.1-4; 2 Samuel 1.25-27.

1 Samuel 18
1 — E Sucedeu que, acabando ele de falar com Saul, a alma de Jônatas se ligou com a alma de Davi; e Jônatas o amou como à sua própria alma.
2 — Saul, naquele dia, o tomou e não lhe permitiu que tornasse para casa de seu pai.
3 — Jônatas e Davi fizeram aliança; porque Jônatas o amava como à sua própria alma.
4 — E Jônatas se despojou da capa que trazia sobre si e a deu a Davi, como também as suas vestes, até a sua espada, e o seu arco, e o seu cinto.

2 Samuel 1
25 — Como caíram os valentes no meio da peleja! Jônatas nos teus altos foi ferido!
26 — Angustiado estou por ti, meu irmão Jônatas; quão amabilíssimo me eras! Mais maravilhoso me era o teu amor do que o amor das mulheres.
27 — Como caíram os valentes, e pereceram as armas de guerra!

COMENTÁRIO DA LIÇÃO

INTRODUÇÃO

Marcus Tullius Cicero (106 — 43 a.C.) afirmou em seu “Diálogo sobre a Amizade” que, excetuando a sabedoria, não há entre os homens um dom maior do que a amizade. Para o filósofo, o amigo é alguém com quem se pode conversar como se estivesse falando consigo mesmo. A amizade, dizia ele, nunca é impertinente, jamais molesta. Na amizade nada é fingido, nada dissimulado, tudo quanto nela há é verdadeiro. Outro grande pensador da Antiguidade, Aristóteles (382 — 322 a.C.), afirmou, em “Ética a Nicômaco”, que a amizade é extremamente necessária à vida, pois ajuda aos jovens a evitar o erro, e ampara aos mais velhos. Nesta lição estudaremos o valor da amizade, o ensino das Escrituras e os princípios que regem a verdadeira amizade.

I. “AMIGOS MAIS CHEGADOS DO QUE IRMÃOS” (1Sm 18.1-6)

1. O ensino bíblico sobre amigos (Pv 18.24). As Escrituras não tratam o tema de modo sistemático, entretanto, encontramos referências ao assunto em muitas partes da Bíblia. O termo hebraico mais comum é rēa, que designa desde um amigo íntimo, companheiro, até um vizinho ou próximo (Gn 38.12; Êx 2.13; 21.14; Lv 19.18; Jz 7.13). O vocábulo grego que corresponde ao anterior é hetairos, isto é, amigo, companheiro ou camarada (Mt 11.16; 20.13). Deste modo, nas línguas bíblicas, refere-se a qualquer pessoa amiga ou conhecida ao acaso. Mais especificamente, um amigo é uma pessoa a qual desfrutamos de amizade, companheirismo, confiança e afeição recíprocos (Pv 17.17; 18.24; Jó 2.11; 42.10; Ec 4.10). A amizade, por conseguinte, é o sentimento afetuoso que existe entre as pessoas que se chamam de amigos (Fp 1.7; Fm 17).
2. Exemplos de amizade na Bíblia. Entre os vários exemplos da Bíblia, destacam-se:
a) Davi e Jônatas (1Sm 18.1-4; 19.1-7; 2Sm 1.25-27). Ambos encontraram um no outro a confiança, amizade e afeição que lhes faltavam no seio familiar. Jônatas era um amigo desinteressado, fraterno, generoso e fiel. Davi, por sua vez, retribuiu a amizade de Jônatas sendo misericordioso com seus descendentes após a morte do amigo (1Sm 20.11-17; 2Sm 9).
b) Noemi e Rute (Rt 1.14-17). Ambas passaram por muitas adversidades, tornando Provérbios 17.17 uma realidade em suas vidas. Ainda hoje, o voto de Rute é uma das mais belas pérolas da literatura. A amizade iniciou na adversidade, acompanhou-as durante a vida, e as coroou de êxito no fim da história (Rt 1-4).
c) Paulo e Epafrodito (Fp 2.25-30). O modo afetuoso pelo qual Paulo se refere ao amigo traduz a profunda amizade entre eles. Epafrodito estava disposto, se necessário, a morrer a favor de Paulo. Como ignorar tal amizade?
3. Desfazendo equívocos. Somente a perversidade humana (Rm 1.18-32) e a corrupção da mente e do coração (2Co 4.4; Tt 1.15) podem imaginar nesses exemplos de amizade sincera, em tempos de corrupção, alguma referência homossexual, apesar da proibição das Escrituras (1Co 6.9,10; Lv 18.22; 20.13).
Vejamos o que diz a Bíblia a respeito dessa interpretação perversa:
a) Proibição da Escrituras. Com base nas várias proibições da Lei (Lv 20.13; 18.22), podemos afirmar com segurança que não havia qualquer resquício de relacionamento homoafetivo entre Davi e Jônatas. Lembremos que Davi ao cometer o pecado de adultério foi duramente repreendido por Deus (2Sm 12.1-25; Sl 51). Os dois pecados, de adultério e homossexualidade, eram condenados pela Lei do Senhor (Êx 20.14; Lv 20.10; Dt 5.18; Pv 6.32). Davi foi duramente repreendido pelo pecado de adultério, mas não há qualquer repreensão a respeito de sua amizade pública com Jônatas (1Sm 18.1-4). Se houvesse nessa amizade qualquer indício de um relacionamento pernicioso, a Bíblia prontamente condenaria.
b) Termo hebraico. É importante observar o que a Bíblia afirma: “a alma de Jônatas se ligou (qāshar) com a alma de Davi” (1Sm 18.1). O termo hebraico, que significa “atar, ligar, amarrar, conspirar”, é o mesmo para se referir ao amor de Jacó por Benjamim (Gn 44.30), ou a união entre pessoas para conspirar contra outra (1Rs 16.9). Deste modo, no primeiro caso, a expressão denota “amarrar-se inseparavelmente por laços de amor fraterno” e descreve o mais puro, significativo e sincero sentimento fraterno que alguém possa nutrir pelo seu próximo. É uma aliança de amor semelhante aos laços fraternais que unem um pai ao seu filho por toda vida. Observe que o próprio Saul demonstrou por Davi um profundo amor e isto nunca foi considerado um sentimento impróprio (1Sm 16.21). A mesma palavra para se referir ao amor de Saul por Davi é empregada para falar do amor entre Jônatas e Davi, em 2 Samuel 1.26. Jamais se cogitou a possibilidade de o amor-amizade entre esses dois valentes se referir a qualquer tipo de relacionamento condenável pela Escritura.
Além dos erros de lógica, distorção do contexto e das expressões hebraicas, tais pessoas ignoram as amizades decantadas pela literatura: Frodo Bolseiro e Samwise, Sherlock Holmes e Dr. Watson, Dom Quixote e Sancho Pança, entre outros exemplos imortais.


Pense!

Na adversidade surge um amigo e na confiança nasce um irmão.


Ponto Importante

Verdadeiros amigos são dádivas de Deus, conserve-os.


II. TIPOS E FORMAS DE AMIZADES (Pv 17.17)

1. O que determina os tipos de amizades (Pv 17.17)? O presente provérbio apresenta um desenvolvimento progressivo da amizade. Ela surge sem que as pessoas premeditem uma aliança duradoura, e cresce à medida que afinidades, interesses e pontos comuns manifestam-se ao longo do relacionamento. A prova da maturação da amizade ou o início de um profundo companheirismo pode ocorrer nos momentos de infortúnios ou adversidades, quando então se distingue os verdadeiros amigos dos outros. As amizades sinceras e belas, que merecem a celebração dos versos poéticos, nascem nas mais difíceis circunstâncias e desafios como nos apresenta a Bíblia ao falar da amizade entre Noemi e Rute (Rt 1.14-17). As amizades formadas em tempos de prosperidade e felicidade são muitas (Pv 14.20; 19.4,6,7), mas em tempos de adversidade somente os verdadeiros amigos permanecem (Pv 17.17). Deste modo, apoiar um amigo ou conhecido na adversidade (Pv 27.10) pode evoluir para uma relação madura, até mesmo superando a dos laços familiares (Rt 1.14-17; 1Sm 18.1-4). Todavia, vários fatores determinam os tipos e a evolução das amizades: afeição, apoio, similaridades, confidência, traços de personalidade, frequência de contato, entre outros.
2. Os tipos e formas de amizades (Pv 18.24; Jo 15.15). Nem todos são classificados como melhores amigos (Mt 26.50; Jo 6.66-71; 13.23). Uns são colegas, conhecidos, amigos, vizinhos. Alguns são por graus de parentesco, outros por afinidades, ainda por relação de trabalho, agremiação, tradição ou crença. De modo geral, as circunstâncias e afeições desenvolvem o grau da amizade (Ec 4.9,10). Alguns se aproximam para tirar vantagens (Pv 14.20; 19.4,6), outros para dar bons conselhos (Pv 27.6). Provérbios 2.17, no entanto, emprega o termo ’allûp, “amigo do coração” (“guia” na ARC) para designar a amizade sobre ataque de pessoas mal intencionadas ou invejosas (Pv 16.28; 17.9). Isto serve para lembrar aos amigos que a mais profunda e sincera amizade deve ser preservada por ambos, uma vez que o difamador se deleita em causar inimizades (Pv 16.28). Quantas amizades já foram desfeitas pelos invejosos e caluniadores! Um verdadeiro amigo deve ser estimado como se estima o ouro. Assim como se preserva uma joia preciosa dos olhos invejosos e gananciosos é mister que assim se faça às amizades sinceras e valiosas forjadas e provadas no cadinho da vida.
3. Relacionamentos corretos entre amigos. A Bíblia traz várias orientações quanto à manutenção, preservação e seleção de amigos: não ser inoportuno (Pv 25.17), não abandonar na adversidade (Pv 27.10), ser conselheiro (Pv 27.5,6), evitar as más companhias (Pv 13.20; 1Co 15.33), escolher as boas companhias (Pv 12.26), ser fiel ao Senhor (Pv 16.7). Os exemplos destacados demonstram carisma para se obter amigos, discernimento para escolhê-los e honestidade para preservá-los. É difícil encontrar bons amigos e desfrutar de sinceras amizades no contexto fútil das relações humanas modernas. Todavia, não é raro achar um verdadeiro amigo e, quando encontrá-lo, preserve-o.


Pense!

A difamação é a arma do invejoso para separar os melhores amigos.


Ponto Importante

Os amigos devem ser preservados.


III. ALÉM DO VIRTUAL

1. Quantidade e qualidade nas amizades. Alguns têm grande quantidade de contatos no smartphone e “amigos” no Facebook, mas continuam sozinhos. Quantidade de “curtidas” e de “amigos” não significa qualidade nas amizades. Às vezes, quando a qualidade na amizade falha, busca-se a solução do problema com a quantidade. Quando essa quantidade afeta a individualidade ou torna-se incômoda, descarta-se com um simples “delete”. A proximidade virtual torna as interações humanas mais rápidas, intensas e frequentes, contudo, mais banais, descartáveis e breves. O indivíduo está conectado virtualmente, mas não está engajado com o outro socialmente. Os relacionamentos costumam ser efêmeros em vez de substantivos.
2. Além da aparência fugaz. As amizades devem resistir aos modismos tecnológicos modernos, muito embora estes também possam contribuir positivamente à manutenção dos amigos e o encontro de outros. Amigos devem ser cultivados por meio de relacionamentos sólidos.
3. Igreja como centro de amizades saudáveis. Construa relacionamentos sólidos a partir de sua convivência na igreja. A igreja é uma comunidade propícia ao desenvolvimento de amizades sadias e sólidas que perdurarão por toda vida.


Pense!

A igreja é fonte de amizades duradouras.


Ponto Importante

Construa relacionamentos sólidos a partir de sua comunidade cristã.


CONCLUSÃO

Ainda maior e melhor é ter o Senhor como verdadeiro Amigo. Moisés (Êx 33.11), Abraão (Is 41.8; Tg 2.23) destacaram-se como amigos de Deus. O Senhor jamais decepciona, jamais abandona. Ele é verdadeiro amigo.

ESTANTE DO PROFESSOR

CARVALHO, César Moisés. Uma Pedagogia para a Educação Cristã. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2015.
KAISER JR, Walter C.
 Pregando e Ensinando a partir do Antigo Testamento. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2009.

HORA DA REVISÃO

1. Faça a distinção entre amigo e amizade.
Amigo é uma pessoa a qual desfrutamos de amizade e companheirismo; amizade é o sentimento afetuoso que existe entre as pessoas que se chamam de amigos.

2. Cite dois exemplos de amizade sincera na Bíblia.
Davi e Jônatas (1Sm 18.1-4), Noemi e Rute (Rt 1.14-17).

3. O que determina os tipos de amizades?
Afeição, apoio, similaridades, confidência, traços de personalidade, frequência de contato, entre outros.

4. O que as pessoas buscam quando a qualidade na amizade não é encontrada nas redes sociais?
Elas passam a buscar quantidade!

5. Porque a igreja é um excelente lugar para amizades duradouras?
Ela é o corpo de Cristo e centro de comunhão dos santos.

SUBSÍDIO


“Discernindo os valores culturais

A cultura da mídia de entretenimento pode ser definida como uma mercadoria de valor empacotada. Os cristãos que entram nos templos do entretenimento popular têm de estar cientes de qual ideologia e valores estão sendo vendidos, de qual mensagemHollywood está tentando vender. Para sermos discriminantes destes produtos, primeiro temos de ser discernentes. Algumas pessoas fazem uma pergunta preliminar: se sequer devemos entrar em contato com a cultura popular. Para o cristão, todas as coisas, inclusive interagir com a mídia de entretenimento, são lícitas, mas nem tudo é necessariamente proveitoso ou edificante. Assim, enquanto Deus dá permissão para o espiritualmente maduro explorar e desfrutar nosso mundo, a sabedoria prescreve que exerçamos prudência e discriminação. Podemos assistir todos os filmes para a glória de Deus? Certamente que não. Muitos filmes seriam um impedimento definitivo para o nosso desenvolvimento espiritual. Exercer nossa liberdade ofenderá algumas pessoas? Provavelmente sim. Por isso temos de buscar o bem do próximo, fazendo escolhas conscientes sobre o entretenimento que vemos. E temos de nos perguntar: de certa perspectiva bíblica, isto é digno do meu dinheiro e do meu tempo?” (PALMER, M. D.Panorama do Pensamento Cristão. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2001, pp.398-9).


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