ESCOLA DOMINICAL - Conteúdo da Lição 3
Revista da
Editora Betel
A Importância de Buscar com Zelo os Valores Perdidos
18 de outubro de 2015
Texto Áureo
“Assim vos digo que há alegria diante dos anjos de
Deus por um pecador que se arrepende”. Lc 15.10
Verdade Aplicada
Existem pessoas que somente acendem a luz quando se
dão conta de que perderam algo de valor. A perda pode revelar as trevas que
imergem as nossas vidas.
Textos de Referência.
Lucas 4, 6-8
4 Que homem dentre vós, tendo cem ovelhas, e
perdendo uma delas, não deixa no deserto as noventa e nove e não vai após a
perdida até que venha a achá-la?
6 E, chegando à sua casa, convoca os amigos e
vizinhos, dizendo-lhes: Alegrai-vos comigo, porque já achei a minha ovelha
perdida.
7 Digo-vos que assim haverá alegria no céu por um
pecador que se arrepende, mais do que por noventa e nove justos que não
necessitam de arrependimento.
8 Ou qual a mulher que, tendo dez dracmas, se perder
uma dracma, não acende a candeia, e varre a casa, e busca com diligência até a
achar?
Introdução
Embora o capítulo 15 de Lucas trate três verdades de
salvação em uma mesma parábola, destacaremos aqui apenas a busca diligente da
dracma perdida e suas verdades para o nosso cotidiano.
1. A dracma perdida.
A moeda encontrava-se perdida em casa, não por
vontade própria, mas pela falta de cuidado ou desatenção de sua dona. Muitas
coisas podem se perder, mas perder-se dentro da própria casa implica na
possibilidade da alma, preciosa aos olhos de Deus, estar com a salvação
comprometida.
1.1. Conhecendo a dracma.
Segundo o Dr. G. Campbell Morgan, as mulheres
daquela época costumavam usar acima das sobrancelhas uma tiara chamada
“semedi”. Era feita de moedas que por si mesmas tinham muito pouco valor (para
utilizar a moeda como jóia, sua superfície deveria ser raspada, o que reduzia
seu valor ou anulava a moeda completamente). A tiara significava noivado ou
casamento. Sendo ou não monetariamente valiosa, estava acima de qualquer preço
para a mulher que a usava. A moeda tinha valor sentimental e era um objeto
elegante. Poe esta razão, a mulher a procurou com zelo e fez uma busca
completa. Estava ansiosa para recuperar o que tornava perfeito o simbolismo que
usava na testa (Lc 15.8, 9; 1Co 12.31).
1.2. A dracma e sua verdade.
Jesus utiliza a perda de uma mulher para expressar o
amor de Deus por uma alma perdida. Ele nos faz entender que se uma mulher fazia
todo o possível para achar uma moeda de pequeno valor, Ele iria muito mais além
(Mt 6.26). A ideia central é trazer de volta para si mesmo os pecadores
perdidos, cujas almas valem muito mais do que uma simples moeda de prata. A
parábola é reveladora e afirma que existe uma alegria diante dos anjos de Deus
por um pecador que se arrepende (Lc 15.10). Jesus apresenta o entusiasmo
daquela mulher para expressar como se sente diante da recuperação de uma alma
perdida e chama a atenção para que possamos sentir o mesmo.
1.3. A salvação ilustrada em uma dracma.
Os judeus entendiam que se um homem se arrastasse
diante de Deus, implorando misericórdia, este poderia alcança-la (Lc1.50; Rm
11.32). Porém, jamais foram capazes de conceber um Deus que saísse em busca dos
pecadores. Nesta parábola se revelam duas coisas interessantes: a alegria por
um pecador arrependido e o amor divino, que se estende mesmo antes de o pecador
se arrepender. Nenhum fariseu jamais tinha sonhado com um Deus assim. Em
contrapartida, estudiosos judeus admitiram ser isto algo absolutamente novo que
Jesus ensinou aos homens a respeito de Deus, que Ele realmente procura os
homens e quer acha-los (Lc 19.10).
2. As descobertas de uma procura.
Ao notar que uma dracma havia se perdido, a mulher
deixa todos os seus afazeres e se aplica diligentemente encontrar a moeda
perdida (Lc 15.8, 9). É nesse momento que ela acende a luz, varre a casa e
incessantemente a busca até que encontre. Vejamos esses passos:
2.1. A busca pelo que se perdeu.
Nosso século trouxe mudanças generalizadas à
sociedade. Vivemos o período mais complicado de todos os tempos já vividos até
agora. É o século do conhecimento, porém, de forma alarmante e assustadora, é
também o século da mistura, de modo que muitos valores se perderam dentro da
própria Igreja (casa). Quando temos como normais as coisas que a Palavra
denuncia como pecado. Então, é hora de fazer um exame rigoroso de nossa
profissão de fé e buscar onde caiu nosso machado, porque, certamente, o juízo
virá (2Rs 6.5, 6; Mt 3.10). A mulher tinha nove moedas, mas sabia que estaria
incompleta caso não encontrasse a que se perdeu.
2.2. A luz que ilumina e reprova.
O texto nos fala de uma revelação progressiva, onde
um sentimento de perda é seguido por uma atitude em recuperar o que se perdeu.
Mas essa mulher faz algo interessante no cominho da busca, ela acende a
lamparina (candeia – uma representação da vida espiritual). A verdade
espiritual é que a perda pode ser a fagulha que acende uma lamparina apagada
(Jo 12.36: Ef 5.8). Ou seja, essa mulher estava em trevas e somente se deu
conta de que havia perdido algo de valor. A mesma luz que lhe ajudou a
encontrar a dracma perdida, lhe ajudou a encontrar-se consigo mesma (Is 9.2).
2.3. Uma casa desarrumada.
Logo que acendeu a candeia, essa mulher viu o que
jamais poderia ver enquanto estava em trevas. Sua casa estava desarrumada (Lc
15.8b; 1Pe 2.5). A aplicação espiritual aqui é a visão que temos de nós mesmos
quando somos confrontados com a luz da verdade. Nesse caso, a luz mostrou para
essa mulher a condição de sua casa e também onde estava o que havia perdido (Jó
12.22; 2Sm 22.29). Existe um tesouro dentro de cada um de nós e o inimigo sabe
muito bem dessa verdade. Por isso, a ideia é nos cegar o entendimento, nos
fazer insatisfeitos, misturar os conceitos santos com os profanos e nos fazer
desistir de nós mesmos.
3. Em busca dos valores perdidos.
Temos perdido muitos valores em nossos dias,
principalmente dentro da comunidade cristã (Ef 2.11, 12). Precisamos agir como
essa mulher e vasculhar nossas vidas até encontrarmos esses valores. Só entende
o significado da luz aquele que dela precisa; e só se alegra com o que achou
aquele que reconhece seu valor. Vejamos alguns conceitos:
3.1. A importância da luz.
Não existe um ser humano que dê os primeiros passos
para o pecado sem que seu coração o advirta; porém, se pecar de forma
constante, chega o momento em que deixa de preocupa-lo (Mt 6.23). Aquilo que
uma vez fizemos com medo, vacilando e com repugnância, converte-se em hábito.
Nesse caso, não podemos culpar a ninguém exceto a nós mesmos se chegarmos a
essa situação. À medida que o tempo passa, nosso coração pode chegar a
embotar-se e para que isso não ocorra devemos estar sempre vigilantes (Ef
5.11). Trevas significam morte e era essa nossa condição antes de nos tornarmos
participantes da luz divina (Ef 2.1).
3.2. As coisas têm o valor que damos a elas.
É muito comum dar importância às coisas que não
temos e, quando as adquirimos, geralmente elas parecem não ter mais tanto
valor. O valor de muitas coisas pode ser relativo. Por exemplo: o valor da
honestidade nada significa para uma pessoa desonesta. Todavia, existem coisas
simples que são de inestimável valor para os outros. A dracma que foi perdida não
era tão valiosa assim; ela correspondia ao salário de um dia de um trabalhador
braçal. Mas para essa mulher representava o que ela tinha de mais valioso no
momento. Por isso, se esforçou tanto em encontrá-la.
3.3. A restauração é sempre contagiante.
Uma pessoa com perdas não tem alegria. Mas uma
pessoa alegre é sempre contagiante. Ao encontrar o que se perdeu, ela se
alegrou e compartilhou da alegria com suas amigas e vizinhas (2Co 1.3, 4). O
primeiro estágio dessa mulher é solitário e desesperançoso, mas ela não
desiste, acende a luz, varre a casa cuidadosamente busca até encontrar. O
detalhe está em procurar no lugar certo e nunca desistir até que encontre.
Conclusão.
Aprendemos nesta lição que a vida espiritual pode
ser imersa nas trevas sem que nos demos conta de como estão desarrumadas nossas
vidas. Contudo, é preciso uma busca diligente e uma boa varredura para que os
valores perdidos com o tempo possam ser recuperados e colocados em seu devido
lugar.
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