3º
Trimestre de 2016
Título:
Isaías — Eis-me aqui, envia-me a mim
Lição
6: A parábola do castigo e exílio de Judá
Data:
7 de Agosto de 2016
TEXTO
DO DIA
“Ai
dos que ao mal chamam bem e ao bem, mal! Que fazem da escuridade luz, e da luz,
escuridade, e fazem do amargo doce, e do doce, amargo!” (Is 5.20).
SÍNTESE
Deus
cuida dos seus filhos e tem grande esperança de que estes frutifiquem
abundantemente; portanto, a falta de frutos adequados traz resultados
desagradáveis.
AGENDA
DE LEITURA
SEGUNDA
— Is 5.1,2
Deus
compara Israel com o vinha
TERÇA
— Is 5.3,4
Deus
comunica seu projeto e castigo ao povo
QUARTA
— Is 5.5,6
Deus
anuncia o exílio de Judá
QUINTA
— Is 5.20
A
perversão do povo é denunciada
SEXTA
— Is 5.13
A
falta de entendimento do povo causa o exílio
SÁBADO
— 2Cr 36.17-21
O
cumprimento do castigo anunciado por Isaías
OBJETIVOS
Após
esta aula, o aluno deverá estar apto a:
COMPREENDER
o cuidado de Deus para com sua vinha, Israel;
ENTENDER
o cuidado e a esperança de Deus para com seu povo;
MOSTRAR
as consequências da desobediência de Israel.
INTERAÇÃO
Professor,
seria interessante fazer a leitura do Salmo 80. Depois de ter concluído a
lição, peça que os alunos formem grupos. Cada grupo ficará com uma parte do
salmo. Depois da leitura, os alunos vão explicar o que entenderam. Esse salmo
retrata o cativeiro do povo, provavelmente assírio. O exílio foi consequência
da rebeldia e desobediência. Enfoque os versículos de contrição e
quebrantamento presentes no Salmo.
Mostre
que esse salmo foi escrito por alguém que realmente queria desfrutar novamente
da comunhão e da presença de Deus. No exílio, o povo passou a lembrar o quanto
era agradável estar protegido pelo Senhor e ter a certeza da salvação.
ORIENTAÇÃO
PEDAGÓGICA
Professor,
na aula de hoje estudaremos a respeito da parábola da vinha. Essa parábola representa
o povo de Deus. Por intermédio dessa história, aprendemos a respeito do nosso
proceder. Sugerimos que você faça, no quadro, uma tabela com duas colunas. Na
primeira coluna, faça uma relação dos principais pontos abordados nos tópicos I
e II. Na segunda coluna, faça uma contextualização dos tópicos abordados na
primeira coluna. Por exemplo: Na primeira coluna, “Deus cultivou sua vinha”. Na
segunda coluna aponte o significado do fato de Deus cultivar a vinha fazendo
uma relação com a nossa vida.
TEXTO
BÍBLICO
Isaías
5.1-8,13.
1
— Agora, cantarei ao meu amado o cântico do meu querido a respeito da sua
vinha. O meu amado tem uma vinha em um outeiro fértil.
2
— E a cercou, e a limpou das pedras, e a plantou de excelentes vides; e
edificou no meio dela uma torre e também construiu nela um lagar; e esperava
que desse uvas boas, mas deu uvas bravas.
3
— Agora, pois, ó moradores de Jerusalém e homens de Judá, julgai, vos peço,
entre mim e a minha vinha.
4
— Que mais se podia fazer à minha vinha, que eu lhe não tenha feito? E como,
esperando eu que desse uvas boas, veio a produzir uvas bravas?
5
— Agora, pois, vos farei saber o que eu hei de fazer à minha vinha: tirarei a
sua sebe, para que sirva de pasto; derribarei a sua parede, para que seja
pisada;
6
— e a tornarei em deserto; não será podada, nem cavada; mas crescerão nela
sarças e espinheiros; e às nuvens darei ordem que não derramem chuva sobre ela.
7
— Porque a vinha do Senhor dos Exércitos é a casa de Israel, e os homens de
Judá são a planta das suas delícias; e esperou que exercessem juízo, e eis aqui
opressão; justiça, e eis aqui clamor.
8
— Ai dos que ajuntam casa a casa, reúnem herdade a herdade, até que não haja
mais lugar, e fiquem como únicos moradores no meio da terra!
13
— Portanto, o meu povo será levado cativo, por falta de entendimento; e os seus
nobres terão fome, e a sua multidão se secará de sede.
COMENTÁRIO
DA LIÇÃO
INTRODUÇÃO
A
parábola da vinha, que além de parábola também é uma poesia, é um dos capítulos
mais deprimentes de Isaías. Prevê muita ruína, catástrofes, mortes, fome,
miséria e toda sorte de infortúnios ao povo de Deus desobediente, embora Ele
tivesse os tratado com todo carinho, cuidado e amor para levá-los à obediência
e submissão. Ele a plantou, tirou pedras, escolheu sementes, afofou a terra,
edificou torre e lagar e cultivou seguindo técnicas primorosas, mas sua
esperança se frustrou ao produzir uvas insuficientes e de má qualidade; então
Ele a reprovou e entregou à própria sorte, permitindo ser pisada e maltratada
pelo exército inimigo. Convém que tomemos como exemplo o povo de Israel para
não incorrer no mesmo erro (1Co 10.11).
I.
A PARÁBOLA DA VINHA
1.
Deus cultivou sua vinha. A vinha é uma plantação de uvas que obviamente são
plantadas para produzir resultados ou lucros para o seu dono. Nessa parábola
retratada por Isaías a vinha representa o povo de Israel e mais especificamente
o reino de Judá e a cidade de Jerusalém, com todos os investimentos que Deus
havia feito neles para que produzissem bons e abundantes frutos. A forma como o
profeta retrata o cultivo da vinha evoca as técnicas agrícolas primorosas e
intenso trabalho.
2.
A escolha do local. O vinhateiro escolheu um outeiro para plantar sua vinha,
num lugar de terras muito férteis (Is 5.1). Outeiro é um terreno com uma
pequena elevação de terra que faz com que de longe se aviste a beleza do lugar,
ou seja, Deus escolheu um lugar privilegiado para a vinha, querendo que ela
fosse reconhecida pelo capricho do vinhateiro, pela beleza de sua organização e
consequentemente pelas abundantes colheitas.
3.
Deus plantou as melhores mudas. Israel era um povo escolhido entre as nações,
era o povo eleito pelo Senhor. Ele mesmo escolheu seu povo quando chamou Abraão
e cuidou para que sempre fossem preservados da maldade e tivesse os melhores
resultados. Preservou-os da fome, da aniquilação, libertou-os da escravidão do
Egito, guiou-os pelo deserto, providenciou-lhes maná do céu, os estabeleceu
numa boa terra de abundâncias, guiou-os na escolha de reis e governadores,
livrou-os de inimigos poderosos e lhes fez promessas grandiosas (Dt 8.2,3; Sl
107).
Pense!
Assim
como Deus esperou frutos do povo israelita, certamente Ele criou a Igreja para
que ela possa dar frutos que o glorifiquem.
Ponto
Importante
O
povo de Israel não foi criado para glorificar a si mesmo, mas foi criado para
mostrar Deus aos outros povos e servir de modelo para outras nações. Esse é o fruto
que Deus esperou de Israel.
II.
DEUS CUIDOU E ESPEROU COISAS BOAS DA VINHA
1.
Ele afofou a terra e tirou as pedras. Mesmo sendo o solo da vinha adequado para
o cultivo, era necessário prepará-lo para receber as mudas tenras. Isso
significa que Deus trabalhou no sentido de moldar o coração do povo para
receber sua Palavra. Deus criou as condições propícias para que tudo que Ele
lhes dissesse desse resultado positivo. Ele amoleceu o coração do povo,
transformando-o em um coração predisposto a produzir frutos. O Senhor tirou
desse solo também as pedras que poderiam fazer morrer as plantas da vinha.
Jesus disse na parábola do semeador (Mt 13.21) que as pedras significam a
superficialidade da raiz, quando algo é plantado em solo pedregoso, pois não consegue
se aprofundar e, vindo o sol, mata a planta. Ou seja, eram os inimigos de
Israel, seus perseguidores, que Deus removeu daquela boa terra para que seu
povo se estabelecesse num bom lugar. Deus cuidou para que nenhum impedimento
atrapalhasse uma safra abundante.
2.
Edificou uma torre e construiu um lagar. A torre remete à vigilância constante
que Deus tinha de sua vinha. Ele ficava observando tudo ao redor para que
nenhum inimigo ou animal silvestre invadisse ou destruísse a vinha. Mais uma
afirmação do profeta que remete ao cuidado absoluto de Deus para com aqueles
que Ele escolheu para ser seu povo. Ninguém invadiria Israel se Deus assim não
o permitisse, pois estava sempre olhando tudo a volta do seu povo.
O
lagar era o local onde as uvas eram espremidas, geralmente com os pés, depois
da colheita; o lugar de processamento da safra, que depois resultava em suco de
uva ou vinho (Is 63.3). Construir um lagar antecipadamente é sinônimo de muita
esperança para com a colheita.
3.
A esperança de Deus. O profeta afirma que Deus esperava que sua vinha desse
excelente qualidade de uvas. Depois de todo o cuidado e capricho de Deus ao
cultivar a vinha, era justamente essa a consequência óbvia. O vinhateiro
esperava o bom resultado da tarefa cumprida com cuidado e amor, amor este não
apenas como sentimento, mas também como obras, e eram boas obras o que se
esperava do povo. A despeito de todo zelo e predileção de Deus pela sua vinha,
ela produziu uvas amargas. Deus esperava de seu povo obediência à sua lei e
ordenanças, a prática da justiça e submissão ao seu senhorio, mas tudo que Ele
colheu foram roubos, injustiças, corrupção, idolatria, opressão e toda sorte de
males. A maioria das acusações pecaminosas que Deus faz ao povo se refere aos
relacionamentos interpessoais, pois Ele busca, através de seu trabalho de amor,
que o povo respeite e ame seu próximo, mas isso não estava mais acontecendo.
Pense!
Se
Deus criou e cuidou de Israel dando a eles condições para seu crescimento, Ele
também fará o mesmo com todo aquele que invocar seu nome sobre a face da Terra.
Ponto
Importante
Uma
das doutrinas fundamentais da fé cristã é a doutrina da providência. Essa
doutrina afirma que Deus cuida da sua criação e dá a ela condições que
possibilitam a sua continuidade e existência saudável. Deus não cria somente,
mas Ele mesmo sustenta o que cria.
III.
O CASTIGO E O EXÍLIO DA VINHA
1.
A frustração divina. Deus se aborrece com seu povo, pois diante de tanto
cuidado somente poderia haver boas colheitas. Ele mesmo disse que fez de tudo
pela vinha (Is 5.4). Mas como os resultados foram frustrantes, Ele elegeu o
próprio povo para julgar (Is 5.4) e o resultado do julgamento seria óbvio; suas
palavras demonstram o que aconteceria (Is 5.5,6). Deus a abandonaria a seu
próprio destino, afastaria dela seu amor e cuidado. Ela viraria pasto, seria
pisada, se tornaria desertificada, cresceriam nela plantas que a sufocariam e
lhe faltaria chuva. Tudo isso era o destino natural daqueles que se rebelam
contra o cuidado de Deus.
2.
Os “ais” aos desobedientes. Deus profere seis “ais” contra o povo de Israel,
divididos em sete classes, cujo foco central é a inversão de valores que era
praticada: Subvertendo a ordem natural das coisas, afirma-se que eles estavam
chamando o mal de bem e vice-versa, transformando trevas em luz e vice-versa e
chamando o amargo de doce e vice-versa (Is 5.20). Essas três afirmações colocam
palavras negativas na frente das positivas; estas últimas é que eram as
esperadas por Deus, mostrando que a cegueira espiritual, a falta de
discernimento das coisas corretas, a falência da moral e da ética levaram o
povo a confundir e trocar a obediência pelo pecado, sem nem perceberem o que
estavam fazendo.
Em
vários textos de Isaías, além do capítulo 5, se utiliza a palavra “ai”, e como
o próprio Jesus a utilizou (Mt 23). Seu significado tem a ver com a punição de
Deus diante de atos ofensivos a Ele. Deus profere o seu primeiro “ai” contra
aqueles que acumulam riquezas e consequentemente empobrecem os outros e os
deixam entregues à morte (Is 5.8-10). O destino é que suas propriedades seriam
reduzidas a pó e cinza e a produção da terra seria praticamente nula. Outro “ai”
é proferido contra os festeiros, pois, estando bêbados, não conseguem enxergar
as grandes obras e feitos de Deus, ou seja, em seus desejos de diversão
ilícita, tornam-se estúpidos para com seu Criador; contra esses se diz que
serão exilados, sofrerão fome e sede, descerão à cova aberta diante deles e que
seriam extremamente humilhados. O próximo “ai” vai contra aqueles que se apegam
a iniquidade (perversidade, depravação) e o pecado. Outro “ai” é proferido
contra aqueles que praticam o suborno para obter favorecimento na justiça,
negando-a ao que realmente é merecedor dela. A esses se diz que serão queimados
e reduzidos a pó.
3.
O poder do exército inimigo. Isaías prevê com extrema exatidão várias invasões
que Judá e Jerusalém sofreriam, primeiramente pelos assírios, sob o comando de
Senaqueribe em 701 a.C. e finalmente várias invasões pelo exército babilônico,
culminando no cativeiro final e destruição de Jerusalém em 587 a.C.,
cumprindo-se a profecia de Isaías. O exército assírio era extremamente cruel,
poderoso e assustador, e vinha conquistando o Oriente Médio. Eles cortavam
mãos, pés, nariz e orelhas, arrancavam os olhos, escalpelavam, queimavam as
pessoas vivas. Eram soldados sádicos (Na 3).
Pense!
Deus
espera alguma coisa de você, pois o investimento feito na cruz do Calvário
exige de nós uma resposta. A maior resposta que podemos dar é viver entregues a
sua vontade.
Ponto
Importante
O
exílio foi também uma fase pedagógica da história de Israel. O profeta Isaías
vê o exílio como forma de correção, e não de destruição final da história de
Israel.
CONCLUSÃO
O
cuidado de Deus a favor do seu povo é perfeito, nada lhes falta (Sl 23). Ele os
esconde debaixo de suas asas (Sl 91), portanto, provê tudo e tem grande
esperança de que nós frutifiquemos abundantemente.
HORA
DA REVISÃO
1.
Que povo Isaías está retratando na parábola da vinha?
O
povo escolhido, Israel.
2.
Que significado tem a remoção das pedras para plantar a vinha?
As
pedras significam a superficialidade da raiz, quando algo é plantado em solo
pedregoso, pois não consegue se aprofundar e vindo o sol mata a planta.
3.
Qual o significado da torre na parábola?O
cuidado absoluto de Deus para com aqueles que Ele escolhe para serem seu povo.
4.
Ao proferir os “ais” contra o povo, o profeta considerou um texto central que
dá sentido aos demais. Que quer dizer esse texto?
Subverter
a ordem natural das coisas eles estavam chamando o mal de bem e vice-versa,
transformando trevas em luz e vice-versa e chamando o amargo de doce e
vice-versa.
5.
Quem é o lavrador na parábola da videira proferida por Jesus?
Pai.
SUBSÍDIO
I
“No
Salmo 80 a Igreja está representada como uma vide e uma vinha. A raiz desta
vide é Cristo e os ramos são os crentes. A Igreja é como uma vide que precisa
de apoio, mas que se estende e dá fruto. Se uma vide não der frutos, nenhuma
outra planta valerá tão pouco quanto ela. E nós não somos plantados como em um
horto bem cultivado, com todos os meios para darmos frutos em obras de justiça?
[...].
A
vinha foi desolada e destruída. Houve uma boa razão para esta mudança na
maneira de Deus tratá-los. Tudo estará bem ou mal para nós, conforme nos
submetemos aos sorrisos ou à face irada de Deus. [...].
Deus
espera frutos daqueles que desfrutam privilégios. Os bons propósitos e os bons
princípios são coisas boas, mas não são suficientes; deve haver fruto da vinha:
pensamentos e afetos, palavras e ações agradáveis ao Espírito. Quando os erros
e os vícios se excedem e se descontrolam, a vinha não é podada, e rapidamente
começam a crescer espinhos. É triste que uma alma, no lugar das uvas da
humildade, mansidão, amor, paciência, e desprezo pelo mundo, coisas que Deus
busca, produza as uvas silvestres do orgulho, da paixão, do descontentamento,
da maldade e do desdém para com Deus; em lugar das uvas da oração e louvor,
estão as uvas silvestres de maldizer e jurar” (HENRY, Matthew. Comentário
Bíblico. RJ: CPAD, 2002. pp.458,563-564).
SUBSÍDIO
II
“Vinho
e vinha (5.1-5)
Israel
é sempre mencionada como uma vinha no Antigo Testamento (cf. Sl 80.8; 14.15; Jr
2.21; Os 10.1; Zc 3.10). Deus é o guardador da vinha que alimenta e protege seu
povo. Contudo, apesar do amável cuidado de Deus, a comunidade da aliança
continuou a produzir o fruto amargo do pecado no lugar dos aprazíveis produtos
da justiça. Jesus nos dá uma perspectiva disso quando se apresenta como
‘videira verdadeira’ (Jo 15.1). E lembra-nos que somente através de um íntimo
relacionamento pessoal com Deus o ser humano produzirá o fruto que Ele deseja.
‘Ajuntam
casa a casa’ (5.8). Deus destruiu a Terra Santa em pequenas parcelas para que
todas as famílias tivessem uma propriedade rural. Alguns possuírem muito, às
custas de outros que têm cada vez menos, é uma grande e terrível injustiça
social. Os ricos dos nossos dias precisam também estar atentos a isso”
(RICHARS, Lawrence O. Guia do Leitor da Bíblia: Uma análise de Gênesis a
Apocalipse capítulo por capítulo. 10ª Edição. RJ: CPAD, 2012, p.413).
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PAZ DO SENHOR
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