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sábado, 23 de setembro de 2017

Subsidio juvenis a igreja n.1 4 trimestre 2017



 SUBSIDIO JUVENIS N.1 4 TRIMESTRE 2017 (IGREJA)NO FINAL A IGREJA E A REFORMA PROTESTANTE.

INTRODUÇÃO

I. POR QUE ESTUDAR A RESPEITO DA IGREJA?

1. As Escrituras falam da Igreja. O primeiro motivo pelo qual devemos estudar sobre a doutrina da Igreja é porque o Novo Testamento fala a respeito dela. Dos 27 livros do Novo Testamento, os quatro evangelhos mostram o fundador da Igreja, Jesus Cristo. Atos mostra como a Igreja nasceu e como foi se desenvolvendo. As Cartas Paulinas foram escritas a igrejas locais, e as pastorais, escritas a pastores de igrejas. As Cartas Gerais também foram escritas à igrejas, e o Apocalipse apresenta igrejas recebendo orientações de Jesus. Temos, portanto, um excelente e farto material escrito a respeito da Igreja de Jesus Cristo. Isso deve chamar a nossa atenção para a importância dessa doutrina, pois a Bíblia confere valor a ela.

2. Porque conhecer a doutrina da Igreja é tão importante quanto as outras doutrinas. Não raro, muitas pessoas deixam de estudar sobre a Igreja, porque acreditam que conhecem profundamente a sua estrutura, e por estarem perfeitamente ambientados à igreja local, aos horários de cultos e atividades de que participam. Na verdade, estudar a respeito da Igreja requer de nós atenção especial. A Bíblia nos diz que Deus enviou Jesus para que o homem experimentasse a salvação e o perdão de seus pecados. E em nossos dias, fazemos parte da Igreja, que é guiada pelo Espírito Santo, que nos prepara para a Vinda de Cristo.

3. Porque fazemos parte dela. Outro motivo pelo qual devemos estudar sobre a Igreja é porque fazemos parte dela. Quando conhecemos bem uma instituição com que nos identificamos ou porque dela participamos, como uma empresa, uma força armada, uma escola ou universidade, temos menos dificuldades para explicar a outras pessoas a respeito dessas instituições. Da mesma forma ocorre em relação à Igreja. Se a conhecemos bem, podemos defendê-la de ataques e críticas de pessoas que não a conhecem.Estudar a doutrina da Igreja é tão importante quanto estudar e conhecer as demais doutrinas bíblicas, pois nós participamos fisicamente dessa doutrina e dessa instituição.Quando conhecemos a Igreja, tanto como doutrina quanto como instituição, temos mais condições de apresentá-la, explicá-la e defendê-la de ataques. 

II. A IGREJA E SEU FUNDAMENTO — JESUS

1. A importância de um fundamento sólido. Quando se fala sobre uma edificação, geralmente o que nos salta aos olhos é o que vemos de sua estrutura: o acabamento, a pintura, a decoração com que os cômodos foram arrumados. Entretanto, o mais importante não é nenhum desses itens. Estes servem para adornar o local, mas o que tem maior importância em uma edificação é justamente o que não vemos, ou seja, o fundamento. Sem uma base sólida, nenhuma construção pode estar de pé. Uma casa pode até estar bem decorada, mas se não estiver bem fundamentada, ela corre o risco de desmoronar, trazendo sérios prejuízos físicos e financeiros a quem nela está residindo.

Da mesma forma como uma casa, a Igreja precisa de um fundamento sólido, e esse fundamento é o próprio Senhor Jesus Cristo.

2. Jesus, o fundamento da Igreja. Jesus Cristo é apresentado como sendo o fundamento da Igreja. Foi Ele quem morreu por ela, derramando o seu sangue, e não qualquer outro homem. Paulo fala aos efésios que fomos “edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, de que Jesus Cristo é a principal pedra da esquina” (Ef 2.20), e aos Coríntios lembra que “beberam todos de uma mesma bebida espiritual, porque bebiam da pedra espiritual que os seguia; e a pedra era Cristo” (1Co 10.4). A Bíblia, então, não deixa dúvidas de que Jesus é o fundamento de sua Igreja. Jesus é o único fundador da Igreja. Ele amou a Igreja a ponto de entregar sua própria vida por ela, para que pudesse existir.

3. Pedro seria o fundamento da Igreja? Há quem creia que a Igreja de Jesus Cristo está fundada no apóstolo Pedro. Este homem teve grande importância na história da Igreja, mas não foi ele quem a fundou. Reconhecendo Jesus como sendo o único fundamento da Igreja, Paulo diz que “[...] ninguém pode pôr outro fundamento, além do que já está posto, o qual é Jesus Cristo” (1Co 3.11). E o próprio apóstolo Pedro declara que Jesus é a “pedra”, ou seja, a base de uma construção sólida, a Igreja (At 4.11). Pedro não fundou a Igreja do Senhor. Ele foi um homem muito usado por Deus, e por meio dele muito foi feito pelo Evangelho, mas da mesma forma que outros homens, Pedro precisou de salvação, foi cheio do Espírito de Deus e pregou o Evangelho em Jerusalém com ímpeto, mas nunca se declarou como a base na qual a Igreja de Jesus Cristo está fundada.Sem uma base sólida, nenhuma instituição ou construção consegue se manter de pé. Por isso, o fundamento é tão importante.Pedro foi considerado uma das colunas da Igreja, da mesma forma que Tiago e João (Gl 2.9), mas não eram eles o fundamento da Igreja, e sim o próprio Jesus Cristo.


                              O QUE É A IGREJA

1. Definição. A palavra “igreja”, no grego, ekklēsia, significa “chamados para fora”. Originalmente, os cidadãos de uma cidade eram chamados mediante o toque de uma trombeta, que os convocava para se reunirem como assembléia em determinado local, a fim de tratarem de assuntos comunitários. Da mesma forma, a Igreja é um grupo de pessoas chamadas para fora do mundo, para formar um povo seleto, especial, pertencer a Deus e servi-lo (1Pe 2.9,10; 1Ts 1.9).

2. A visão cristológica da igreja. Certa ocasião, Jesus interrogou os seus discípulos acerca do que as pessoas pensavam a respeito dEle. Após ouvir suas várias respostas, o Mestre lhes fez uma derradeira pergunta: “E vós, quem dizeis que eu sou?” (Mt 16.15). Pedro, inspirado pelo Espírito Santo, respondeu-lhe imediatamente: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo” (v.16). A partir desta resposta, Jesus fez uma enfática declaração revelando aos seus discípulos a edificação, a jornada e o futuro da sua Igreja na Terra. O Senhor afirmou a Pedro: “Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela” (Mt 16.18).

Quando o Mestre enunciou: “edificarei a minha igreja”, identificou-se como seu Arquiteto, cuja edificação estender-se-ia até “à consumação dos séculos” (Mt 28.20). O fundamento sobre o qual Ele edifica a Igreja está indicado nas palavras do texto: “sobre esta pedra”. A pedra não se refere a Pedro e, sim, à verdade que este acabara de afirmar: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo” (v.16). Jesus não disse: “sobre ti edificarei a minha igreja”, mas declarou que sobre a confissão revelada pelo Espírito Santo a Pedro, a igreja seria edificada.
O próprio Pedro afirma que Jesus é a Pedra sobre a qual a Igreja é edificada — “pedra angular, eleita e preciosa” (1Pe 2.5; At 4.11). A referência a Cristo como a “pedra angular” (1Pe 2.5 — ARA), figura um edifício construído com pedras espirituais, isto é, vidas regeneradas ao longo da existência da Igreja na Terra (1Co 3.9; Ef 2.22).A Igreja, o conjunto de todos os salvos em Cristo, foi edificada por Jesus para anunciar a salvação em Cristo e triunfar sobre o pecado, a injustiça e o mal.

II. AS DIMENSÕES DA IGREJA NA TERRA 

1. Universal. A Igreja universal é o conjunto de todos os salvos em Cristo. É citada no Novo Testamento no singular — “igreja” — nos textos de At 20.28; 1Co 12.28; Ef 1.22; 5.27; 1Tm 3.15; Hb 12.23. No plano eterno de Deus, a Igreja universal foi arquitetada por Ele antes da fundação do mundo (Ef 1.4,9,10), e, tem um caráter geral porque inclui todos os cristãos remidos por Cristo, dentre todos os povos.
2. Local. A palavra igreja, em sentido literal, abrange o conceito de “congregar” e “reunir”, pois se trata da reunião dos fiéis em um local específico. A Bíblia emprega o plural “igrejas”, a fim de referir-se às igrejas locais (At 9.31; 16.5; Rm 16.4; 16.19; 2Co 8.1; Gl 1.2). No entanto, quando o termo está no singular, cita-se a região na qual a igreja local encontra-se (At 14.23; Rm 16.1; 1Co 1.2; 4.17; 1Ts 1.1).
A perspectiva local da igreja fortalece o fato de que o trato e relacionamento de Deus com ela não é só universal, mas local, congregacional e direto.A Igreja universal, o Corpo místico de Cristo, é invisível e constituída por todos os saí-vos em Cristo. A igreja local é visível e composta por todos os crentes regionais que se reúnem visivelmente.


III. A ORGANIZAÇÃO FUNCIONAL DA IGREJA

1. A organização administrativa da igreja. A Igreja é tanto um organismo espiritual quanto uma organização que necessita do trabalho de pessoas nos vários órgãos funcionais da igreja local. Organização funcional da igreja refere-se à administração dos recursos materiais e humanos de que ela dispõe, para que não haja interrupções no seu crescimento quantitativo e qualitativo.
2. A organização ministerial da igreja. Esta forma de organização diz respeito ao governo da igreja local através de homens vocacionados e capacitados por Deus para o exercício do santo ministério eclesiástico.
Ao longo da trajetória da igreja, temos várias formas de governo eclesiástico: local, distrital, regional e nacional. Por meio do Novo Testamento, verificamos que a autoridade administrativa e espiritual da igreja local é competência do pastor. Todos os demais cargos e funções submetem-se à autoridade pastoral.Na igreja também há cargos de caráter espiritual, conforme expõe a Escritura em Ef 4.11: apóstolos, profetas, evangelistas, pastores e mestres.

3. A organização espiritual da igreja. Essa organização refere-se, essencialmente, à sua liturgia. Trata-se da ministração do culto, da adoração coletiva, das ordenanças deixadas por Jesus, como a Ceia do Senhor e o batismo em águas (Mt 28.19,20; Lc 22.16-20). Mesmo que não haja uma forma prescrita e específica de liturgia dos cultos, devemos primar em manter os princípios ensinados por Jesus, no sentido de promover a comunhão com Deus e com os irmãos. Na realização do culto, deve-se evitar tanto o formalismo que engessa a liberdade da adoração a Deus em “espírito e em verdade” (Jo 4.23,24), quanto à espontaneidade individual sem limites, que vulgariza e profana o “culto racional” que devemos prestar continuamente a Deus (Rm 12.1; Sl 95.1-6).A igreja é tanto um organismo espiritual vívido como uma organização administrativa. A organização funcional da igreja é formada pelos líderes locais e por meio dos recursos espirituais, materiais e humanos.Nesta lição, estudamos as características fundamentais da doutrina da Igreja, a fim de compreendermos suas dimensões terrena e celeste. Você faz parte da Igreja no seu âmbito universal? Está integrado e exerce o ministério que Jesus lhe confiou na igreja local? Trabalhemos enquanto é dia!


“Tipos da Igreja

A Igreja de Cristo é apresentada de diferentes formas pelos escritores sagrados, mostrando-lhe a natureza, a missão e os recursos com os quais foi dotada pelo Senhor.
1. Virgem imaculada. Tendo em vista a sua pureza e candura, provenientes do sangue vertido por Cristo, o apóstolo Paulo denomina-a uma virgem imaculada (2Co 11.2).
2. Esposa do Cordeiro. A igreja é assim conhecida, em virtude da aliança que o Senhor Jesus com ela estabeleceu por intermédio do sangue do Novo Testamento (Ap 21.9).
3. Corpo de Cristo. Sendo o Filho de Deus a sua cabeça, a igreja é conhecida como o Corpo de Cristo, pois dEle recebe toda orientação e governo (1Co 12.27).
4. Edifício. Edificada por Deus através de Jesus, tem ela como fundamento a doutrina dos apóstolos e dos profetas (1Co 3.9).
5. Nação santa. Separada do mundo e consagrada para o serviço de Deus, a Igreja é assim vista pelo apóstolo Pedro (1Pe 2.9).
6. Castiçal. Luz do mundo, tem a Igreja como missão acabar com as trevas espirituais e morais deste mundo (Ap 1.20).
7. Israel de Deus. Já que Abraão é o nosso Pai na Fé, somos hoje o Israel de Deus. Afinal, a parede que nos separava da comunidade espiritual dos hebreus foi derribada (Gl 6.16).
8. Universal assembléia. Refere-se o apóstolo à Igreja de Cristo como universal e invisível (Hb 12.22).
9. Família de Deus. Sendo os crentes filhos de Deus por adoção, reunimo-nos, todos os que aceitaram a Cristo, como a família de Deus (Ef 2.17-22)”.

(ANDRADE, C. Verdades centrais da fé cristã. RJ: CPAD, 2006, p.209-10.)

A Igreja não é constituída por cimentos, tijolos e ferros, mas por aqueles que experimentaram o novo nascimento e amam a Jesus de todo o coração.O valor da Igreja não é resultado de sua arquitetura, de suas obras sociais ou da quantidade de filiais que possui, mas do precioso sangue de Cristo. Embora classificada em universal e local, a Igreja de Cristo é apenas uma. É um só corpo constituído por membros de todas as nações, raças e línguas. A verdadeira Igreja de Cristo é indivisível - pois não há duas Igrejas de Cristo -; militante, porque é composta por todos os salvos vivos; triunfante, visto ser caracterizada por aqueles que já se encontram na glória com o Senhor.
Essas verdades são bálsamos para a vida de cada cristão, pois veremos na glória àqueles que, triunfantes, partiram para estar para sempre com o Senhor. Enquanto não alcançamos essa gloriosa promessa, nós, os crentes militantes em Cristo, seguimos a nossa marcha triunfal até o maravilhoso encontro com o Senhor da Igreja. Exaltemos, pois, a Jesus que nos resgatou e constituiu-nos seu corpo místico!

      A IGREJA E A REFORMA PROTESTANTE 
   A NECESSIDADE DA REFORMA NA IGREJA.

1. A igreja nos primeiros séculos. Nos primeiros três séculos da era cristã, enquanto a igreja não tinha vínculos com o Estado, e mantinha sua independência, foi perseguida, rechaçada e alvo de muitas críticas. Nessa época, ela lutou internamente contra diversas heresias e sistematizou uma série de doutrinas.
2. Os séculos até a Idade Média. Na medida em que Estado e Igreja foram se aproximando, houve mudanças que fizeram com que a igreja abandonasse a doutrina dos apóstolos. Os ensinos de Jesus e a fé genuína em Deus e no Salvador foram deixados de lado.
3. Os avanços. Tivemos avanços nesse período inicial de bonança, em que a igreja não era mais perseguida e seus verdadeiros membros não eram mais mal vistos pela sociedade. Jerônimo completou a tradução da Bíblia para o latim, e muitas pessoas passaram a professar a fé cristã. Mas a aproximação entre igreja e Estado cobrou seu preço: bispos trocavam acusações para conseguirem um o lugar do outro, governantes passaram a ter influência na escolha de líderes cristãos, e promoveu-se a adoração a ídolos. Muitos cristãos adotaram uma postura de viver uma vida sem luxo, aplicando-se à castidade e às orações em lugares isolados, por causa da forma com que a igreja permitiu-se participar de prazeres mundanos e ter adotado uma visão mais secularizada. 
Enquanto a igreja manteve-se isenta das ingerências do Estado, pôde também afastar-se das tentações de assumir o poder temporal e político.A Igreja passou por perseguições e se manteve fiel ao seu chamado, até que se permitiu envolver com o poder temporal e se deixou influenciar por ele.

II. A REFORMA PROTESTANTE 

1. A necessidade de mudanças. Foi notório que a igreja daqueles dias precisava de mudanças drásticas, pois não representava mais o verdadeiro Evangelho, e sim a busca pelo poder temporal, o domínio das nações e suas riquezas. Seus cultos se tornaram distante das pessoas, seus ensinos foram corrompidos e suas práticas e doutrinas beiravam o charlatanismo. Como descrita nessa época, a igreja estava realmente distante de sua vocação de agência do Reino de Deus. Era necessário que passasse por um movimento de transformação que resgatasse os princípios da Igreja Primitiva, que valorizasse as Escrituras em detrimento da tradição, e que se abstivesse da busca pelo poder terreno.

2. Grupos em prol da Reforma antes de Lutero. Antes de Martinho Lutero dar início à Reforma Protestante, houve pessoas e grupos que se expuseram pleiteando uma mudança radical na igreja daquela época. Dentre esses grupos, destacamos os Waldenses, liderados por Pedro Waldo, que rejeitou a doutrina do purgatório e ensinou o retorno às Escrituras como um modo de vida. Outro nome de destaque foi John Wicliff, professor de Oxford, que traduziu a Bíblia para o inglês a partir da Vulgata Latina. Ele acreditava que o clero católico não tinha interesse em que a Bíblia fosse lida na língua comum de cada povo.

3. Lutero e seu desafio. Lutero foi um monge que nasceu na Alemanha em 10 de novembro de 1483. Na infância foi educado dentro dos padrões cristãos de seu tempo. Na juventude optou por seguir a carreira monástica, e estudou teologia e filosofia. Deparou-se com uma profunda falta de paz em sua vida, e lendo as Escrituras, entendeu que poderia ser salvo de seus pecados e ter a paz com Deus, coisas que poderiam ser feitas apenas pela fé.

Em 31 de outubro de 1517, certo de que a igreja romana havia se distanciado de seu verdadeiro chamado, Lutero fixou suas 95 teses contra o papa e a igreja romana com suas doutrinas do purgatório e das indulgências, iniciando assim a chamada Reforma Protestante. Lutero casou-se com Catarina Bora, uma ex-freira, com quem teve seis filhos. Escreveu hinos e traduziu a Bíblia para o alemão.
A Reforma Protestante foi necessária para que a verdadeira Igreja de Jesus Cristo pudesse retornar à sua vocação de sal da terra e luz do mundo.Antes de Lutero, outras pessoas já demonstravam descontentamento com o sistema de vida da liderança da igreja romana, de suas doutrinas e do seu afastamento do público.

III. FRUTOS DA REFORMA NOS ÚLTIMOS SÉCULOS

1. Tradução da Bíblia para o alemão e outras línguas. Até a Reforma Protestante, a Igreja Católica adotou a Bíblia e os sermões em latim, uma língua que com o passar do tempo se tornou distante das pessoas, e próxima apenas dos estudiosos. Após a Reforma, a Bíblia foi traduzida para o alemão, francês, inglês, e também para o português. Em nossos dias, instituições como as Sociedades Bíblicas, a Wicliff e a ALEM (no Brasil) tem sido uma força grandiosa na tradução e distribuição de Bíblias e porções de textos bíblicos traduzidos. Os cultos passaram a ser realizados na lingua dos povos, tornando mais clara a pregação e ensino do Evangelho.
2. Missões. Com a Reforma, despertou no coração dos crentes o entendimento de que o Evangelho deveria ser efetivamente anunciado, sem o interesse de se conquistar novas terras ou subjugar povos. A pregação da Palavra de Deus e a salvação das almas perdidas ganhou novo enfoque, e muitos cristãos dedicaram-se a passar seus dias no campo missionário.
3. O pentecostes. O pentecostalismo tem sido a marca do avivamento da igreja cristã em nossos dias. Por meio do mover do Espírito Santo, milhões de crentes no mundo inteiro têm sido revestidos de poder para testemunhar acerca de Jesus e de sua obra.
Os pentecostais pregam basicamente que Jesus salva, cura, liberta as pessoas, que batiza com o seu Espírito Santo com evidência do falar em outras línguas, e que Jesus voltará para buscar o seu povo. Creem na inspiração plenária das Escrituras, na necessidade de arrependimento para que uma pessoa seja salva, e na necessidade de uma vida santa. Um dos temas correntes em nossas pregações é a contemporaneidade dos dons espirituais. Cremos que os dons do Espírito Santo, conforme mencionados em 1 Coríntios 12, não foram extintos, pois a própria Palavra de Deus não nos fala que os dons do Espírito Santo teriam data de validade apenas para o primeiro século da era cristã.
4. Desafios de nossos dias. Em nossos dias, temos observado as constantes mudanças que ocorrem na sociedade. A tecnologia avança a olhos vistos. A medicina vem fazendo tratamentos para males que antes eram incuráveis, com resultados comprovados. Com a internet, o mundo se tornou pequeno, e praticamente qualquer informação pode ser consultada de um aparelho celular conectado a internet. Há meios de se aumentar a quantidade de alimentos para alimentar populações inteiras, mas por outro lado, aumentam a violência, a fome em diversos países. 
O terrorismo tem sido uma das marcas dos nossos dias, com guerras que devastam países e populações. Novas doenças surgem, e ressurgem antigos males, e a internet vem sendo usada para recrutar pessoas que tem pouco apego à vida e estão dispostos a levar consigo outras vidas que não partilham de suas ideologias. Surgem diversas formas de pensar o sobrenatural, e há uma busca pelo oculto, divulgado pelos filmes de cinema. São desafios com os quais temos de lidar em nossos dias..

Martinho Lutero 

Missões, pregação da Palavra e santificação são frutos da Reforma que são seguidos em nossos dias.Precisamos ser cheios do Espírito Santo a fim de que estejamos preparados, como igreja, para lidar com os desafios do nosso tempo. 
A Reforma Protestante foi, sem dúvida, o instrumento que Deus se utilizou para redirecionar a Igreja à sua verdadeira vocação: ensinar o justo a viver pela fé, buscar o conhecimento verdadeiro das Sagradas Escrituras e definir o sacerdócio universal dos crentes. Somos fruto dessa Reforma, e devemos aproveitar cada ocasião para fazer com que Deus seja glorificado por meio de nossas atitudes.

“No século XVI, o papa ficou mais influente com a destruição do Império Romano, o que resultou na ligação entre o papa e os governantes políticos. Tal relacionamento próximo entre a igreja e o Estado resultava com frequência em coerção para que as pessoas se tornassem cristãs. Uma das partes mais infelizes da história foi o período em que os líderes eclesiásticos forçaram, com o auxílio das autoridades civis e com o uso da espada, incontáveis dezenas de milhares de pessoas a se ‘converterem’ ao cristianismo. Os crentes de hoje, em vez de tentarem racionalizar isto para os críticos contemporâneos, fazem melhor em simplesmente se arrependerem do que foi feito em nome de Cristo. 
O papa ‘entrou nas ruínas do império caído no Ocidente e começou a construção da igreja medieval sobre a glória passada de Roma... Isto levou séculos, mas os papas, auxiliados por príncipes cristãos, aos poucos pacificaram e batizaram um continente e o chamou de cristianismo, a Europa cristã. Entretanto, batizar multidões significa batizar pagãos’. Como uma igreja cheia de ‘pagãos batizados’ afeta os que são realmente sinceros a respeito do Deus? Os cristãos genuínos se afastam. E foi exatamente isto que muitos cristãos fizeram. Eles eram chamados de monásticos” (GARLOW, James L. Deus e o seu Povo: A História da Igreja como Reino de Deus. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2007, p.67).
fonte www.mauricioberwaldoficial.blogspot.com

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