SUBSIDIO BETEL DEUS SE REVELA N.1 4 TRIMESTRE 2017
As Escrituras Sagradas afirmam que a natureza essencial de Deus não pode ser plenamente conhecida pela criatura (Êx 33.20; Jó 11.7; Is 40.28; Jo 1.18; 1 Tm 6.16; 1 Jo 3.2). No entanto, Deus se auto-revelou por meio da criação — Revelação Geral (Sl 8; 19; 148; Rm 1.19-21; 2.25,16); através do Verbo Encarnado (Jo 1.1, 14, 17, 18; 14.8,9; Hb 1.1-3) e pelas Escrituras — Revelação Especial (2 Tm 3.16; Sl 119.33-40).
A natureza e o caráter de Deus foram manifestados através dos seus nomes e atributos. Os nomes de Deus revelam a sua natureza singular, enquanto os seus atributos, o seu caráter santíssimo (Gn 22.14; Êx 15.26; Sl 139).
Quanto à natureza de Deus, a Bíblia afirma que o Senhor é “Espírito” (Jo 4.24; 2 Co 3.17; Is 31.1).
Sendo Deus espírito, dotado de todos os atributos pessoais, a Bíblia afirma que Ele: não é homem (Nm 23.19; Os 11.7; Ml 3.6; Dt 4.1); não possui “carne e ossos” (Lc 24.39; Nm 23.19; Os 11.9; Jo 5.37); e, que sua sublime glória é inacessível e insondável (1 Tm 6.16; Cl 1.15; Jo 1.18; 1 Jo 3.2). No entanto, podemos: conhecê-lo (Os 6.3); amá-lo (Lc 10.27); adorá-lo e servi-lo (Mt 4.10; Jo 4.24).
Palavra Chave
Deus: 'Ēl (no hebraico, “Deus”). Ser Supremo Criador do Universo, do homem, e de todas as coisas.
Sempre houve e sempre haverá os que costumam questionar: Quem é Deus? Alguns o fazem com sinceridade, buscando compreender a existência e a natureza do Eterno. Todavia, outros perguntam com a intenção de alimentarem sua soberba e descrença. Por esta razão, não conseguem entender a natureza transcendente do Altíssimo. Para os que aceitam a Bíblia como a sagrada fonte de inspiração e de respostas às inquietações do homem, Deus é o Ser Supremo, Criador do Universo, do Homem, e de todas as coisas.
UMA REFLEXÃO PARA NOSSO SÉCULO 21
A pós-modernidade é conhecida como a era da informação, do conhecimento, dos meios de comunicação, isso se deve ao grande avanço tecnológico. Podemos nos comunicar, com uma pessoa que está do outro lado do mundo em fração de segundos. O avanço da informação e da tecnologia é algo salutar, todavia, parece existir um grande paradoxo quando o assunto é comunicação. Isso porque, diante de tantos recursos tecnológicos que facilitam a comunicação (celulares com tecnologia 3G, internet, computadores de bolso, etc), podemos ver e perceber que existem tantas pessoas solitárias e deprimidas.
Isso se deve ao fato de os relacionamentos, a cada dia, se tornarem mais "frios", superficiais, instantâneos e distantes. As pessoas estão se isolando. Muitos não querem mais "perder" tempo com o outro. Alguns relacionamentos se tornaram descartáveis. Precisamos voltar ao primeiro amor e estabelecer canais autênticos e verdadeiros de comunicação com nossos irmãos. Somos a Igreja do Senhor, temos comunicação direta com o Pai e podemos também ter relacionamentos saudáveis com nossos irmãos em Cristo. Que entre nós não haja pessoas solitárias.
QUEM É DEUS
No Salmo 33, que nos serve de leitura bíblica em classe, o escritor sagrado discorre de um modo maravilhoso sobre os atributos e as obras de Deus. Utilizando-se de uma poesia elevadíssima, sintetiza um conhecimento essencial sobre o Todo-Poderoso; um conhecimento, aliás, que nos obrigaria a despender milhares de páginas. No entanto, o autor sagrado declara, em poucas sentenças, o que Deus é, o que Ele fez e o que continua a fazer.
1. Definição lingüística. A palavra Deus é a tradução do vocábulo hebraico ’ĕlōhim; no grego, temos a palavra theos. ’Ĕlōhim é um substantivo plural que, tendo em vista determinados contextos, encerra este princípio: a existência da Santíssima Trindade.
2. Definição teológica. Em nosso Dicionário Teológico, damos a seguinte definição de Deus: “Ser Supremo, absoluto e infinito por excelência; criador dos céus e da terra (Gn 1.1); eterno e imutável (Is 26.4); onipotente, onisciente e onipresente (Jó 42.2; Sl 139). Deus é espírito (Jo 4.24). Ser incriado, é a razão primeira de tudo quanto existe”.
I. O ÚNICO DEUS VERDADEIRO
1. O Shemá. É o imperativo de um verbo hebraico que significa “ouvir, obedecer”, o qual inicia o versículo que se tornou, ao longo dos séculos, a confissão de fé dos judeus: “Ouve, Israel, o SENHOR, nosso Deus, é o único SENHOR” (Dt 6.4). A cláusula final “é o único SENHOR” também se traduz por “o SENHOR é um” (Gl 3.20), conforme as versões espanhola Reina-Valera e judaica, conhecida no Brasil como Bíblia Hebraica. A construção hebraica aqui permite ambas as traduções, de acordo com a declaração de Jesus: “o Senhor é um só!” (Mc 12.29, Tradução Brasileira). Há aqui um significado teológico importante, porque a mensagem não se restringe apenas ao monoteísmo, mas a ideia de existir um só Deus, e de Deus ser um só, diz respeito tanto à “singularidade” quanto à “unidade” de Deus (Zc 14.9; Sl 86.10).
2. O monoteísmo. É a crença em um só Deus e se distingue do politeísmo, a crença em vários deuses. As principais religiões monoteístas do planeta são o judaísmo (Dt 6.4; 2Rs 19.15; Ne 9.6), o cristianismo (Mc 12.29; 1Co 8.6) e o islamismo. Mas o monoteísmo islâmico não é bíblico. O deus Alá dos muçulmanos é outro deus, e não o mesmo Deus Javé da Bíblia. Alá era um dos deuses da Meca pré-islâmica, deus da tribo dos coraixitas, de onde veio Maomé, que o adotou como a divindade de sua religião. O nome Alá não vem da Bíblia e nunca foi conhecido dos patriarcas, nem dos reis, nem dos profetas do Antigo Testamento, menos ainda dos apóstolos do Senhor Jesus. Os teólogos muçulmanos se esforçam para fazer o povo crer que Alá é uma forma alternativa do nome do Deus Javé de Israel, mas evidências históricas e arqueológicas provam que Alá não veio dos judeus nem dos cristãos.
3.O monoteísmo judaico-cristão. Jesus não somente ratificou o monoteísmo judaico do Antigo Testamento como também afirmou que o Deus Javé de Israel, mencionado em Deuteronômio 6.4-6, é o mesmo Deus que Ele revelou à humanidade (Jo 1.18), a quem todos os cristãos servem e amam acima de todas as coisas (Mc 12.29,30). Assim, o Deus de Israel é o mesmo Deus do cristianismo; é o nosso Deus. O apóstolo Paulo pregava para os judeus e gentios o mesmo Deus revelado por Jesus: “O Deus de nossos pais de antemão te designou para que conheças a sua vontade, e vejas aquele Justo, e ouças a voz da sua boca” (At 22.14).
“Nossa maneira de compreender a Deus não deve basear-se em pressuposições a respeito dEle, ou em como gostaríamos que Ele fosse. Pelo contrário: devemos crer no Deus que existe, e que optou por se revelar a nós através das Escrituras. O ser humano tende a criar falsos deuses, nos quais é fácil crer; deuses que se conformam com o modo de viver e com a natureza pecaminosa do homem. Essa é uma das características das falsas religiões. Alguns até mesmo caem na armadilha de se desconsiderar a autorrevelação divina para desenvolver um conceito de Deus que está mais de acordo com as suas fantasias pessoais do que com a Bíblia, que é a nossa fonte única de pesquisa, que nos permite saber que Deus existe e como Ele é”
(HORTON, Stanley. Teologia Sistemática: Uma perspectiva pentecostal. 1ª Edição. RJ: CPAD, 1996, pp.125-6).
CRIAÇÃO X EVOLUÇÃO
O Deus único e verdadeiro se revelou de maneira suficiente em Jesus Cristo e por intermédio de Sua Palavra. Não há outro meio de conhecermos a Deus, senão por seu Filho, Jesus Cristo — “E Jesus clamou e disse: Quem crê em mim crê não em mim, mas naquele que me enviou. E quem me vê a mim vê aquele que me enviou.” (Jo 12.44,45) —, conforme está revelado em Sua poderosa Palavra.
A existência de Deus
Para nos relacionarmos com Deus é necessário nos aproximarmos dEle e crer que Ele existe (Hb 11.6). De acordo com as Escrituras Sagradas, a existência de Deus é um fato incontestável. Não há preocupação alguma por parte da Bíblia em provar a existência de Deus, pois desde o primeiro versículo já se subentende essa maravilhosa realidade: “No princípio, criou Deus os céus e a terra” (Gn 1.1). Como também é uma realidade confirmada por João 1.1: “No princípio, era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus”. Logo, o autor aos Hebreus conclui: “Pela fé, entendemos que os mundos, pela Palavra de Deus, foram criados” (Hb 11.3). Que maravilhosa realidade! Deus é! Nele, não há início nem fim, pois de eternidade em eternidade Ele é Deus (Sl 90.2).
Uma verdade gloriosa
Ao confirmarmos a verdade maravilhosa da existência do Deus Criador e sustentador de tudo o que há no universo, não há como não se maravilhar com Sua grandeza, poder e majestade. A Criação é obra das Suas mãos. Saber que Deus é onisciente, onipresente, onipotente, imutável, eterno (atributos incomunicáveis aos seres humanos) nos traz a segurança em um Deus tão grande que se importa conosco, seres humanos tão pequenos, finitos e limitados. Ao mesmo tempo em que se mostra fiel, bom, paciente, amoroso, gracioso, misericordioso, santo, reto, justo (atributos comunicáveis aos seres humanos), somos constrangidos, uma vez alcançados pela Sua graça, a manifestarmos tais características que emergem de Seu infinito amor.
O Deus único e verdadeiro é um Deus de amor, mas de justiça também. Fruto do Seu amor, Ele enviou o Seu filho para tirar o pecado do mundo; fruto de Sua justiça, Ele proveu um sacrifício suficiente para apagar os nossos pecados, pois nós que deveríamos estar no lugar do nosso Senhor Jesus. Dentro dessa perspectiva de amor e justiça, que as Escrituras revelam a obra de um Deus que deseja salvar homens e mulheres, reconciliando-os consigo mesmo por intermédio de Jesus Cristo (2Co 5.19).
“Em Gênesis 1, a palavra hebraica para dia é yom. A maior parte do uso dela no Antigo Testamento é com o sentido de dia, dia literal; e, nas passagens em que o sentido não é esse, o contexto deixa isso claro.
Primeiro, yom é definido na primeira vez em que é usado na Bíblia (Gn 1.4,5) em seus dois sentidos literais: a porção clara do ciclo luz/trevas e todo o ciclo luz/trevas. Segundo, yom é usado com ‘noite’ e ‘manhã’. Em todas as passagens em que essas duas palavras são usadas no Antigo Testamento, juntas ou separadas, e no contexto de yom ou não, elas sempre tem o sentido literal de noite ou manhã de um dia literal. Terceiro, yom é modificado por um número: primeiro dia, segundo dia, terceiro dia, etc., o que em todas as passagens do Antigo Testamento indicam dias literais. Quarto, Gênesis 1.14 define literalmente yom em relação aos corpos celestiais” (HAM, Ken. Criacionismo:
Verdade ou mito? 1ª Edição. RJ: CPAD, 2011, p.30).
1. O modelo criacionista. O criacionismo é a posição que propõe ser a origem do Universo e da vida resultado de um ato criador intencional. Essa cosmovisão é encarada com suspeita porque a comunidade científica incrédula a considera uma proposta meramente religiosa. É verdade que a explicação religiosa tem por base a fé (Hb 11.3), enquanto a explicação científica se fundamenta na evidência empírica. Mas existem variações em ambas as propostas. Descobertas ao longo dos séculos confirmam que causas inteligentes empiricamente detectáveis são necessárias para explicar as estruturas biológicas ricas em informação e a complexidade da natureza. Esse conceito é conhecido como Design Inteligente. Criacionismo e Design Inteligente podem ser interligados, mas não são a mesma coisa. A proposta e a metodologia de ambos não são iguais, pois nem todo criacionista aceita a Teoria do Design Inteligente e vice-versa. O modelo científico do Design Inteligente propõe que o mundo foi criado, mas não tem como provar em laboratório que Deus o criou.
2. O modelo evolucionista. É uma teoria que nunca se sustentou cientificamente, apesar de sua aparência científica (1Tm 6.20). Tem por base pressupostos naturalistas, entre os quais a proposta darwinista da seleção natural se destaca como o principal mecanismo evolutivo. O naturalismo, a hipótese mais aceita para explicar o evolucionismo, ensina que organismos biológicos existentes evoluíram em um longo processo através das eras. É a cosmovisão favorável à ideia de que o universo e a vida vieram à existência por meio de processos de geração espontânea, sem intervenção de um ato criador, isto é, eles teriam evoluído até a complexidade atual por meio da seleção natural, a teoria da sobrevivência dos mais fortes. Mas tudo isso não passa de mera teoria que nunca pôde ser confirmada. O evolucionismo ateu exclui Deus da criação.
“[...] Quando consideramos a possibilidade de que Deus usou o processo evolucionário para criar ao longo de milhões de anos, confrontamo-nos com sérias consequências: a Palavra de Deus não é mais competente e o caráter de nosso Deus amoroso é questionado.
Já na época de Darwin, um dos principais evolucionistas entendia o problema de fazer concessão ao afirmar que Deus usou a evolução. Uma vez que você aceite a evolução e suas implicações para a história, então o homem está livre para escolher as partes da Bíblia que quer aceitar”
(HAM, Ken. Criacionismo: verdade ou mito? 1ª Edição. RJ: CPAD, 2011, pp.35,36).
Criacionismo X evolucionismo
“Hoje, muitos cristãos afirmam que os milhões de anos de história da Terra se ajustam à Bíblia e que Deus usou o processo evolucionário para criar. Essa ideia não é uma invenção recente”. Para conhecer mais, leia Criacionismo: verdade ou mito?, CPAD, p.33).
A CRIAÇÃO
1. A criação do Universo. Deus criou o universo do nada; é a chamada creatio ex nihilo da teologia judaico-cristã revelada na Bíblia. A narrativa do primeiro capítulo de Gênesis é entendida à luz do contexto bíblico. O ponto de partida da criação é: “No princípio criou Deus os céus e a terra” (Gn 1.1). O verbo hebraico “criou” é bará, e este apresenta características peculiares: o sujeito da afirmação é sempre Deus, o Deus de Israel, e nunca foi aplicado a deuses estranhos; é um termo próprio para referir-se à ação criadora de Deus a fim de distinguir-se de toda e qualquer realização humana. Essa ideia do fiat divino, ou seja, do “faça-se”, é apoiada em toda a Bíblia. Deus trouxe o universo à existência do nada e de maneira instantânea, pela sua soberana e livre vontade (Sl 33.9; Hb 11.3; Ap 4.11).
2. A narrativa da criação em Gênesis 1. No primeiro dia, Deus trouxe à existência a luz (Gn 1.3); no segundo, criou a expansão ou firmamento (vv.6-8); e, no terceiro, “disse Deus: Ajuntem-se as águas debaixo dos céus num lugar; e apareça a porção seca” (v.9). A essa porção seca Ele chamou terra e ao ajuntamento das águas, mares (v.10). Ainda no terceiro dia, surgiram os continentes com seus relevos e a vegetação (vv.9-13). Os corpos celestes: o sol, a lua e as estrelas aparecem no quarto dia (vv.14-19). As aves e os animais marinhos surgem no quinto dia (vv.20-23).
3. A criação do ser humano. A raça humana teve sua origem em Deus, através de Adão (At 17.26; 1Co 15.45). O ser humano foi criado no sexto dia, como a coroa de toda a criação, e recebeu de Deus a incumbência de administrar a terra e a natureza. O homem não é meramente um animal racional, mas um ser espiritual criado à imagem e semelhança de Deus. A frase “Façamos o homem” (Gn 1.26), quer dizer: “Vamos fazer o ser humano”, pois o termo hebraico usado para “homem” é adam, que significa “gênero humano”. O ser humano criado por Deus se constitui em “macho e fêmea” (v.27). Esse ser humano recebeu diretamente de Deus o sopro em suas narinas (Gn 2.7). Em outro lugar, a Bíblia revela que Deus o fez um pouco menor do que os anjos (Sl 8.5).
As Obras de Deus.
Outro aspecto da doutrina de Deus que requer a nossa atenção é o das suas obras. Este aspecto pode ser dividido em: 1) seus decretos; 2) sua providência e 3) conservação.
1. Decretos. Os decretos divinos são o seu plano eterno que, em virtude de suas características, faz parte de um só plano, que é imutável e eterno (Ef 3.11; Tg 1.17). São independentes e não podem ser condicionados de nenhuma maneira (Sl 135.6). Têm a ver com as ações de Deus, e não com a sua natureza (Rm 3.26). Dentro desses decretos, há as ações praticadas por Deus, pelas quais tem Ele responsabilidade soberana; e também as ações das quais Ele, embora permitam que aconteçam, não é responsável. Baseado nessa distinção, torna-se possível concluir que Deus nem é autor do mal (embora seja o criador de todas as criaturas subalternas), nem é a causa derradeira do pecado.
2. Conservação e Providência. Deus está sustentando ativamente o mundo que criou. Na conservação, Ele sustenta a criação através de leis estabelecidas (At 17.25). Na providência, Ele controla todas as coisas existentes no Universo, com o propósito de levar a efeito seu plano sábio e amoroso, de forma que não venha a interferir na liberdade de suas criaturas (Gn 20.6; 50.20; Jó 1.12; Rm 1.24)”.
(JOYNER, R. O Deus único e verdadeiro. In HORTON, S. M. Teologia Sistemática: uma perspectiva pentecostal. RJ: CPAD, 1996)
A EXISTÊNCIA DE DEUS
Alguém declarou que Deus é a melhor prova de si mesmo. Como referendar a existência de Deus se esta acha-se patente em todas as coisas? Ler Rm 1.19-21. Quando os santos escritores, inspirados pelo Espírito Santo, puseram-se a registrar a revelação divina, nenhuma preocupação tiveram eles em provar a existência de Deus. Pois o Todo-Poderoso fazia parte de seu cotidiano; era inconcebível viver sem Ele ou à parte dEle. Leia com atenção o Salmo 26.
Os que se dizem ateus, quer teóricos quer práticos, não passam de tolos conforme canta o salmista: “Disseram os néscios no seu coração: Não há Deus. Têm-se corrompido, fazem-se abomináveis em suas obras, não há ninguém que faça o bem” (Sl 14.1).
A REVELAÇÃO ESPECIAL DE DEUS
C. S. Lewis ao tratar da revelação especial de Deus, afirmou: “Deus nunca se faz de filósofo diante de uma lavadeira”. O que o escritor inglês busca enfatizar nessa frase tão profundamente simples? Deus deseja revelar-se ao ser humano, pois ama-o com um amor eterno. Amando-nos como nos ama, utiliza-se Ele de uma linguagem que todos podemos entender (Hb 1.1-3). Não me refiro apenas à natureza, à consciência ou à complexidade de nosso corpo que, de forma bem patente, revelam-nos a sua existência; refiro-me também às Sagradas Escrituras. Por isso, tanto o filósofo quanto à lavadeira, que se arrependem de seus pecados e lêem a Bíblia, sentem que Deus lhes fala clara, profunda e redentivamente. Vejamos, pois, o que é a revelação divina.
1. Definição lingüística. A palavra revelação provém do latim revelatione e significa: revelar, tirar o véu, descobrir (2 Co 3.16).
2. Definição teológica. Ação divina que comunica aos homens os desígnios de Deus e as verdades que estes envolvem (1 Co 2.10). A Bíblia é assim considerada por conter a revelação definitiva e acabada de Deus acerca de seus planos em relação à humanidade. É através dela que passamos a conhecer redentivamente a Deus (2 Tm 3.15-17).
NATUREZA ESSENCIAL DE DEUS
A natureza essencial de Deus é um assunto demasiadamente complexo (Sl 139.6). Deparando-se com tal dificuldade, confessa Tomás de Aquino: “O máximo que conhecemos de Deus é nada em relação ao que Ele é”. Vejamos, porém, o que é possível saber acerca de sua natureza essencial. Entre os seus atributos naturais ou transcedentais, podemos mencionar: asseidade, espiritualidade, imensidade, imutabilidade e eternidade.
1. Asseidade. Atributo natural, absoluto e incomunicável de Deus, segundo o qual Ele existe por si mesmo. Ele não depende de nenhum outro ser para existir ou para continuar existindo; Ele tem vida em si mesmo (Jo 5.26).
2. Espiritualidade. Deus é espírito, afirmou o Senhor Jesus à mulher samaritana (Jo 4.24). Nesta definição essencial de Deus, aprendemos algo muito importante: Deus é um espírito puro e simples. Ele é o que é. Sendo espírito, transcende o mundo material; com este, porém, mantém um relacionamento redentivo (Jo 5.37).
3. Imensidade. Atributo exclusivo de Deus, que o faz transcender a todos os limites quer do mundo físico, quer do espiritual, ou do celestial (Is 57.15).
4. Imutabilidade. Qualidade exclusiva do Supremo Ser, que o torna imune às mudanças quer de natureza qualitativa, quer de natureza moral; sua bondade é infinita (Tg 1.17). Há uma íntima relação entre a sua bondade e imutabilidade. Quando Jesus afirmou que Deus é bom, quis deixar bem claro que Ele não pode ser melhor do que é (Mc 10.18).
5. Eternidade. Como o Ser Eterno por excelência, Deus sempre existiu e sempre haverá de existir; não teve início nem terá fim (Sl 90.2).
ATRIBUTOS IMANENTES E MORAIS DE DEUS
No tópico anterior, estudamos os atributos naturais ou transcendentes de Deus. A seguir, veremos as qualidades através das quais entra Ele em contato com o mundo criado: os atributos imanentes e os atributos morais do Supremo Ser.
ATRIBUTOS (1)
Deus pode ser conhecido verdadeiramente (Jo.17.3), ainda que não possa ser conhecido plenamente (Sl.139.6; Rm.11.33-34).
Conhecer a Deus é a tarefa primordial e mais importante no que se refere às coisas espirituais. Sem um verdadeiro conhecimento de Deus é impossível ser salvo ou servi-lo e adorá-lo verdadeiramente (Jo.4:22). Para conhecermos a Deus é necessário que Ele se revele a nós (Mt.11:27; Rm.1:19), pois não podemos conhecê-lo com nossos próprios esforços (I Co.1:21). Deus se revela na natureza e principalmente em Sua Palavra.
O que são os atributos de Deus
Os atributos divinos são as características de Deus, a soma das quais definem quem Ele é. Eles refletem diversos aspectos da mesma essência divina.
Os atributos de Deus
Trindade: Deus existe eternamente como três pessoas (Pai, Filho e Espírito Santo), cada pessoa é plenamente Deus, e existe só um Deus. Todos os atributos divinos aplicam-se a cada pessoa da Divindade (Mt.3:16,17; Mt.28:19; I Jo.5:7).
Independência: Deus é um ser não causado e ninguém além d’Ele próprio sustenta Seu ser. Ele não precisa de nós nem do restante da criação para nada, pois existe por si mesmo e não depende de qualquer coisa externa a si próprio para existir (Jo.5:26; At.17:28; Ap.4:11);
Eternidade: Deus não tem princípio nem fim nem sucessão de momentos no Seu próprio ser, e percebe todo o tempo com igual realismo. Ele criou o próprio tempo e, portanto, é independente dele (Ex.3:14; Sl.90:2; II Pe.3:8);
Imutabilidade: Deus é imutável no Seu ser, nas Suas perfeições, nos Seus propósitos e nas Suas promessas. Deus não pode mudar porque é eterno e perfeito (Sl.102:25-27; Ml.3:6; Tg.1:17; Sl.33:11; Nm.23:19);
Unidade: Deus não está dividido em partes, mas percebemos atributos diversos enfatizados em momentos diferentes. Não existe um atributo mais importante do que o outro (I Jo.1:5; 4:16);
Espiritualidade: Deus é espírito e, portanto, não tem corpo. Ele existe como ser que não é feito de matéria e que não tem partes, formas ou dimensões (Jo.4:24; I Tm.1:17; Ex. 20:4-6; Dt.4:15-16). As passagens que atribuem a Deus partes corporais (II Cr.16:9; Sl.91:1-4) devem ser entendidas em sentido figurado, pois são antropomórficas;
Onipresença: Deus está presente em todo lugar, estando envolvido na criação e na vida dos indivíduos (Sl.139.7-10);
Onisciência: Deus possui todo o conhecimento, o que significa que Ele conhece inclusive o futuro e os nossos pensamentos (Jó 37.16; Sl.139.1-4; Is.46.10; Rm.11.33; Hb.4.13);
Onipotência: Deus pode fazer tudo aquilo que deseja (Gn.17.1; Jó 42.2; Sl.115.3; Is.43.11-13; Mc.10.27). Ele não pode pecar ou agir contra Sua própria natureza (Tg.1.13);
Amor: Deus é amor, o que significa que Ele se doa eternamente aos outros (I Jo.4:8; Jo.17:24). Deus ama a todos, mas não da mesma forma (Mt.5:45; Rm.8:35-39; Rm.9:13);
Justiça: Deus sempre age segundo o que é justo, e Ele mesmo é o parâmetro da justiça (Dt.34:4; Gn.18:25; Is.30:18; Jr.9:24; At.17:31);
Ira: Deus odeia intensamente todo o pecado e aqueles que o praticam (Rm.1:18; 9:22-23; Jo.3:36). O cristão não deve temer a ira de Deus, visto que foi salvo dela pela justiça de Cristo (Rm.5:9);
Vontade: Deus aprova e decide executar todo ato necessário para a existência e para a atividade de si mesmo e de toda a criação. A vontade de Deus envolve as escolhas divinas do que fazer e não fazer (Mt.10:29; Ef.1:11; Ap.4:11; At.4:27-28; Tg.4:13-15). É dividida em vontade secreta e vontade revelada (Dt.29:29). A vontade revelada refere-se a tudo aquilo registrado na Bíblia, e a vontade secreta refere-se aos decretos pelos quais Deus rege o mundo e determina tudo o que irá acontecer;
Santidade: Deus é santo (I Sm.2.2; Sl.99; Is.40.25; Ap.15.4) em dois aspectos: transcendência e pureza moral. A transcendência mostra como Deus está separado e é independente do espaço e do tempo, não sendo limitado por eles (Is.57.15). A pureza moral mostra como Deus está separado de tudo o que é pecaminoso (Lv.20.26; I Pe.1.15,16).
Bibliografia:
CHEUNG, Vincent. Teologia Sistemática. Reformation Ministries International, cap.3.
GRUDEM, Wayne. Teologia Sistemática. Editora Vida Nova, caps.11, 12, 13.
ATRIBUTOS (2)
1. Atributos imanentes de Deus. Onipotência, onipresença e onisciência (Jó 42.2; Sl 139; 44.21). Isto significa que Deus pode todas as coisas, encontra-se em todos os lugares ao mesmo tempo e de tudo tem ciência. Que Deus pode todas as coisas, não há dúvidas; mas nada fará que contrarie a sua natureza justa e santa.
2. Atributos morais de Deus. Os atributos morais de Deus podem e devem ser possuídos por todos os seus servos: Santidade, justiça, misericórdia, sabedoria e amor.
Deus é santo e exige que todos os seus servos também o sejam (Lv 19.2). Ele é justo e deseja que, de igual modo, o sejamos (1 Jo 3.7). Ele é misericordioso e reivindica que assim ajamos (Cl 3.12). Deus é sábio e conosco reparte a sua sabedoria (Tg 1.5). E se Ele amou-nos com um amor eterno, devemos também nos amar uns aos outros (1 Jo 4.8).No curto espaço de que dispomos, é-nos impossível explorar exaustivamente um assunto tão imensurável a nós mortais: a realidade do Supremo Ser. Acredito, porém, que todos já nos conscientiza-mos da grandeza e da infinitude de Deus. Sendo Ele, porém, o que é, não nos despreza: revelou-nos o seu grande amor, enviando o seu Filho Jesus Cristo para morrer em nosso lugar. E, assim, passamos a conhecê-lo redentivamente. Não é possível conhecer completamente a Deus; entretanto, é possível conhecê-lo verdadeiramente (Jó 42.5).
A COMUNICAÇÃO PELA REVELAÇÃO
Deus também se comunica através de suas várias maneiras de se revelar aos homens.
1. Revelação geral ou natural. É aquela em que o Senhor se revela por meio da natureza e da consciência humana. No que concerne à natureza, a Bíblia nos é clara: "Os céus manifestam a glória de Deus e o firmamento anuncia a obra das suas mãos" (Sl 19.1; Rm 1.19,20). Quanto à consciência, Deus se utiliza da comunicação não-verbal para revelar aos homens toda sua vontade, como vemos em sua Palavra"... os quais mostram a obra da lei escrita no seu coração, testificando juntamente a sua consciência e os seus pensamentos, quer acusando-os, quer defendendo-os" (Rm 2.15). A revelação geral ou natural é dirigida a todos os homens, e pode ser absorvida pela razão.
2. Revelação especial. É aquela em que Deus emprega duas formas especiais para se comunicar com o homem: a Palavra escrita e Cristo.
a) Por meio da Palavra. Deus ordenou a Moisés que escrevesse sua mensagem revelada "num livro" (Êx 17.14). A revelação escrita substituiu a tradição oral, como testemunho da existência e comunicação de Deus (Êx 34.27; Jr 30.2; Ap 1.19). Essa revelação escrita é chamada de Escritura (2 Tm 3.16), ou Escrituras (Mt 22.29; 26.56).
b) Por meio de Cristo. Essa revelação é sublime (Jo 1.14,18). Não se trata de uma comunicação através das palavras de um profeta, mas da revelação de Deus por meio de uma Pessoa santíssima e co-eterna com o Pai (Jo 1.1; 14.9; Hb 1.1-3). O propósito da revelação especial é conduzir o homem a Deus (Jo 14.6-11). Nela, encontramos o plano divino para a salvação de todo ser humano.
A revelação especial de Deus foi dada aos homens tanto pelas Escrituras quanto pelo Verbo de Deus. Estes são os mais completos meios pelos quais Deus se revelou à humanidade (Mt 22.29; Jo 5.39).
I. A EXISTÊNCIA DE DEUS
"A Existência de Deus
Embora a Bíblia não apresente argumentos em favor da existência de Deus, (...) argumentos clássicos vem sendo apresentados desde a Era Medieval. Apesar de limitados em si mesmos, provêem eles, em seu conjunto, o apoio intelectual suficiente para corroborar a verdade da Bíblia. O primeiro desses argumentos é o ontológico. Defende este que um Ser Perfeito implica numa existência real. Por conseguinte, para se conceber um Ser Perfeito, é necessário se acreditar que este Ser Perfeito realmente exista. O segundo argumento clássico é o cosmológico. Segue-se de maneira coerente ao ontológico. O universo, como todos o admitimos, não existe por si mesmo. Todos os eventos que presenciamos dependem de alguma causa além deles mesmos.
O terceiro argumento clássico em prol da existência de Deus é o teleológico, ou argumento do desígnio. O mundo maravilhoso descoberto pela inquirição científica desvenda uma notável e espantosa ordem em toda a natureza. As improbabilidades matemáticas de todas estas maravilhas terem ocorrido por mero acaso, leva-nos a enaltecer aquEle que é o autor de tudo quanto vemos e admiramos. O quarto argumento clássico é o moral. Ele apresenta-se como o senso inato do que é certo e do que é errado. Que ser humano não o possui? Similar ao anterior é o quinto argumento. Acha-se ele alicerçado sobre a estética ou beleza".
(MENZIES, W. W.; HORTON, S. M. Doutrinas Bíblicas: os Fundamentos da Nossa Fé. RJ: CPAD, 2005, pp.36-37.)
"Deus quer ser a sua habitação.
Ele não está interessado em ser uma fuga de fim de semana, ou um bangalô para os domingos, ou um chalé para o verão. Não considere usar Deus como uma cabana de férias, ou uma eventual casa de retiro. Ele quer você sob o seu teto agora e sempre. Ele quer ser o seu endereço, seu ponto de referência; Ele quer ser o seu lar...
Para muitos este é um conceito novo. Pensamos em Deus como uma divindade para ser discutida, não um lugar para viver. Pensamos em Deus como um misterioso fazedor de milagres, não uma casa para se morar. Pensamos em Deus como um criador a quem recorrer, não um lar onde habitar. Contudo, nosso Pai quer ser muito mais. Ele deseja ser aquEle em quem 'vivemos, e nos movemos e existimos' (At 17.28)".
(LUCADO, M. Promessas Inspiradoras de Deus. RJ: CPAD, 2005.)
1. A existência de Deus questionada. O Deus da Bíblia existe? Se Ele existe, inquirem os críticos da Palavra: por que há tantas tragédias causando sofrimento a milhares de pessoas, inclusive inocentes e piedosos? Por que há tanta injustiça no mundo? Com essas e outras questões, a mente humana procura entender quem é Deus e, de maneira presunçosa, negar sua existência, ou culpá-Lo por todas as mazelas desta vida.
2. A existência de Deus é um postulado. Deus é real e não precisa ser demonstrado com base na lógica humana. A Bíblia denomina a descrença em Deus como insensatez, estupidez e absurdo: "Disse o néscio no seu coração: Não há Deus" (Sl 53.1); "Por causa do seu orgulho, o ímpio não investiga; todas as suas cogitações são: Não há Deus" (Sl 10.4).
3. A existência de Deus não precisa ser provada. Deus é a garantia da lógica do Universo. Sem Ele, o universo não poderia existir. Se o cosmo é uma realidade, e somos testemunhas disso, Deus existe! A ordem e a harmonia que permeiam toda a criação pressupõem a existência de um Criador. A mente humana, limitada e falível, jamais conseguirá provar a existência de Deus à parte da fé (Hb 11.3). O Todo-Poderoso é Espírito infinito (Jo 4.24). Todavia, há na criação inumeráveis evidências da existência de Deus. Ele, por sua infinita bondade, tem se revelado às suas criaturas de diversas formas. Pode ser que as provas sejam necessárias à mente do homem natural, mas o homem espiritual (1 Co 2.14,15), através da fé, tem total convicção até mesmo daquilo que não vê (Hb 11.1).A existência de Deus não pode ser explicada somente pela lógica humana, pois a sabedoria do homem é limitada e falível.
II. A LIMITAÇÃO HUMANA DIANTE DE DEUS
1. O homem natural não alcança a mente divina. Deus, em sua infinitude, é incompreensível à mente humana. Por isso Zofar inquiriu ao patriarca Jó: "Porventura, alcançarás os caminhos de Deus ou chegarás à perfeição do Todo-poderoso?" (Jó 11.7). Isaías também indagou ao povo: "A quem, pois, fareis semelhante a Deus, ou com que o comparareis?" (Is 40.18). O ser humano pode até conhecer a Deus através da revelação natural (Sl 19.1; Rm 1.19-21), mas de modo limitado, pois o finito não pode abarcar o Infinito (Is 40.28). Entretanto, o Eterno, em sua bondade, revelou-se ao homem através de Cristo (Jo 1.18; 17.3).
2. O homem natural não compreende as coisas de Deus. O ser humano, em razão do pecado, tem dificuldade de crer em Deus. A Bíblia nos esclarece: "Ora, o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente" (1 Co 2.14; Sl 10.4). Contudo, a existência de Deus independe da incredulidade dos homens. O néscio, em sua ignorância ou orgulho, diz: "Não há Deus", mas, "os céus manifestam a glória de Deus e o firmamento anuncia a obra das suas mãos" (Sl 19.1).A humanidade, em razão do pecado, não tem como compreender e aceitar que existe um único Deus, por isso, O Eterno em sua bondade, revelou-se ao homem através de Cristo.
A DIFERENÇA ENTRE O DEUS DA BÍBLIA E OS FALSOS DEUSES
1. O Deus da Bíblia é o Criador. De acordo com as Escrituras, Deus criou todas as coisas (Gn 1.1). Já os falsos deuses, foram inventados pela imaginação humana. O Antigo Testamento apresenta-nos uma variedade de falsos deuses. Alguns deles, inclusive, de caráter demoníaco, tais como Baal, Moloque e Aserá. Na Babilônia, o deus Marduk era considerado "deus dos deuses". Segundo a mitologia, Marduk matou a Tiamat, deusa das águas profundas, e dividiu-a em duas partes, criando o céu e a terra. Todavia, a Palavra de Deus nos ensina: "Só tu és Senhor; tu fizeste o céu, o céu dos céus e todo o seu exército, a terra e tudo quanto nela há, os mares e tudo quanto neles há; e tu os guardas com vida a todos; e o exército dos céus te adora" (Ne 9.6).
2. O Deus da Bíblia é Eterno. Nas Escrituras, temos várias referências à eternidade de Deus. "O Deus eterno te seja por habitação, e por baixo de ti estejam os braços eternos..." (Dt 33.27; Is 40.28) "Mas o Senhor Deus é a verdade ele mesmo é o Deus vivo e o Rei eterno" (Jr 10.10). Os deuses falsos são mortais. Segundo a mitologia grega, a deusa Perséfone morria a cada ano. As folhas secas do outono representavam o seu fim. No inverno, os deuses morriam, e ressurgiam na primavera.
3. O Deus da Bíblia é Santo. Os deuses mitológicos nivelam-se às baixezas morais dos seus seguidores. Muitos rituais dedicados a esses falsos deuses são cultos aos demônios, movidos por orgias sexuais, alucinógenos e sacrifícios humanos (1 Co 10.14-21). A santidade do Senhor, nosso Deus, é um atributo inerente à sua majestade, pureza e perfeição (Hc 1.13). "Porque eu sou o Senhor, vosso Deus; portanto, vós vos santificareis e sereis santos, porque eu sou santo" (Lv 11.44; Jó 34.10; Sl 99.9; Ap 4.8).
4. O Deus da Bíblia é o Supremo Juiz do Universo. Ele tem suas leis, mandamentos, estatutos e juízos. "Porque o Senhor é o nosso Juiz; o Senhor é o nosso Legislador; o Senhor é o nosso Rei; ele nos salvará" (Is 33.22). Ele é o "Juiz de toda a terra" (Gn 18.25; Sl 75.7). Juízo e justiça são a base do trono do Eterno (Sl 89.14). Ninguém escapará ao juízo de Deus: "porquanto tem determinado um dia em que com justiça há de julgar o mundo, por meio do varão que destinou; e disso deu certeza a todos, ressuscitando-o dos mortos" (At 17.31).
5. O Deus da Bíblia é o Deus Salvador (Gn 32.30; Sl 7.10). No Salmo 115, versículos de 1 a 8, o salmista demonstra claramente a diferença entre o Deus da Bíblia e os falsos deuses, obras "das mãos dos homens". Na Índia, são catalogados muitos milhões de deuses! O rio, a vaca, e até o rato, são considerados divinos (Rm 1.23). São falsos deuses que não têm poder para salvar o homem de seus pecados, garantindo-lhe vida eterna. No Brasil, o sincretismo religioso vem transformando o país em um santuário de falsos deuses. Todas essas manifestações fazem parte de um elaborado programa do Maligno para afastar as pessoas do Verdadeiro Deus, o Deus da Bíblia (2 Co 4.4).Através das Escrituras Sagradas podemos conhecer a diferença entre o Deus da Bíblia e os falsos deuses.
IV. DEUSES QUE NÃO SÃO DA BÍBLIA
1. O deus do Teísmo Aberto. Trata-se de uma doutrina herética e capciosa que, a despeito de considerar-se teológica, é uma violação à verdadeira interpretação da Bíblia. Os adeptos do teísmo aberto afirmam as seguintes heresias: "Deus não é soberano"; "Deus não é onisciente"; "Deus se arrisca"; "Deus é falho"; "Deus é mutável", e outros inomináveis absurdos. Refutações: Ler Dt 18.13; Sl 139.1-18; Is 43.13; 46.9,10; Mt 5.48; Hb 4.13; Tg 1.17.
2. O deus da Nova Era. A Nova Era é uma mistura de idéias extraídas de seitas orientais, judaísmo, cristianismo e ocultismo. Uma de suas principais finalidades é confundir a mente das pessoas para que não se aproximem do Deus da Bíblia. Através de elementos místicos, tais como tarôs, pirâmides, cartas, búzios, e da crença em bruxas, duendes, fadas, e outros seres inventados pela mente humana, procuram confundir os homens quanto ao conhecimento do Verdadeiro Deus.O Maligno usa seus ardis através do Teísmo Aberto e da Nova Era para que o homem não reconheça que o Deus da Bíblia é o Verdadeiro.O Deus da Bíblia é o Criador eterno, imutável, onipotente, onisciente, onipresente, infalível, absoluto e soberano. É o Senhor do Universo que "amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça,
"A Existência de Deus
Embora a Bíblia não apresente argumentos em favor da existência de Deus, (...) argumentos clássicos vem sendo apresentados desde a Era Medieval. Apesar de limitados em si mesmos, provêem eles, em seu conjunto, o apoio intelectual suficiente para corroborar a verdade da Bíblia. O primeiro desses argumentos é o ontológico. Defende este que um Ser Perfeito implica numa existência real. Por conseguinte, para se conceber um Ser Perfeito, é necessário se acreditar que este Ser Perfeito realmente exista. O segundo argumento clássico é o cosmológico. Segue-se de maneira coerente ao ontológico. O universo, como todos o admitimos, não existe por si mesmo. Todos os eventos que presenciamos dependem de alguma causa além deles mesmos.
O terceiro argumento clássico em prol da existência de Deus é o teleológico, ou argumento do desígnio. O mundo maravilhoso descoberto pela inquirição científica desvenda uma notável e espantosa ordem em toda a natureza. As improbabilidades matemáticas de todas estas maravilhas terem ocorrido por mero acaso, leva-nos a enaltecer aquEle que é o autor de tudo quanto vemos e admiramos. O quarto argumento clássico é o moral. Ele apresenta-se como o senso inato do que é certo e do que é errado. Que ser humano não o possui? Similar ao anterior é o quinto argumento. Acha-se ele alicerçado sobre a estética ou beleza".
(MENZIES, W. W.; HORTON, S. M. Doutrinas Bíblicas: os Fundamentos da Nossa Fé. RJ: CPAD, 2005, pp.36-37.)
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