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sexta-feira, 8 de setembro de 2017

Subsidio adolescer dons do Espirito Santo n.12






                  OS DONS NA BÍBLIA 

1. No Antigo Testamento. O Dicionário Bíblico Wycliffe mostra que há várias palavras hebraicas que significam “dádiva”. A origem dessas palavras está na raiz hebraica nathan, que significa “dar”. Por isso, podemos afirmar que no Antigo Testamento há vislumbres dos dons divinos concedidos a pessoas peculiares como reis, sacerdotes, profetas e outros. Todavia, os dons divinos não estavam acessíveis ao povo de Deus da Antiga Aliança como observamos no regime da Nova Aliança.

2. No Novo Testamento. O mesmo dicionário informa ainda que ao longo do Novo Testamento a palavra “dom” aparece com diferentes significados, que se relacionam ao verbo grego didomi. Este verbo representa o sentido ativo da palavra “dar” em Filipenses 4.15. Na Nova Aliança, os dons de Deus estão disponíveis para que a Igreja, em nome de Jesus, promova a libertação dos cativos, ministre a cura aos doentes e proclame a salvação do homem para a glória de Deus. O Novo Testamento também deixa claro que todos os crentes têm acesso direto a Deus através de Cristo Jesus e, por isso, podem receber os dons do Espírito.

3. Uma dádiva para a Igreja. A fim de sermos mais didáticos e eficientes no estudo a respeito dos dons, dividiremos este assunto em três categorias principais: Dons de Serviço, Dons Espirituais e Dons Ministeriais. Esta divisão acompanha a classificação dos dons conforme se encontra nas epístolas paulinas aos Romanos, 1 Coríntios e Efésios, respectivamente. Insistimos, porém, que esta classificação é apenas um recurso didático, pois quando o apóstolo expõe o assunto em suas cartas, ele não parece querer exaurir os dons em uma lista, antes, preocupa-se em exortar os irmãos a buscá-los e usá-los para encorajar, confortar e edificar a Igreja de Cristo, bem como glorificar a Deus e evangelizar o mundo. 

1. A igreja coríntia. 

A Igreja em Corinto localizava-se numa cidade comercial e próxima do mar, sendo uma das mais importantes do Império Romano. Corinto era uma cidade economicamente rica, porém marcada pelo culto idolátrico. Durante a segunda viagem missionária de Paulo, a igreja recebeu a visita do apóstolo (At 18.1-18). Por conhecer muito bem a comunidade cristã em Corinto foi que o apóstolo dos gentios tratou, em sua Primeira Epístola dirigida àquela igreja, sobre a abundância da manifestação dos dons do Espírito, chegando a afirmar daquela igreja que “nenhum dom” lhe faltava (1Co 1.7).

2. Uma igreja de muitos dons, mas carnal. 

Os dons do Espírito concedidos por Deus à igreja de Corinto tinham por finalidade prepará-la e santificá-la para o serviço do evangelho: a proclamação da Palavra de Deus naquela cidade. Todavia, além de aquela igreja não usar corretamente os dons que recebera do Pai, tinha em seu meio divisões, inveja, imoralidade sexual, etc. Como pode uma igreja evidentemente cristã ser ao mesmo tempo carnal e imoral? Por isso Paulo a chama de carnal e imatura (1Co 3.1,3). Com este relato, aprendemos que as manifestações espirituais na igreja local não são propriamente indicadoras de seriedade, espiritualidade e santidade. Uma igreja onde predominam a inveja, contenda e dissensões, nem de longe pode ser chamada de espiritual, e sim de carnal.

3. Dom não é sinal de superioridade espiritual.

 Muitos creem erroneamente que os irmãos agraciados com dons da parte de Deus são, por isso, mais espirituais que os outros. Todavia, os dons do Espírito são concedidos pela graça de Deus. Por ser resultado da graça divina, não recebemos tais dons por méritos próprios, mas pela bondade e misericórdia de Deus. Que a mensagem de Jesus possa ressoar em nossa consciência e convencer-nos de uma vez por todas de que os dons não são garantia de espiritualidade genuína: “Muitos me dirão naquele Dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? E, em teu nome, não expulsamos demônios? E, em teu nome, não fizemos muitas maravilhas? E, então, lhes direi abertamente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniquidade” (Mt 7.22,23).Os dons do Espírito Santo são concedidos pela graça divina; eles não devem ser usados para elitizar o crente.

II. EDIFICANDO A SI MESMO E AOS OUTROS

1. Edificando a si mesmo. Paulo diz que quem “fala língua estranha edifica-se a si mesmo” (1Co 14.4). O apóstolo estimulava os crentes da igreja de Corinto a cultivarem sua devoção particular a Deus através do falar em línguas concedidas pelo Espírito, com o objetivo de edificarem a si mesmos. Isto não significa que o apóstolo dos gentios proibia o falar em línguas publicamente, mas ao fazê-lo de maneira devocional o crente batizado com o Espírito Santo edifica-se no seu relacionamento com Deus. Falar ou orar em línguas provenientes do Espírito é uma bênção espiritual maravilhosa.
2. Edificando os outros. Os crentes de Corinto falavam em línguas e exerciam vários dons espirituais, mas parece que eles não se preocupavam muito em ajudar as pessoas. Por isso, o apóstolo lembra que os dons só têm razão de existir quando o portador preocupa-se com a edificação da vida do outro irmão em Cristo (1Co 14.12). Em lugar de buscarmos prosperidade material, como se pudéssemos barganhar com Deus usando dinheiro em troca de bênçãos, busquemos os dons espirituais. Agindo assim edificaremos a nós mesmos e também aos outros.
3. Edificando até o não crente. Embora o apóstolo dos gentios estimulasse todos os crentes a falarem em línguas, isto é, a edificarem a si mesmos, seu desejo era que também esses mesmos crentes profetizassem a fim de que a igreja toda fosse edificada. O comentário da Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal diz sobre esse texto: “Embora o próprio Paulo falasse em línguas, enfatizava a profecia, porque esta edificava a Igreja inteira, enquanto falarem línguas beneficiava principalmente o falante”. Todos quantos vierem a frequentar nossas reuniões devem ser edificados, sejam crentes ou não. Por isso, não podemos escandalizar aqueles que não comungam a mesma fé que nós (1Co 14.23). Como eles compreenderão a mensagem do evangelho se em uma reunião não entenderem o que está sendo falado? (1Co 14.9).Os dons só têm uma razão de existir na vida do crente: edificar a vida do outro irmão em Cristo. 

III. EDIFICAR TODO O CORPO DE CRISTO

1. Os dons na igreja. Na Primeira Carta aos Coríntios, Paulo dedica dois capítulos (12 e 14) para falar a respeito do uso dos dons na igreja. O apóstolo mostra que quando os dons são utilizados com amor, todo o Corpo de Cristo é edificado. Conforme diz Thomas Hoover, parafraseando Paulo em Efésios 4.16, “os membros do corpo, cada qual com sua própria função concedida pelo Espírito, cooperam para o bem de todas. O amor é essencial para os dons espirituais alcançarem seu propósito”. Se não houver amor, certamente não haverá edificação (1Co 13). Sem o amor de Deus nos tornamos egoístas e acabamos por colocar nossos interesses em primeiro lugar. O propósito dos dons, que é edificar o Corpo de Cristo, só pode ser cumprido se tivermos o amor de Deus em nossa vida.
2. Os sábios arquitetos do Corpo de Cristo. Deus levanta homens para edificarem espiritual, moral e doutrinariamente a igreja local. A Igreja é o “edifício de Deus” (1Co 3.9). Os ministros, sábios arquitetos (1Co 3.10). O fundamento já está posto pelos apóstolos: Jesus Cristo (1Co 3.11). Mas os ministros têm de tomar o cuidado com as pedras assentadas sobre este alicerce, pois eles também tomam parte na edificação espiritual da Igreja de Cristo segundo a mesma graça concedida aos apóstolos. Por isso, Paulo faz uma solene advertência para a liderança hoje: “mas veja cada um como edifica sobre ele. Porque ninguém pode pôr outro fundamento, além do que já está posto, o qual é Jesus Cristo” (1Co 3.10,11).
3. Despenseiros dos dons. O apóstolo Pedro exortou a igreja acerca da administração dos dons de Deus (1Pe 4.10,11). Ele usou a figura do despenseiro que, antigamente, era o homem que administrava a despensa e tinha total confiança do patrão. O despenseiro adquiria os mantimentos, zelava para que não estragassem e os distribuíam para a alimentação da família. Desta forma, os despenseiros da obra do Senhor devem alimentar a “família de Deus” (1Co 4.1; Ef 2.19). Eles precisam ter o cuidado no uso dos dons concedidos pelo Senhor para prover a alimentação espiritual, objetivando a edificação do Corpo de Cristo: “Cada um administre aos outros o dom como o recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça de Deus. Se alguém falar, fale segundo as palavras de Deus; se alguém administrar, administre segundo o poder que Deus dá, para que em tudo Deus seja glorificado por Jesus Cristo, a quem pertence a glória e o poder para todo o sempre” (1Pe 4.10,11).

Quando os dons espirituais são utilizados com amor todo o Corpo de Cristo é edificado.A igreja de Jesus Cristo tem uma missão a cumprir: proclamar o evangelho em um mundo hostil às verdades de Cristo e descrente de Deus. Diante desta tão sublime tarefa, a igreja necessita do poder divino. Os dons espirituais são um “arsenal” à disposição do corpo de Cristo para o cumprimento eficaz de sua missão na terra. Como já foi dito, o propósito dos dons é edificar toda a igreja, todo Corpo de Cristo para ser abençoado, exortado e consolado. Por isso, nunca devemos usar os santos dons de Deus em benefício particular, como se fosse algo exclusivo de certas pessoas. Somos chamados a servir a Igreja do Senhor, e não a utilizar os dons de Deus para nós mesmos.

         Dado conforme o Espírito Deseja

A primeira relação dos dons com a repetição do fato que cada um é dado pelo Espírito (1Co 12.8-10) leva ao clímax no versículo 11, que diz: ‘Mas um só e o mesmo Espírito opera todas as coisas, repartindo particularmente [individualmente] como quer’. Aqui temos um paralelo com Hebreus 2.4, que fala dos apóstolos que primeiramente ouviram o Senhor e depois transmitiram a mensagem: ‘Testificando também Deus com eles, por sinais [sobrenaturais], e milagres, e várias maravilhas [tipos de obras de grande poder] e dons [distribuições separadas] do Espírito Santo, distribuídos por sua vontade’.

 É evidente, à luz destes trechos, que o Espírito Santo é soberano ao outorgar os dons. São distribuídos segundo a sua vontade. Buscamos os melhores dons, mas Ele é o único que sabe o que é realmente melhor em qualquer situação. Fica evidente, também, que os dons permanecem debaixo de sua autoridade. Nunca são nossos no sentido de não precisarmos do Espírito Santo, pela fé, para cada expressão desses dons. Nunca se tornam parte da nossa própria natureza, ao ponto de não perdê-los, de serem tirados de nós. A Bíblia diz que os dons e a vocação de Deus são permanentes (Deus não muda de opinião a respeito deles), mas aqui há referência a Israel (Rm 11.28,29)”

 (HORTON, Stanley M. A Doutrina do Espírito Santo no Antigo e Novo Testamento. 12 ed., Rio de Janeiro: CPAD, 2012, p.230).


“O amor é essencial

Os dons têm um lugar especial na igreja e são muito úteis. Mas o amor representa a essência da vida cristã, e é absolutamente necessário. Ele encontra um lugar mesmo entre os dons carismáticos, porém os dons sem a presença do amor são como um corpo sem alma.
Sem amor, o dom de falar se torna vazio e imprudente — ele é como o metal que soa ou como o sino que tine. O metal que soa (‘gongo barulhento’) significa que um pedaço de metal não lavrado ou gongo usado para chamar a atenção. Tinir (alalazon) significa ‘colidir’, ou um som alto e áspero. O sino (ou símbolo) consistia de duas meias circunferências que eram golpeadas causando um estrondo. A ideia aqui é de um inexpressivo som de metal em lugar de música.O objetivo do apóstolo é mostrar que o homem que professa o dom da glossolalia, da forma como era praticada em Corinto, mas que não tem amor, na realidade não é mais que um instrumento metálico impessoal” 

(Comentário Bíblico Beacon. 1 ed. Vol. 8, Rio de Janeiro: CPAD, 2006, pp.343,44).


O Propósito dos Dons

Muitas dúvidas pairam sobre os crentes pentecostais quando o assunto é os dons espirituais. Elas prejudicam a obra de Deus e o recebimento das bênçãos divinas. Os dons do Espírito Santo são recursos indispensáveis para o Corpo de Cristo. Eles contribuem para a expansão e edificação da Igreja.
Os dons são sempre concedidos aos crentes visando um propósito específico. Qual será este objetivo? O alvo divino é a edificação de todos os membros do Corpo. Infelizmente, alguns fazem um uso errado dos dons. Vemos crentes tentando usar os dons para alcançar interesses pessoais. Em vez de glorificar o nome do Senhor, estes se utilizam dos dons a fim de galgar posições eclesiásticas. Muitos não estão mais sendo usados pelo Espírito Santo, mas estão tentando usar o Espírito. Eles estão enganando a si próprios. O Senhor conhece nossos corações e as nossas intenções. Haverá um dia que teremos que prestar contas ao Senhor a respeito do uso dos nossos dons e talentos. Neste dia muitos ouvirão do próprio Senhor a quem tentaram enganar (Mt 7.24).
O objetivo dos dons não é a superioridade ou elitização de um grupo (1Co 12.7)
Por falta de conhecimento bíblico, muitos acreditam, erroneamente, que os dons são um sinal de grande espiritualidade e até de superioridade, mas não o são. Tomemos como exemplo os irmãos da igreja de Corinto. Ao visitar aquela igreja, Paulo relatou que ali havia a manifestação de muitos dons espirituais (1Co 1.7). Corinto era uma cidade cosmopolita, marcada pela idolatria, paganismo e imoralidade. Ser um crente fiel naquela cidade não era fácil. Logo, Deus concedeu muitos dons do Espírito Santo àqueles irmãos a fim de que tivessem condições de lutar contra a idolatria, a imoralidade e permanecessem em santidade até a volta de Cristo. Todavia, a igreja de Corinto estava longe de ser uma igreja espiritual. O pecado havia adentrado ali. Paulo chama os irmãos de Corinto de carnais e meninos (1Co 3.1). Fica então a pergunta: “O que torna o crente espiritual? Os dons?” Podemos aprender, por intermédio dos irmãos de Corinto, que não. Quem tem poder para santificar os crentes é o Espírito Santo. Os dons são dádivas divinas. São presentes e não tem o poder de nos santificar.
Os dons espirituais são dádivas importantes e necessárias à igreja nestes últimos dias antes da Segunda Vinda de Cristo. Estamos vivendo tempos trabalhosos (2Tm 3.1), por isso, precisamos ser cheios do Espírito Santo e procurar com dedicação os dons espirituais (1Co 12.31).


Professor, entre aqueles que receberam o batismo com o Espírito Santo no mesmo dia do Sr. Edward Lee, encontrava-se Jennie Moore, que algum tempo depois casaria com Seymour. A Sra. Moore foi a primeira mulher a receber o batismo com o Espírito Santo na cidade de Los Angeles, na casa dos irmãos Richard e Ruth Asbery, na rua Bonnie Brae, 214. Na ocasião, começou a cantar noutras línguas e a tocar piano sob o poder de Deus. Todos ficaram maravilhados (At 2.7), pois sabiam que ela nunca havia estudado música. Segundo uma testemunha ocular, Emma Cotton, aquele grupo orou durante três dias e três noites e as pessoas que conseguiam entrar na casa dos Asbery, caíam sob o poder de Deus, enquanto outras eram curadas e salvas por Jesus Cristo. O local ficou repleto de pessoas a ponto do soalho ceder, mas ninguém ficou ferido. Durante aqueles três dias, toda a cidade afluiu para observar o poder de Deus manifestado entre os seus filhos. 
Uma corrente da teoria cessacionista afirma que os dons do Espírito são habilidades naturais, santificadas e aperfeiçoadas por Deus após a conversão do indivíduo. Uma outra acredita que os dons espirituais não são para os tempos hodiernos, mas estiveram restritos ao período apostólico. No entanto, ao lermos as Sagradas Escrituras, não encontramos qualquer evidência de que os dons do Espírito tenham cessado com a morte dos apóstolos e muito menos de que se trata de talentos humanos santificados. O argumento antipentecostal é fundamentado na hermenêutica naturalista, que nega qualquer elemento sobrenatural nas Escrituras. Portanto, a dedução dos cessacionistas não é possível e nem necessária como método de interpretação do Novo Testamento. A atualidade dos dons espirituais é confirmada pela Escritura e experiência cristã. No primeiro caso, podemos citar os propósitos dos dons, especificamente, o de fortalecer a Igreja (1 Co 14.3,4,26). Se os dons cessaram após a morte dos apóstolos, por que Paulo escreveria à igreja de Corinto para que buscassem ardentemente os dons e zelassem por ele, sabendo que os dons não durariam mais do que 50 anos? Não há qualquer analogia plausível para sustentar tal absurdo. A experiência pentecostal de incontáveis cristãos, em todas as épocas e lugares, é evidência complementar da atualidade dos dons conforme a verdade bíblica. 
Concernente os dons espirituais, dois princípios devem ficar patentes. Primeiro, quando uma pessoa recebe do Senhor os dons do Espírito, não significa que ela é mais perfeita ou que é mais merecedora das bênçãos divinas do que outras. Segundo, assim como o crente não é salvo pelas obras, mas pela graça divina (Ef 2.8; Tt 3.5), os dons do Espírito são concedidos pela graça de Deus para que ninguém se engrandeça (Rm 12.6).

I. GENERALIDADES SOBRE OS DONS ESPIRITUAIS 

Os dons espirituais são uma dotação sobrenatural concedida pelo Espírito Santo ao crente, para o serviço e execução dos propósitos de Deus na igreja e através dela. Os dons espirituais, portanto, não são qualidades humanas aprimoradas e abençoadas por Deus.
1. Principais passagens. São sete as principais passagens que tratam sobre os dons espirituais: 1 Co 12.1-11,28-31; 13; 14; Rm 12.6-8; Ef 4.7-16; Hb 2.4; 1 Pe 4.10,11. Além destas, há muitos outros textos da Bíblia sobre o assunto.
2. Termos bíblicos designadores dos dons. Abordaremos apenas os principais: 
a) Dons espirituais (pneumatikos). O termo refere-se às manifestações sobrenaturais da parte do Espírito Santo por meio dos dons (v.7; 14.1).
b) Dons da graça (charismata). Falam da graça subseqüente de Deus em todos os tempos e aspectos da salvação (1 Co 12.4; Rm 12.6).
c) Ministérios (diakoniai). Correspondem aos dons de serviços ou ministérios práticos. São ministrações sobrenaturais do Espírito através dos membros da igreja como um corpo (1 Co 12.5,12-27).
d) Operações (energēmata). Esses dons são operações diretas do poder de Deus para a realização de seus propósitos (vv.9,10).
e) Manifestação (phanerōsis). Embora sejam sobrenaturais, o sentido do termo original aqui, sugere que os dons operam na esfera do natural, do sensível, do visível. 
3. Classificação dos dons espirituais. Os dons espirituais podem ser classificados como: 
a) Manifestações do Espírito. Conforme 1 Coríntios 12.8-10, são nove dons pelo Espírito Santo. Esses dons são capacitações sobrenaturais de pessoas para a edificação do corpo de Cristo e para seus membros individualmente (vv.3-5,12,17,26; 12; 14). Manifestam-se de modo eventual e imprevisto, não estando subordinados à vontade do portador, mas à soberania de Deus.
b) Dons de ministério prático. São dons de serviços práticos individuais ou em grupo (Rm 12.6-8; 1 Co 12.28-30). Nestas passagens eles aparecem com os demais dons espirituais e, sob o mesmo título original, “charismata” (dons da graça). 
4. Alvo e resultado dos dons (1 Co 12.7b). São propósitos dos dons espirituais: 
a) A glorificação do Senhor Jesus (Jo 16.14).
b) A confirmação da Palavra de Deus (Mc 16.17-20; Hb 2.3,4).
c) O crescimento em quantidade e qualidade da obra de Deus (At 6.7; 19.20; 9.31; Rm 15.19).
d) A edificação espiritual da Igreja (1 Co 12.12-27).
e) O aperfeiçoamento dos santos (Ef 4.11,12). 
5. O exercício dos dons espirituais (1 Co 14.26,32,33,40). Toda energia e poder sem controle são desastrosos. Deus nos concede dons, mas não é responsável pelo mau uso deles; por desobediência do portador à doutrina bíblica ou por ignorância desta. Portanto, os que recebem os dons devem: a) procurar saber o que a Palavra ensina sobre o exercício daquele dom em particular; b) exercer o dom segundo a Escritura; c) evitar desordens e confusões no uso dos dons.

II. EXPLANAÇÃO E CLASSIFICAÇÃO DOS DONS

1. Dons espirituais de manifestação do Espírito. Estão classificados em: 
a) Dons que manifestam o SABER de Deus: 
  A palavra da sabedoria (1 Co 12.8). É um dom de manifestação da sabedoria sobrenatural pelo Espírito Santo, necessário ao pastoreio, na administração e liderança.
   A palavra da ciência (1 Co 12.8). É um dom de manifestação de conhecimento sobrenatural pelo Espírito Santo; de fatos, causas, ensinamentos, etc.
   Discernir os espíritos (1 Co 12.10). É um dom de conhecimento e revelação sobrenaturais pelo Espírito Santo para não sermos enganados por Satanás e pelos homens. 
b) Dons que manifestam o PODER de Deus. 
   Fé (1 Co 12.9). É um dom de manifestação de poder sobrenatural pelo Espírito Santo, a fim de que a igreja supere os obstáculos, sejam quais forem.
    Dons de curar (1 Co 12.9). Literalmente, “dons de curas”. São dons de manifestação de poder sobrenatural pelo Espírito Santo para a cura das doenças do corpo, da alma e do espírito, dos crentes quanto dos incrédulos.
  Operação de maravilhas (1 Co 12.10). São operações de milagres extraordinários e espantosos pelo poder de Deus, para despertar e convencer os incrédulos.

c) Dons que manifestam a MENSAGEM de Deus. 

   Profecia (1 Co 12.10). É um dom de manifestação sobrenatural de mensagem verbal pelo Espírito, para a edificação, exortação e consolação do povo de Deus (1 Co 14.3).
  Variedade de línguas (1 Co 12.10). É um dom de expressão plural. É um milagre lingüístico sobrenatural. Nem todos os crentes batizados com o Espírito Santo recebem este dom (1 Co 12.30).
  Interpretação das línguas (1 Co 12.10). É um dom de manifestação de mensagem verbal, sobrenatural, pelo Espírito Santo. Não se trata de “tradução de línguas”, mas de “interpretação de línguas”. Tradução tem a ver com palavras; interpretação com mensagem. 
2. Dons espirituais de ministérios práticos (Rm 12.6-8; 1 Co 12.28-30). São administrações de serviços práticos que, pela sua natureza, residem no portador. 
a) Ministério (Rm 12.7). É servir capacitado sobrenaturalmente pelo Espírito Santo. Ministração, prestar serviço material e espiritual sem esperar reconhecimento ou remuneração.
b) Ensinar (Rm 12.7). É o dom espiritual de ensinar, tanto na teoria, como na prática; ensinar fazendo; ensinar a fazer e a entender. Não confundir com o ministério de ensino de Efésios 4.11 e Atos 13.1.
c) Exortar (Rm 12.8). Exortar aqui, é como dom: ajudar, assistir, encorajar, animar, consolar, unir pessoas separadas, admoestar.
d) Repartir (Rm 12.8). O sentido é doar generosamente, oferecer; distribuir aos necessitados sem esperar recompensa ou reconhecimento, movido pelo Espírito. Este dom ocupa-se da benevolência, beneficência, humanitarismo, filantropia, altruísmo.
e) Presidir (Rm 12.8). É conduzir, dirigir, organizar, liderar, orientar com segurança, conhecimento e discernimento espiritual.
f) Exercitar misericórdia (Rm 12.8). Este dom refere-se à assistência aos sofredores, necessitados, carentes; fracos, enfermos, presos, visitação, compaixão.
g) Socorros (1 Co 12.28). Literalmente “achegar-se para socorrer”. É o caso de enfermos, exaustos, famintos, órfãos, viúvas, etc.
h) Governos (1 Co 12.28). É um dom plural no seu exercício. É dirigir, guiar e conduzir com segurança e destreza. O termo original sugere pilotar uma embarcação com segurança, destreza e responsabilidade. 
3. Dons espirituais na área do ministério. Esses dons são enumerados em Efésios 4.11 e 1 Coríntios 12.28,29, a saber: apóstolos, profetas, evangelistas, pastores, doutores ou mestres.

III. RESPONSABILIDADE QUANTO AOS DONS 

1. Conhecer os dons. “Acerca dos dons espirituais, não quero, irmãos, que sejais ignorantes” (1 Co 12.1).
2. Buscar os dons. “Procurai com zelo os melhores dons” (1 Co 12.31).
3. Zelar pelos dons. “Procurai com zelo os dons espirituais” (1 Co 14.1).
4. Ser abundante nos dons. “Procurai sobejar neles, para a edificação da igreja” (1 Co 14.12).
5. Ter autodisciplina nos dons. “E os espíritos dos profetas estão sujeitos aos profetas” (1 Co 14.32).
6. Ter decência e ordem no exercício dos dons. “Mas faça-se tudo decentemente e com ordem” (1 Co 14.40). 
Poder, sinais, curas, libertação e maravilhas devem caracterizar um genuíno avivamento pleno de renovação espiritual e pentecostal. No entanto, deve ser livre de escândalos, engano, falsificação, mas dentro da decência e da ordem que a Palavra de Deus preceitua (1 Co 14.26-40).


Propósito dos Dons Espirituais: Fortalecer a Igreja.

Visto ser o propósito dos dons espirituais fortalecer a Igreja, as curas, os milagres, as línguas e a profecia não se confinam aos apóstolos, ou a umas poucas pessoas do primeiro século da era cristã. Antes, esses dons foram largamente distribuídos no seio da Igreja. Como já disse, o dom de profecia encontrava-se na igreja em Roma (Rm 12.6), Corinto (1 Co 12.10), Éfeso (Ef 4.11), Tessalônica (1 Ts 5.20) e Antioquia (At 13.1). O Novo Testamento também cita alguns indivíduos não-apóstolos, mas que eram chamados profetas ou exerciam dons de revelação: Ágabo (At 11.28; 21.10,11), Judas e Silas (At 15.32), as quatro filhas de Filipe, que profetizavam (At 21.9), e Ananias (At 9.10-19). Milagres eram operados em Corinto (1 Co 12.20) e nas igrejas da Galácia (Gl 3.5). Havia dom de línguas em Jerusalém (At 2.1-13), em Cesaréia, entre os convertidos gentios (At 10.44-48), em Éfeso (At 19.1-7), em Samaria (At 8.14-25) e em Corinto (1 Co 12-14).
O propósito de fortalecer a Igreja é particularmente verdadeiro quanto ao dom da profecia. Paulo mantém que ‘o que profetiza, fala aos homens, edificando, exortando e consolando’ (1 Co 14.3). E, novamente: ‘O que profetiza edifica a igreja’ (1 Co 14.4). Visto ser a edificação o propósito primário dos dons espirituais, como poderia alguém concluir que foram retirados da Igreja? Se esses dons edificaram a Igreja no primeiro século, por que não a edificariam no século XX? As próprias declarações da Bíblia forçam-nos a crer na sua continuidade”.

(DEERE, J. Surpreendido pelo poder do Espírito. RJ: CPAD, 1995, p.135.)

fonte www.mauricioberwaldoficial.blogspot.com


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